sábado, junho 24, 2017

Quais partidos começaram e foram além com a ideologização do ensino?


O título deste pequeno artigo pode parecer confuso, mas explico: recentemente pesquisava sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) criados no governo FHC para a educação brasileira e me deparo com este texto: OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E OS TEMAS TRANSVERSAIS. Quem ler vai perceber vários clichés de esquerda atacando o documento por não ter levado em conta a participação de professores, “educadores” na elaboração do documento, por ter se atido à certas visões psicológicas e não outras, por ver a “escola como onipotente” ao querer que o aluno saia dela como um “agente de transformação social” etc. Só que para quem acompanhou tudo isso sabe exatamente que estes vícios são os mesmos mantidos durante os governos petistas. Agora, vejamos aqui os Temas Transversais (TTs), eixos temáticos que deveriam perpassar todas as disciplinas e norteá-las em seus currículos:

1.      Ética
2.      Meio Ambiente
3.      Saúde
4.      Pluralidade Cultural
5.      Orientação Sexual.

Os dois últimos foram os que os governos petistas mais quiseram impor, sem discussão nenhuma com a sociedade, diga-se de passagem como a nata da reforma pedagógica. Não é de hoje que governos brasileiros querem impor diretrizes, quando não o currículo completo para que o país inteiro se submeta na área educacional, mas o PSDB, já aí nos anos 90 (que foi quem começou com isso) e o PT pisou fundo no acelerador de, justamente, não levar em conta a cultura nacional coisíssima nenhuma e tentar impor a Ideologia (“teoria”) de Gênero como algo aceito cientificamente e tendo que nortear não só ensino (dado em sala de aula), como toda a educação (postura no ambiente escolar como um todo). Isto e mais a mudança curricular, praticamente abortando longos temas da história universal para uma versão ideologizada e centrada no africanismo e latinidade, universo indígena etc. Ou seja, quando eles dizem “pluralidade”, na verdade leia-se substituição nua e crua.

Já faz um tempo que tal assunto rende polêmicas, mas nunca é demais falar, eles não desistirão. E a pá de cal é, justamente, produzir autômatos em série nos bancos escolares que confrontem seus pais e reproduzam estas ideologias para pavimentar o caminho da revolução cultural. Já que não há como, em termos práticos, tomar as forças de produção na marra, que se faça através das mentes para favorecer a orientação política, o voto e depois, só o Diabo sabe.

Pluralidade, sim, mas para todos e não para uns grupos em detrimento de outros, como se houvesse vítimas e bandidos globais; orientação sexual é de cada um e professor não deve se intrometer na vida pessoal e privada dos outros, mas apenas garantir que ninguém seja assediado por isso; meio ambiente, com cientificidade, sem usar o discurso anti-capitalista e anti-tecnológico como metas na condenação moral da produção e da indústria; saúde, óbvio, inclusive alertando para o sexo não seguro e precoce; ética, ótimo, desde que seja apartidária e não mero recurso para propaganda marxista, como se empregadores fossem espoliadores.

Bem usados, os temas podem ser úteis, mas para tanto, ou se descentraliza sua elaboração rejeitando uma orientação nacional do MEC ou se, realmente, abre para a sociedade entender (e opinar) sobre o que grupos de pedagogos politizados querem dizer com cada palavra. Porque, nós sabemos… O jogo deles é entregar um “cartão de visitas” com um nome bonito (ética, p.ex.) não dizendo o que eles entendem exatamente por isso.

Olho neles, não desistiram não. Não é porque uma autora crítica de um programa psdbista se mostra mais radical que o objeto do que ela critica já não é contestável (e condenável) por si só. Esta impressão de que o produto original era moderado porque vemos alguém pior se expressando sobre ele é que nos leva ao engano. Mesmo que a ideologia seja comum entre os grupos de pedagogos de ambos os partidos, a ligação fisiológica partidária é que leva a se buscar pontos de divergência meramente abstratos. São legendas em disputa, mas com projetos similares. Analogamente, não é porque o PT teve uma recaída que esses vampiros de mentes não voltarão em outros partidos. Como vimos, eles não começaram no PT, mas no PSDB e amanhã pode ser num PSOL, numa Rede etc. Enfim, todo cuidado é pouco.


Anselmo Heidrich

sexta-feira, junho 23, 2017

Por que o modelo de ensino superior na Suíça é tão bom?



Poderíamos nos estender em longas explicações, enumeração de vários fatores, como o grau de investimento, a cultura, a história, mas toda macro-perspectiva não diz muito quando se perde o detalhe, isto é, a perspectiva próxima a nós, cotidiana, a da micro-escala. E peço que leiam este trecho da matéria abaixo linkada:
“Assim, enquanto o governo investe fortemente no ensino superior, abrangendo educação e pesquisa, a alta conectividade também sugere que o sistema de ensino superior ‘devolve’ esse investimento à sociedade”, disse Rassenfosse para swissinfo.ch.
Segundo o professor da EPFL, à medida que os orçamentos governamentais em todo o mundo sofrem pressão, é tentador reduzir o financiamento da educação e da pesquisa porque os efeitos de curto prazo são indolores – a maior parte do prejuízo virá no longo prazo.
Assim, as universidades precisam constantemente demonstrar que são úteis à sociedade. O ranking U21 deixa claro que o sistema suíço de ensino superior se sai melhor do que qualquer outro sistema no mundo, pelo menos nesse quesito”, disse.
via Por que os suíços se saíram bem na Universitas 21 – SWI swissinfo.ch
Se não ficou claro suficiente, o ensino superior tem que prestar contas à sociedade. Não tem essa de “público, gratuito e de qualidade”, mas quando chega na hora de se fazer uma avaliação externa, os sindicatos de professores fazem uma gritaria dizendo que isto é “tática neoliberal”, que “só estão fazendo isso porque querem privatizar a universidade” etc.
Se não tem qualidade minimamente necessária para os fins a que se propõe, melhor que mude de administração mesmo porque não é mais possível manter centros de estudos cuja principal função se tornou um cabideiro de empregos para uma casta que se suja intocável e não passível de críticas.
Chegou a hora de passarmos um pente fino nas nossas universidades.

segunda-feira, junho 19, 2017

Maniqueísmo no Dia da Parada Gay


Mais uma exploração política da celebração da parada gay. Este é o tipo de coisa que tem que ser combatido, a politização de eventos como esse e é exatamente por isso que tais eventos também enfrentam rejeição, não pelo que apoiam, mas pela retórica maniqueísta que é adotada por setores da mídia e vários disseminadores de informação, como cursos, escolas, palestrantes etc. O exemplo ao lado é típico, que incorre no erro de comparar dados absolutos com o que deveria ser relativo, proporcional. Não tem sentido dizer que o Brasil tem mais homicídios de homossexuais, quando o mesmo tem mais homicídios de heterossexuais também, assim como de qualquer orientação sexual, religião, raça etc. É como se eu dissesse que no Brasil tem mais espécies de árvores, o que é claro, dado o tamanho da Amazônia em relação à rainforest da Tasmânia, p.ex. O que eu tenho que comparar, utilizando exemplos e MÉTODO adequados, é se em um quilômetro quadrado há mais espécies na Floresta Amazônica do que na do Congo ou na Taiga Siberiana. Assim é que se mede a biodiversidade de um bioma e não comparando algo gigante com um microcosmo.
O que o Cursinho da Poli fez na postagem abaixo não passou de peça de propaganda para criar um fantasma, a HOMOFOBIA a ser combatido, intuitivamente como se todo e qualquer heterossexual tivesse uma cota de culpa nos homicídios alegados. Ora, quem pratica homicídio é o HOMICIDA e não um heterossexual qualquer. Por isso que quando alguém diz "o problema é a cultura" estremeço. Aí nós temos a típica desinformação calhorda de quem quer lucrar politicamente com o fato.

Divulgue esta mensagem para que o MANIQUEÍSMO SEJA DESMASCARADO.

Um bom dia para todos, homo e héteros. E que os manipuladores vão à M*#0!! que é o seu lugar.

domingo, junho 18, 2017

O mundo melhora graças ao Capitalismo e tem que ser cego para negar


O ocaso das ideologias explica algo assim? Para mim ele reflete sua irrelevância em termos práticos. Uma vez configurado o fracasso total de qualquer ideologia de esquerda ter tido sucesso no século XX, antigos apologistas como Daniel Bell vaticinaram “o fim das ideologias”, mas eu me pergunto, só ele que não viu isto antes? Basta ver a baixa qualidade de um veículo produzido na era soviética em comparação com qualquer outro da antiga Alemanha Ocidental ou na força de trabalho chinesa puxando arados no lugar de bois durante o período comunista para sabermos que aquilo foi uma farsa do início ao fim. E dentro do capitalismo, quem insiste em não mudar, física e condicionalmente tende a padecer na miséria.

Mas por que devemos ficar alertas com a propaganda ideológica socialista?

Leia mais em: VistaDireita.com.br

Algumas Palavrinhas sobre Estratégia Política



Antes de mais nada respeite o inimigo estudando-o e detectando suas falhas. Se você for arrogante e desdenhar, a realidade te porá a nocaute com um belo chute na cara. Comecemos por aqui: Why do Democrats and Liberals keep using the "parties switched sides" excuse when it's been debunked? by Omar Ismail Veja como foi a posição do colégio eleitoral na eleição de 2008 nos EUA que elegeu…

Leia mais em:
https://anselmoheidrich.wordpress.com/2017/06/18/algumas-palavrinhas-sobre-estrategia-politica/
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quinta-feira, junho 15, 2017

Miriam Leitão e o Ódio de Classe


A jornalista Miriam Leitão foi assediada por dirigentes petistas durante um voo inteiro de Brasília ao Rio de Janeiro. A questão é, o que faz com que uma trupe de pessoas, supostamente educadas tome este tipo de comportamento como legítimo? Achar depois que sua militância de baixo escalão não fará ainda pior, com os vários casos relatados e comprovados de violência física e moral é uma ingenuidade digna daqueles que sonham com um "mundo melhor" enquanto que semeiam a ditadura baseada na retórica do ódio e do medo. Enquanto que todos se preocupam com Miriam, o verdadeiro alvo dos fascistas é (e sempre foi), a Liberdade de Expressão representada pela imprensa.


Sadiq Khan is a Complete Idiot

quarta-feira, junho 14, 2017

China Contemporânea


A década passada assistiu à ascensão de algo que Mao Tsé-tung, o histórico líder comunista chinês, lutou para erradicar de uma vez por todas: uma classe média chinesa, hoje estimada entre 100 milhões e 150 milhões de pessoas. Embora variem as definições – uma renda familiar de pelo menos 10 000 dólares ao ano é um dos critérios –, as famílias de classe média tendem a possuir um apartamento e um carro, saem para comer fora e tiram férias, além de terem familiaridade com marcas e idéias estrangeiras. Essas pessoas devem seu bem-estar às políticas públicas na economia liberal da China moderna, mas, à boca pequena, podem ser bastante críticas com a sociedade em que vivem.



David Gilmour e Jesse Gilmour falam sobre "O clube do filme"

Muito interessante. A escola realmente não dá conta de todos os casos, mas convenhamos, não é todo pai que tem essa capacidade imaginativa... Ele criou um método próprio de ensino que suponho, esteja muito além do descrito nesses poucos minutos. Mas uma coisa me parece certa, a preocupação e atenção dispensadas por ele a seu filho fizeram valer todo esforço. 



segunda-feira, junho 12, 2017

Educação VS Doutrinação: o maniqueísmo de Paulo Freire



Pergunto com
sinceridade: alguém já se deu o trabalho de ler Paulo Freire? Ou, ao menos,
assistir a um de seus vídeos no YouTube? Seria bom que fizesse para se ter
noção de que é muito pior do que se fala.
Em um desses
vídeos, Paulo Freire diz:

“Quando muito moço, muito jovem, eu fui aos
mangues do Recife. Aos córregos do recife, aos morros do Recife. Às zonas
rurais de Pernambuco. Trabalhar com os camponeses, com as camponesas, com os
favelados. Eu confesso sem nenhuma ‘chorumingas’ movido, movido por uma certa ‘lealdade’
ao Cristo de quem eu era mais ou menos ‘camarada’. Mas o que acontece é que
quando eu chego lá, a realidade dura do favelado, a realidade dura do camponês...
A negação do seu ser como gente, a tendência àquela adaptação que a gente falou
antes, aquele estado quase inerte diante da negação da liberdade, aquilo tudo
me remeteu a Marx. Eu sempre digo, não foram os camponeses que me dissera a mim
‘Paulo, tu já leste Marx?’ Não, eles não liam nem jornal. Foi a realidade deles
que me remeteu a Marx e eu fui, eu fui a Marx.”

Acho que até
aqui já daria para fazer um artigo inteiro comentando isso, mas quero
transcrever mais um pouquinho para vocês entenderem até onde isto vai:

“E aí é que os jornalistas europeus em 70
não entenderam a minha afirmação. É que quanto mais e quanto mais eu li Marx,
tanto mais eu encontrei uma certa fundamentação objetiva para continuar
camarada de Cristo. Então as leituras que eu fiz de Marx, de alongamentos de
Marx não me sugeriram jamais que eu deixasse de encontrar Cristo nas esquinas
das próprias favelas. Eu fiquei com Marx na ‘mundanidade’ a procura de Cristo
na transcendentalidade.”

Isto foi cerca
de 3 minutos em um
vídeo, mas já está de
bom tamanho para entender e criticar parte de sua pedagogia. Pois é, uma coisa
que o brasileiro médio não entende, seja rico ou pobre, de direita ou de
esquerda é que isso em um país institucionalmente adiantado seria um escândalo.
Aqui, a grossa maioria de estudantes e professores de outras áreas cultua o
lixo pedagógico de Paulo Freire. Como pode? Além de sua incoerência interna, os
resultados de desempenho no seu básico, básico que corresponde à leitura,
interpretação de texto e exercícios matemáticos nos deixam nas piores
colocações já seriam suficientes para mostrar que trilhamos o caminho errado
por décadas. E o que se faz? Só se convoca gente incompetente para discutir educação
e que, volta e meia se saem com tiradas poéticas de Paulo Freire, que não passa
de um método de ensino ridículo que se resume na mais pura lavagem cerebral.
Analisemos agora
algumas passagens reveladoras do que pensava o “mestre”. Para mim está clara a
intenção, já no primeiro parágrafo de tratar Jesus Cristo como “camarada”, que
era a forma de tratamento dentro do código de conduta dos comunistas. Não é a
toa, não é gratuito, independente da religião que você tenha ou não tenha religião,
não importa, que isto não está no discurso por acaso: é para criar uma familiaridade entre a doutrina cristã, a visão religiosa
e o mundo secular, mas promissor do Comunismo.
E ao invés de dizê-lo,
explicitamente, Paulo Freire procura seduzir o ouvinte, internamente,
sutilmente com suas palavras, com seu sentido e sentimento mesclados, para que
nenhuma contestação racional se torne evidente.
Outros dois
pontos que evidenciam o maniqueísmo do discurso freireano:
·       
Supor que a realidade do favelado ou do camponês seja
compreendida e solucionada através da leitura de Karl Marx, sem explicar o
porquê disso, mas já dando como certo e conclusivo de antemão;
·       
Dizer que a realidade dura da vida do camponês ou do
favelado é a negação de “seu ser”, como se seu
ser
fosse roubado (alienado) por relações de produção (de propriedade).
Tais malandragens
linguísticas são facilmente detectadas por quem já está habituado ao discurso
marxista, seja ele ostensivo ou subliminar. A singularidade neste vídeo de
Paulo Freire é que ele transita entre a assunção total do marxismo a sua mescla
com um discurso messiânico, religioso, de “libertação” que não deixa,
obviamente, de procurar um culpado por sua situação, a saber: o Capital.
Ele também diz
em seguida que procurou uma “fundamentação objetiva” para Cristo em Marx e que
este servia para a “mundanidade”, enquanto que o outro para a “transcendentalidade”.
Em suma, Paulo Freire estabelece um link entre o temporal e o atemporal, entre
o mundo material e o espiritual ao dizer que é possível se guiar pelos dois,
que os dois referenciais teóricos (Marx e Cristo) se complementam. Este é o
jogo dele que convenhamos, engana quem não conhece as diferenças abissais entre
as duas propostas de vida. Em termos bastante simples, mesmo que teólogos mais
a esquerda afirmem um pendor socialista em Cristo devido a repartição do pão e
outras metáforas, não há nada que chegue perto de uma proposta violenta como a
luta de classes, primeiro porque divide indivíduos, segundo porque leva
inevitavelmente a morte violenta através de uma guerra civil. Tentar fundir
estas duas visões de mundo implica em uma acrobacia intelectual que só fanáticos
(como certos professores) e espertos (como Paulo Freire) para levar adiante. Enfim,
aqui nós temos uma perfeita fusão, perfeita, na medida que serve aos propósitos
de uma Esquerda que quer perverter ensinamentos cristãos para manipular massas
contra um inimigo imaginário, o Capital, o capitalista, o capitalismo.
Neste pequeno
exemplo, eu tentei mostrar como se confundem três coisas: a doutrina, a cristã como exemplo; a doutrinação, não explícita, no caso do
marxismo e; a educação, pois queiram
ou não queiram este mix ideológico é
admirado e lido nos cursos de pedagogia do país inteiro, sendo seu principal
referencial teórico.
Até aqui
analisamos o conteúdo, mas há outras
formas de, sub-repticiamente, passarmos um conteúdo na forma de um Cavalo de
Troia.



Confira a embromação abaixo:


Por que libertários detestam John Rawls?



“Nenhuma sociedade poderá ser, é claro, um esquema de cooperação no qual os homens se posicionariam de forma voluntária; em qualquer sociedade, cada pessoa se encontrará colocada, ao nascer, em uma posição determinada, e a natureza de tal posição afetará substancialmente os seus projetos de vida. Já uma sociedade que satisfação os princípios da ‘justiça como equidade’ tenderá a aproximar-se ao máximo, de um esquema voluntário, para que se possa chegar aos princípios equitativos, aos quais pessoas livres e iguais consentiriam em submeter-se. Neste sentido, seus membros seriam autônomos e as obrigações seriam, reconhecidamente, auto-impostas” (Rawls, 1981, p.34).

“(...) parece que o princípio de utilidade é incompatível com o conceito de cooperação social entre indivíduos iguais com o objetivo de se obter vantagens mútuas. Parece inconsistente que a ideia de reciprocidade venha implícita na noção de sociedade em boa ordem. E isto, em qualquer que seja o grau; esta será a argumentação que sustentarei em minha discussão” (35).

Seria correto falar que “os sacrifícios de uns seriam compensados por um maior benefício para o agregado” só podem ser mantidos com desigualdade de autoridade? Rawls é taxativo, “[n]ao haverá, no entanto, injustiça que um maior benefício fosse ganho por alguns, desde que a situação das pessoas menos favorecidas seja, de alguma forma, melhorada” (35). E não há como não opor a visão moral de Rawls contra as “vantagens naturais fortuitas” ou as “contingências das circunstâncias sociais adversas” (36).

Ocorre que se não temos um ponto de vista histórico, uma teoria formadora da justiça pode ser abstrata o suficiente para nunca ter ocorrido e é esse o ponto crítico de Rawls quando assume que “(...) as tarefas, a que nos referimos, são totalmente hipotéticas: um contrato englobando certos princípios teria sido aceito numa situação inicial bem definida” (36). Simplesmente não há como garantir que a firma consensual de um contrato social imaginário possa ter ocorrido partindo do pressuposto voluntarista. As pessoas não firmaram nada, tudo é induzido para elas como se assim fosse porque deveria ter sido.

Referências


RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1981.

sexta-feira, junho 09, 2017

Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor

Me arrepio quando alguém é apresentado como "educador". Este Senhor já deu aula para classes com mais de 40 alunos? O que é comum no país inteiro. É claro que o método dele atrai, mas tente fazer isso numa sala abarrotada com 1/4 da mesma impedindo os demais de assistirem a aula. A questão é que uma boa aula não se restringe ao método de ensino somente, mas a um processo educacional que deveria conter a palavra disciplina como parte naturalmente integrante. 



A leitura... Vejam que neste ponto do vídeo, Rubem Alves já não fala mais do professor, mas da mãe (ou pai) induzindo à leitura antes de dormir. Diz que o professor não deve mandar ler porque a relação com a leitura deve ser pautada no amor. Acho engraçado como este tipo de dica, quase poética é levada a sério... Alguém em sã consciência acha que um país se constrói com base em mensagens poéticas e de auto-ajuda, que relação de cobrança, de busca por mérito não se fazem necessárias? Óbvio que nem todos terão o mesmo apreço pela leitura, assim como nem todos irão querer construir uma prateleira quando estressados preferindo caminhar na praia ou jogar videogame. Na base dessas mensagens está uma percepção individual tomada quase como amostra estatística para generalizar o comportamento padrão de alunos no sistema de ensino nacional. Sinceramente, esse cara não sabe do que fala.



"A missão do professor não é dar respostas que já estão nos livros, já está na internet" e sim "provocar o espanto, a curiosidade". Ora! E quem acha que já não é assim? De onde diabos ele tirou que professor fica só dizendo o gabarito às questões propostas? Isto já era, se é que um dia foi exatamente assim. Este ensino maiêutico é um método já tão consagrado que está em livros, inclusive. O problema é anterior, a taxa de leitura de nossos professores é muito baixa, exatamente porque as universidades os forma mal, muito mal e isto tem exatamente a ver com tudo que já dissemos aqui sobre a doutrinação do ensino que abortou o rigor da disciplina no estudo e o valor dado às provas. Dano este causado pelo mesmo tipo de mentalidade que este senhor ostenta, a de um "ensino livre". Ora, o que é exatamente "livre" quando se é mera presa de seus instintos e não se faz nada para superar sua condição abissal de ignorância achando que "todos já portamos um saber" tomando o mesmo como suficiente?



Entre tantos erros no presente vídeo, o maior deles está na premissa de que o conhecimento flui como se fosse mágica, sem nenhum tipo de esforço. Nem todos nós somos Mozart que já nascemos sabendo, mas podemos chegar lá com técnica. Técnicas apreendidas através de ensaio e erro feitos por gerações que nos antecederam. Ignorar isto é simplesmente desrespeitar todo um legado de trabalho e esforço que possibilitou gente estressada fabricar uma prateleira que no passado se fazia para sobreviver através de oficinas de trabalho que também eram escolas, a educação profissional. Pensando bem, que faça qualquer prateleira, desde que não fale besteira. 



Anselmo Heidrich

Confira o asneirol:Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor https://youtu.be/qjyNv42g2XU via @YouTube



quarta-feira, junho 07, 2017

Educar para quê? Reflexões sobre a educação no Brasil

Concordei ao final, quando Mateus diz que ninguém educa propriamente ninguém. Se aquela pessoa quiser rejeitar tudo aquilo (que foi ensinado), ela vai rejeitar.


Mas, quando o autor diz que a  verdadeira liberdade é a liberdade interior afirmando que a civil não é, pois pode desaparecer com um '38 ou um terremoto, ele faz uma separação cognitiva entre ser civil e consciência, como se nossa civilidade não dependesse da consciência.

Ele desconfia, com razão, do império das leis, da autoridade científica e médica, opinião do beautiful people, intelectuais e mídia, mas não é apropriado equiparar todas essas coisas. Na ciência, p.ex., algo consensual não prescinde de ampla discussão, muito maior que nos tribunais, com tempo certo de conclusão. Isto não é o mesmo que seguir tendências como faz a mídia e celebridades. 

E sinceramente, por pior que sejam as relações professor e aluno elas não são causas de doenças (transtornos) psicológicas. Aí foi forçado demais. Que mantém ou pioram vícios, sim, mas isso não é algo que requeira tratamento médico ou psicológico, no mais das vezes e sim uma boa e rigorosa educação. 

E discordo também que a educação como para formar "peças de engrenagem" no nosso sistema seja pior do que uma formação humana inteira. Esta visão humanística é que é doutrinadora e levou a piora da nossa qualidade de ensino. Os militares, p.ex., enfatizavam o ensino técnico no Brasil e nem por isso deixamos de ter uma boa base geral. O ensino técnico-profissionalizante não prescinde de uma boa base geral, sem a qual não teria um bom resultado. Já o ensino de visões filosóficas que deve ser uma busca individual ou particular, de ensino particular geralmente descamba para seu uso político. 

Anselmo Heidrich

terça-feira, junho 06, 2017

6 Minutes on the True Purpose of University Education

Jordan Peterson destroi ideólogo que apela para a negação de gênero

Those 7 Times Jordan Peterson Went Beast Mode

Matador.



Façam um esforço e tentem assistir este vídeo. Utilizem as legendas em inglês, se for o caso (como eu fiz). Jordan Dr Jordan B Peterson, Professor of Psychology​ critica o vitimismo atual presente, sobretudo, entre os millennials (ou Geração Y, são os primeiros que atingiram a idade adulta no ano 2000) e a pretensão desta geração de mudar toda a linguagem para os gêneros, que dizem ser "socialmente construídos". O ponto que Petersen chama atenção é que se há uma igualdade de gênero legítima, ELA NÃO PRECISA SER ASSEGURADA POR LEI NENHUMA e que se esta igualdade é natural, do ponto de vista de sua evolução social, exemplos contrários às tendências entre homens e mulheres deveriam confirmar isto e não o contrário. Exemplos como 80% dos estudantes do curso de psicologia no Canadá serem mulheres e 20 mulheres para 1 homem formados em enfermagem na Escandinávia, sem falar no acachapante predomínio masculino nas engenharias são provas de que existem tendências naturais que, em que pese todo o discurso politicamente correto (PC) de que "gêneros são construções sociais" insistem em provar o contrário. A questão é que tais discursos que se pretendem garantir a igualdade aos grupos só segmentam mais e mais a sociedade em negros e brancos, mulheres negras e brancas, latinos, asiáticos e esquecem, absolutamente, dos indivíduos. Se em um país como o Canadá, livre até então se inicia uma verdadeira cruzada linguística em torno do que que se chamada IDENTIDADE aos grupos, na verdade se produz mais desigualdade devido ao tratamento diferenciado que deve ser dispensado aos mesmos, na medida em que a maioria de alguns grupos não têm o mesmo desempenho e sucesso econômico. Isto acaba por relegar a esfera individual, onde todos deveriam ter os mesmos direitos a um plano inferior em uma estratégia autoritária de que SE DEVE reconhecer a todos os grupos direitos distintos para que sua condição social se equalize. E o primeiro passo para tanto é absorver o discurso moral, como se fosse imoral não termos o mesmo respeito por quem não concordamos e até abominamos, seja a pessoa ou seus argumentos. Ora, respeito não é obtido através de direitos, mas sim pela espontaneidade alheia. Eu posso exigir que tenham respeito para meus direitos essenciais, como a liberdade de expressão, mas nunca para a qualidade de meus argumentos, ninguém é obrigado a admirá-los ou defendê-los. Então, o direito de alguém ser o que é,homossexual, p.ex. não deve ser confundido com o direito a exigir que essa condição seja aprovada socialmente.



As pessoas é que decidem o que aprovam ou não. Na medida que se cria leis para garantir, não o direito de ser, mas o direito de exigir aceitação alheia, se passa da esfera do direito individual para o não direito individual, no qual o coletivo, vários grupos identitários se tornam antecâmeras de uma estrutura estatal e não há melhor nome para definir isto do que TOTALITARISMO.






Anselmo Heidrich

quinta-feira, junho 01, 2017

Delegado Francischini e projeto que reduz indultos para presos







Agora... posso ser ingênuo, mas porque a estrutura arquitetônica dos presídios tem que ser dividida em galerias? Não dá para projetá-los em celas para, no máximo, dois presos e assim exercer maior controle? Sei sei que seria mais caro, mas não se economizaria em custos no combate à criminalidade, justamente, pelo sistema prisional ser mais eficaz? E de mais a mais, com maior combate à corrupção, a reforma estrutural (física) desses presídios poderia alavancar. Afinal, isto deve ser troco perto do que se desvia.

Public "Education" has become indoctrination and distraction

Pesquisando sobre "doutrinação" e "educação" encontrei este vídeo e quase abortei a visualização porque... Bem, porque começou com aquela cantilena de que "somos formatados para a sociedade sem questionar, objetivando somente o lucro e bla-bla-bla", mas, MAS, M-A-S, como gosto de insistir até o fim para formar uma opinião tive uma grata, não, GRATÍSSIMA surpresa ao ver a abordagem do sujeito. Por diversas razões, eu vi que mesmo questionando, na base do cliché certos paradigmas que temos (sociedade industrial, educação em massa, lucro etc.) há informações muito, mas muito pertinentes mesmo. Como, p.ex., a de que o atual modelo educacional vigente na maior parte dos países partiu de uma necessidade da revolução industrial e do Iluminismo, quando uma minoria recebia a educação, particular e dada pelos jesuítas. Enfim, há detalhes por discutir, como a recente onda de Transtorno por Déficit de Atenção (TDA) não ser um transtorno, verdadeiramente falando, mas segundo o argumento esboçado, uma condição consequente de uma grande gama de informações que se perde na modorrenta e anacrônica sala de aula. Um dado interessantíssimo levantado pelo apresentador é que no jardim de infância, 98% (se bem me lembro) das crianças são diagnosticadas com Q.I. de "gênio" e após, apenas(!) 5 anos, a taxa cai para, no máximo, 15%. Evidente que esses números têm que ser conferidos. Estanho que Q.I. caia assim por fatores meramente ambientais (série de estudo), mas de qualquer forma fica a suspeita de que haja uma 'moda' ou corrente que diagnostique casos de dispersão de foco ou atenção com base em um viés cultural. Volto a dizer, se é que os dados apresentados são corretos e/ou fidedignos. Mais, a demonstração do crescimento do 'transtorno' (déficit de atenção) em direção à costa leste (onde haveria mais centros de estudo nessas patologias) é interessantíssimo (assim como vale a piada sobre Oklahoma). Agora o que mais me interessou foi saber que lá, a oposição ao modelo educacional "contra o sistema", o que seria aqui equivalente ao discurso de esquerda é contra a padronização e uniformização do ensino, sem artes, sem criatividade -

 - Inteligência Divergente -, enquanto que aqui, nossa oposição ao sistema reza a cartilha centralista, planificadora, totalitária do sistema curricular unificado (para um país tão diverso, tão variado etc.). Vejam que mesmo caindo o PT (ainda que temporariamente) o novo governo (em parte, novo...) ainda mantém a perspectiva da construção de uma anacrônica Base Nacional Curricular Comum, a BNCC. Até no discurso de "oposição ao sistema educacional", nossa Esquerda é paleolítica.



Cf. Public "Education" has become indoctrination and distraction https://youtu.be/6jZHNjc4Xk0 via @YouTube



Jordan Peterson: How to Combat Indoctrination of Students in the Educati...

Negócio é escrever sobre temas sociais com preocupação ética, como a diferença salarial entre homens e mulheres alegando tudo como "culpa do patriarcado", ou maus tratos às crianças como "culpa do patriarcado". O que Jordan PETERSON acusa é a formação ideológica de professores doutrinados que serão doutrinadores por excelência levando este tipo de raciocínio obtuso e explicação conveniente a todas as esferas midiáticas até que se crie leis - LEIS - para coibir as supostas diferenças com artifícios que se não são paliativos escondem os fatores das reais diferenças. Se cria uma realidade distópica a partir de uma imaginação utópica, coisa orwelliana mesmo. 



Confira o vídeo:



Pat Condell Estraçalha Jovens Vassalos da União Européia (Legendado PT-BR)

Programa nacional do PTB - 25/5/2017


O que eu sempre quis ouvir de um partido no Brasil está aqui:





Mas nunca pensei que viesse de um partido de ESQUERDA!!!
AH AH AH, se continuar assim, tem muito partido "de direita" por aí que ficará a ver navios...
Como disse o grande reformador da China, que a alçou a um patamar de liberdade econômica, mas ainda não social... DENG XIAO PING:
Não importa a cor do gato o que importa é que ele cace os ratos..