sexta-feira, dezembro 18, 2020

G&G NEWS 18/12/2020

🌎 🌍 🌏 G&G News

18 DEZ. 2020

🇺🇸 Biden nomeia deputada indígena para cargo de secretária do Interior.

🇺🇳 Embarcação fantasma com mais de 600 kg de cocaína é encontrada à deriva na costa das Ilhas Marshall.

🇸🇪 Rei da Suécia diz que país falhou na estratégia de combate à Covid-19.

🇪🇺 União Europeia decide que animais devem ser sedados antes do abatimento.

🇪🇸 Câmara dos Deputados da Espanha aprova projeto que descriminaliza a eutanásia.

🇯🇵 Hospitais do Japão suspendem tratamentos eletivos para evitar colapso na pandemia.

🇺🇸 Americanos acusados de elaborar plano para sequestrar governadora de Michigan viram réus.

🇺🇸 Neve cobre o nordeste dos EUA.

🇳🇬 Boko Haram liberta 344 estudantes na Nigéria, diz governo à emissora.

🇫🇷 Marroquino é condenado à prisão perpétua por tentativa de ataque a trem francês em 2015.

🇸🇪 Ministra sueca será nova presidente de comitê consultivo do FMI.

🇺🇸 Comitê dá sinal verde para aprovação da vacina da Moderna nos EUA; agência deverá autorizar.

🇫🇷 Presidente da França testa positivo para covid-19 e fica em isolamento. (jrmunews)

🎥 #Rússia 💥

Uma explosão ocorreu na sequência de um acidente ocorrido na região de Kumtorkala, no Daguestão. Uma pessoa morreu.

https://t.me/RebeccaRambar/1632

🇨🇳 vs 🇦🇺 Escritor australiano será julgado na #China por acusações de espionagem

As relações diplomáticas entre os dois se deterioraram depois que a China impôs represálias comerciais em resposta ao apelo de investigação COVID-19 da #Austrália.

🇦🇺 e 🇳🇿 Austrália não relata mortes de COVID-19 no terceiro dia, ponto de acesso enfrenta mais bloqueio

A vizinha #NovaZelândia relatou quatro novos casos no sábado, todos os viajantes que retornaram em quarentena

🇳🇿 Priyanca Radhakrishnan torna-se a primeira ministra de origem #indiana da Nova Zelândia

🇦🇺 Forças especiais australianas mataram ilegalmente 39 pessoas no #Afeganistão: relatório militar

A Austrália lançou o inquérito em 2016, em meio a relatos de delatores e na mídia local sobre a alegada morte de civis desarmados

🇳🇿 Nova Zelândia declara emergência #climática e promete governo neutro em #carbono até 2025

A Nova Zelândia se junta a outros 32 países, incluindo #Japão, #Canadá, #França e #GrãBretanha, que declararam emergência climática (asianage.com)

🇺🇸 🇩🇪 🇨🇳 Agências de inteligência dos #EUA e da #Alemanha afirmam que #softwares fiscais impostos pelo governo da #China estão infectados com um malware espião. Beijing nega. 

🇧🇴 A oposição ao #MAS (Movimento pelo Socialismo) não conseguiu formar uma coalizão e desistiu da frente única para concorrer às eleições regionais de 2021 na #Bolívia. Os partidos não conseguem entrar em consenso.

🎣 🇪🇺 #pescaria #UE deve falhar em suas metas de sustentabilidade após acordo de cotas de pesca

Os estados membros culpam a incerteza sobre o #Brexit como motivo para a violação dos limites do próximo ano. 

🇫🇷 #França #Terrorista por trás do ataque frustrado do trem #Thalys em 2015 recebe prisão perpétua

Ayoub El-Khazzani foi contido por três viajantes dos EUA após abrir fogo a bordo do trem francês.

🇲🇽 Uma mãe vigilante passou cinco anos em uma missão semelhante a dos Taken para caçar os assassinos de sua filha, mas quando ela os encontrou, a tragédia aconteceu.

Assim como o personagem de Liam Neeson no filme de 2008, Miriam Rodriguez, do #México, usou armas, identidades falsas e até disfarces para caçar os homens que sequestraram e assassinaram seu filho.

O Sun relata que, em 2012, a filha de 20 anos de Miriam, Karen Alejandra Salinas Rodríguez, desapareceu. 

🇦🇺 O extremismo de extrema direita aumentou no ano passado em resposta ao tratamento da #pandemia de coronavírus pelos governos federal e estadual, disse um especialista.

Em um artigo para The Conversation, Kaz Ross, da Universidade da Tasmânia, observou que a agência de segurança nacional da #Austrália, #ASIO, alertou que grupos de extrema direita estavam explorando a pandemia para expandir suas operações.

Em setembro, a ASIO revelou que até 40 por cento de seus esforços de contraterrorismo eram agora direcionados a atividades extremistas de extrema direita, um aumento de 10 para 15 por cento antes de 2016. 

🇨🇺 #Cuba atrai US $ 1,9 bilhão em investimento estrangeiro, apesar das sanções dos #EUA

A quantidade de capital estrangeiro atraído foi um pouco mais do que US $ 1,7 bilhão no ano passado, disse o ministro do Comércio, Rodrigo Malmierca, chamando isso de um feito, apesar das circunstâncias. 

🇸🇴 vs 🇰🇪: As relações diplomáticas #Quênia-#Somália foram rompidas nas últimas semanas, com o último culpando o Quênia de se intrometer em seus assuntos políticos internos.

A Somália ordenou na segunda-feira que todos os seus diplomatas no Quênia partissem em sete dias, ao mesmo tempo em que ordenou que os diplomatas quenianos se demitissem no mesmo período. 

🇵🇭 MANILA: O Banco Mundial disse na quinta-feira (17 de dezembro) que seu conselho havia aprovado dois projetos no valor de US $ 900 milhões para apoiar os esforços das #Filipinas para se recuperar da #pandemia de COVID-19, melhorar a competitividade e criar resiliência contra choques e #desastres naturais. 

++#Butantan recebe nova remessa de 2 milhões de doses da CoronaVac (Reuters)

🔗 https://ift.tt/3p0H1p1

Cientistas pedem volta de medidas duras de #distanciamento contra #Covid19

🇮🇷 O #Irã anuncia a apreensão de mais de 5 toneladas de #drogas na província de Teerã ocidental.

A apreensão foi feita durante a interceptação de um caminhão cujos pneus foram disparados pela polícia para imobilizá-lo.

Os produtos foram incinerados.

🇮🇶 #Iraque: as forças #curdas divulgaram um vídeo que supostamente mostra um ataque a uma instalação do exército #turco na área de #Haftanin, no norte do Iraque, usando #drones e bombas caseiras. 

#Ucrânia 🇺🇦 🤼 Tetiana Rizhko, lutadora ucraniana, conquistou a medalha de ouro na Copa do Mundo Individual, realizada na Sérvia,@unian_en escreve.

🥈 Além disso, a seleção feminina ucraniana conquistou seis medalhas e ficou em segundo lugar na classificação por equipes: bit.ly/38smLpN

🇪🇦 O Tribunal Constitucional da #Espanha decide que a indignação com a bandeira não é protegida pela liberdade de expressão. Ocorre quando é negado provimento a um recurso de condenação de um sindicalista que queimou a bandeira, p.ex.

🇺🇸 De 19 a 25 de novembro, uma média de 979.983 pessoas passaram pelos pontos de controle do aeroporto diariamente. Embora seja a maior média de sete dias desde meados de março, é 59% menor do que a média diária de 2,4 milhões durante a mesma semana em 2019. #EUA #aeroportos

usfct.org/02def

🇺🇦 ⚰️ Hennadiy #Kernes , antigo prefeito de #Kharkiv , morreu devido a complicações causadas por #COVID19 ,@Ukrinform_News relatórios.

😷 Ele estava em tratamento anti-#COVID em Berlim desde meados de setembro:bit.ly/37sa1QH #Ucrânia

GENTE DE VALOR

O que é uma liderança que valoriza a vida ao invés de mortes?

A Nova Zelândia comprou tantas doses de vacina que vai distribuir para países vizinhos. Controlaram a pandemia tão bem que REDUZIRAM a mortalidade em uma pandemia. Sem cloroquina e economia subindo. ❤️ Jacinda Ardern

@oatila

NOSSO PAÍS DO ANO:

🇲🇼 #Malawi, onde as pessoas defenderam a democracia 🏆👏 

HOJE NA HISTÓRIA

18 de dezembro de 2007 — ONU criou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

O QUE É O AUTISMO?

O autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

Segue em: O que é autismo? https://shar.es/aotrxr via @RevistaAutismo




domingo, novembro 22, 2020

O retorno às aulas será feito de modo eficaz e seguro?

 

Funcionário dedetiza sala de espera de posto de saúde no Recife (Foto: Chico Bezerra/Prefeitura de Jaboatão). Teremos o mesmo procedimento de segurança nas escolas?

“‘Nas classes sociais mais vulneráveis as escolas cumprem importante papel de acolhimento e suporte às crianças e aos adolescentes, além de liberar os demais membros da família para que possam cumprir com seus compromissos profissionais. Nossa preocupação é fazer tudo dentro do mais absoluto rigor das normas sanitárias’, afirma.”

Maravilha, mas… uma pergunta de quem não quer calar: o distanciamento interno à sala de aula, como é feito nos países onde as aulas não pararam e/ou retornaram, vai ser adotado? E isto implica em menos alunos por sala.

Teremos acesso à enfermaria ou enfermeiro de plantão com acesso rápido?

As máscaras serão mantidas em crianças de 5 anos, que são obrigadas por força de lei, a frequentar escolas? (Boa oportunidade para discutir o homeschooling ou um sistema misto.)

E esta eu quero ver: o monitoramento da temperatura na porta da escola vai ser observado em escolas públicas onde as mães e pais que deixarão seus filhos têm horários a cumprir e não poderão retornar com elas para casa, caso haja alguma elevação da temperatura ou sinal de estar febril?

E se for em escolas particulares, nas quais os pais sequer descem dos carros e as filas são formadas com veículos passando e descarregando crianças, como farão? O que fará o “tio” da van que deixa várias crianças na porta da escola, se uma delas for percebida com febre, dará meia volta e a levará de volta para seu condomínio?

E, não custa perguntar, como as mães zelosas, que não são meros profissionais autônomos, mas juízes e procuradores e promotores irão reagir se suas crianças forem obrigadas a permanecer em casa durante uma semana, após o retorno às aulas, caso sejam detectados sinais de temperatura alta? Porque, pela minha experiência, é fácil ser intimidado neste país.

Retorno SIM, mas com regras aplicadas EFETIVAMENTE para todos e não apenas, como já é tradicção neste país, para inglês ver.

Sobre: Retorno das aulas presenciais em Santa Catarina é autorizado https://omunicipio.com.br/retorno-das-aulas-presenciais-em-santa-catarina-e-autorizado/ via @O Município

Imagem (fonte): https://voxms.com.br/pandemia/ibope-83-da-populacao-defende-o-uso-de-mascaras/

quinta-feira, novembro 05, 2020

Biden vs. Bolsonaro

 Escute o episódio mais novo do meu podcast:  

Biden vs. Bolsonaro https://anchor.fm/anselmo-heidrich/episodes/Biden-vs--Bolsonaro-em2dhv


Jair Bolsonaro não entende as declarações de John Biden e sua predileção por um dos candidatos prejudica em muito as relações saudáveis e pragmáticas  que deveriam existir entre estados.

terça-feira, novembro 03, 2020

Porque eu rejeito Donald Trump

 Há várias razões porque rejeito #DonaldTrump, mas o principal está na política externa e na geopolítica, o que não é um problema secundário, frente à situação doméstica dos EUA. É algo fundamental ao seu desenvolvimento e equilíbrio internacional.


Escute o episódio mais novo do meu podcast: Porque eu rejeito Donald Trump https://anchor.fm/anselmo-heidrich/episodes/Porque-eu-rejeito-Donald-Trump-elvun8

terça-feira, outubro 27, 2020

Opinião no Ar (27/10/20) | Completo

A jornalista Amanda trouxe questões pertinentes. Mas aquela do ovo... É pacabá! Então, "a construção do conhecimento na medicina é progressiva"? E qual ciência não é? Ou seja, já que questionaram a validade da pergunta da jornalista e ainda vieram com papo de "obrigar". Há outras vacinas que são obrigatórias e nem por isso vem um policial na tua porta te fincar onde o senador depositou 30.000. Mas já que o assunto virou política, saca essa: o mesmo estado que não pode te obrigar à vacinação, é o estado que pode impor sanções a quem não se vacinou, como não emitir passaportes, não autorizar matrículas em escolas públicas, não permitir alistamento militar etc.


E mais um monte de desinformação, como a citação sobre a Suécia, cujo gerenciador da saúde reconheceu seu erro, inclusive, sabendo que morreram mais pessoas desnecessariamente. 

E a principal questão olvidada: não se trata da letalidade do vírus, mas da sobrecarga do sistema de saúde. Todos epidemiologistas sabem disso. 

quarta-feira, outubro 21, 2020

Legalizar a maconha resolve ou gera mais problemas?

 Há uma consideração frequentemente ignorada por liberais ou socialistas que defendem a legalização: as externalidades negativas. É sobre elas que falo aqui, baseado em estudo empírico.


Escute o episódio mais novo do meu podcast: Legalizar a maconha resolve ou gera mais problemas? https://anchor.fm/anselmo-heidrich/episodes/Legalizar-a-maconha-resolve-ou-gera-mais-problemas-elceqv

terça-feira, outubro 20, 2020

Eleições na Bolívia sinalizam a venezuelização da América Latina?

 Acredito mais em um movimento de inércia no subcontinente latino-americano do que uma mudança real, seja para Esquerda ou para a Direita. Ouça e entenda porquê.


Escute o episódio mais novo do meu podcast: As eleições na Bolívia sinalizam a venezuelização da América Latina? https://anchor.fm/anselmo-heidrich/episodes/As-eleies-na-Bolvia-sinalizam-a-venezuelizao-da-Amrica-Latina-elbg3o

terça-feira, outubro 13, 2020

Acordo Mercosul-União Europeia vai pelo ralo


Nosso governo conseguiu, por pura incompetência e falta de comunicação entre seus ministérios, jogar fora o que seria um acordo histórico para o desenvolvimento econômico brasileiro.

sábado, setembro 19, 2020

O Impacto das Eleições Bielorrussas para a Rússia e para a Ucrânia


 Dia nove de agosto passado foram realizadas eleições presidenciais na Bielorrússia e, mais uma vez, o atual Presidente, Aleksandr Lukashenko, venceu com 80% dos votos. Lukashenko, que é Chefe de Estado desde 1994, foi diretor de fazenda coletiva quando a nação ainda era uma república soviética. Sua campanha foi pautada em uma plataforma anticorrupção e a política econômica de seu governo tem foco na redução do desemprego através da estatização e resistência às reformas. Até os símbolos soviéticos são preservados e as tentativas de constituir um idioma bielorrusso como oficial já foram rejeitadas por ele.

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Aleksandr Lukashenko, em 2015, na reunião dos BRICS.

Apesar das baixas taxas de desemprego e garantia de estabilidade econômica, os métodos de governo de Lukashenko já incluíram violações dos direitos humanos. Lukashenko também dissolveu o Parlamento em 1996, que lhe fazia oposição, alterando a Constituição do país quando lhe fosse conveniente, o que ocorreu com duas Emendas:

· Em 1996, ampliando seu mandato de 1999 até 2001;

· Em 2004, em Referendo que alterou a lei, acabando com o limite para o Presidente reeleger-se.

“A possibilidade de restringir o direito à informação” também foi incluída na Constituição com o objetivo de “proteger a honra, a dignidade, a vida privada e familiar dos cidadãos e a plena implementação dos seus direitos”.

Ele também privilegia os serviços de segurança e concentra o poder de modo que não há na Bielorrússia uma elite empresarial que contrabalance o poder de Estado, como os chamados “ oligarcas “ na Rússia ou na Ucrânia. O país é, apesar de tudo, apontado como menos corrupto que a Rússia e Hungria pela Transparência Internacional. Na política externa, Lukashenko não se comporta como títere de Moscou, tendo havido divergências ao longo da história recente entre ele e Vladimir Putin.

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Sviatlana Heorhieuna Tsikhanouskaia, a candidata de oposição às eleições presidenciais.

A candidata de oposição, Sviatlana Tsikhanouskaia, dona de casa e ex-professora de inglês, cujo marido, Serguei Tikhanovski, famoso blogueiro e um dos presos políticos do regime de Lukashenko, abandonou o país após as eleições por ter contestado seus resultados. A isto se somou uma onda de protestos que sacode a Bielorrússia há semanas, com milhares de participantes nas ruas exigindo recontagem dos votos de uma eleição que não contou com observadores externos e não tem resultado reconhecido pela União Europeia.

Com a promessa de liberação de todos presos políticos, caso vencesse o pleito, Tikhanovskaya atraiu a forte oposição governamental. Como a candidata recebeu de 70% a 80% dos votos em algumas assembleias, isso gerou desconfiança em relação ao resultado final e os protestos começaram. Já faz um mês e as manifestações pacíficas continuam, enquanto que a repressão governamental recrudesce, levando à prisão de centenas de pessoas. É difícil prever o que irá ocorrer, pois, sem apoio de grupos econômicos ou políticos específicos não há uma direção clara para onde os acontecimentos deverão rumar, o que guarda grande diferença do ocorrido na Ucrânia, em 2014.

Bielorrússia e Rússia

As relações entre Bielorrússia e Rússia têm a geografia como base e condicionante marcantes. A neutralidade do país sempre foi estratégica para a OTAN, mas não é segura suficiente para a Rússia. Distante cerca de 450km em linha reta e apenas 705km por estrada, a fronteira oriental bielorrussa é bastante próxima de Moscou para inspirar ameaça, caso o posicionamento geopolítico de Minsk penda para o ocidente, mais especificamente, para a União Europeia e a OTAN.

Se a Bielorrússia integrasse a União Europeia e, em um segundo momento histórico, a OTAN, não teríamos um ataque iminente, mas, aos olhos de Moscou, um grande salto estratégico da aliança ocidental ao desequilíbrio de seu poder de dissuasão. Para entendermos melhor o que significa isto, vejamos a análise que faz George Friedman sobre a recente situação na Ucrânia: “A questão não é se a OTAN ou os EUA pretendem atacar; mas com o passar do tempo as intenções mudam. A Rússia, como qualquer país, não tolera cursos de ação que possam eventualmente ser usados contra ela. Na verdade, o movimento da OTAN para o leste, e particularmente pelos americanos, criou ameaças à Rússia a partir do Báltico e da Ucrânia. Se a Ucrânia fosse integrada a uma coalizão liderada pelos EUA e totalmente armada, forças hostis estariam a menos de 1.100 quilômetros de Moscou. A Rússia não poderia tolerar isso, portanto tomou a Crimeia, colocando-se em posição de ameaçar o território ucraniano e bloquear seus portos, e despachou forças de operações especiais para o leste da Ucrânia para desencadear um levante pró-Rússia. A revolta falhou, mas, mesmo assim, efetivamente dividiu a Ucrânia o suficiente para forçar o governo central em Kiev a recuar da fronteira com a Rússia”.

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Mapa com bandeira da Organização do Atlântico Norte (OTAN), em 2020.

Independente de as ações preventivas e de intervenção nos vizinhos não se justificarem, para a política externa russa se trata de uma ameaça. Convenientemente, Minsk vê aí um ponto fraco em Moscou e percebe seu peso para a barganha política. Por se tratar de um país territorialmente muito próximo, com um governo não alinhado à Moscou, mas sem posicionamento necessariamente pró-ocidental, o envolvimento russo iria ocorrer, conforme se abrisse alguma possibilidade para tanto.

Belarus* ou Bielorrússia, como é mais conhecida no Brasil, é uma das ex-repúblicas soviéticas que se tornaram independentes em 1991, cujo governo não seguiu a trilha da mudança das ex-repúblicas soviéticas e demais países na antiga órbita de Moscou na Europa Central. Em uma breve retrospectiva, as relações com a Rússia se tornaram difíceis a partir dos anos 2000, quando iniciam os mandatos presidenciais de Putin. Minsk não cedeu aos planos ambiciosos de incorporação de sua economia por oligarcas russos, o que levou Moscou a usar sua principal arma: o aumento do preço de seu gás. Embora bem menor do que o preço aos países europeus (67%), foi o suficiente para abalar a economia do país. Quando Minsk protestou, Moscou simplesmente cortou o fornecimento, forçando a Bielorrússia a importar combustível da Venezuela, durante o governo Chávez, e do Irã, no governo Ahmadinejad, o que obviamente desagradou a Putin.

A ausência de uma elite empresarial bielorrussa com a qual, indiretamente, permitisse o controle nacional por Moscou, e a negativa de Minsk de permitir a incorporação de seus ativos pelos oligarcas russos, colocou as duas capitais em rota de colisão diplomática. Aliado a isso, a situação internacional, com as sanções impostas à Rússia pelo Ocidente em função do conflito com a Ucrânia fizeram com que Moscou tivesse perdas financeiras e passasse a tratar a Bielorrússia com menos tolerância, o que levou à retirada de subsídios na compra de combustível.

Com o recrudescimento das tensões, a participação da Bielorrússia na União Euroasiática** em 2015, organização formada por alguns dos ex-Estado Membros*** da antiga União Soviética, amenizou as relações com Moscou. Minsk participou como um dos fundadores da União Euroasiática, promovida pela Federação Russa, no que Putin propõe uma união entre Rússia e Bielorrússia, mas não sem impor exigências e condições devidamente rejeitadas por Lukashenko. Algumas das exigências alinhavavam o controle de Moscou sobre o território bielorrusso, como permitir a privatização de setores estratégicos para oligarcas russos e apoiar todas as decisões de Moscou na política externa. Após isso, ficou claro para a Rússia que a Bielorrússia não se dobraria facilmente e passou a tratá-la como qualquer outro país. Todas as concessões russas, como petróleo e gás subsidiado passariam a ser pagos a preço de mercado por Minsk ou, do contrário, sofreriam sanções econômicas. Consequentemente, essa animosidade entre os Estados levou a disputas mais acirradas pelo preço dos combustíveis, além de causar sérios danos às relações entre ambos com a subsequente deterioração nos anos seguintes, 2016 e 2017.

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Mapa com os países-membros da União Econômica Eurasiana (EAEU, na sigla em inglês)

– A lição ucraniana

O cerne da divergência de Minsk com Moscou era a atuação russa na Ucrânia, particularmente, a questão da Crimeia. Declarações entusiásticas de apoio à Ucrânia, feitas por Lukashenko, aumentaram as divergências entre Rússia e Bielorrússia. Voluntários bielorrussos lutaram no leste da Ucrânia contra forças insurgentes apoiadas pela Federação Russa. Acordos militares para construção de mísseis foram realizados entre Minsk e Kyiv e Lukashenko declarou apoio à investidura de Petro Poroshenko, ex-presidente da Ucrânia e membro do Solidariedade Europeia, partido pró-União Europeia. Outra das demandas de Moscou era a instalação de uma base militar sua no território bielorrusso, o que gerava receios por parte de Minsk, com a lembrança clara de que o mesmo sucedeu na Ucrânia, através da manutenção do porto de Sebastopol na península da Crimeia, para permitir o acesso estratégico ao Mar Negro, mas cuja península inteira fora anexada em 2014.

Essa incompatibilidade de projetos políticos já causara um bloqueio econômico aos produtos bielorrussos por parte de Moscou, alegando “ não terem qualidade “, o que foi um golpe duro, uma vez que 88% das produções agrícolas e 69% das industriais do país se destinam à Rússia. Não restou alternativa à Minsk a não ser buscar apoio com a União Europeia, em troca de uma distensão na repressão e liberação de presos políticos. Paralelamente, com as relações Minsk-Moscou se deteriorando, a aliança militar entre os dois países passa a ser questionada, surgindo daí uma afinidade de propósitos entre Minsk e Kyiv.

Bielorrússia e Ucrânia

Antes das eleições, as relações entre Minsk e Kyiv eram promissoras. Em operações durante as enchentes que assolaram o oeste da Ucrânia, a Bielorrússia enviou um comboio de ajuda humanitária à população atingida. Bielorrússia, Polônia e Ucrânia também têm empenhado esforços conjuntos para implantação de uma obra fundamental ao seu desenvolvimento, a hidrovia E40, que faz parte de um projeto de mais longo alcance, a Iniciativa Três Mares.

Outra aliança de mais longo alcance é a participação conjunta de ambos os países, Bielorrússia e Ucrânia, na Eastern Partnership (EaP), organização criada pela União Europeia, que congrega vários países da Europa Oriental, basicamente Estados pós-soviéticos, para adequação e futura admissão na organização ocidental.

Após as eleições bielorrussas de 9 de agosto passado, no entanto, a posição de Kyiv em relação ao país vizinho tem sido ambígua. Recentemente, a Bielorrússia se viu às voltas com cerca de 200 agitadores russos, o Grupo Wagner****, 33 dos quais foram presos e seriam extraditados para a Ucrânia, onde estavam envolvidos em operações ilegais no Donbass. Posteriormente, os wagneristas acabaram sendo entregues à Rússia.

Embora a posição oficial de Kyiv seja de apoio ao Presidente bielorrusso eleito, não houve declaração sobre as manifestações posteriores em Minsk e no país. Esta prudência governamental da Ucrânia tem sido estratégica, pois, até o momento, Lukashenko tem apoiado a posição ucraniana em suas disputas com a Rússia. O Parlamento ucraniano, por sua vez, bem como a sociedade civil têm sido entusiastas das manifestações bielorrussas, como se estas fossem um revival do Euromaidan em 2014. O desejo explícito de políticos anti-russos na Ucrânia é o de um enfraquecimento de Moscou com uma maior divergência de países vizinhos, onde se encaixaria a Bielorrússia, com ruptura nas relações externas entre Minsk e Moscou. Segundo o Instituto Varsóvia, “O atraso nas decisões das autoridades oficiais de Kiev mostra a ambiguidade das posições dos políticos ucranianos. No dia seguinte ao anúncio dos resultados eleitorais, os deputados do partido presidencial ‘Servo da Nação’ parabenizaram Lukashenko por sua vitória, e o chefe do clube parlamentar do partido, David Arachamia, disse que a Ucrânia deve permanecer neutra sobre o assunto, pois existe o risco de uma escalada do conflito militar do lado russo. Para ele, a ‘pausa’ anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores nas relações entre os dois países é a melhor prova da neutralidade da Ucrânia.Os deputados da oposição reagiram de forma diferente — numa altura em que o partido do ex-presidente Petro Poroshenko, ‘Solidariedade Europeia’, já condenava a agressão contra manifestantes na Bielorrússia um dia após as eleições presidenciais, e apresentava um projeto de lei sobre o não reconhecimento dos resultados oficiais, representantes do partido pró-russo ‘Bloco de Oposição’ apareceram na Verkhovna Rada da Ucrânia com a bandeira oficial da Bielorrússia. Eles enfatizaram que, desta forma, queriam ‘apoiar o sistema atual na Bielorrússia e condenar a vontade da oposição de mudar suas autoridades legais”.

Apesar de deter uma opinião oficial contra a repressão às manifestações, há uma grande diversidade de pontos de vista nos círculos políticos internos ucranianos. Mesmo dentro do próprio partido no poder, a Ucrânia é capaz de expressar sua oposição às ações das autoridades bielorrussas e, apesar das vozes pró-russas dentro do país, procura entrar em consonância com a opinião pública na União Europeia.

Cenários futuros

As manifestações pós-eleição no país, inicialmente pela recontagem dos votos, cresceram e se transformaram em manifestações contra o governo Lukashenko. Isolado, sem apoio ocidental e mesmo da maioria de países em situação similar perante a hegemonia geopolítica russa, a Bielorrússia foi levada a buscar apoio em Moscou. Motivo de críticas durante a campanha, a Rússia agora foi a grande beneficiária da crise que se instaurou no país. Sem chances de repetir a trajetória ucraniana, a Bielorrússia parece estar com seu destino atrelado à Federação Russa. O próprio presidente Lukashenko tem recorrido às teorias conspiratórias para justificar o movimento de oposição ao seu governo como um plano da OTAN para jogar seu Estado contra a Rússia.

A própria candidata de oposição, Tsikhanouskaia, foi quem disse ao adotar um tom neutro, que “a revolução na Bielorrússia não é uma revolução geopolítica”. Em suas palavras: “Não é uma revolução anti-russa nem pró-russa. Não é nem anti-UE nem pró-UE. É uma revolução democrática. A demanda dos bielorrussos é simples: uma eleição livre e justa”.

A pressão tem sido enorme para Lukashenko, o Presidente tem sido vaiado por operários, que considerava seus “ aliados naturais”, além de greves que têm irrompido pelo território. Por seu turno, propôs a realização de reformas constitucionais que permitam tirar o país da crise.

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Protestos em Minsk contra o governo Lukashenko

A Bielorrússia apresenta hoje uma massa crescente de descontentes com o regime, mas, como consequência do longo período que Lukashenko detém o poder, apresenta uma frágil oposição, assim como a ausência de uma classe empresarial com poder suficiente para influenciar a política nacional ao ponto de confrontar o Presidente.

Outro detalhe dessa crise é que a Rússia não interveio da mesma forma como o fez na Ucrânia. Uma intervenção explícita poderia ter efeitos contrários, como insuflar a oposição anti-russa, tímida, mas com potencial de crescer fundindo sentimentos nacionalistas com manifestações pró-democracia. O fato é que, no cenário externo, o papel do vizinho russo será definidor do que teremos para o futuro da Bielorrússia, mas cabe lembrar que a Federação Russa não é uma réplica atualizada da antiga União Soviética. A anexação territorial não deixou de existir, vide o recente caso da Crimeia, mas é menos frequente. Se antes existia um amplo domínio sobre seus aliados, que eram, na verdade, subordinados, a Rússia atual é muito mais calculista: seu apoio é amplamente condicional e sugere uma lógica da barganha.

Uma possível escalada do conflito, improvável, mas não impossível, levaria à interferência da OTAN e, por extensão, dos Estados Unidos. Moscou, bastante ocupada com manifestações políticas na periferia de seu território, adota uma postura mais cautelosa, negociando com lideranças antes adversas a sua influência, como Aleksandr Lukashenko. Washington, por enquanto, tem em seu menu de possibilidades um bloco mais desunido, com flancos expostos à sua influência.

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Notas:

Em 1991, o país adotou o nome Belarus,mas, na língua portuguesa, ele ainda é chamado, oficialmente, de República da Bielorrússia, que é uma transcrição literal do russo “Rússia Branca”.

** EAEU, na sigla em inglês, de Eurasian Economic Union.

*** São integrantes da União Econômica Euroasiática (UEE), a República da Armênia, a República da Bielorrússia, a República do Cazaquistão, a República do Quirguistão e a Federação Russa.

**** Empresa militar privada que coopera com o Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo.

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Fontes das Imagens:

Imagem 1 “Colagem com as bandeiras da Rússia, Bielorrússia e Ucrânia, respectivamente  Adaptação das imagens produzidas por Nicolas Raymond” (Fonte):

http://freestock.ca/flags_maps_g80-russia_grunge_flag_p1032.htmlhttp://freestock.ca/flags_maps_g80-belarus_grunge_flag_p1101.htmlhttp://freestock.ca/flags_maps_g80-ukraine_grunge_flag_p1080.html

Imagem 2 Aleksandr Lukashenko, em 2015, na reunião dos BRICS”(Fonte):

http://kremlin.ru/events/president/news/49888/photos

Imagem 3 Sviatlana Tsikhanouskayacandidata de oposição à eleição presidencial bielorrussa em 2020” (Fonte):

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sviatlana_Cichanowskaja_Vitebsk_01.jpg

Imagem 4 “Mapa da OTAN, com o símbolo da organização, 2020” (Fonte): 

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flag_map_of_NATO_Countries_(Europe).png

Imagem 5 “Mapa com os países-membros da União Econômica Eurasiana (EAEU, na sigla em inglês)” (Fonte): 

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Eurasian_Economic_Union_member_states_map.png

Imagem 6 “Protestos em MinskBielorrússia, contra o governo Lukashenko” (Fonte):

https://pixabay.com/photos/minsk-belarus-protest-capital-5512944/ 

quinta-feira, setembro 17, 2020

A Iniciativa Três Mares e a Hidrovia E40

 


Em 2016, Croácia e Polônia lideraram a criação da Iniciativa Três Mares ( Three Seas InitiativeTSI ou 3SIunindo 12 países europeus dos mares Báltico, Negro e Adriático. Estes países — Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Áustria, Hungria, República Checa, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Romênia e Bulgária — têm por objetivo a realização de projetos conjuntos em inovação e desenvolvimento de infraestrutura.

A ideia de integração é antiga, data das décadas de 20 e 30 do século passado (Século XX), mas foi abortada devido à divisão imposta pela conjuntura da Guerra Fria e a oposição leste-oeste predominou em detrimento da cooperação norte-sul (que faria a integração hidroviária entre os mares). Mesmo com o fim da Guerra Fria, a maioria das pessoas estava acostumada a pensar no leste europeu em duas classes de países, desintegradas, as ex-repúblicas iugoslavas e os Bálcãs em geral e as nações do Norte que desempenharam uma transição mais bem-sucedida em direção a uma economia de mercado, sem ver, no entanto, que a integração regional daria força à própria transição e redução dos poderes autocráticos que ainda persistem em alguns partidos e governos.

O Projeto

Esse projeto já é bem antigo, foi idealizado por um líder político polonês do Entre-Guerras, Józef Piłsudski, em criar uma organização com nações para fortalecer-se frente Alemanha e Rússia, mas que por rivalidades nacionais entre esses mesmos países nunca avançou. A 3SI também é vista como alternativa de poder entre a OTAN, a União Europeia e o chamado Grupo de Visegrado*, criado em 1991, por quatro ex-membros do bloco socialista, Polônia, República Checa, Eslováquia e Hungria.

O atual Intermarium (literalmente, “ entre os mares”) é a base física de um megaprojeto que pretende unir diversas nações com uma característica geográfica comum, a de estar entre o leste europeu, representado pela Rússia, e o Oeste, no qual as nações mais desenvolvidas da Europa que originaram o mercado comum e depois a própria União Europeia se encontram. A outra característica é geopolítica, sua posição central seria palco de objetivos comuns que apontam para uma autonomia em relação a poderes hegemônicos antagônicos, a OTAN e o Pacto de Varsóvia no passado, e, atualmente, entre a própria OTAN e a Federação Russa.

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De concreto, para sua realização está em andamento a realização da hidrovia E40. Trata-se de um projeto transnacional que irá se estender por 2.000 km do Mar Báltico ao Mar Negro, passando pela Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, conectando os portos polonês Gdansk e ucraniano Kherson. Os rios Vístula, Bug, Mukhavets, Pina, Pripyat e Dnieper serão integrados, com realização de canais, represas, eclusas e dragagem ao longo da sua rota, para possibilitar a passagem de embarcações fluviais e marítimas. A maior parte dos investimentos, 12 bilhões de euros**, será destinada ao trecho polonês Vístula — Brest e a seção bielorrussa foi estimada em 150 milhões de euros***.

Benefícios da Hidrovia

Em primeiro lugar, a pacificação da região. Não que exista algum conflito iminente, o que não é o caso, mas sempre que há alguma integração física, de infraestrutura, a interdependência entre os membros serve como um bom fator de dissuasão de conflitos, ainda mais armados.

O projeto visa a integração econômica de vários países, além da redução da dependência do fornecimento de energia da Rússia e criação de um corredor de transporte, comunicações e energia no sentido norte-sul na Europa Central e Oriental. São vários projetos multilaterais para benefício da região, e outros bilaterais, de menor alcance:

Energia

· Conexão de gás entre Polônia e Lituânia;

· Integração e sincronização do sistema elétrico dos países bálticos com outras nações europeias;

· Corredor de transmissão de gás romeno-húngaro-eslovaco;

· Diversificação das fontes de fornecimento e infraestrutura de gás e implementação de um duto de gás dos países bálticos e interconexão fronteiriça entre Polônia e Eslováquia, e Polônia e Ucrânia;

· Gasoduto do Adriático;

· Terminal na Ilha de Krk (Croácia).

Digital

· Transporte de Stock Change na região de abrangência do 3SI;

· Plataforma digital para monitoração das bases hidrográficas;

· “ U-space “, espaço de baixa altitude como um novo campo da economia. Central European Drone Demonstrator (CEDD);

· A “ rodovia digital “ 3SI;

· 3SI marketplace;

· Soluções interoperacionais para um setor energético sustentável e digital;

· Fórum “ Smart City “ para a Região da CEE;

· Campo de testes ZalaZONE, para novas tecnologias, veículos elétricos etc.

Transporte

· Conexão Norte-Sul — Rede de Transporte Trans-Europeia (Trans-European Transport Network, TEN-T);

· Via Carpatia;

· Viking Train;

· Rede de Transporte Trans-Europeia Báltico-Adriático;

· FAIRway Danube — medidas de reabilitação da navegabilidade e sustentabilidade do rio Danúbio;

· Ferrovia Báltica;

· Rail-2-Sea: “ modernização e desenvolvimento da ferrovia Gdansk (PL) — Constança (RO) “ (uso dual civil-militar);

· Amber — corredor de frete ferroviário;

· Via Báltica;

· Conexão Danúbio-Oder-Elba;

· Seção da hidrovia do rio SAVA entre Jaruge-Novi Grad.

Quem apoia

O projeto de ligação hidroviária E40 entre os mares Báltico e Negro, proposto pelo primeiro-ministro ucraniano Alexey Goncharuk, integrando nações como Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, tem um enorme potencial de desenvolvimento regional. Ele está avançando e representa o futuro da autonomia de uma região que oscila entre as órbitas políticas de Bruxelas e Moscou, mas tem, igualmente, a capacidade de gerar divergências e conflitos entre os poderes de leste a oeste no continente europeu.

A ideia hibernou por conta das vicissitudes políticas do passado, mas ressurgiu após 8 décadas na Croácia, em Dubrovnik, em agosto de 2016. Em reunião realizada em Varsóvia no dia 6 de julho de 2017, o Presidente americano, Donald Trump, asseverou o apoio dos Estados Unidos à iniciativa de integração, não se limitando à instalação de infraestruturas de comunicação, transporte e energia, mas também como força política.

Quem contesta e porque contesta

Há movimentos ambientalistas contra, em defesa das áreas úmidas, pantanosas, das planícies fluviais entre os mares Báltico e Negro. Para concretização da E40, se fazem necessárias dragagens desses rios e a hipótese, temor na verdade, é de que vários ecossistemas sejam restritos e afetados, devido à operação e o revolvimento do lodo no leito dos rios que contém lixo radioativo (na área de Chernobyl), o que poderia contaminar a água de milhões de pessoas.

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Apesar da União Europeia já ter desistido de apoiar a operação, os governos ucraniano e bielorrusso já concordaram em fazer a dragagem dos rios Dnieper e Pripyat para formação da hidrovia. Uma campanha pela defesa do rio Pripyat e da região da Polésia na Polônia diz: “A Stop E40 é uma campanha pública contra a construção da hidrovia E40, que será lançada nos rios da Polônia, Bielorrússia e Ucrânia. Os desenvolvedores do projeto consideram que o E40 se tornará uma nova estrada comercial que conecta portos do Mar Báltico e do Mar Negro, atrairá investimentos para a região e criará novos empregos. Somos uma coalizão ambiental, achamos que esse projeto está mal adaptado, não faz sentido econômico e que a construção do E40 se tornará uma catástrofe para a região única da Polésia Bielorrússia, bem como para os territórios naturais da Polônia e da Ucrânia. Trata-se de um projeto de construção de uma rota marítima de mais de 2.000 km que será percorrida por Visla, Pripyat e Dnieper e conectará o Mar Báltico e o Mar Negro. (…) Pripyat é um dos maiores rios não impactados da Europa. Este é o único rio da Bielorrússia que flui na direção leste, que define seu ecossistema único. Na planície de inundação do rio, 1,5 milhão de aves ressurgem durante as migrações. No total, mais de 90% do número total de aves na Bielorrússia são registrados habitando a Polésia. A hidrovia E40 terá seu impacto no território natural mais valioso da Bielorrússia: Parque Nacional Pripyatsky, Reserva Ecológica e de Radiação Polésia, 11 reservas republicanas e seis reservas locais. 12 delas são de importância internacional”.

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Outra vertente de oposição à construção da hidrovia E40 vem da geopolítica internacional. Há quem veja nesta conexão entre os mares Báltico e Negro uma ameaça à existência da própria Rússia. Para o analista político Andrei Okara: “A ideia de conectar esses mares existe desde o início do século XX. É bastante popular na Polônia, Bielorrússia e Ucrânia. Mas na Rússia essa ideia é vista como extremamente hostil aos interesses geopolíticos e geoeconômicos do país. Além disso, a ideia de conectar os mares é percebida como uma ameaça à existência da Rússia”.

Pode se entender o temor russo pela formação de uma espécie de “ cordão de isolamento” a sua expansão comercial a oeste. No entanto, o desenvolvimento preconizado pelos incentivadores do grupo Iniciativa Três Mares é de, justamente, não se tornar mais refém de uma interferência ocidental, representada pela OTAN, assim como pela Rússia, do ponto de vista político-militar, e, do ponto de vista econômico, não se tornar um conjunto de “ Estados de transição “ dependentes do apoio da União Europeia ou da Comunidade de Estados Independentes, dirigida pela Rússia.

Conclusão

A construção de um importante eixo hidroviário, reconhecidamente o meio de transporte mais econômico que há, além de integrar nações que oscilam e sofrem influências diversas, quando não antagônicas, como a União Europeia e a Federação Russa, é de suma importância. A própria Rússia, para sua sobrevivência e desenvolvimento econômico, está implementando um novo duto de transporte de hidrocarbonetos, que é o Nord Stream 2, com forte apoio da Alemanha para obter combustível acessível e barato ao desenvolvimento europeu. Da mesma forma, estas nações centro-europeias buscam seu desenvolvimento através da criação de nova infraestrutura.