Não se perca quando estiver falando sobre “crise ambiental”. Existem 2 DEBATES, DUAS SEARAS bem diferentes. Normalmente, estamos debatendo em um nível diferente da ciência de verdade e o que mais temos hoje em dia são charlatães que enganam os outros e a si próprios. Confira porque lendo o comentário abaixo…
Imagine um OVO, no qual a gema seja a hard science, física, climatologia, geologia etc. que com seus métodos discute o problema, o Aquecimento Global (AG) e procura comprovar se ele é ou não verdadeiro e se, especificamente, o Aquecimento Global Antropogênico (AGA) é que predomina e pior, quando começa um e termina outro. Para cada lado dessa contenda existe gente séria, que pesquisa de verdade.
Agora pense na clara, ela é a sociedade e na sociedade existem cidadãos, interessados ($$$) ou não, indiferentes e também pesquisadores de outras áreas (humanas) e políticos. Captou? Vamos começar pela parte científica, a ciência que estuda como esse conhecimento se formou através de interações e política é a Sociologia do Conhecimento. Quando um sujeito diz algo como “a ONU está por trás da tese aquecimentista” ele esboça, se for humilde, uma hipótese ou se for arrogante, um veredito. Mas em ambos os casos esquece que o grande chefe de estado que trouxe o AG como questão de segurança nacional foi ninguém menos que Margareth Hildah Thattcher (bugou a cabeça do direitista agora). Sim, isto mesmo. Mas depois a tese foi apropriada pela esquerda ao atribuir como grande culpado/causador, o sistema de produção capitalista. Eles se apropriaram falando mais do assunto, o que fez a direita burra? Se apequenou e passou a dizer “quem fala sobre isso é esquerdista”. Então, o primeiro passo para “confrontar” a tese é negá-la. Tu podes (e eu respeito) discordar expondo teus argumentos, mas simplesmente negar é covardia intelectual. Melhor é fazer como eu e dizer, “não sei, sou um ignorante da área”, o que sou mesmo. Agora, a direita se reapropriou do tema dizendo o seguinte, “eles querem que paremos de nos industrializar, por isso querem que criemos reservas” (Ricardo Felício é um dos que repete essa merda). Só que para quem não sabe, não é só país rico que pode “parar de produzir”. Na verdade, eles não param… Desde Kyoto funciona assim: todos temos cotas para produzir, mas seu eu produzo menos do que tenho disponível de espaço, eu vendo minha cota em determinado período (ano). Isto se chama Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e é justamente por isso que a biomassa florestal cresceu em países como a China, Índia e também na Europa Oriental, Canadá, EUA etc. Entendeu como isso dá dinheiro? “Ah! Mas é dinheiro baseado numa mentira…” Não sei, eu não sei, tu não sabes, na verdade, ninguém tem certeza, mas isso não é o determinante. Vamos lá…
O que alegam levar ao AG são as emissões de gases-estufa, dentre eles, o CO2. Bem, no topo do ranking, EUA, China e Brasil próximo. Por que nós? Porque quando desmatamos a floresta, menos retenção do carbono ocorre (as árvores sequestram carbono no seu crescimento). Veja… Isto é uma teoria, bastante aceita e só. Ou seja, se usamos o MDL (descrito acima) iremos ganhar dinheiro, bastante diga-se de passagem. “Ah! Mas e quando quisermos crescer além da cota??? Eles vão nos impedir???” Não, apenas vamos dizer que neste ano que vem não queremos mais participar e se quisermos ser bandidinhos também quebramos o acordo e ficamos com a grana, mas não recomendo isto para não ter nenhuma sanção a vista.
A matriz energética mundial é térmica de combustíveis fósseis, se não me engano, cerca de 70%. Se pudermos substituir por gás natural, a emissão de carbono cai para uns 70% também, ou seja, uma brutal queda na emissão de poluição iria ocorrer. Mas aqui, como pensaria uma ambientalista radical tipo Greta? “Ainda vai poluir.” Sabe o que dá raiva? Essa gente não entende que “o ideal é o inimigo do bom”, que trata-se de uma transição e nesta, quanto mais pudermos avançar, melhor. No futuro próximo, quem sabe, poderemos substituir completamente essa matriz de combustíveis. E tem como? Tem.
Hidroelétrica? Não. Exceto países como o Brasil, muito úmidos, com elevada pluviosidade e relevo irregular (planáltico) para termos vazão suficiente, não há como coalhar usinas hidroelétricas em grandes planícies como na Europa ou outras regiões do globo. Nem países de climas desérticos, como grande parte da Austrália é ou muito secos em boa parte do ano, como a Rússia, Canadá, China ou EUA podem garantir que esta seja a principal fonte energética. Não, eles não têm o privilégio ambiental do Brasil. Então…
Solar e eólica? Não e não. Pelos mesmos motivos. Ainda que tenhamos melhorado muito no armazenamento de energia com novas baterias, não há insolação full time no mundo nem é possível “estocar vento”, então essas fontes são complementares apenas;
Biomassa? Não. Exceto se você quiser desmatar mais para expandir a área de cultura de cana ou milho derrubando florestas ou enchendo o solo de químicos (agrotóxicos) para elevar a produtividade. Mas é útli como complemento.
ENTÃO, O QUÊ JÁ QUE DÁ?
Olhe para o passado e veja o que foi a tendência até os anos 70. A ENERGIA NUCLEAR. Esta é a mais “democrática” e ao alcance de todos. “Ah! Mas e os riscos envolvidos?” Bem… Viver é um risco, mas melhoramos muito depois de Chernobyl. Tem que se avançar na tecnologia e normas de segurança, o que já melhorou bastante.
Isto é um debate racional e não ficar acusando alguém de ser culpado, de “roubar sonhos” etc. (How dare you? How dare you?) Na verdade, me parece, que essa menina foi utilizada como antípoda ao Bolsonaro, ela é jovem, ele, velho, ela é mulher, ele homem, ela é uma jovenzinha sensível e consciente, ele um carrancudo conservador. Colega, tu percebe que tudo não passa de um show em que extremistas se deleitam com nossa falta de bom senso e razoabilidade?
Anselmo Heidrich
26 set. 19
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