sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Reforma no ensino público




Neste artigo comento as propostas libertárias para o ensino. Divirjo parcialmente, mas o que não deixa de parecer total para quem não se acostumou ao debate...



quinta-feira, fevereiro 10, 2011

99 não é 100


Acabo de assistir Wasteland (Lixo Estraordinário), documentário de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley sobre a vida dos catadores de material reciclável no maior aterro de lixo do mundo, Jardim Gramacho no Rio de Janeiro. Quando minha mulher me convidou para assisti-lo pensei “lá vai, mais um filme com olhar brasileiro terceiro-mundista sobre a vida dos ‘excluídos’ pela sociedade consumista insensível...” – Às vezes pode nos surpreender, ela me disse e estava certa. Não é um filme sobre a necessidade da reciclagem e os limites do crescimento econômico como estamos acostumados a ver idéias divulgadas por aí, é muito mais do que isto, é um documentário sobre a esperança e, principalmente, como o associativismo civil pode suplantar as maiores limitações que somos acometidos quando negamos a capacidade criativa de nossa vontade. Em determinado momento, em cima dos andaimes do estúdio, o artista plástico Vik Muniz, quem trabalhou com os coletadores de material no lixão diz, se não me falha a memória, que se sua família também tivesse sofrido algum percalço e ele não conseguisse ascender de sua condição de classe média baixa brasileira indo parar ali, não desperdiçaria a chance de participar de um projeto desses para fazer algo diferente, mesmo que depois voltasse a sua condição anterior. E é bem isto, os participantes conseguiram realizar uma obra coletiva fantástica e vender um de seus quadros em um leilão em Londres auferindo R$ 100.000,00 revertidos em negócios como alimentos, escola, biblioteca e sua associação profissional.

Entre o nada e o lugar nenhum


Certos textos são perfeitos para uma época. Pobreza, desigualdade e servidão | OrdemLivre.org é um desses. Se eu fosse escolher uma peça de marketing liberal para combater a visão socialista e divulgá-lo em folders espalhados pela cidade, especialmente nos campus universitários e centros empresariais seria este texto de Ivan Bolis Dauchas. O artigo do site Ordem Livre acerta em apontar a pobreza brasileira como um de nossos grandes problemas. Mas, eu não vejo como poderia ser diferente, tanto para liberais quanto socialistas. Dizer que programas de distribuição de renda como o Bolsa Família têm sua “matriz teórica (...) contida nas idéias de um dos papas do (neo)liberalismo, o economista norte-americanao Milton Friedman” sem explicar como isto seria diferente de um programa socialista não serve para nada na defesa do liberalismo como forma de superação do estatismo e clientelismo tradicional. Nas palavras do autor:

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Enya e taenia




Acho que foi José Guilherme Merquior quem disse que "sou um liberal na economia, um democrata na política e um anarquista na cultura". Penso que os três princípios se complementem.
Não desdenho da anarquia como meio de possibilidade criativa, não. Só acho que é difícil ver qualquer anarquista dando continuidade a qualquer coisa. E não se trata de incapacidade ou "burrice", só de articulação, pois se chega a determinado momento a exigência de disciplina. E é aí que a porca torce o rabo.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Democracia



Existem argumentos antidemocráticos provenientes de espectros ideológicos distintos como o socialismo e o libertarianismo. As excrescências populares, dos quais o caso Tiririca é uma das mais recentes servem como motivo para suas críticas. Argumenta-se também que o regime democrático gera disfunções quando o povo, em sua ignorância, vota em candidatos populistas ou em representantes que legislam contra princípios invioláveis (a propriedade privada) porque “naturais” (o caso do liberalismo e sua forma mais radical, o libertarianismo). A premissa de que se pode fazer melhor encontra-se com um "governo dos cultos" ou de técnicos (uma ditadura cuja autoridade está diluída nas normas e não na pessoa) é fácil, sobretudo quando se esquece que a democracia está ligada a competição no mercado que gerou inovações tecnológicas e mudanças de instituições que inibiam a mudança cultural.