domingo, dezembro 07, 2014

Mérito, fomento e dependência


Se o incentivo não apropriado cria dependentes, como na 2ª figura, a régua inapropriada perpetua injustiças, como na 1ª, já na forma ideal, cada um de acordo com suas capacidades, aptidões e, sobretudo, vontade consegue meios de se desenvolver. 

Em Meritocracia - sim ou não?, o autor questiona a ideia de meritocracia e, em alguns pontos ele tem mesmo razão, não dá para aplicá-la em tudo na vida como querem alguns liberais radicais, como, por exemplo, entre crianças que não tiveram sequer oportunidade de ensino mínima com quem nasceu em berço de ouro e contou desde cedo com ensino de boa qualidade. Mas, o que eu discordo do texto, se bem me lembro é que a meritocracia enquanto conceito aplicado se refere sobretudo ao mundo empresarial. É aí que ela se faz efetiva, para não acomodar o setor produtivo buscando sempre melhores resultados e inovações. Para este Brasil que se acostumou com "bolsa-isso", "bolsa-aquilo" e não é só o Bolsa-Família, mas o "Bolsa-Empresário" que é o que faz o BNDES... A tão desejada competição no mercado livre não ocorre. Não vejo, p.ex., meritocracia para valer nas empresas de telefonia que além de serem poucas trabalham com mercados fechados para elas. Idem para nossas ridículas montadoras automobilísticas e assim vai. Agora, em teoria eu acho o seguinte... Vamos comparar com um time de futebol ou qualquer outra coisa, o valor individual do jogador permanece válido e desejado, quem não quer ter no seu time um puta artilheiro, um verdadeiro matador? Claro! Mas todos nós sabemos que sozinho em campo ou sem parceria ele não vale merda nenhuma. Então, temos que ter time, mas time com garra comum, um coletivo com harmonia e estratégia de um líder. Aí então não é só a meritocracia que torna o time um caso de sucesso, mas a cooperação e a liderança. Se me entendeu bem, o que penso que deveria ser estruturado no poder político e setor público (porque já existe no mundo empresarial) são:

1. Liderança

2. Cooperação

3. Mérito individual

Trabalhando em conjunto. Ou seja, não é só o mérito individual do liberal, nem só a cooperação do socialista, nem só a liderança do pensamento autoritário, mas uma sincronia dos três para a máquina funcionar, no nosso caso, para a sociedade funcionar.

Penso mais ou menos assim. Ao contrário de muitos colegas, eu desejo um estado forte, mas isto não quer dizer um estado inchado. 

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