terça-feira, fevereiro 24, 2015

O círculo geopolítico atual

ARTIGO GENIAL !

The Intersection of Three Crises | Stratfor https://www.stratfor.com/weekly/intersection-three-crises

Se existe o Eterno Retorno na história, aqui ele se apresenta na geografia como um Círculo Geopolítico. Artigo fantástico que só mesmo a www.Stratfor.com para nos proporcionar. Não há nada de muito novo até que o penúltimo parágrafo fecha com chave de ouro. 

Leiam.

a.h

domingo, fevereiro 22, 2015

Questões e falsas questões sobre educação


Uma questão central no processo educacional é entender quem são os nossos professores, o que pensam e o que fazem. Por isto mesmo eu temo que nosso processo educacional ainda precise de uma bela faxina geral, pois a militância é uma das principais razões de termos este setor à deriva. Imagem: marcobueno.pro.br.

Eu costumo fazer, para fins didáticos, uma distinção entre EDUCAÇÃO vista como um conjunto de atos e programas envolvendo a incorporação do aluno na escola e, o que é bem menos comentado em matérias sobre o assunto, ENSINO visto como a apresentação e treino de disciplinas (matérias) passadas nas séries (os atuais "anos", na nova terminologia).

Não é verdade que o ensino de escolas privadas seja essencialmente superior em nosso país. Para tanto basta analisar como se saem as escolas de ambos os tipos em avaliações nacionais. Há as boas escolas privadas e públicas e um "oceano de incompetência" no sistema público e privado. O mercado tem seu mérito, sem sombra de dúvida, pois os problemas administrativos, tão comuns de se ver em escolas públicas, dos quais a estabilidade do servidor, geralmente alcançada após os três anos iniciais de serviço induz os profissionais a usarem seus direitos, o que inclui uma certa quantidade de faltas sem justificativa necessária, dentre tantos outros. No sistema privado isto é impensável. Com raras exceções (Santa Catarina é uma delas), as escolas privadas pagam melhor. E isto não decorre porque o aluno paga por seu estudo, mas porque a lógica do sistema público parte de uma má remuneração pela hora de aula e busca de horas extras como "atividade" (planejamento, correção de avaliações etc.) que redunda muitas vezes na presença obrigatória em sua escola sem obrigação de ministrar aulas. Um absurdo no meu entender, pois se objetiva uma diluição do trabalho e não sua intensificação. Assim, a renda auferida se torna proporcionalmente menor pelo tempo que se depreende, pari passu à produtividade do trabalho. Ou seja, ao invés do professor do ensino público objetivar maior renda por hora, ele busca menos trabalho (efetivo) no total. Surreal, um absurdo.

Quanto à qualidade do ensino, uma vez instituído a chamada Progressão Continuada, mais conhecida como "aprovação automática" (introduzida pelo PSDB em S. Paulo e popularizada nacionalmente pelo PT), o aluno ri da tua cara, caso seja chamado a trabalhar e se empenhar nos estudos. Ou seja, só "roda" por faltas e, assim mesmo, em conselhos de classe é capas de ser aprovado conforme os ânimos do momento e a conjuntura política. Não, não foi força de expressão, uma vez que diretores escolares não se submetem a nenhum critério objetivo para serem eleitos em muitos municípios, se tratando apenas de indicação política.

Há muito o que comentar, como os bons índices educacionais em avaliações como o IDEB, que não passam de números fake, porque o índice de aprovações conta positivamente. E, como eu disse, praticamente ninguém mais é reprovado. Simples assim, uma realidade paralela com a pílula azul da Matrix. Lixo, uma civilização que é homeopaticamente drogada e jogada no lixo. Não existe escola sem repressão disciplinar, se trata de condicionamento necessário. O que vemos é um antro de encorajamento à delinquência que só muda quando o bairro ou conjunto de bairros em seu entorno tem características razoavelmente boas. Portanto, não são só professores e governo, os grandes culpados... Uma figurinha não pode passar em branco: PAIS. Quando eles são realmente atuantes e cobram, inicialmente indo às reuniões que são convocados, a escola reflete melhor com decisões corretas e ações conjuntas.

Por ora é isto, mas tenho muito mais para contar.

(...)

domingo, fevereiro 08, 2015

Razões e desrazões para o impeachment da presidente Dilma


Fonte: Foto de Dilma 'transpassada' por espada vence prêmio internacional http://glo.bo/w8NeAw #G1

Pessoal, aqui um artigo que certamente muitos irão discordar de suas conclusões, sobre o possível impeachment da presidente. Peço atenção, sobretudo de nossos operadores e estudantes de leis:

"Mas comecemos do início: crime, é direito penal.
"No mundo penal, a culpa só existe se houver negligência, imprudência ou imperícia. A omissão em si não gera culpa. No direito penal, a omissão só passa a ser penalmente relevante (art. 12 do Código Penal) quando quem se omite devia e podia agir para evitar o resultado."
Cf. http://direito.folha.uol.com.br/1/post/2015/02/petrogate-e-possivel-o-impeachment-de-alguem-que-se-omite.html

Aqui, um ponto de vista diametralmente oposto, de que o impeachment é possível sim: 

"Como a própria presidente da República declarou que, se tivesse melhores informações, não teria aprovado o negócio de quase US$ 2 bilhões da refinaria de Pasadena (nos Estados Unidos), à evidência, restou demonstrada ou omissão, ou imperícia ou imprudência ou negligência, ao avaliar o negócio.
"E a insistência, no seu primeiro e segundo mandatos, em manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobras está a demonstrar que a improbidade por culpa fica caracterizada, continuando de um mandato ao outro.
"À luz desse raciocínio, exclusivamente jurídico, terminei o parecer afirmando haver, independentemente das apurações dos desvios que estão sendo realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público (hipótese de dolo), fundamentação jurídica para o pedido de impeachment (hipótese de culpa)."
Cf. Ives Gandra da Silva Martins: A hipótese de culpa para o impeachment http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/02/1584267-ives-gandra-da-silva-martins-a-hipotese-de-culpa-para-o-impeachment.shtml?cmpid=comptw

sábado, fevereiro 07, 2015

Pseudoecologismo é derrotado no Projeto Ponta do Coral em Florianópolis


O absurdo deste tipo de manifestação é achar que sempre se pode prescindir de investimentos privados e incentivar apenas projetos administrados pelo poder público. De onde que estes militantes acham que irão vir os recursos que são repassados para a criação de seus parques públicos? E por que diabos antes ninguém promovia um ato desses e só agora que o setor privado demonstrou interesse nesta área praticamente abandonada é que se movimentaram contra?Imagem: amaufsc.wordpress.com
O projeto Ponta do Coral finalmente é liberado em Florianópolis. Trata-se de um grande empreendimento em área pública para o desenvolvimento de um hotel de alto padrão que irá alavancar a indústria do turismo na capital. 
Cf. Prefeitura de Florianópolis libera licença para hotel de 18 andares na Ponta do Coral http://floripamanha.org/2015/02/prefeitura-de-florianopolis-libera-licenca-para-hotel-de-18-andares-na-ponta-do-coral/#sthash.JDhoE1Ll.uxfs via @sharethis
Inicialmente o que me causa muita estranheza é como um projeto que foi "fortemente combatido" pelo prefeito, como diz na matéria, de repente é liberado? Tem linguiça debaixo deste angu... Agora, além desta minha desconfiança, quanto à lei em si é de uma imbecilidade atroz que o novo plano diretor em (eterna) gestação limite as obras em uma área central a apenas seis andares. Tanto não funciona que o projeto se valerá do plano diretor antigo que ainda vigora, se entendi bem. Este ecologismo estúpido, que nada tem a ver com ecologia de verdade, diga-se de passagem desconsidera que área urbana é diferente de área de preservação. Além disto, esta visão de que temos que residir em imóveis baixos é ultrapassada. Quem disse que uma cidade mais horizontalizada é, ambientalmente falando, melhor? O espraiamento urbano eleva custos e, dentre eles o do combustível. Logo, maior será a poluição. Além disto, áreas de preservação tendem a ser tocadas e alteradas com maior número de casas ao invés de edifícios. 
Resido em casa, eu prefiro este tipo de moradia, mas não o faço por demagogia pseudo-ambiental e sim por preferência mesmo. Agora estagnar o desenvolvimento urbano impondo um gosto e padrão estético a todos os demais e que, ainda por cima, eleva os custos de administração e implantação da infra-estrutura é um equívoco. Quanto à obra, ainda tem que se dizer que os empregos diretos e, sobretudo, os indiretos são muito bem vindos. Esta capital sulina, com sua posição privilegiada entre duas metrópoles vizinhas e duas grandes cidades continentais (S.Paulo e B.Aires) não pode mais depender tão somente dos humores sazonais de um turismo limitado. O próximo passo agora é encher as costas insulares com suas mais de 40 praias de marinas. Já passou da hora.
 

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

"Cidade limpa" não significa "limpar o erário"



Fonte: Movimento Brasil Livre/Gustavo Sobrosa.


A coisa parece simples, seja em nível federal, estadual ou municipal, o financiamento de campanhas tem sido dependente da associação com empresas que ganham licitações para o desenvolvimento de obras ou projetos a diversos governos, seja de que partido for. Tais empreiteiras também são as responsáveis em grande medida pelo boom empregatício com carteira assinada que enche as estatísticas facilitadas de certos governos. "Facilitadas" porque quando muitos desses governos eram oposição, não utilizavam critérios flexíveis para medir o desemprego e sim critérios mais rigorosos como os do DIEESE, só para citar um exemplo. Agora, se a máquina funciona assim realmente, por que não legalizá-la de uma vez? Por que não instituir a associação mercantilista com o estado fazendo governo e empresa trabalharem juntos? Para além da questão moral, que muitos acham irrelevante por se tratar de moralismo, se questiona a funcionalidade disto. Uma vez legalizada, a atividade ex-corrupta passa a ser tributada e a concorrência com outras empresas, que ofereceriam o mesmo serviço, melhor, pior ou igual por menos iria surgir. Ou seja, o ilegal passa a ser regulado e, portanto, se torna uma atividade com regras. O atrativo da ilegalidade deixa de existir. Simples de entender, enquanto ilegal, a atividade que se beneficia da corrupção é atrativa. E o estado republicano, onde a coisa pública deveria ser diferenciada da privada é justamente a antípoda disto tudo. 
Vejam... Não se trata de condenar, a operação legal de financiamento de campanha. Se um empresário ou grupo de empresas acha promissor investir em determinado político ou legenda, está tudo certo. O problema é quando o recurso utilizado não é definido para este fim, como o caso de uma obra, cujo valor é superfaturado justamente para dividir com quem facilitou sua execução. Este tipo de instrumentalização do estado (e não o valor ganho em si) é que sugere a ação e o processo com vista a sua condenação. 
Como reconhecer a busca por favores, o clientelismo, como a praga que mina a base de nossa sociedade implica em uma autocrítica, uma vez que muitos alcançaram suas posições com favores pessoais, a saída é criticar "grandes negociatas" e estas vigorariam em esferas mais elevadas do poder, como nossa capital federal, p.ex. Se Brasília é o alvo preferencial quando se fala em corrupção, se torna fácil esquecer os milhares de municípios espalhados pelo território brasileiro. Nossa vastidão em quilômetros quadrados é inversamente proporcional à transparência da coisa pública e a uma radiografia do estado brasileiro. Neblina deveria ser parte do nome da pátria, uma vez que não temos clareza de visão para onde vai nossa nau. 
Vejamos nosso caso, da capital catarinense que recentemente foi alvo da operação Ave de Rapina da Polícia Federal para indiciamento e prisão de suspeitos envolvidos com tráfico de influência e acusações de corrupção envolvendo o executivo, câmara de vereadores, servidores públicos e empresários. 

Cf. RT @ Justiça suspende a prisão de ex-diretores do Ipuf denunciados na Operação Ave de Rapina http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/230062-justica-suspende-a-prisao-de-ex-diretores-do-ipuf-denunciados-na-operacao-ave-de-rapina.html via @ND_Online
O que dizem os conduzidos e presos na Operação Ave de Rapina, da Polícia Federal em Santa Catarina http://m.zerohora.com.br/284/noticias/4641730/o-que-dizem-os-conduzidos-e-presos-na-operacao-ave-de-rapina-da-policia-federal-em-santa-catarina
RT @fabiobispo_nd Indiciamento na Operação Ave de Rapina pode gerar afastamento de vereadores de Florianópolis http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/218787-indiciamento-na-operacao-ave-de-rapina-pode-gerar-afastamento-de-vereadores-de-florianopolis.html
Ao todo, 14 vereadores de Florianópolis e 10 empresários foram indiciados por suspeita de participação em recebimento de propina e corrupção, para aprovar mudanças no projeto de lei 'Cidade Limpa', que beneficiaria empresários de publicidade.
O projeto original, proposto pelo prefeito Cesar Souza Júnior, restringe a aplicação de outdoors na cidade. Depois de alterações propostas pelo relator Badeko, os 55 artigos iniciais do projeto foram alterados por outros 75. O prefeito vetou o projeto. O veto foi mantido pela Câmara.
O prejuízo causado pelo esquema para os cofres públicos é estimado em R$ 30 milhões. Segundo a PF, foram entregues R$ 895 mil, entre R$ 10 mil e R$ 5 mil de propina para cada vereador envolvido.
[Todos presos na Operação 'Ave de Rapina' são soltos pela Justiça em SC #G1 http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/01/todos-presos-na-operacao-ave-de-rapina-sao-soltos-pela-jusica-em-sc.html]
(Continua...)

Água Vs. Petróleo


Explique-me como o petróleo, recurso escasso, não renovável pode aumentar sua produção e a água, renovável, abundante se torna mais cara e falta em regiões estratégicas do globo e metrópoles importantes, como é o caso de São Paulo, assim como seu estado, o mais importante, economicamente falando, de nossa federação. Aqui, um bom texto sobre isto: 
Ah! Se nossos professores de geografia ensinassem assim... "Por que falta água e sobra petróleo?" http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/2015/01/30/por-que-falta-agua-e-sobra-petroleo-a-resposta-e-uma-unica-palavra/