Por se distanciar e se opor às teses típicas da esquerda, como ampliação do estado e disseminação de bolsas, qualquer agremiação partidária ou política de matizes liberais é frequentemente enquadrada como "de direita", mas isto é muito simplista... Não somos herdeiros, muito menos representantes daqueles governos e regimes ditatoriais que caracterizaram a política latino-americana do pós-guerra. O que trazemos são mensagens e propostas liberais clássicas, i.e., calcadas na redução do estado e aumento de sua eficiência, o que tem a ver obviamente com redução de custos e aumento de produtividade, mas sem esquecer de critérios meritocráticos para melhoria da gestão. Isto não tem nada a ver com a direita clássica na América Latina que defendia estados inchados, hipertrofiados que normalmente procuravam garantir mercados privilegiados para o setor industrial do qual mantinham muito mais que mera proximidade... Conluio seria a melhor palavra. Tampouco tem a ver com a esquerda estatista que se baseia na mera transferência de renda aos mais pobres (quando a maior parte deste montante não é simplesmente desviada) criando uma massa de dependentes que se torna impossível diferenciar de uma massa de manobra. Isto não significa que não nos importemos com os mais pobres, em reduzir a pobreza ou, quiçá, extingui-la mesmo, mas os métodos para tanto é que são e devem ser fundamentalmente diferentes. A coisa toda passa pela promoção do emprego com busca e competição pelo próprio indivíduo (anote isto). Claro que o sistema de ensino também teria que sofrer fortes reformulações para sustentar esta competição entre todos os estratos da sociedade. Afinal, para competir no mercado buscando eficiência e maior qualidade dos serviços se requer um capital cultural mínimo, i.e., treino que é dado pelo ensino técnico. E apesar de um quadro geral desanimador de nosso ensino público, há bons exemplos que devem ser incentivados e seguidos.
Como se vê, falei em "ensino público", então há um estado mínimo que deve ser garantido? Sim, claro. Liberalismo clássico não é um "anarco-capitalismo", no qual estas atividades seriam obrigatoriamente todas privatizadas. A segurança, saúde e educação públicas, além do judiciário seriam contempladas pelo estado, mas possibilitando e facilitando a promoção de ensino e saúde privados via redução tributária. Aliás, este é um dos cernes de nossas propostas, além da discussão de um novo pacto federativo para distribuição de recursos, ou melhor, para se eliminar certos repasses que consideramos indevidos à união.
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