quinta-feira, outubro 29, 2015

Um mero fruto da pedagogia da leniência





Isso não é novidade. Mas é bom que agora tenha vindo esse e outros casos à tona (graças aos celulares!). O negócio é o seguinte, tudo que está aí é sim resultado da mentalidade de quem administra e legisla a educação pública no Brasil e, mesmo nas escolas privadas têm que se marchar de acordo com o compasso dos pedagogos. Estes profissionais, mais do que os professores que enfrentam a gurizada em sala de aula é que são os grandes responsáveis por isto tudo. Agora, uma questão de ordem, não é bombeiro nem polícia que tem que ser chamado. Até onde sei é o conselho tutelar. Confere? Outro detalhe digno de nota, antes que digam que é uma questão social subtendendo como mera baixa renda, pelo que se observa não é uma escola de clientela pobre não, pelo contrário. Porque nunca foi na realidade uma questão de renda e sim de educação perdida, que jogaram fora ao depurar excessos cometidos no passado. Como se diz, jogaram o bebê fora com a água suja do banho. Não se revoluciona nada, mas se reforma quando se quer evoluir e melhorar. O problema dos 'educadores', autointitulados educadores é que se vive de mitos revolucionários e se deleta tudo de bom e útil que já existia. Daí dá nisso mesmo, indisciplina e desrespeito generalizados.

Agora confiram esta matéria do SBT-Rio:

https://www.facebook.com/sbtriooficial/videos/794900430618941/?fref=nf

Agora, a repórter se supera na ignorância... Ao criticar o secretário de educação (quem protestou contra a divulgação do vídeo) culpou, não importa se explícita ou implicitamente, os profissionais ali envolvidos que, inclusive, não tocaram na criança de modo acintoso para que ela parasse com sua destruição, em consonância com a lei e o temor de receber processos. O que esta repórter não sabe é que estes profissionais mostraram como esta situação se processa, normalmente aliás, com a aceitação implícita de todo um estatuto que coloca a atividade educacional de joelhos frente a uma ditadura do "coitadismo", para a qual toda criança, por mais mal educada que seja, possa se desenvolver como um aprendiz de tiranete. 

E o que as autoridades competentes(sic) querem? Que se ignore e não grave nada, não divulgue nada.


*Faça sua parte, divulgue este vídeo com comentário. Lutemos contra isto criando uma consciência oposta.



Uma crítica ao panfletarismo na discussão sobre as armas e o crime no Brasil


No texto abaixo, Carlos Góes analisa a crença de que o Estatuto do Desarmamento teria reduzido o número de assassinatos no Brasil:

Desse desvio da taxa de homicídios de sua tendência histórica, pode-se extrapolar para quantas vidas teriam sido salvas por causa do Estatuto do Desarmamento. Isso faz sentido? Faria, se todas as outras coisas que influenciam a mortalidade por armas de fogo tivessem sido mantidas constante no Brasil. Mas essa abordagem ignora outras variáveis importantes para a taxa de homicídios que passaram por uma mudança histórica mais ou menos na mesma época em que a taxa de homicídios passou a cair no Brasil: a desigualdade de renda e a taxa de pobreza.
Cf. O Estatuto do Desarmamento salvou 160 mil vidas?
http://mercadopopular.org/2015/10/estatuto-do-desarmamento/

O que é salutar neste texto é que se sai do simplismo panfletário de ficar torcendo dados estatísticos para defender uma tese, seja ela favorável ou desfavorável ao desarmamento. Apesar de favorável à posse de armas, nem por isto vou me furtar ao debate científico e à eterna busca pela verdade que, no caso, significa saber o que causou ou quais fatores causaram a queda do número de homicídios no país.
O foco do artigo é a mudança, mais do que a permanência de uma tendência, mas intuo que a persistência de um elevado índice de homicídios no Brasil se deva mais à impunidade e frouxidão legal do que a posse de armas. Assim como se pode acreditar que é difícil que uma única variável seja suficiente para explicar toda uma tendência e fenômeno social, também creio que soluções únicas a título de panaceia não vingam, seja a posse de armas para acabar com a violência, seja o fim da doutrinação escolar para elevar o nível de ensino, seja uma intervenção militar para resgatar supostos valores morais perdidos e por novamente a nação nos trilhos. Na verdade, a 'solução' não é uma, mas um conjunto de reformas que, no caso da criminalidade, tem a posse de armas como uma peça da engrenagem e não um sistema completo.


Quem usa quem? Os novos movimentos antipetistas são mera massa de manobra?



Marx tinha uma racionalidade paramétrica em seu método, i.e., só as classes "se mexiam", enquanto que os estados, oligarcas, clero etc. assistiam o curso da história, totalmente inertes. O que Olavo de Carvalho prega? Que os políticos profissionais, as raposas se mexem, enquanto que os movimentos que critica como ingênuos só assistem. Ora! Por que os movimentos ficariam sentados vendo a história ser conduzida? O mesmo vale para os dois lados, na verdade, todos agentes sociais ali envolvidos têm racionalidade estratégica, isto sim. Se o PSDB usa o MBL para se promover, se um velho petista como H. Bicudo os usa, quem é virgem de achar que os movimentos, como o MBL também não fazem a mesmíssima coisa? Todos estão jogando e joga melhor aquele que não aparenta nada.


terça-feira, outubro 27, 2015

E nem está aí para a verdade!


1ª questão do Enem - 2015.

A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no último sábado (24 de outubro) foi um primor de parvoíces. Mas, nos concentremos em uma única... A questão nº1, que inicia com este libelo negacionista, “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” de Simone de Beauvoir, a militante feminista, namorada de Sartre, o filósofo que se enamorou do regime despótico, totalitário e absolutamente cruel de Mao Tsé-Tung. Bem, diga-me com quem andas que te direi quem és... 

domingo, outubro 18, 2015

Palestra no GEDLib - UFSC-CSE (13/10/2015)


O GEDLib, Grupo de Estudos e Debates sobre Liberalismo organizado pelo EPL (Estudantes pela Liberdade) promoveu nossa palestra (eu e o Fernando, co-autores de Não Culpe o Capitalismo) no dia 13 de outubro de 2015. Confesso que fiquei entusiasmado, sobretudo por não ter ocorrido mediação de nenhum professor. Não que não o quisesse, mas que isto prova o avanço intelectual da atual geração em relação à anterior (a minha) que muito provavelmente se limitaria a tragar fumaça de maconha ou encher os cornos de cachaça em algum fedorento diretório acadêmico. Parabéns, garotos e garotas por seu profissionalismo.
O diferencial básico deste tipo de organização é a ação voluntária. Não se tratava de uma atividade extracurricular pela qual o aluno ganharia pontos, mas simplesmente o prazer em estudar e se promover de modo autodidata. Havia no grupo estudantes das ciências contábeis, engenharia mecânica, da economia, das ciências da computação, do direito e de cursos profissionalizantes, como a eletrotécnica. Se há algum verdadeiro sentido da palavra Universidade, ele é resgatado neste grupo.
Estas palestras, sejam para grupos pequenos ou grandes, específicos ou gerais têm por objetivo mais do que vender livros ou conseguir as graças e sorrisos de algum departamento de geografia ou ciências sociais. Enfim, como a doutrinação não se limita ao ensino superior, mas se estende, compulsoriamente, à todo o ensino básico, nosso objetivo precípuo não é outro senão incomodar, apontar e tumultuar o marasmo demagógico em que se encontra ancorada a máquina ideológica de produção de mitos, o MEC. É a este ministério, na sua atual organização e direção que queremos desafiar.

Anselmo Heidrich
Fpolis, 14-18/10/15













quinta-feira, outubro 15, 2015

¿El fin de las humanidades?


O fim das humanidades? O ministro da educação do Japão afirmou que cursos de humanas devem ser eliminados e a Austrália já substituiu aulas de geografia por programação em computadores. Agora, a Colômbia discute o financiamento de cursos de pós-graduação na área. 

Eu, particularmente, sou favorável a um enxugamento de disciplinas reforçando um núcleo básico como português e matemática, deixando disciplinas como geografia (a minha disciplina) como opcionais. Enfim, o debate está aberto e sei que não haverá breve consenso.