domingo, março 27, 2011

Marina Silva enfim descobre ter cometido um erro ao entrar no PV, um partido dominado por uma verdadeira quadrilha, da qual faz parte Zequinha Sarney. « Tribuna da Imprensa


Cf.: Marina Silva enfim descobre ter cometido um erro ao entrar no PV, um partido dominado por uma verdadeira quadrilha, da qual faz parte Zequinha Sarney. « Tribuna da Imprensa



Só um pouquinho... Que negócio é esse de "não sabia de nada"? Dá para afirmar isto ou o contrário? Nenhum dos dois se não temos poderes mediúnicos. Engraçado como nós brasileiros, tão liberais nos costumes vivemos da mais absoluta fé em alguns mitos criados na modernidade. Se Marina se sentiu traída ou algo que o valha não deixou de aproveitar a legenda do PV para se promover e, estrategicamente falando, fez bem. Se tivesse planejado não daria tão certo. Política é mais que jogo de forças, a propaganda faz a cobertura do bolo que ingênuos adoram se lambuzar.

E antes de mais nada, essa mulher com a carinha de pura, fiel, íntegra, ilibada é mais perigosa que Lula e Dilma juntos. Queria ver o agronegócio, que mais uma vez está segurando as contas brasileiras e gerando reservas, com essa honrada pessoa na presidência, queria ver. Daí seria a pá de cal. Vamos parar com a cachaça e cair na real, se o estado brasileiro tem uma lógica de ferro que há muito deixou de ser um meio para atingir determinados fins para se tornar o próprio fim, tem ao menos o poder de abrandar e pedagogicamente condicionar os ímpetos radicais mostrando que com ele o socialismo não funciona por aqui. Como ficariam as hidroelétricas com o governo de Marina? Os OGMs? As exportações de grãos? A infra-estrutura necessária para o seu escoamento etc.? Tudo bem desde que a pessoa seja 'íntegra'? Integridade em relação ao que?

Se ela busca alternativas ao desenvolvimento tem minha consideração parcial, mas não se busca sufocar o big business que mantém esse país de pé. Não se iludam, Marina pode ser bem pior para a produção que Lula e Dilma juntos. O que se precisa definitivamente é um governo que cobre sim atitudes mais responsáveis dos produtores, mas desde que facilite a adoção de novas tecnologias e não simplesmente tributando ou proibindo via TACs a produção brasileira. Analogamente, se um estaleiro naval (do grupo OSX) não é bem vindo em áreas sensíveis da costa cuja resiliência ambiental não se dê a contento, outras áreas têm de serem disponibilizadas. Apenas ficar proibindo proibindo sem oferecer alternativas (com exceção ao seu aliado da Natura...) não serve como escolha política de jeito nenhum.

Como um hipotético governo da Marina trataria a questão da Transposição do Rio São Francisco? E não me venham dizer que isto não é solução para o "drama do Nordeste" porque o Nordeste já não está mais em drama, está se desenvolvendo mais que a média de outras regiões brasileiras. O que se precisa é diversificar as alternativas e um projeto desta envergadura que baixará apenas 3% do volume de água do rio é bem vindo, sim senhor.

Quanto à expansão da fronteira agrícola no Cerrado brasileiro ser mal vista é de uma miopia atroz, trata-se de uma fantástica área para a agricultura brasileira que pode ser espacialmente limitada com a produtividade intensiva via melhoramento genético. Ou seja, produzir mais em menos área, mas não proibir a agricultura de escala para substituição parcial de uma mais cara, tradicional e familiar.

Chega de conversa mole purista e ambientalista inconsequente. Preservação parcial com avanço nas técnicas de produção e geração de empregos fora da área, na cadeia produtiva é o caminho que, aliás, já está em curso sem a interferência de garotos propaganda da política que não apresentam programas concretos.

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