“A vida imita a arte”, escolham o título... Walter White (Bryan Cranston) é um ex-pesquisador em química que se torna professor no ensino médio e se vê acometido por um câncer terminal no pulmão. Atormentado por não conseguir deixar recursos para sua mulher e filho, portador de uma deficiência, entra para o crime produzindo anfetaminas de alta qualidade com um sócio, seu pior aluno, um marginal desajustado, mas com alguma réstia moral. A série Breaking Bad é muito boa, vale à pena assistir e se embrenhar no limbo que encobre a nítida separação entre o certo e o errado.
Distrito Federal, dia 20 de novembro de 2010, o professor de química da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em Anápolis e doutorando na Universidade de Brasília (UnB), Fernando Honorado do Nascimento foi preso sob acusação de tráfico de drogas. Apesar de não vendê-las diretamente, foi acusado de desviar matéria prima para fabricação em associação com dono de farmácia de manipulação. Vendo por este lado, sem conhecer seus problemas pessoais, todo traficante passa a ser encarado como o que é, um criminoso. Já, a liberação das drogas que parece eliminar este dilema, entre o caráter pessoal do sujeito praticante do crime e sua atividade confunde quando não se mantém o foco nas conseqüências da atividade. Sem legislação apropriada sobre as vítimas de traficantes e usuários, a cisão entre liberar ou proibir não tem solução lógica sobre o que é o melhor. Eu não partilho da visão por demais simplista de que a simples legalização do comércio de drogas pela simples adaptação dos traficantes e produtores a uma situação regular acabaria eliminando a violência causada pelas quadrilhas do tráfico. Os efeitos de uma sociedade acometida por um crescente número de viciados não pararão por aí.
O que vocês queriam? Mais um comentário idiota mostrando a importância do professor? Ora, não sejam tolos! Salários baixos atraem profissionais medíocres e eu estou sendo otimista. Então, meus caros, os dois parágrafos acima mostram a importância dos professores ao mercado, naquilo que a sociedade valoriza, ou seja, sua busca por êxtase rápido. Educação? Cultura? Quem liga? Um comentário final para justificar o título deste post: canso de ver as pessoas falando em “educação” ao se referirem ao ensino, inclusive ao superior. Ora, ensino é algo técnico (ou ao menos deveria ser). É possível com ensino de alta qualidade formarmos criminosos melhores também. Para que se orientem bons profissionais em uma perspectiva moral correta, valores ensinados no passado é que são necessários, algo como Educação Moral e Cívica ensinada na época da ditadura. Isto é que é paradoxal... Como que um regime tido como tão errado, torturador etc. pôde fazer mais pelos nossos jovens que todo contexto atual de liberdade de consciência?
Não gostaram do que leram? Então procurem mais um texto açucarado mostrando a importância desses profissionais que a maioria de vocês rejeita pagar melhor. Hipócritas.
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Perfeito raciocínio, Anselmo.
ResponderExcluirAbraços!
Marcos
Valeu Marcos. Realmente me cansa sempre que chega esse data e vejo os mesmos comentários cheios de choro sem que se ponha a grana na frente. Ora! A profissão de milhões de pessoas é dura e difícil, ruim, não valorizada etc. Imagine o que passa um policial honesto? Que é a maioria! Eles estão chorumingando? Claro que não! Agora, a sacanagem é pagar pouquíssimo para que arrisquem suas vidas por nós. Este é ponto que os professores deveriam bater forte, mas reconhecendo os colegas que não merecem o mesmo, que não ensinam e só "fazem média". Aí é que está, a ausência de um argumento meritocrático.
ResponderExcluirInfelizmente, a liberdade, sem contrapesos reais de responsabilidade, pode levar a um estado de relativa anarquia.A democracia implica em formulação de leis sob seus fundamentos,mas não de permissividade quanto a seu cumprimento.
ResponderExcluirFalta a muitos a consciência desse fato, daí tenderem a questionar a aplicação das leis em cada caso, na sídrome do "coitadinho".