sexta-feira, julho 20, 2012

Novamente, o desarmamento / Again, the disarmament

Tragédias como esta G1 - Apartamento de atirador de 'Batman' é armadilha de explosivos, diz polícia - notícias em Mundo geralmente ensejam debates acalorados sobre o controle de armas. Mas, o atirador do cinema não era um simples portador de arma de fogo e sim alguém que acumulava material explosivo ilegalmente. No texto abaixo, Bene Barbosa analisa o que usualmente não se comenta, o vínculo entre tais tragédias e transtornos mentais.

Sobre armas, leis e loucos
Bene Barbosa*
Como sempre acontece, o mais recente ataque contra um grupo de vítimas indefesas, desta vez em um cinema nos EUA, onde 12 pessoas foram mortas, reacende a sanha dos desarmamentistas americanos, dentre os quais o prefeito de Nova Iorque, Mike Bloomberg, um dos expoentes políticos americanos que acham terem nascido com o dom de saber o que é melhor para mundo todo.
No Brasil, via de regra, aqueles que pregam o desarmamento como forma de impedir tais massacres se assanham rapidamente ao sentirem o cheiro de sangue inocente, impelidos quase sempre pelo antiamericanismo tupiniquim, mas invariavelmente esquecendo - ou fazendo questão  de esquecer - que tais acontecimentos não são, nem de longe, exclusividade norte-americana.
Em 1999, um louco invadiu um cinema de São Paulo e abriu fogo usando uma submetralhadora comprada poucos dias antes em uma favela da capital – arma ilegal, evidentemente. Matou três pessoas e feriu outras 5; e Só não houve mais vítimas porque um herói anônimo pulou sobre ele e o desarmou antes que recarregasse sua arma. Em 1997, Fernando Henrique Cardoso havia transformado o porte ilegal de armas em crime, aumentando muito as restrições relativas à posse e ao porte de armas no Brasil.
Japão, 2001. Um homem com problemas mentais invade uma escola, mata oito crianças e fere outras 13 usando uma faca. O massacre que assustou o Japão não foi o primeiro e não seria o último. A posse e o porte de armas para civis são proibidos no Japão desde o século XV.
Em 2010, em  Naping (China), um desequilibrado mental invadiu uma escola primária e, também usando uma faca, matou oito crianças e feriu gravemente outras cinco. Entre 2010 e 2011, outras 116 crianças e adultos seriam vítimas de ataques semelhantes na China Comunista, fazendo com que o governo proibisse a divulgação de outros ataques para evitar os chamados “copiadores”. Na China, as armas de fogo são terminantemente proibidas para os cidadãos.
Cumbria, Inglaterra, 2010. Um homem, durante um surto psicótico, mata aleatoriamente 12 pessoas e fere outras 11. Foi acompanho por quilômetros por uma viatura de polícia, cujos policiais estavam também desarmados e não puderam fazer nada. Em 1997, a Inglaterra praticamente proibiu as armas particulares para seus cidadãos.
Em 2011, mais um massacre. Desta vez um louco invadiu uma escola no Rio de Janeiro e assassinou friamente 12 adolescentes. A carnificina só parou quando ele foi baleado por um policial que invadiu a escola. Sete anos antes era aprovado o chamado “Estatuto do Desarmamento”, que proibia o porte de armas e criava restrições quase intransponíveis à compra de uma arma legal.
Casos semelhantes aconteceram em diversos outros países, entre eles os pacíficos Canadá e Finlândia. Em todos, houve premeditação e, como autores, viram-se pessoas com distúrbios mentais, que utilizaram as armas que tinham à disposição ou foram capazes de colocar às mãos. Também em todos os casos, a lei, mais ou menos restritiva, de acesso às armas não foi capaz de impedir as mortes, simplesmente porque nenhuma das armas foi usada legalmente.
Recorrer ao desarmamento quando um caso assim acontece é fugir para o simplismo, é apelar, muitas vezes, para o confortável discurso fácil que joga nas armas o poder sobrenatural de agir por conta própria. Ao mesmo tempo, é enterrar a cabeça no chão e negar a existência de pessoas más e insanas, capazes de matar crianças inocentes sem qualquer remorso ou arrependimento. É negar a maldade, negar a existência de lobos no meio das pacatas ovelhas. É, em última análise, balir discursos pacifistas, na defesa pueril de leis restritivas, enquanto os lobos-loucos ignoram sua existência e se preparam para o banquete sangrento.
O primeiro ministro inglês, após o citado ataque de Cumbria, resumiu magistralmente sua posição ao ser inquirido sobre mais restrições às armas: “não é possível legislar sobre a loucura”. E não é, mesmo.

*Bene Barbosa - Presidente do Movimento Viva Brasil, bacharel em direito e especialista em segurança pública

/

Tragedies like this G1 - Apartment shooter 'Batman' is trapped with explosives, police say - News of the World suggests often heated debates about gun control. But the shooter movie was not a mere carrier of a firearm, but someone who amassed explosives illegally. In the text below, Bene Barbosa analyzes that do not usually comment, the link between these tragedies and mental disorders.


About weapons, laws and crazy
Bene Barbosa *
As always, the latest attack against a group of helpless victims, this time in a cinema in the U.S., where 12 people were killed, rekindled the fury of American disarmament, among them the mayor of New York, Mike Bloomberg, one of exponents American politicians who think they were born with the gift of knowing what is best for the whole world.
In Brazil, as a rule, those who preach disarmament as a way to prevent such massacres are assanham quickly to feel the smell of innocent blood, often driven by anti-Americanism tupiniquim but invariably forget - or making a point of forgetting - that such events will not are not nearly uniquely American.
In 1999, a madman broke into a theater of St. Paul and opened fire with submachine bought a few days before in a slum in the capital - an illegal weapon, of course. Killed three people and wounded five, and not only there were more victims because an unsung hero jumped on him and disarmed before recarregasse his gun. In 1997, Fernando Henrique Cardoso had become illegal possession of firearms in crime, greatly increasing the restrictions on the possession and carrying of firearms in Brazil.
Japan, 2001. A man with mental problems invades a school, kills eight and injures 13 other children using a knife. The massacre that Japan was not scared the first and would not be the last. The possession and carrying of weapons to civilians are prohibited in Japan since the fifteenth century.
In 2010, in Naping (China), a mentally unbalanced invaded a primary school and also using a knife, killing eight children and seriously injured five others. Between 2010 and 2011, some 116 children and adults were victims of similar attacks in Communist China, causing the government to prohibit the disclosure of other attacks to avoid the so-called "copiers." In China, firearms are strictly forbidden for citizens.
Cumbria, England, 2010. A man, during a psychotic episode, randomly killing 12 people and injures 11 others. It was follow for miles by a police car, whose officers were also unarmed and could not do anything. In 1997, Britain virtually banned weapons to private citizens.
In 2011, another massacre. This time a madman stormed a school in Rio de Janeiro and coldly murdered 12 teenagers. The bloodshed only stopped when he was shot by a policeman who broke into the school. Seven years passed before it was called the "Statute of Disarmament," which forbade the carrying of weapons and created almost insurmountable restrictions on the purchase of a legal weapon.
Similar cases occurred in several other countries, including Canada and Finland are the peacemakers. In all, there was premeditation and, as authors, they were people with mental disorders who used the weapons available to them or were able to put into my hands. Also in all cases, the law, more or less restrictive access arms was unable to prevent death, simply because no legal arms was used.
Going to disarmament when a case is place to escape to the simplistic, is appealing, often for easy speech comfortable playing in the arms of the supernatural power to act on their own. At the same time, you bury your head in the ground and deny the existence of evil and insane persons, capable of killing innocent children without any remorse or regret. It is to deny the evil, to deny the existence of wolves in the midst of peaceful sheep. It is, ultimately, bleating peace talks in childlike defense of restrictive laws, while the wolves crazy ignore their existence and are preparing for the bloody banquet.
The British Prime Minister, said after the attack Cumbria, masterfully summarized his position when asked about further restrictions on weapons "can not legislate on the madness." And is not it.


* Bene Barbosa - President of the Movement Viva Brazil, graduated in law and expert in public safety


In http://www.mvb.org.br/index.php?

Um comentário:

  1. O artigo está perfeito. É impressionante como os defensores do controle de armas exploram covardemente a comoção gerada por episódios causados pela insanidade de indivíduos que, mesmo na falta de uma arma de fogo, usam facas. Não demora, vão propor a proibição de venda de facas que não sejam de plástico, e aí os gaúchos vão substituir suas peças de carne por hambúrgueres e salsichas...

    ResponderExcluir