Fonte: mst.org.br |
Uma comissão do MST fez uma audiência com o prefeito de São Paulo Fernando Haddad, na manhã de sexta-feira (19/4), na sede da Prefeitura. O MST apresentou a Haddad produtos produzidos por cooperativas organizadas em áreas da Reforma Agrária, que são a base da alimentação de alunos matriculados nas escolas em diversas prefeituras, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
(...)
Os alimentos fornecidos são arroz orgânico e convencional, feijão, macarrão, leite de caixinha e em pó, achocolatado, suco de uva, iogurtes e queijo mussarela, entre outros. Em São Bernardo, o MST abastece 100% da demanda de arroz e feijão, garantindo a alimentação de todas as crianças e jovens do ensino municipal. (Grifos meus.)
Produtos orgânicos sem adequada inspeção sanitária são mais sujeitos a contaminações. Conferir o artigo abaixo:
OESP, quarta-feira, 22 novembro
de 2006
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VIDA&
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A volta dos
alimentos contaminados
Fernando Reinach
Aqueles que compram comida em supermercados têm
pouca vivência dos ambientes nos quais os alimentos são produzidos.
O solo contém uma infinidade de vírus, bactérias e fungos nocivos à saúde humana. Os principais vilões são as toxinas produzidas por bactérias e fungos, em especial a ergotamina produzida pelo Claviceps purpúrea, a fumosina, pelo Fusarium e as toxinas, por algumas formas de E. coli. Fungos e bactérias contaminam os grãos e as verduras que produzimos e acabam por se reproduzir se as condições de colheita, armazenamento e processamento não são cuidadosamente controladas. O resultado é que as toxinas aparecem nos alimentos. Além de poderem matar, elas, mesmo em doses minúsculas, contribuem para o surgimento do câncer de esôfago. A fumosina tem a peculiaridade de inibir a absorção de ácido fólico, o que pode causar malformação nos fetos. O ataque por insetos infectados é uma das maneiras como os grãos são contaminados. Durante todo o século 20, com a utilização de fungicidas e inseticidas e a introdução de plantas transgênicas resistentes a insetos, as contaminações em larga escala se tornaram muito raras. No caso das bactérias, a utilização de adubos químicos em vez de adubos feitos com fezes de animais ou restos de plantas reduziu o número de envenenamentos. ORGÂNICOS Recentemente esse quadro se modificou com a introdução dos alimentos 'orgânicos'. Em setembro, centenas de pessoas nos EUA foram envenenadas devido à presença da bactéria E. coli O157:H7 em lotes de espinafre fresco. Uma morte, 50 casos de falência renal e centenas de hospitalizações foram causadas por um produtor orgânico descuidado. Na Inglaterra, o governo testou alimentos orgânicos e industriais para verificar a presença de fumosina. O resultado foi que todas as amostras de produtos orgânicos apresentavam níveis inaceitáveis de fumosina e foram retirados do mercado. Os resultados mostram que a decisão dos consumidores de voltar às formas primitivas de produzir alimentos implica em um aumento no risco de sofrermos envenenamentos. Isso não quer dizer que seja impossível produzir alimentos orgânicos de maneira segura, mas somente que sua produção tem que ser mais cuidadosa e que o consumidor deve ser alertado dos riscos envolvidos, não só dos benefícios. A conseqüência mais interessante desses episódios são os desdobramentos legais. Em diversos países, o produtor de bens de consumo tem o dever de utilizar a tecnologia mais segura em seus produtos. Caso não o faça, acidentes deixam de ser considerados acidentes e passam a ser classificados como desleixo, o que implica em altas multas e condenações. Muitos advogados de vítimas de envenenamento por alimentos estão movendo esse tipo de ação contra as indústrias de alimentos orgânicos e até mesmo de alimentos industriais que deixaram de utilizar tecnologias mais seguras para satisfazer os consumidores. O divertido é que esse risco legal está fazendo muitas indústrias se questionarem se não é arriscado demais excluir transgênicos de receitas ou prometer que só usam 'produtos orgânicos'. Mais informações: Why spurning food biotech has become a liability, na Nature Biotechnology volume 24, página 1075, de 2006, e http://www.fda.gov/bbs/topics/NEWS/2006/NEW01474.html.
*fernando@reinach.com
Biólogo |
Fonte: http://www.reinach.com/Estado/indice_2006.html. Acesso em: 23 abr. 2013.
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