Fracking na formação Anticlinal Pinedale Anticline em Pinedale, Wyoming. Fonte: stopsmartmeters.org.uk |
A burocracia
deveria ter seu custo incorporado à geração de energia. Vejam que absurdo:
"Na Europa, não só a infraestrutura é limitada, como a regulamentação local é mais rigorosa. A Polónia, que começou a exploração em 2008, abriu quarenta poços. Na Dinamarca, os primeiros furos demoraram um ano a ser abertos, tempo necessário para a realização de estudos de impacto ambiental exigentes. O mesmo se constatou no Reino Unido. ‘Na Europa, há que contar com pelo menos dez anos, entre a abertura de um local de exploração e a entrada em produção, quando nos Estados Unidos leva três’, prognostica um empresário.”
Agora, mesmo que o autor esteja criticando a situação de lerdeza burocrática do Velho Mundo, eu fico passado quando leio o seguinte:[Gás de xisto: Revolução não chegará à Europa http://www.presseurop.eu/pt/content/article/4224401-revolucao-nao-chegara-europa via @PresseuropPT]
“Tais cálculos levam, na melhor das hipóteses, a poucas dezenas de milhares de empregos por país. O que não é certamente de desprezar, nos tempos que correm. Mas o gás de xisto não vai ser a receita miraculosa que permitirá à Europa sair da crise.”Mas, são algumas dezenas de milhares de empregos aqui, outras dezenas de milhares de empregos ali que somados irão levantar a Europa e não uma panacéia como política econômica. Não existem “receitas miraculosas”, esta premissa é que leva ao imobilismo. E falando no contrário, na mobilidade, vejam como o outro lado do Atlântico tem motivos para se mobilizar:
“A rapidez e a magnitude da expansão da produção além-Atlântico também não podem ser replicadas na Europa. As condições excecionais existentes nos Estados Unidos não têm equivalência do lado europeu, nomeadamente a presença de uma grande indústria de petróleo e gás, equipamentos abundantes, uma rede de gasodutos, grandes espaços livres: tudo isso lhes permitiu perfurar mais de 200 mil poços em poucos anos. O contexto jurídico também desempenhou um papel importante: os cidadãos norte-americanos são proprietários do seu subsolo e têm interesse financeiro em negociar diretamente com as empresas.”
Cara... Se nos
EUA, os próprios cidadãos podem vir a se tornar sócios e já são de antemão
DONOS do seu subsolo, quanta diferença! É óbvio que um etos capitalista
internalizado assim irá motivar mesmo a produção, ao contrário do burocratismo
e imobilismo de sociedades apoiadas no welfare
state. Entenderam por que este “obamacare” pode ser um fator de decadência
para os americanos? O que tem a ver? TUDO. Este princípio do plano de saúde
estatal, do “SUS americano” pode colocar tudo a perder fazendo com que a
vantagem de se ganhar em cima do trabalho alheio se expanda naquela cultura,
ainda relativamente imune a este vício social, comportamentalmente induzido e
adquirido.
O comentário a
seguir de Milton Friedman expressa porque os EUA chegaram onde chegaram e seria
um lástima que pusessem isto tudo a perder:
“Há uma frase muito citada do discurso de posse do Presidente Kennedy: ‘Não pergunte o que sua pátria pode fazer por você - pergunte o que você pode fazer por sua pátria’. Constitui uma clara indicação da atitude dos tempos que correm, que a controvérsia sobre esta frase se tenha focalizado sobre sua origem, e não sobre seu conteúdo. Nenhuma das duas metades da declaração expressa uma relação entre cidadãos e seu governo que seja digna dos ideais de homens livres numa sociedade livre. A frase paternalista ‘o que sua pátria pode fazer por você’ implica que o governo é o protetor, e o cidadão, o tutelado - uma visão que contraria a crença do homem livre em sua própria responsabilidade com relação a seu próprio destino. A frase organicista ‘o que você pode fazer por sua pátria’ implica que o governo é o senhor ou a deidade, e o cidadão, o servo ou o adorador. Para o homem livre, a pátria é o conjunto de indivíduos que a compõem, e não algo acima e além deles. O indivíduo tem orgulho de sua herança comum e mantém lealdade a uma tradição comum. Mas considera o governo como um meio, um instrumento - nem um distribuidor de favores e doações nem um senhor ou um deus para ser cegamente servido e idolatrado. Não reconhece qualquer objetivo nacional senão o conjunto de objetivos a que os cidadãos servem separadamente. Não reconhece nenhum propósito nacional a não ser o conjunto de propósitos pêlos quais os cidadãos lutam separadamente" -- Capitalismo e Liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário