terça-feira, outubro 08, 2013

Proselitismo irresponsável e covarde

Sobre: Is Rioting Revolutionary? | Adbusters Culturejammer Headquarters https://www.adbusters.org/blogs/blackspot-blog/rioting-revolutionary.html via @adbusters
"O que Foucault e os maoístas estavam debatendo vai ao cerne de como imaginamos que a mudança revolucionária terá lugar. Será que a revolução será uma insurreição descontrolada - cujos sintomas incluem saques nas ruas de Londres, por exemplo - onde a raiva do povo contra o consumismo é totalmente liberada e os seus juízos implicitamente confiáveis?"
Eu simplesmente não entendo a cabeça desse pessoal, ou melhor, entendo sim! Mas não consigo entender como não percebem a contradição no que escrevem, no que dizem... Veja isto acima... O saque é um protesto contra o consumismo? Claro que não, saque é só saque, protesto contra o consumismo seria não consumir. Ou ao menos restringir substancialmente o consumo.
"'É a partir do ponto de vista da propriedade que há são furtos e roubos', Foucault insistiu no final de sua discussão. Quando vemos sempre saques, mas nada como ladrões e nos recusamos a conceder-lhe o status de um ato político consciente, uma explosão de 'justiça popular' contra um sistema corrupto e corruptor capitalista, estamos assumindo o ponto de vista das muitas forças que estamos tentando derrubar. O mesmo vale para quando nós condenamos qualquer ato insurrecional que não é acompanhado por um panfleto (tract) insurrecional."
Esta não é a questão, ninguém está negando o status político deste movimento aparentemente caótico, não é por ser político que é correto, nem tudo que detenha a pecha de 'político' é adequado, idôneo, probo etc. O movimento caótico, violento, anti-propriedade não passa de um espasmo de violência sem foco que na ânsia de destruir não traz em seu âmago nenhum projeto de construção. Então a Justiça tem que ser a da massa? Ah! Mas este Foucault merecia um linchamento para provar de seu veneno. Não vai dar, já que morreu...
Quando se fala em propriedade não se trata apenas de um naco de chão ou qualquer outra coisa, mas de todo um conjunto de relações que permitiu sua constituição. Que quer o filósofo? Destruir a tudo isto sem mostrar o que pode nascer em seu lugar? Os recursos quem mantém toda a gente que teve tempo para participar dessas manifestações são decorrentes da extração de um pedaço dessas relações, do que originou um produto chamado propriedade.
O cerne de tudo isto, no Reino Unido, na França e agora no Brasil é um foco errado, cujos parâmetros estão deslocados porque falta um ingrediente moral. A que eles supostamente têm é contra o capitalismo, mas nem sabem como este funciona, como este se constituiu e sem a moral, que os manifestantes rejeitam, não teríamos nada disto que construímos e que sustentam a gordura desses manifestantes. Aqui, uma dica de leitura sobre o ocorrido: Britain’s in crisis: the real causes of chaos on streets http://shar.es/EHi1q via @CityAM
Quando eu era garoto assisti um filme empolgante na Sessão da Tarde, que tratava de um homem vingando sua mulher, estuprada por outros três em uma paisagem apalachiana. Ele o faz, executa um a um e quando volta vingado para o acampamento, a polícia o está esperando com outros três, com as mesmas características. Sabe.... Se Foucault vivesse hoje poderia ser facilmente confundido com um skin head com aquela carequinha dele e levar uma tunda de laço da turba enfurecida...


"Quick to judge
Quick to anger
Slow to understand
Ignorance and prejudice

And fear walk hand in hand..."

-- Witch Hunt, Rush

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