O professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Bráulio Porto também criticou o excesso de ideologias na formação dos professores e considerou a inserção de temas transversais nas disciplinas tradicionais brasileiras como prejudiciais. “O excesso de doutrinação ideológica reduz o espaço dedicado à alfabetização e aos outros conhecimentos básicos como português, matemática e ciências. Enquanto as faculdades de educação de Cingapura oferecem 18 disciplinas de matemática, ciências e língua materna; no Brasil, as faculdades costumam oferecer apenas uma ou duas disciplinas de matemática, ciências e língua”, observou.
[Especialistas criticam excesso de ideologia na formação de professores, http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/29001/especialistas-criticam-excesso-de-ideologia-na-formacao-de-professores/]
Assino
embaixo. Quanto a ter opinião é o seguinte: toda pessoa tem, eu mesmo tenho e é
forte, não abro mão, exceto, é claro, que alguém prove que eu esteja errado.
Agora, como professor que sou, acho um absurdo em entrar em sala e passar,
sistematicamente, a impingi-las. A Geografia, matéria que ministro é pródiga
nestes casos e há temas que são mais consensuais, como os abarcados pela
Geografia Física, afinal uma montanha não se move de lugar por opinião (nem por
fé...), mas o que fazer com a montanha, exploração, preservação, habitação,
como habitá-la, se for o caso, etc., sim, é plenamente passível de opinião e
posicionamentos programáticos e políticos acerca dessas opiniões. O que um
professor, de verdade, deve fazer? Passar ao aluno todas as opiniões possíveis para
que ele escolha ou construa a sua. “Ah! E a prova?” Deve ser composta por
questões exatas sobre temas tidos como consensuais, do ponto de vista
científico e questões livres, dissertativas se for o caso, sobre opiniões,
abertas, mas passíveis de análise e julgamento pelo professor a partir de dados
corretos e construção do raciocínio. “Ah! Mas quem faria isto? Como ver se o
professor está agindo corretamente em sala?” Perfeito. Concordo com este temor
e preocupação. O professor, assim como qualquer profissional, DEVE ser avaliado
externamente e uma dessas avaliações deve ser a partir de provas externas
aplicadas aos alunos, i.e., o desempenho destes sobre questões objetivas será
um forte indicador de quão deturpada pode estar sendo seu programa de aulas.
Não
há razão para não executar um programa de avaliação de desempenho indireto do
profissional, o que é mais interessante que aplicar uma bateria de provas ao
próprio professor é investigar o produto de seu trabalho, ou seja, como os
alunos aprenderam o conteúdo ministrado em sala de aula. E o foco do avaliador
que avalia o professor é entender a dinâmica da sala de aula e qual ou quais
são as razões de problemas que são recorrentes. Temer isto não passa de um
pueril corporativismo que lesa toda a sociedade com o mau resultado combinado
de ideologia, falta de profissionalismo e acomodação numa carreira estável (se
for pública) e que não zela pelo estudante porque, nesta equação, o estudo não
está sendo ... estudado.
Assino em baixo as palavras do Bráulio e também o que você escreveu. Os sindicatos de professores acham que todos devem ganhar o mesmo salário e que a progressão na carreira deve ocorrer à medida que os professores acumulam certificados de cursos de aperfeiçoamento. Mas quem disse que tais cursos melhoram a qualidade das aulas? Na prática, trata-se de pura burocracia: o professor faz cursos disso e daquilo, junta os certificados, entra com a papelada solicitando a progressão, e ganha. Mas a única maneira de avaliar efetivamente a qualidade do trabalho dos professores é testar o nível de conhecimento dos alunos dele, e ponto! Daí a importância de avaliações como Pisa, Prova Brasil, Enem, Enade, etc.
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