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Brasil cumpre apenas 2 de 6 metas de educação fixadas pela Unesco
Uma das coisas que mais me incomoda é a visão (míope) de planos macroestruturais, seja na economia ou, como o caso, na educação. Porque basicamente não há análise fina que relacione causa e efeito para além das correlações. O Bolsa-Família se expandiu com a absorção de estudantes, suas matrículas, mas nada indica que haja melhoria (qualitativa) do ensino. Esta se encontra 'maquiada', justamente, pela Progressão Continuada, vulgo "aprovação automática" que nos impede de ver a evolução do aprendizado. Outro ponto é que os princípios nos quais se baseia uma educação anti-meritocrática não propiciam avaliações seguras, mesmo porque os Programas Político-Pedagógicos (PPPs) dessas escolas são, via de regra, contrários a quaisquer avaliações sérias. Pedagogos costumam dizer que estas "discriminam" alunos, estigmatizando-os. Assim, fica difícil evoluir quando nem sequer sabemos para onde vamos. O que sei, dos meus 25 anos em sala de aula é que o Bolsa-Família está condicionado com a presença do aluno em sala de aula e, desta forma, o aluno que não tem nenhum interesse em permanecer em sala para além da pressão de seus pais ou responsáveis, receosos de perderem o benefício. E, como não há obrigação de executar quaisquer tarefas, não copia a matéria, não participa, não executa tarefas e, como faz parte de uma tradição instaurada nas salas de aula devido à contestação (e depreciação) da figura do professor campeia a indisciplina que elevou o Brasil ao posto de campeão mundial em violência escolar. O Bolsa-Família corrompeu o pouco que restava da educação e isto só tende a piorar.
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