É exatamente neste ponto, a prova, que o Escola Sem Partido deveria atuar, acusando os professores que forçam os alunos a pensarem igual e de forma ideologicamente enviesada (imagem: vejasp.abril.com.br).
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O grande problema do
Projeto de Lei do “Escola Sem Partido” é a sua
prova. Que tipo de prova teríamos que ter e isto não está especificado no
projeto, apenas a denúncia. Do jeito
que está ali, se um dia um aluno evangélico, adventista etc. se sentir ofendido
em suas convicções durante uma aula de biologia que aborde a evolução. O modo
como seus pais o ensinaram sobre o mundo, p.ex., a partir de uma perspectiva
criacionista, em confronto com a teoria da evolução será mais do que suficiente
para mover uma ação contra o professor. Minha mulher, quando foi intercambista
morou numa cidadezinha interiorana do Canadá na Terra Nova e durante uma aula
de biologia ela perguntou ao professor se ele não ensinaria a teoria da
evolução, ao que o mesmo respondeu não,
porque não acreditava naquilo. Veja...
Um professor de biologia! Mas, por outro lado, a cultura local ou,
empiricamente falando, o comportamento do professor foi exemplar: respondeu que se ela quisesse poderia
apresentar um seminário sobre o assunto, o que ela fez e ficou tudo bem,
ninguém foi repreendido, ninguém foi punido, ninguém foi perseguido. Já aqui
mesmo em Florianópolis, alguns meses atrás, uma menina que vinha às
manifestações a favor do impeachment desta que nos atormenta agora na TV
Senado... Só de contestar seu professor de história em sala de aula foi
retirada da mesma e levada à direção. Este
tipo de abuso tem que terminar. A questão é que do mesmo modo que poderemos usar uma lei dessas para o justo, alguém
poderá usar para perseguição ou preconceito a um conteúdo. E aí, como
fazemos? Por isso que eu acho que a questão da prova, de sua qualidade e como a
obtermos é que é fundamental e, ela passa pelo livro ser o menos imbecil
possível e aí sim, a fiscalização de se o professor da disciplina está
ensinando de acordo com o conteúdo.
Por *prova* me
refiro, obviamente, a como provar que o
professor está doutrinando. E além disso temos as avaliações, nelas é que
também veremos se um professor está pendendo para uma visão política.
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