Lemos muitas críticas necessárias e
corretas ao Politicamente Correto, que suprime nossa Liberdade de Expressão,
mas do outro lado desse espectro comportamental há um tipo que se torna cada
vez mais frequente, o POLITICAMENTE HISTÉRICO. Quem é e como age? Imagine
aquele sujeito que chega em casa tira os sapatos, vai até a geladeira, pega uma
cerveja, liga a TV no canal de esportes e estende as pernas com seus pés
fedidos em cima da mesinha de centro. Daí, quando seu time erra um passe a gol,
ele se transforma em um misto de vendedor de peixe com motorista de fim de
semana preso em um engarrafamento.
É o tipo que vocifera quando
criticamos o governo do PT dizendo "tu está usando a lógica da
Direita" ou quando divulgamos que há mais políticos do PMDB e de todos os
outros partidos envolvidos e temos que ler que "tu está fazendo como a
Esquerda". Mas antes ficasse só neste âmbito político-partidário, pois
quando se trata de qualquer, QUALQUER assunto que tenha um mínimo de
ideologização, lá vem ele, como um Cruzado em busca de infiéis! Se divulgamos
que o maior pico de calor desde o chamado "Aquecimento Global
Antropogênico" já foi há mais de 10 anos ouvimos que somos
"negacionistas", que não nos importamos com o meio ambiente e nossa
responsabilidade enquanto espécie sobre este planeta, mas se por acaso achamos
interessante uma perspectiva cataclísmica sobre o aquecimento global, seja de
origem antrópica ou não, logo veremos a fúria dos "especialistas",
melhor preparados que qualquer cientista da Nasa, pelo visto, nos dizendo que
fazemos a lógica dos "globalistas", lacaios da ONU que, com sei
Painel Inter-Governamental de Mudanças Climáticas, o IPCC pretende nos enganar
mentindo sobre a mudança climática global para impor um governo mundial.
Uma coisa eu sei, se alguém se irrita
com este tipo de análise qualificando-a como “adjetivação sem fim” é porque,
muito provavelmente, se sentiu inserida em algum ponto da definição de
histericamente político. Digo isto porque não faltarão agora aqueles que já se
sentem membros de uma “equipe”, sejam os “bolsonetes”, os “anti-golpistas”, os
ambientalistas, os direitistas etc. e etc. Quando criticamos um (na verdade,
vários excessos) de Jair Messias Bolsonaro, quando o deputado profere uma
asneira sobre quem pode votar e quem não pode (entre os que não podem,
analfabetos), ou outros que dizem que “Bolsa-Família é crime”... Ora! Posso ser
contra esse mecanismo por achar falho e que não cumpre seus objetivos e esses
objetivos são opacos, mas crime é outra coisa, bem clara. Chame de imoral,
ineficaz etc., mas crime é outra coisa. E não me venha dar uma de santo sem ser
explícito ao dizer que é contra o sistema, essa palavra vaga e ao mesmo tempo
dizer que logo os militares darão um jeito. Ora! Há quanto tempo temos um
sistema disfuncional à sociedade? É de agora? Claro que quero que haja um fim
nisto, mas querer um atalho, uma solução rápida e revolucionária não funciona. Militares
tem a função clara e constituição de intervir em caso de desordem e para eles
isto é claro, violência. Se nossa democracia é falha, então é isso mesmo,
demora e é custoso arrumar tudo. Ninguém disse que seria fácil, que teríamos
sucesso rápido e estrondoso. Trata-se de uma série de reformas, com pressão popular
nas ruas após oficialização de pedido junto aos órgãos de segurança, sempre é
bom lembrar. Nada na base do facão e sim, na palavra e assinatura. O politicamente
histérico age como uma criança birrenta que berra e chuta o ar e não é esse
nosso caso, nossa meta e nosso método.
A choradeira não passa
sem uma boa dose de vitimização. Se você deplora algum covarde que acha lícito
a tortura como método de investigação é porque “tu tem preconceito contra a
classe(sic) policial”. Não sei se ficou claro, mas quem diz isto se mostra um
perfeito preconceituoso, como se fosse atribuição de um policial torturar, como
se fosse atribuição de alguém. Só penetrando na mentalidade de alguém assim
para entender como uma claque de semianalfabetos adentra no Congresso Nacional
falando que “só os militares tem condições de governar o país”, ao ponto esdrúxulo
de confundir a bandeira japonesa, em um painel comemorativo da imigração, com
um símbolo do comunismo! Só assim se entende o polo oposto de professores e
alunos, verdadeiras ovelhas que se veem no direito de invadir escolas em nome
de suas causas políticas impedindo outros alunos e professores de manter suas
atividades. Direito à liberdade de expressão não é nem nunca foi cercear a
liberdade alheia, não sem a devida liberdade de reprimir idiotas como esses. Já
que é para ter liberdade irrestrita, então a liberdade de conter este gado acéfalo
também deve ser desencadeada.
São pessoas que admiram
os EUA, mas querem uma sociedade similar através de um voo charter com uma intervenção
militar. Ou aqueles que querem uma educação de “padrão cubano” para o Brasil,
enquanto colocam os filhos em escolar privadas e caras. Mas berram e como
berram... Não podem ver algo que lhes desagrade que emitem urros como se fossem
argumentos. Se alguém admirar um corpo de mulher, em posição sexy não passa de
um “machista misógino” ou algo pior, se alguém é contra uma imigração maciça e
se preocupa com choques culturais advindos dessa pode ser tachado como “racista”
ou, quando não, nazista mesmo. Se alguém se condói ou lamenta os ataques de
grupos fundamentalistas islâmicos a outros muçulmanos como justificativa à
ajuda aos refugiados é porque se posta “contra o Ocidente” e por aí vai... Se
alguém critica Donald Trump é porque é de “esquerda americana”, um Democrata,
mesmo que o ponto sensível que nos afeta como brasileiros (e mexicanos) é sua
postura protecionista e retrógrada em termos de comércio externo. Da mesma
forma, quando nos posicionamos contra Hillary Clinton é porque somos “a favor
de uma política de endurecimento diplomático” e “não nos preocupamos com o
resto do mundo”, muito embora a ação desta senhora como Secretária de Estado
tenha desestabilizado o norte da África e mal sucedida no Oriente Médio. Se nos
interessamos pela geopolítica russa e nos preocupamos com a estabilidade e
desenvolvimento do país somos “imperialistas a favor da hegemonia do Urso Russo”
ou “cheerleaders de Putin”, mas se tu apontar a expansão e ataques da Federação
Russa serás acusado de ser um “atlantista”, submisso à Aliança do Atlântico
(EUA e Europa Ocidental), contra a Europa Oriental, Ásia e países não centrais
do capitalismo em geral. São tantas as rotulações que a análise de sua coerência
conceitual esvanece entre os berros e fiascos de quem as utiliza.
Já houve tempo em que
ecologistas eram pessoas razoavelmente afeitas ao método científico, mas hoje
se encontram muitos desses histéricos. Recentemente ouvi quem chamasse uma
famosa modelo de “hipócrita” porque a moça chorou ao ver o desmatamento da
Amazônia em cima de um helicóptero. Por causa do helicóptero, por causa de seu padrão
de vida, cuja ostentação é ofensivo àqueles que creem ser uma “injustiça social”
sem perceber que seu padrão de vida, embora bem mais módico seja já uma clara evolução
em relação a uma época na qual uma simples refeição matinal continha bem menos
itens oriundos da indústria e agronegócio. Quando se insiste no argumento da
injustiça social se percebe que o foco do problema nunca foi o impacto
ambiental em si e sim o fato de que alguns possam consumir mais ou de modo mais
caro que outros. O que não se percebe aí é que a “justiça social” enquanto
certa homogeneidade de consumo não deixa de ser uma expansão absoluta do
consumo, dos recursos energéticos e do impacto ambiental, mas que também traz
consigo a possibilidade de escassez de seus insumos e aumento de produtividade,
inclusive com substitutos mais limpos ou produtos reciclados.
E quanto à diferença
entre sexos? Já houve tempo em que “feminista” era a mulher contrária à maus
tratos ou discriminações ao sexo feminino, mas se por acaso você enaltecer o
papel da mãe na família ou se encantar com o jeito feminino precoce de sua
filha poderá ser acusado, por uma histérica que estás introjetando um papel
social subalterno à cria. Nessas horas eu tenho vontade de perguntar à feminista
se ela teve uma péssima noite de sexo e sugerir um manual de “como atingir o
orgasmo feminino em 10 passos”.
E se tu tem afeto por
animais, se tem um cão ainda não te acusaram de hipocrisia por que tu não sente
o mesmo pelo novilho que acabou de enfiar o espeto em cima do carvão em brasa? Adianta
falar a necessidade de ingestão de proteína animal não autoriza ninguém a
maltratar o gado e que defendemos a morte rápida e menos dolorosa possível?
Se for verdade que
dizem que o Politicamente Correto cansa, que persegue e cerceia a liberdade de expressão,
não é menos verdade que o modo de se mostrar contrário a isto tudo diz muito
sobre o tipo de expressão que se quer libertar. Claro que o espaço é garantido
a todos, mas convenhamos, quem não tem conteúdo algum, basta berrar e fazer
mimimi, mesmo aqueles ou aquelas que raciocinam em círculos como se estivessem
trocando parafusos de um pneu ou repetindo a mesma coisa como os movimentos de
quem esfrega roupa suja no tanque. Já disseram que a internet deu voz aos
idiotas, mas acho que é o mesmo que acontece quando o torcedor vai no estádio e
se transforma em um mico pulando na arquibanca e guinchando ou um frustrado que
vira um paladino do asfalto se achando detentor do monopólio da razão ao cortar
outros motoristas nas ruas. O Politicamente Histérico é o resultado da
despersonalização em redes sociais.
E claro, não nos
esqueçamos dos que atualmente batem o recorde, aqueles que chamam quem discorda
dos mesmos de “fascistas” se comportando, obviamente, como fascistas. Quando surgiram,
os fascistas usavam camisetas pretas e hoje, notadamente vermelhas. Enquanto que
muitos políticos são camaleões mudando de cor como mudam de partido, seus
militantes podem mudar a cor da camisa, mas a conduta continua a mesma de
sempre: fascista.
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