Muito interessante, a análise sobre a Polônia do VisualPolitik, sobretudo a parte em que eles notam como o país é o que tem a imagem mais favorável da União Europeia, apesar de não seguir boa parte de suas diretrizes. Isto corrobora, em parte, aquela noção da qual falava dias atrás sobre a crise chilena: uma coisa é o que é de fato, o que ocorre no campo da economia, outra bem distinta é como a população percebe a situação. Analogamente, seria crível que no Brasil tivéssemos uma oposição popular maior ainda à situação e, NO ENTANTO, não temos! Por quê? Porque a percepção é o que gera a revolta (e votos, e manifestações), não o DADO BRUTO, que o raciocínio simplista do economista dissociado da análise sociológica nos leva a crer.
Aproveitem:
sexta-feira, novembro 29, 2019
quarta-feira, novembro 27, 2019
Duro recado a Bolsonaro - William Waack comenta
Observem a amplitude do comentário crítico (e construtivo) do @FT , comentado pelo
@painelww: Duro recado a Bolsonaro - William Waack comenta https://youtu.be/9kAPBDTw33Y via
sexta-feira, novembro 22, 2019
Ideia de jerico: o massacre da escola de Suzano teve a ver com a burocracia
Gosto das ideias liberais, mas não é por isso que vou colocar a busca pela verdade em suspensão. Certa vez li, de um conhecido economista que discute educação, defensor dos vouchers, menos estado etc., todos pensamentos que endosso, que a culpa pelo massacre em Suzano onde dois atiradores mataram cinco estudantes e duas funcionárias em março de 2019 teria a ver, inclusive, com a burocracia da escola (conferir imagem acima).
No caso, a escola era referência do bairro, a polícia agiu a tempo de evitar um mal maior, as merendeiras foram heroínas ao tentar salvar as crianças e, de mais a mais, mesmo em outros tipos de sociedades e modelos escolares, com gerenciamento local, menos burocracia etc., este tipo de tragédia ocorre.
É tão difícil assim ADMITIR que o impulso assassino atravessa modelos de administração não sendo causados por estes? Que existe transtornos mentais capazes de levar um indivíduo a matar por prazer e ser totalmente indiferente a dor alheia e que se vamos estender o porte de arma, temos que estar preparados. Isto quer dizer, nossas escolas têm de estar. Como? Esta questão tem que ser discutida antes de termos uma epidemia, pois não se enganem, décadas atrás, quando as drogas eram caras, quando só quem tinha grana comprava cocaína, não tínhamos metade dos problemas envolvendo a criminalidade de hoje em dia. Então, se ainda não temos mais massacres é porque as armas são caras, mas isto pode mudar.
Como eu disse, se formos estender este direito a todos, como querem meus colegas liberais, tudo bem, mas tempos que estar preparados e isto inclui catracas com detectores de metal, como nos aeroportos e treinamento aos funcionários de escola como, em tese, existe para incêndios (mas poucas empresas cumprem de fato). A partir e só a partir daí concordo com o porte, pois por enquanto me basto em defender a posse.
Liberdade sempre, mas com Responsabilidade.
Anselmo Heidrich
22 nov. 19
quarta-feira, novembro 20, 2019
Nem "Consciência Negra", nem descaso com a situação da população negra
Nesses tempos de bipolarização ideológica é fácil nos deixarmos seduzir por um discurso fácil que agrega indivíduos em torno de uma causa, este é o caso da assim chamada "consciência negra". No entanto, boa parte da força que tem esse discurso se nutre de um descaso e escárnio por parte de quem não tem capacidade de tratar a questão assumindo, inconsciente ou conscientemente, o papel de algoz perfeito para a militância etnicista.
terça-feira, novembro 19, 2019
sábado, novembro 16, 2019
Jeanine Áñez, presidenta interina de Bolivia: "Evo quería imponerse por ...
Ela simplesmente não sabe o que significa "estado laico" e ainda usa os regimes comunistas como referência para tal, como se países com sistemas capitalistas e democráticos também não tivessem estados laicos. Parece que a América Latina ainda vai sofrer muito entre esses pólos extremos, entre movimentos coletivistas que inflam suas agências governamentais e governos com retórica fundamentalista que não sabe conviver com a pluralidade de ideias.
quinta-feira, novembro 14, 2019
Curtas e Chulas - 03
- Bolsonaristas e seu eterno desvio de foco, agora o vilão é Gilmar Mendes. E o que aconteceu com Toffoli? Virou amigão, tomou chá de sumiço? Aliás, nunca é demais perguntar, quais foram os crimes cometidos por Gilmar Mendes para requerer o seu impeachment ou isso é bronca pelos seus votos? É difícil conviver com quem pensa diferente, não é mesmo? Pois é, #IdentificaçãoProjetiva mandou um abraço pr’ocê que gosta de bradar contra o Comunismo e seu Big Brother…
- A Esquerda carcomida defende diálogo entre Ciro e Lula. Desse jeito vocês vão morrer abraçados juntos. Não há diálogo produtivo entre esses e torço para que continuem se digladiando.
- Bolsonaristas rumo ao fracasso criando o novo partido. Quanto tempo vocês acham que vai durar essa aventura antes do processo de autofagia inerente a esses sectários ideologicamente extremistas e afeitos a uma boa fofoca?
- Daí dizem que Moro será o futuro vice de Bolsonaro em uma futura reeleição, para quê? Para ser o futuro poste também? Já que esta tem sido sua marca neste atual governo, algumas vezes, contraditado como Ministro.
- Não é ridículo ver deputados governistas criticando certas filiações ideológicas ou fisiologismo e agora apoiem a criação de outro partido com caráter ideológico, o #AliançaPeloBrasil, e um baita senso de oportunidade com ambição por tomar parte do Fundo Partidário no futuro?
- Carlos Bolsonaro apagou todas suas redes sociais com medo de ser desmascarado por Joice Hasselmann. Este é o homem que brada muito, mas refuga à primeira ameaça.
- Negacionistas climáticos usam recorde de baixas temperaturas na entrada do inverno boreal como argumento contrário ao aquecimento global. Alguém lhes explique que fenômenos tópicos como esse não resumem a caracterização de um clima, nem explicam uma tendência.
- O Laboratório de Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) analisou imagens de manchas de óleo a 40km da costa potiguar dois dias antes da passagem do navio de bandeira grega Bouboulina ao norte do litoral nordestino. Ou seja, o governo errou se precipitando ao acusar a empresa responsável Delta Tankers Ltd. ou, na pior das hipóteses, mentiu.
- Falando em vilões já se perguntaram o porquê de tamanha antipatia, quando não rejeição mesmo por Mark Zuckerberg, tão ou mais responsável por generosos atos de filantropia que outros endinheirados?
- Ontem tivemos a primeira audiência pública sobre o impeachment de #DonaldTrump rolando. Torcer para virar uma bola de neve, pois basta ver o que ele fez com o governo ucraniano ao chantagear seu Presidente, Volodymyr Zelensky. Para ter uma noção da falta de limites do Presidente Americano e desrespeito à Constituição de seu próprio país, ele chantageou transferências de recursos para a defesa da Ucrânia (que já haviam sido acertados) em troca de investigações sobre o filho de seu possível maior rival nas eleições presidenciais do ano que vem, Joe Biden.
- E ontem também tivemos a sexta morte de criança no Rio de Janeiro. Eu não entendo como essa repressão ocorre com a presença de civis inocentes nas proximidades, simplesmente não entendo. O clima é de guerra e em guerra há o chamado Estado de Sítio, se é o caso por que não declaram logo de uma vez? Pois o que ocorre é para ter a presença do Exército agindo como tal e não uma polícia que alveja seus próprios cidadãos como se fizesse parte do custo operacional ou “fatalidade”.
- Enquanto pais e mães choram desejando nem terem nascido para não sofrerem com uma tragédia dessas, o governador do RJ, #WilsonWitzel é acusado de “desonestidade intelectual” por #EduardoBolsonaro ao escrever que a responsabilidade por conter o tráfico de drogas é de cunho federal, ou seja, toma que o filho é teu! Nessa toada vai nossa política barraqueira sem que ninguém queira assumir o seu quinhão de responsabilidade. Aliás, isso é sintomático, responsabilização falha em nosso Código Penal “garantista” anda ao lado do déficit de responsabilização administrativa. É como se fosse um ethos da irresponsabilidade atingindo a todos.
- Na reunião dos #BRICS, o Brasil adota posições dos EUA como se quisesse comprar suas brigas e, no plano interno, o filho do Presidente Brasileiro apoia a invasão da Embaixada Venezuelana. Neste afã de se opor à Venezuela, o Brasil se torna cada vez mais parecido com o Irã, que teve a Embaixada Americana invadida em 1979 por ocasião da Revolução Islâmica.
- Acabei de perceber mais um indício da veracidade da Teoria da Ferradura (#HorseshoeTheory), tanto Eduardo Bolsonaro quanto Guilherme Boulos têm em comum a proposta de invadir imóveis que não reconhecem a legitimidade.
- A propósito, se faz mister cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro.
- #JoiceHasselmann quer investigar se a criação do novo partido de Bolsonaro, a tal #AliançaPeloBrasil não terá nenhum tipo de falcatrua. “Ainnn, ela quer destruir nosso mito, assim não hein…” Amiguinho, não importam os motivos e sim o método de procedimento que, se estiver dentro das regras, está correto, assim como se ela realmente descobrir e revelar ilicitude. Então #SomosTodosJoiceHasselmann
- O que mais ouvi ao longo desses anos é que a urna eletrônica não era confiável, mas agora que a deputada federal Joice Hasselmann diz que vai conferir as assinaturas da criação do partido de Jair Bolsonaro acusam-na de “revanchismo”. Esses patriotas de araque estão estressadinhos, a ética rigorosa só vale em determinadas situações?
- Há boatos de que Bolsonaro se arrependeu de aceitar o #GeneralMourão como Vice-Presidente em conversa com o “príncipe” #LuizPhillippedeOrléanseBragança. Inveja e incompreensão porque Mourão é inteligente, articulado e pensa por si próprio. Aliás, que me perdoe a economia, mas um impeachmentzinho viria em boa hora para colocar este vice na presidência, o que nos traria tranquilidade e, por que não? Orgulho.
- “Sou anti-petista porque…” Se esmere mais, porque se for “porque negociou com ditaduras ou regimes despóticos”, o que dizer de Bolsonaro que negociou com a China e a Arábia Saudita? Quê? Alô? Nada a ver?! #DuplicidadeÉtica te mandou um abraço, mané!
- A propósito, #FelipeGMartins, do Ministério das Relações Exteriores está caladinho sobre o acordo com a #China, do qual era forte opositor, sustentado por suas teorias conspiratórias e tirocínio paranoide. Não dá nem um pio sobre isto, apoiando o governo atual em todas suas tomadas de posição por medo do ridículo ou apego ao cargo ou, talvez, ambos.
- Adivinho o que é que é? Falando em hipocrisia, jornalista gay não pode ter guarda de filhos, mas jornalista chapa-branca ancião pode casar com mulher décadas mais jovem? Todo o poder aos papa-anjos? Nisso que dá o falso moralismo desses neoconservadores de araque brazucas, nem percebem o ridículo que respiram e transpiram.
- #FelipeMouraBrasil, atualmente odiado pela esgotosfera, disse:
“Toffoli e Gilmar mudaram de posição sobre prisão em 2ª instância. Eram a favor. Após Lava Jato atingir Lula, Toffoli votou duas vezes contra. Após atingir Aécio, Gilmar votou contra. Ambos ajudaram a libertar Dirceu 3 vezes; Lula e Azeredo, uma. Só Gilmar virou alvo de manifestação.”
É matungada, #DuplicidadeÉtica mandou outro abração pr’ocêis…
- Notícia boa? A proposta do #ConselhoNacionaldeEducação (CNE) para o magistério me pareceu boa, facilitar a formação de professores em outras áreas após a primeira licenciatura e exigir maior presença em curso de Educação A Distância (EAD).
- A presidente auto-empossada na #Bolívia, #JeanineÁñez, disse que “a religião volta ao Palácio”, referindo-se a sua visão política fundamentalista. Ela conseguiu em uma sentença apenas rebaixar a religião e corromper a política. Mas não, não estou defendendo #EvoMorales, longe disso, apenas que o país vizinho merecia algo melhor.
- ¿Por qué no te callas Roger? #RogerWaters, ex-membro do Pink Floyd, não perde a chance de provar que é um ignorante. Ele gravou um vídeo de apoio à Evo Morales tratando-o como democrata e libertador. Ora, Evo foi quem levou ao atual estado de coisas negando seguir a Constituição que ele próprio ajudou a construir, buscando a reeleição indefinida através de decisões jurídicas e sendo rechaçado por plebiscito popular realizado em seu próprio país. Ou seja, ele é o mais acabado e recente exemplo de anti-democrata que queria, justamente, aprisionar seu povo em seu governo ad aeternum. Evo Morales é um usurpador da Constituição Boliviana que criou o atual caos pelo qual passa o país. Se liga Roger!
- Cada vez que vejo um #olavete citando passagem bíblica me lembro de Lúcifer pleiteando seu lugar no Céu, ou seja, não vale nada.
ANSELMO HEIDRICH
14 nov. 19
quarta-feira, novembro 13, 2019
terça-feira, novembro 12, 2019
ASSISTA: GENERAL MOURÃO CAUSA IMPACTO EM PRONUNCIAMENTO - GOVERNO BOLSONARO
ASSISTA: GENERAL MOURÃO CAUSA IMPACTO EM PRONUNCIAMENTO - GOVERNO BOLSONARO https://youtu.be/Qq8I1tAp6tU via @YouTube Uma AULA MAGNA!
Nessas horas é que eu penso que um impeachmentzinho do Jair seria uma boa...
Nessas horas é que eu penso que um impeachmentzinho do Jair seria uma boa...
terça-feira, novembro 05, 2019
Como manipular opiniões: a economia argentina
Comento abaixo este vídeo da BBC: https://youtu.be/WjoJmhhgUBA.
Uma opinião sobre o modelo econômico certo e o errado passa no subtexto. Nada contra opiniões no jornalismo, mas elas precisam ser explícitas. Este é o caso do comentário sobre a economia argentina e as razões de sua fragilidade.
Uma opinião sobre o modelo econômico certo e o errado passa no subtexto. Nada contra opiniões no jornalismo, mas elas precisam ser explícitas. Este é o caso do comentário sobre a economia argentina e as razões de sua fragilidade.
How to manipulate opinions about Argentina’s economy
At 1:40, “In the last four decades, the economy has fluctuated between very different models: one that protects industry and one that delivers to international markets” (CAPITAL LETTERS mine). Did you realize what media manipulation is? The journalist there, very professional (without any irony) falls into her own prejudice. Let’s say she has every right to think that way, all right, but then it would fit, since it is journalism, to say why she said what she said, because she negatively adjective one economic model and positively another. And don’t tell me you didn’t, because you did. After all, “protecting” is an act of preserving one’s safety in the case of an entire country and in turn delivering an act of betrayal (not to mention cowardice indeed).
So how should she express herself? If it is with the criterion of objectivity, it should look something like this:
“Over the past four decades, the economy has fluctuated between very different models: one that increases customs tariffs on imported products and one that lowers customs duties on these same products.”
And if the meaning is not exclusively for the trade balance, but also the financial balance could be like this:
“In the last four decades, the economy has fluctuated between very different models: one that CLOSES the economy to foreign markets and one that OPENS to international markets.”
The problem is that in this last “closing” implies something normally bad, so we could substitute, for example, “diminishing interdependence” and hence, to compensate, in the following sentence “widens interdependence” or “inserts the economy” in international markets ”. The fact is that the choice of the journalist was very evaluative and not objective.
Let’s continue…
Still talking about the models and the harms of constant economic model exchanges, at 2:10 says:
“One CLOSES the country, another OPENS indiscriminately. One imposes controls, another deregulates everything ”(my capital).
“Close”, as I said, has a negative meaning here, but see that “open” should be sufficient to counteract the models, without the need to overvalue the action, as in “indiscriminately”, which reveals that common sense remains only for the first model, the protectionist, which closes the market, the other opens too much. This is what is made clear in this subtext and which enters the mind of the unwary listener. This my dear is manipulation and endures much more than the simple fake news so fashionable, because it is not an explicit lie, it is a worldview that is already part of the author’s thinking.
The problem is still repeated in the second sentence, “imposing” is bad, “controls” depend, it may be, it may not be, it depends on the objective and the result, now “deregulate”, except if you are an anarchist or a libertarian, it does not sound good and is still aggravated by the “everything”, which, here among us, should not be true at all. All?! Everything all ?! Of course not! The hype there gives the journalist, it is clear what she thinks and learned in her college, that liberalism is bad.
How could she enunciate? What about:
“One closes the country, another opens” and full stop or “one closes the country bluntly, another opens indiscriminately.” In this case, she would be fair, rewarding. Ahead: “One imposes controls, another removes controls” or “one ADOPTS more regulations, another EXCLUDES regulations” and so on, always trying to be balanced, even if you have an opinion and option, which is irrelevant to those who objectively perform. Journalist task.
Come on, right ahead she hits at 2:15:
“One prohibits imports, the other encourages them”, which seemed to me to be much more balanced, I only doubt if it is a ban or a restriction.
That’s it folks, there must be something else, but I got tired. I only used the example because despite criticism, I like the BBC and I admire her work. My criticism, therefore, is about something that is beyond our clear choices, which is not “service from a group” or “shady contract”, none of these Olavetic, pockets, and conspiratorial petty nonsense, but an inculcated worldview for decades, similar to the religion that was for centuries.
That’s it folks, there must be something else, but I got tired. I only used the example because despite criticism, I like the BBC and I admire her work. My criticism, therefore, is about something that is beyond our clear choices, which is not “service from a group” or “shady contract”, none of these Olavetic, pockets, and conspiratorial petty nonsense, but an inculcated worldview for decades, similar to the religion that was for centuries.
How to fight it? Restricting by law, censoring? OF COURSE NOT! The TRUE solution is READING MORE, HEARING MORE, AND WATCHING MORE. ALWAYS AND ALWAYS LOOKING FOR COUNTERPOINT AND DEFINING EVERYTHING.
Distrusting Everything… Even what you believe in yourself.
Have a nice day,
Anselmo Heidrich
Nov 5 19
Anselmo Heidrich
Nov 5 19
Check:
And yes, I like it.
Image “Harmony in Pink” (source): https://www.flickr.com/photos/stuckincustoms/4214613297/in/album-72157616374459331/
Por que a Argentina está entre as 5 economias mais frágeis do mundo
Aos 1:40, "nas últimas quatro décadas, a economia tem oscilado entre modelos muito diferentes: um que PROTEGE a indústria e outro ENTREGUE aos mercados internacionais" (MAIÚSCULAS minhas). Perceberam o que é MANIPULAÇÃO na mídia? A jornalista aí, bem profissional (sem ironia nenhuma) cai em seu próprio preconceito. Digamos que ela tenha todo o direito de pensar assim, tudo bem, mas daí caberia, já que se trata de jornalismo, de dizer porque disse o que disse, porque adjetivou negativamente um modelo econômico e positivamente outro. E não me venham dizer que não o fez, porque fez sim. Afinal, "proteger" é um ato de preservar a segurança de alguém, no caso de um país inteiro e entregar, por sua vez, um ato de traição (para não dizer, covardia mesmo).
Então, como ela deveria se expressar? Se for com o critério de objetividade, deveria ser algo assim:
"Nas últimas quatro décadas, a economia tem oscilado entre modelos muito diferentes: um que aumenta as tarifas alfandegárias aos produtos importados e outro que reduz as tarifas alfandegárias a esses mesmos produtos."
E, se o sentido não for, exclusivamente, para a balança comercial, mas também a balança financeira poderia ser assim:
"Nas últimas quatro décadas, a economia tem oscilado entre modelos muito diferentes: um que FECHA a economia ao mercado externo e outro que ABRE aos mercados internacionais."
O problema é que nesta útlima "fechar" subentende algo, normalmente, ruim, então poderíamos substituir por, p.ex., "diminuir a interdependência" e daí, para compensar, na sentença seguinte "amplia a interdependência" ou "insere a economia nos mercados internacionais". O fato é que a escolha da jornalista foi deveras valorativa e pouco objetiva.
Continuemos...
Ainda falando sobre os modelos e os malefícios das trocas constantes de modelo econômico, aos 2:10 diz:
"Um FECHA o país, outro ABRE INDISCRIMINADAMENTE. Um IMPÕE CONTROLES, outro DESREGULAMENTA TUDO" (MAIÚSCULAS minhas).
"Fechar", como eu já disse, aqui tem sentido negativo, mas vejam que "abrir" deveria ser suficiente para contrapor os modelos, sem a necessidade de sobrevalorizar a ação, como em "indiscriminadamente", o que revela que o bom senso permanece só para o primeiro modelo, o protecionista, que fecha o mercado, o outro abre demais. É isto que fica claro neste subtexto e que entra na mente do ouvinte incauto. Isto meus caros é manipulação e perdura muito mais do que a simples fake news tão em voga, pois não é uma mentira explícita, é uma visão de mundo que já faz parte do pensamento da autora. O problema ainda se repete na segunda frase, "impor" é ruim, "controles" depende, pode ser, pode não ser, depende do objetivo e do resultado, agora, "desregulamentar", exceto se tu fores um anarquista ou um libertário, não soa bem e ainda é agravado pelo "tudo", o que, cá entre nós, não deve ser verdade mesmo. Tudo?! Tudinho de tudo?! Claro que não! O exagero aí entrega a jornalista, fica claro o que ela pensa e aprendeu em sua faculdade, que o liberalismo é ruim.
Como ela poderia enunciar? Que tal:
"Um fecha o país, outro abre" e ponto final ou "um fecha o país obtusamente, outro abre indiscriminadamente". Neste caso, ela estaria sendo justa, compensadora. Adiante: "Um impõe controles, outro retira controles" ou "um ADOTA mais regulamentações, outro EXCLUI regulamentações" e por aí vai, sempre tentando ser equilibrado, mesmo que você tenha uma opinião e opção, o que é irrelevante para quem executa OBJETIVAMENTE a tarefa de jornalista.
Vamos lá, logo adiante ela acerta, aos 2:15:
"Um proíbe as importações, o outro as fomenta", o que me pareceu bem mais equilibrado, só tenho dúvida se é proibição mesmo ou restrição.
É isso pessoal, deve ter mais algo, mas eu cansei. Só usei o exemplo porque apesar da crítica, EU GOSTO DA BBC e ADMIRO O TRABALHO DELA. Minha crítica, portanto, é sobre algo que está além de nossas opções claras, que não é "um serviço a partir de um grupo" ou "contrato escuso", nada dessas bobagens olavéticas, bolsonaristas e petistas conspiratórias, mas uma visão de mundo inculcada durante décadas, similar à religião que o foi durante séculos.
Como combater isso? Restringindo por lei, censurando? CLARO QUE NÃO! A solução VERDADEIRA é LENDO MAIS, OUVINDO MAIS E ASSISTINDO MAIS. SEMPRE E SEMPRE BUSCANDO O CONTRAPONTO E DESCONFIANDO DE TUDO.
DESCONFIANDO DE TUDO... Inclusive do que tu mesmo acredita.
Um bom dia,
Anselmo Heidrich
5 nov. 19
*E sim, dei "like".
Cf. https://youtu.be/WjoJmhhgUBA via @YouTube
Então, como ela deveria se expressar? Se for com o critério de objetividade, deveria ser algo assim:
"Nas últimas quatro décadas, a economia tem oscilado entre modelos muito diferentes: um que aumenta as tarifas alfandegárias aos produtos importados e outro que reduz as tarifas alfandegárias a esses mesmos produtos."
E, se o sentido não for, exclusivamente, para a balança comercial, mas também a balança financeira poderia ser assim:
"Nas últimas quatro décadas, a economia tem oscilado entre modelos muito diferentes: um que FECHA a economia ao mercado externo e outro que ABRE aos mercados internacionais."
O problema é que nesta útlima "fechar" subentende algo, normalmente, ruim, então poderíamos substituir por, p.ex., "diminuir a interdependência" e daí, para compensar, na sentença seguinte "amplia a interdependência" ou "insere a economia nos mercados internacionais". O fato é que a escolha da jornalista foi deveras valorativa e pouco objetiva.
Continuemos...
Ainda falando sobre os modelos e os malefícios das trocas constantes de modelo econômico, aos 2:10 diz:
"Um FECHA o país, outro ABRE INDISCRIMINADAMENTE. Um IMPÕE CONTROLES, outro DESREGULAMENTA TUDO" (MAIÚSCULAS minhas).
"Fechar", como eu já disse, aqui tem sentido negativo, mas vejam que "abrir" deveria ser suficiente para contrapor os modelos, sem a necessidade de sobrevalorizar a ação, como em "indiscriminadamente", o que revela que o bom senso permanece só para o primeiro modelo, o protecionista, que fecha o mercado, o outro abre demais. É isto que fica claro neste subtexto e que entra na mente do ouvinte incauto. Isto meus caros é manipulação e perdura muito mais do que a simples fake news tão em voga, pois não é uma mentira explícita, é uma visão de mundo que já faz parte do pensamento da autora. O problema ainda se repete na segunda frase, "impor" é ruim, "controles" depende, pode ser, pode não ser, depende do objetivo e do resultado, agora, "desregulamentar", exceto se tu fores um anarquista ou um libertário, não soa bem e ainda é agravado pelo "tudo", o que, cá entre nós, não deve ser verdade mesmo. Tudo?! Tudinho de tudo?! Claro que não! O exagero aí entrega a jornalista, fica claro o que ela pensa e aprendeu em sua faculdade, que o liberalismo é ruim.
Como ela poderia enunciar? Que tal:
"Um fecha o país, outro abre" e ponto final ou "um fecha o país obtusamente, outro abre indiscriminadamente". Neste caso, ela estaria sendo justa, compensadora. Adiante: "Um impõe controles, outro retira controles" ou "um ADOTA mais regulamentações, outro EXCLUI regulamentações" e por aí vai, sempre tentando ser equilibrado, mesmo que você tenha uma opinião e opção, o que é irrelevante para quem executa OBJETIVAMENTE a tarefa de jornalista.
Vamos lá, logo adiante ela acerta, aos 2:15:
"Um proíbe as importações, o outro as fomenta", o que me pareceu bem mais equilibrado, só tenho dúvida se é proibição mesmo ou restrição.
É isso pessoal, deve ter mais algo, mas eu cansei. Só usei o exemplo porque apesar da crítica, EU GOSTO DA BBC e ADMIRO O TRABALHO DELA. Minha crítica, portanto, é sobre algo que está além de nossas opções claras, que não é "um serviço a partir de um grupo" ou "contrato escuso", nada dessas bobagens olavéticas, bolsonaristas e petistas conspiratórias, mas uma visão de mundo inculcada durante décadas, similar à religião que o foi durante séculos.
Como combater isso? Restringindo por lei, censurando? CLARO QUE NÃO! A solução VERDADEIRA é LENDO MAIS, OUVINDO MAIS E ASSISTINDO MAIS. SEMPRE E SEMPRE BUSCANDO O CONTRAPONTO E DESCONFIANDO DE TUDO.
DESCONFIANDO DE TUDO... Inclusive do que tu mesmo acredita.
Um bom dia,
Anselmo Heidrich
5 nov. 19
*E sim, dei "like".
Cf. https://youtu.be/WjoJmhhgUBA via @YouTube
segunda-feira, novembro 04, 2019
Enem 2019
“‘O MEC parece ter seguido a orientação do ministro da Educação, evitando algumas questões consideradas ‘ideológicas’, afirmou Tanaka, coordenador pedagógico do Maximize.’ Assuntos como racismo e intolerância sexual à população LGBTQI+ não apareceram nesta edição. Mesmo assim, as provas trataram de assuntos atuais e importantes, como obesidade, bullying, violência contra as mulheres, liberdade de expressão, refugiados e acessibilidade.”Para Alexandre Antonello, ‘se uma maneira geral a prova atendeu a finalidade de selecionar os melhores alunos dentro do Sisu [Sistema de Seleção Unificada]’.”
Parece que o Weintraub acertou nessa. Um retorno às questões clássicas dos vestibulares e temas atuais, sem enviesamento nas respostas parece algo bem sensato. Estou surpreso positivamente, para quem achava que o Enem iria enveredar para uma oposição ao PT mantendo as mesmas características sectárias, se enganou, o que foi o meu caso. Ainda bem.
Estou comentando a partir da matéria abaixo, pois ainda não consegui ler a prova inteira nos assuntos que domino: https://g1.globo.com/educacao/enem/2019/noticia/2019/11/03/enem-2019-questoes-de-historia-foram-mais-faceis-mas-erros-podem-derrubar-nota-alertam-professores.ghtml
Anselmo Heidrich
4 nov. 19
Imagem: “Por MEC – https://optclean.com.br/tag/senha-do-enem/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=82139144.“
sexta-feira, novembro 01, 2019
The question is not who lies more but how
Deutsche Welle has published a video that strips out the “fake news industry”. I recommend watching here:
However, they make a mistake, which is explicit below…
You may be better (or much better) than most sources of information, but I strongly disagree with the idea that the traditional media is superior to decentralized dissemination of false news. It turns out that you once had the MONOPOLI, which doesn’t exist anymore.
You may be better (or much better) than most sources of information, but I strongly disagree with the idea that the traditional media is superior to decentralized dissemination of false news. It turns out that you once had the MONOPOLI, which doesn’t exist anymore.
Just as a child is not protected by excluding it from any outside environment, subject to infections and epidemics, it will develop its immune system, also by exposing itself to these environments. If you understand the analogy, the issue is prior information and instruction. The same is true of music, for example, where adherence to low quality music is a direct reflection of the low instructional / educational level.
You guys are contextualizing your criticism from grotesque, straightforward lies from privately run news, but there are more subtle ways to spread lies, cut videos, edit sentences, and decontextualize opinions. Below is a video showing how badly they misrepresented Obama and Trump’s sentences.
Obama was accused of saying that entrepreneurs were not responsible for the success of their companies, while in fact he said that there is a whole prior and previous infrastructure that entrepreneurs have enjoyed to grow and that, therefore, even individual success It is not strictly a purely individual success. As for Trump, they spread the word that he had called immigrants “animals,” while he clearly referred to gang immigrants as murderers and rapists who immigrated to other orderly individuals and people.
This type of misinformation, unlike the explicit and liar is far more lasting, because it goes through misrepresentation and manipulation.
I would like to hear from you.
Anselmo Heidrich
Nov. 01, 2019
Imagem: “New Lies for Old Cover by Anatoliy Golitsyn” (fonte): https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria#/media/Ficheiro:New_Lies_for_Old.png
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