A esquerda dirá que a crise foi causada pela especulação financeira. A direita, que o estado assumiu obrigações que não pode cumprir. Ambos têm metade da razão.
Acho que a razão não é de 50% para cada um:
Só direitos. Nenhum dever.
Entre as economias que ameaçam a zona do euro, a Espanha tem a maior taxa de desemprego - mas reluta em eliminar o excesso de benefícios sociais
O sol está a pino e as areias das praias de Cádiz, uma charmosa cidade do sul da Espanha, repletas de gente. Há férias na Europa e a costa da Andaluzia figura entre os destinos preferidos de ingleses e alemães. A maioria dos banhistas, porém, é de espanhóis, moradores da cidade. Até setembro, eles aproveitam ao máximo o horário de verão. Nada de adiantar ou atrasar o relógio. Horário de verão na Espanha significa trabalhar apenas seis horas por dia, em vez de oito. Na praia desde as 2 da tarde, os espanhóis podem curtir o clima até 10 da noite, quando o sol se põe. Cádiz é a terceira cidade com maior desemprego na Espanha: 32% da população economicamente ativa. Procurar trabalho está fora de cogitação por três motivos. O primeiro é o calor de 43 graus. O segundo é que não há ninguém nas empresas privadas ou nas repartições públicas para quem se possa entregar o currículo. Todos estão na praia. O terceiro é que mesmo os desempregados que recebiam um salário considerado baixo, de 1000 euros (os mileuristas, no jargão espanhol), conseguem viver bem recebendo um auxílio equivalente a 75% da antiga remuneração, pago pelo governo. É melhor ficar na praia.
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Mais em Revista Veja: "Que crise é essa?" apud Relações do Trabalho.
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