Paraíso existe? Não, mas isto não nos impede de buscar maiores graus de
bem estar. Analogamente, se não existe o estado de total livre mercado, isto
não nos impede de buscar um maior grau de livre mercado e menor
intervencionismo estatal. Existem monopólios naturais, como aqueles derivados
de uma localização geográfica (se você está perto de um poço de petróleo tem
chance de se tornar o principal fornecedor), mas a atuação do estado neste e em
outros setores como 'empresário' também cria monopólios, nos quais ele é o
agente. A diferença neste caso em relação aos outros é que nós somos seus
financiadores via impostos. E aí, por que "não existe o livre
mercado" este tipo de monopólio estatal deve ser admitido? Então, o fato
de não termos um "verdadeiro livre mercado", p.ex., no setor
automobilístico significa que tenhamos que aceitar a Lada como paradigma de
produção do setor? Acho que não...
Por que os EUA foram protecionistas? Porque tinham que fazer frente à
produção britânica que não era livre, mas tinha o apoio de seu estado. Nestas
condições se depende de intervenção estatal para compensar as desigualdades,
mas o que o sul coreano (que deveria passear na Coreia do Norte para ver o que
é bom para tosse) não comenta é que o padrão de vida americano é atingido
graças ao liberalismo interno, no qual os estados competem entre si. Agora se
eles não têm "o melhor padrão de vida do mundo" imagine o que seria
dos excelentes padrões de vida suíço, sueco, norueguês, canadense ou
australiano com a mesma taxa percentual de imigração que possuem os EUA. Claro
que alguém que guia e serve de locomotiva mundial têm mais encargos derivados
do montante de habitantes que incorpora anualmente e de modo legal, para nem
comentarmos a massa de ilegais que para lá aflui. O que o coreano está omitindo
(porque sabe disto) é que os EUA são o país do mundo onde há maiores chances de
afluência econômica para uma maior gama populacional. Experimente conseguir
emprego em sociedades hiper desenvolvidas, mas estáveis... E, além de tudo, os
EUA também já foram classificados (recentemente) como os melhores em termos de
custo/benefício da relação de seus impostos com o retorno social, i.e.,
trata-se de onde menos se paga proporcionalmente para o benefício e direitos
que seus estados garantem. Talvez uma Finlândia ou Bélgica traga mais
benefícios advindos do montante de impostos que se destina aos seus estados,
mas se paga muito mais. Logo sobra menos para a atividade empreendedora e,
proporcionalmente, menos empregos irão ser gerados. Se a comparação dos EUA com
realidades de países nos quais o peso e participação do estado é maior não
serve para provar que existem maiores graus de livre mercado e, portanto,
liberdade econômica, não sei o que serviria.
a.h
Sobre:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,livro-derruba-23-mitos-do-capitalismo,39571e
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