1. SE faz
necessária a mudança curricular em âmbito nacional para diminuir as
desigualdades regionais e sociais.
Este é um grande equívoco de quem não sabe como se processa a desigualdade
e/ou transformação de sua condição social. Um protocolo de estudos a ser
seguido, um currículo nacional não traz igualdade, mas aponta um caminho a ser
seguido que, justamente, devido a diferenças de condições iniciais e desempenho
pode, inclusive, ressaltar desigualdades. Tomemos como exemplo a capital e região
metropolitana de um estado que está justamente entre os mais equilibrados e
menos desiguais, assim como tendo um bom índice de avaliação educacional que é
o caso de Florianópolis. Uma base comum no currículo (sendo 60% igual no país
todo, outros 40% de conteúdo regional) não garantirá em nada que um município
como Biguaçu, que já ostentava baixos índices de avaliação melhore se o
desempenho docente não for afetado. E ora, o desempenho docente não mudará
porque simplesmente o conteúdo a ser ministrado mudou. Isto só pode ser efeito
de uma cultura bacharelesca do Brasil, que acredita piamente que algo muda e
mudará forçosamente porque passou a ser lei. Se algo não é legítimo, isto é, não
conta com endosso e, sobretudo, adesão popular, não muda. Por isso que se diz
por aqui que tem “lei que não pega”. Retomemos o foco, se um professo ensina
mal e porcamente o Império Romano nas aulas de história, o que faz pedagogos
acreditarem que passará a ensinar bem os reinos africanos pré-colonização (ou
conquista)? Agora se há uma espécie de “compensação moral” por substituir um
ensino pautado no eurocentrismo pelo afrocentrismo, então eu não discuto, mas a
qualidade mudar por isto não passa de um autoengano. Como professor de
geografia, e com uma visão global (de globo terrestre mesmo) tenho que as aulas
de história deveriam seguir um critério similar ao da geografia, de
equanimidade entre continentes. Com exceção da Antártida que por razões óbvias
(embora exista o Pinguim Imperador não conhecemos nenhum Imperador Pinguim...),
eu gostaria de aprender sobre civilizações distintas e compará-las. Agora repito,
tudo isto, por si só, não melhora a qualidade de ensino e, portanto, não diminui
desigualdade alguma.
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Fas est et ab hoste doceri – Ovídio
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