“Sim, eu já tinha dito que o grande desafio era a educação básica e a aprendizagem. Apresentamos um estudo para mostrar os principais desafios de aprendizagem e as alavancas críticas para poder destravar esse cenário. A questão que eu quis ressaltar foi a da alfabetização. O Brasil não resolveu isso em 500 anos de história, estamos no século 21 e metade das crianças brasileiras são analfabetas. É inaceitável. Minha proposta é que a principal bandeira desse governo seja a alfabetização, não a reforma previdenciária ou trabalhista. E alfabetizar todas as crianças brasileiras nos próximos quatro anos. Todos os países do mundo começaram por aí. A segunda coisa é a figura do professor. O que a evidência mostra é que 70% da aprendizagem do aluno está ligada ao professor”[1].
Ela sabe que “crise na educação” é “crise na qualidade do professor”. Se o cara não motiva, não ensina. Só tem um pedaço faltando nesta pizza…
Agora veja o que ela diz mais adiante:
“Mas qual a sua opinião sobre o projeto Escola sem Partido, defendido por Bolsonaro?
“Precisamos de uma agenda que vai resolver o problema do País. Existem dispositivos legais para quando há partidarização, devem ser trabalhados com a lei que já existe. É desnecessário isso, criar mais uma lei. A minha proposta é que se substituísse essa pauta, que não impacta a aprendizagem, para uma pauta que impacta.”
Espertíssima! Ela não descarta a punição para quem faz apologia político-partidária em sala de aula, mas ao contrário de querer criar mais uma lei que gera oposição, ela sutilmente diz que isto já está em vigor.
Quanto ao “pedaço da pizza que falta” te digo o seguinte, eu já trabalhei com ensino fundamental (6º ano, antiga 5ª série), séries (ou anos) subsequentes (7º, 8º, 9º) e, especialmente, ensino médio, ensino superior em escolas públicas e particulares e, de todos os lugares, o melhor modelo, o que melhor ensina, o que cobra (e muito) do desempenho do professor, eu não falei:
O ensino pré-vestibular.
Por que ele é tão bom e funciona bem?
1 — Paga melhor e,
2 — Mais importante, atrai os melhores profissionais,
3 — É competitivo,
4 — O professor não está numa redoma, é criticado, cobrado, mas também elogiado quando merece,
E algo pouco notado:
5 — Não tem a maléfica influência do MEC.
Se estes princípios, com pequenas adaptações de conteúdo e método forem adotadas, o ensino melhora. MAS SÓ ESPERO QUE NÃO ENTENDAM ERRADO!
E por “entender errado” é cair na bobagem de dizer que tem que aumentar o salário de todos os professores… NÃO, NÃO E NÃO!
Por uma simples razão:
O AUMENTO DEVE ESTAR CONDICIONADO AO DESEMPENHO
Só assim, a Educação irá melhorar.
Anselmo Heidrich
17 nov. 18
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[1] ‘Não podemos voltar atrás na base curricular’, diz Viviane Senna https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/nao-podemos-voltar-atras-na-base-curricular-diz-viviane-
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