sexta-feira, novembro 13, 2015

O aborto e suas fronteiras


Um dos (fortes) dissensos internos ao libertarianismo.



O aborto hoje é banalizado por grupos feministas que entendem o direito de executá-lo como mera liberdade de cuidar de seu corpo, como se a morte de um inocente não fosse algo diferente de um direito exercido por ela, como pintar o cabelo ou usar piercing. Pode se dizer que há um limite, fronteira entre o que é moralmente aceitável, aborto antes dos três meses de vida, quando seu sistema nervoso funcional ainda não existiria, mas "fronteira" ainda é uma figura de linguagem que nos remete à permeabilidade, uma vez que são mais ou menos fechadas. A questão é o limite rígido e quando não se tem um aval consensual científico ficamos neste limbo legal, ou melhor, político, pois a lei pode ser clara, mesmo que moralmente equivocada.
Quanto ao tópico em si, está óbvio que por "banalização" quero dizer isto mesmo, o conceito de que feministas (abortistas) têm de que sendo seu o corpo, elas podem fazer o que quiserem com ele. Poder, podem, dever é que não, pois este último verbo nos remete a uma premissa moral. Este é o ponto, elas querem abortar quando bem lhes der na telha, mas não admitem serem acusadas pelo que fizeram com um jugo moral negativo. Ora, está mais que claro que os casos previstos em lei, saúde da mulher, saúde do feto (caso de anencéfalos), estupro etc. são mais do que suficientes para justificar um aborto, mas o que não pode, ou melhor, o que não devemos permitir é a noção de que uma mulher pode ir a um posto de saúde ou clínica apoiada pelo sistema público de saúde e tirar uma vida com a mesma facilidade de quem abriu as pernas alguns meses atrás só porque acha difícil controlar seus impulsos e ordenar sua vida com contraceptivos, ampla e facilmente encontrados hoje em dia. Isto também não tem nada a ver com a noção espúria de que "nós homens não queremos nos comprometer", pelo contrário, acho que não só podemos como devemos e se há uma das poucas coisas que, legalmente, funciona neste país é a responsabilização paterna pelo seu filho. Só uma feminista que ainda, criada nos estertores da década de 60 para achar que se trata de uma "guerra entre sexos". Outro detalhe, mesmo que porventura, o aborto venha a ser permitido sob circunstâncias mais elásticas do que atualmente, eu acho um absurdo que tenha que custear, indiretamente, através do SUS ou algo que o valho por algo que eu, taxativamente, discordo e desaprovo. Isto tem que ser discutido nacionalmente, pois não é algo que afeta só a um grupo de indivíduos, mulheres, mesmo que atingidos mais diretamente. Isto afeta a todos nós, mesmo que digam que "não sofremos como elas", uma vez que atinge nossos orçamentos e isto é fruto de meu esforço, minha liberdade. Legalizar e defender o aborto como mera questão de "saúde pública" sem questionar as causas desta "epidemia" ou propor um sem número de medidas que poderiam vir antes é que é prova maior de insensibilidade e indiferença perante os outros.




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