quarta-feira, janeiro 27, 2016

Bobagens sobre Educação -- 1


A visão que certos críticos têm dos professores é uma caricatura facilmente identificada. Mas, se soubessem como o rigor moral e os valores fazem falta... (Imagem: ic.pics.livejournal.com.)

Caros seguidores, quem tiver estômago e realmente conseguir segurar sua ânsia de vômito acesse este link http://tab.uol.com.br/escola-do-futuro/ para se deparar com diversas bobagens, tais como:

1.     "Esqueçam as lousas estáticas, as cadeiras enfileiradas, o professor como detentor único do conhecimento e até mesmo as provas. As salas de aula de amanhã não terão nada disso. E prometem ser muito mais interessantes do que as de hoje."

Em primeiro lugar, toda lousa é estática, não há lousa dinâmica. Dinâmico é o conteúdo e abordagem feitos pelo professor, que não deixa a lousa vazia. Vazia ficam as lousas atuais daqueles profissionais, incentivados por outros profissionais contrários e ignorantes acerca da sala de aula tradicional, que nada põem nela, mas apenas "debatem". "Debater", na verdade, tem sido um eufemismo para condução de conversas nas quais tentam conduzir às conclusões que desejam que o grupo tome.

O professor, mesmo que se discorde disto, tem um papel básico a cumprir, o de ensinar porque, a princípio ele detém mais informação em determinada área do conhecimento do que a grossa maioria de seus alunos. Evidentemente que há alunos (e não são poucos), realmente interessados e com uma disposição (isto é importante) acima da média que se esmera em aprender e investigar. Estes bem poderiam ensinar professores (assim como diversos outros adultos), se estes estivessem dispostos a aprender. Mas não é porque existem estes casos, que devem ser considerados, que os profissionais têm que se eximir de sua tarefa de ensinar. Este é o erro na premissa de que o professor não é "o único a deter o conhecimento", aliás, ninguém o é. Só que o fato de que ninguém tenha esta exclusividade não nos deveria autorizar a "jogar a toalha" pondo fim a todo o princípio do sistema de educação. Pontos fora da curva ou exceções não formam a regra.

As provas são outro mito que encontra aceitação ou rejeição sem que se compreenda seu real significado e função. O fato de que eu vá bem em determinado conjunto de provas não prova que eu seguirei aprendendo bem e utilizando este ou aquele conhecimento durante toda a minha vida. A questão é outra... Um professor precisa direcionar seu conteúdo aos alunos em função da sua capacidade comprovada de aprendizado e, não é prático, nada prático aliás, ficar perguntando ou questionando os alunos individualmente sobre cada tópico ensinado. A melhor forma ainda é a prova, mesmo que esta tenha que se discutida, melhorada ou até ter seu modelo substituído por questões mais abrangentes, específicas ou variadas de acordo com o grupo que se ensina e investiga. Uma prova não serve apenas para ranquear, aliás esta é sua função menos importante, mas sim para sinalizar se o conteúdo foi absorvido ou passado de modo consistente e funcional. Se a maioria dos alunos vai mal numa prova, isto prova que eles são incapazes ou que alguém, do outro alado da ponta do sistema é que foi incapaz de lhes passar o conteúdo de maneira minimamente satisfatória?

Acho que o mais interessante, antes de sair repetindo clichés a respeito de um assunto que não domina seria que a jornalista autora desta matéria enfrentasse salas de aula de verdade. Que praticasse a lida diária de ensinar, pois só assim ela poderia falar com mais propriedade. Até agora, tudo que li foi uma opinião de quem idealiza um mundo a partir da oposição a uma caricatura do que seja o ensino atual. Temos sim inúmeros defeitos, mas digo a vocês que a maioria deles advém justamente da não aplicação do receituário correto, aquele que serviu de fundamento ao sistema e padece, infelizmente, por professores e secretários de educação darem ouvidos aos que não conhecem a realidade. Um conselho: ouçam seus professores, mesmo que se discorde da maioria, a opinião deles geralmente é ignorada.

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