O problema deste artigo, cujo tema é importante e me é caro,
o Federalismo são as conclusões e premissas simplistas. P.ex., “todo país menor
é melhor a princípio, pois é mais fácil que seus cidadãos controlem seus
governos”... Ahã, como o Butão? Como Uganda? Como a Nicarágua? "Ah! Mas os
microestados ou cidades-estado são sim..." Bem, se te referes a um
fenômeno exclusivamente europeu até pode ser, mas qual o peso da União Europeia
aí, ao menos nas condições de segurança nacional desses territórios? Pois sem isto,
provavelmente tais países nunca existiriam. Ou seja, no amontoado de
"ses" que o artigo utiliza, nas quais as condições seriam melhores
se, se e se, o que mais salta aos olhos é a simples ignorância da realidade.
Outro ponto é o forte maniqueísmo que há ao considerar qualquer revolta ou
revolução contra o estado como sendo uma revolta ou revolução contra o estado, fundamentalmente. Movimentos
messiânicos como o do Contestado tiveram força local por que eram contra a
união nacional ou por que partilhavam uma ideia religiosa contra algo que não
expressasse esta cosmovisão? Há uma mistificação neste e outros pontos, como o
fato de que a luta contra uma unidade política maior - o estado brasileiro -
significasse uma luta pela liberdade. A constituição proposta pelos
revolucionários farroupilhas, p.ex., mantinha a "liberdade de manter
escravos". É o mesmo argumento que defender os confederados americanos na
guerra de secessão americana contra o “norte yankee opressor”, sem se dar conta
que o que menos contava para os sulistas era a liberdade individual para todos
os indivíduos porque nem todos eram considerados como tais. E embora eu ainda não
tenha lido o artigo referenciado de Gary North, cabe perguntar a quantas anda a
tributação britânica nos dias atuais, já que o artigo de Fernando Chioccha diz
que:
"a Revolução Americana que separou os Estados Unidos da Grã Bretanha prejudicou em muito a liberdade, pois quando os EUA eram parte do império, recaia sobre os colonos um imposto de apenas 1% e eles gozavam de um dos ambientes de maior liberdade do mundo. Porém, já no eclodir da Revolução, os revolucionários inflacionaram a moeda, impuseram um controle de preços e, após a Revolução, a carga tributária havia triplicado — e nunca mais parou de subir."
Ora, então todos os colonos foram manipulados por se
revoltarem contra a tentativa de elevação dos tributos imposta pelo império
britânico e se eles permanecessem como súditos, ainda hoje estariam pagando
apenas 1%? Sério que Chiocca acreditaria nisto?
Bem, eu recomendo o texto, mais para saber como funciona o cacoete intelectual de um anarco-capitalista do que sobre o federalismo propriamente dito:
Independência de Brasília ou morte http://rothbardbrasil.com/independencia-de-brasilia-ou-morte/
E não podemos esquecer um dos melhores exemplos do século XX sobre como a secessão não é sinônimo por si só de um desenvolvimento político, econômico ou cultural. Imagem: http://espanol.mapsofworld.com/continentes/africa/somalia/ |
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