A dominação, seja ela de quem for só existe porque o dominado consente e aceita como algo 'natural'. Quando uma mulher muçulmana, tapada com seu véu acha que a "liberdade de expressão é terrorismo ocidental", então a situação é muito pior do que imaginamos... Imagem: infielatento.blogspot.com.br |
Baita dica do colega Xavier, sobre o tratamento
dispensado às mulheres no islã:
https://conscienciavisionaria.wordpress.com/2015/08/31/como-as-mulheres-de-todas-as-idades-sao-vistas-pelo-isla/.
Sabe... Nunca refleti muito sobre este negócio de feminismo. Para mim, antes
mesmo de eu enveredar pelo liberalismo, a coisa toda era bastante simples: se
uma mulher ou grupo de mulheres ou o sexo feminino inteiro tivesse alguma
desvantagem em relação aos homens, fruto de injustiça, eu apoiava a reparação.
Quando comecei a ler sobre o assunto, pouco é verdade, percebi que muitas das
demandas das mulheres não se resolviam no final, na consequência, na ponta do
processo obrigando empregadores (ou empregadoras) a contratar mais mulheres ou
lhes pagar mais, MAS sim ao prepará-las melhor para o mercado de trabalho. Mas
isto, aí é que está... Não é algo que os homens devam fazer por elas, mas elas
que devem fazer por si mesmas. Ou seja, elas devem se preparar melhor para o
mercado de trabalho (o que, na verdade, já estão fazendo a todo vapor), abdicar
de ficar grávida (ao menos temporariamente) e, assim como os homens, lutar por
uma simplificação, quando não mudança mesmo de nossa legislação trabalhista
arcaica. Eu não digo isto, especialmente o 2º item de bom grado, pois adoro
filhos, só que pensando como empregador é simples, eles não vão querer empregar
quem pode se ausentar durante meses. Não é a toa que justamente nos países em
que as mulheres são melhor tratadas e consideradas no mercado de trabalho sejam
os que elas mantém as mais baixas taxas de fertilidade/fecundidade (número de
filhos por mulher em idade fértil). Daí que, voltando ao assunto, uma mulher
lutar por sua melhoria individual, sou de pleno acordo. O problema é quando
disto se parte para uma chorumela ressentida e auto-vitimizadora. Daí é um saco
e a coisa evolui para situações que pouco teria a ver com categorias coletivas
tão amplas, como o sexo feminino. Para dar um exemplo claro do que digo, esses
dias vi aqui no facebook, que passa muita notícia que nem sempre tem a ver com
o que procuramos ou visualizamos com frequência em nossas linhas de tempo, uma
notícia sobre uma cantora mexicana, bonita inclusive, mas que nem procurei ver
que estilo de música tinha ou se era boa cantora. O modess, como se diz?
Absorvente dela caiu, parecendo um enorme guardanapo entre as coxas durante uma
apresentação. Vi em uma foto em um desses sites politicamente corretos, Huff
alguma coisa. Detalhe, a mulher estava com uma sainha pouco maior do que um
band-aid e, claro que se ela dança muito (imagino que fosse o caso), o troço
ali não ia se sustentar muito a não se que estivesse enterrado. Enfim, tudo bem
até aí, fofoca pra caramba, um monte de babacas falando mal da garota e poderia
ter fim a reportagem, mas não.... Acho que a jornalista que escreveu a matéria
resolveu por em prática toda baboseira que aprendeu em "introdução à
sociologia" na faculdade e começou um discurso auto-vitimizador pra lá de
piegas... "nós que sofremos com a discriminação machista", " se
fosse homem ninguém comentava", "eles nos julgam e fazem escárnio por
um situação vexatória", "essa situação reflete o patriarcado em nossa
sociedade" e um monte de besteira. Quer dizer que um punhado de caras,
digamos 6 ou 8, nem 10 fazem chacota da moça e o caso vira o cume do iceberg de
uma luta entre sexos? Cara, isto é um exagero atroz e faz com que não se leve a
sério a luta feminista por causa disto, destes casos que na falta do que falar
e postar (já que o site publicou uma fofoca para falar mal depois de quem faz
fofoca), cai na mesma decoreba cheia de clichês como se ainda tivéssemos um
patriarcado onde as mulheres não têm nenhuma voz e liberdade.
Quanto ao artigo sobre o péssimo tratamento
dispensado às mulheres no mundo islâmico[1] é bem isto mesmo, em que
pese as variantes regionais ou nacionais na dominação das mulheres, o islã tem
um sério problema com a ideia de prazer. E creio que tu pegaste bem o
ponto, as feministas (ou pelo menos a grande maioria delas), nem sequer comenta
o que ocorre nesta cultura atroz. A razão, como podemos imaginar, é a fusão do
feminismo com o movimento geral das esquerdas e aí, qualquer cultura não ocidental
e que prime pelo desenvolvimento capitalista e democrático passa a ser uma “vítima
do capitalismo, imperialismo e globalização”. Este coletivismo metodológico, de
entender o islã inteiro como uma cultura com homogeneidade e posição política coesa
anticapitalista é a típica forçada de barra da nossa esquerda ocidental atual. E
quando se critica este absurdo há uma condenação automática de nossa postura ao
nos tachar de “etnocêntrico”, “preconceituoso” ou “racista”. É a eterna busca
de um meio de cercear o pensamento alheio, agora com uma espécie de código de ética
para não se criticar a cultura muçulmana ou o islã.
Não é só contra o feminismo atual que devemos
bradar contra, mas sim atacar qualquer forma de coletivismo. Não podemos
admitir um relativismo ao ponto de se criticar atitudes machistas no mundo
ocidental, mas permitir na cultura islâmica “por ser sua marca própria, outra
cultura” etc.
Quando esta "autodeterminação" se
torna uma opressão à liberdade de indivíduos, não existe respeito, mas
desprezo, nojo de minha parte. Acho que é muito fácil reclamar uma autodeterminação
dos povos em detrimento do livre-arbítrio ou como se este fosse menos
importante, especialmente quando não se é uma mulher com o destino traçado e
definido por outra pessoa. Se é que se pode chamar isto de 'pessoa'.
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Se
concorda, compartilhe.
[1] “Como
as mulheres (de todas as idades) são vistas pelo Islã?” Disponível em: https://conscienciavisionaria.wordpress.com/2015/08/31/como-as-mulheres-de-todas-as-idades-sao-vistas-pelo-isla/.
Acesso em 20 jan. 16.
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