Um Projeto
de Lei em Porto Alegre proíbe bermudas e itens informais no vestuário do
taxista, além de definir que o passageiro seja quem decide pela temperatura do
ar condicionado e tipo de música dentro do veículo. Segundo a prefeitura, a
entrada do serviço de passageiros concorrente, o chamado Uber forçou esta
decisão, com o intuito de "melhorar a imagem do taxista". O processo
foi chamado, inclusive, de "uberização".
Cá entre
nós, o que podemos concluir disto? Que nossas autoridades, especialmente as do
município de Porto Alegre são umas bestas mesmo e que nunca entenderam o
princípio que rege um serviço como o Uber. Não se trata da forma apresentada,
pois esta forma é uma mera consequência da adoção de uma imagem e postura
visando ganhar a concorrência. Quem adotou o serviço optou, de livre e
espontânea vontade por um produto que também foi escolhido pelo seu fornecedor,
de livre e espontânea vontade. Esta conjunção de esforços, esta interação é que
leva ao sucesso do produto e não uma norma baixada autoritariamente tentando
melhorar um serviço, que não conta com o apoio de seus fornecedores (como
sugere a matéria abaixo). Se faça isto visando ganhar a concorrência contra o
Uber ou impedi-lo de se firmar no mercado, que tudo que conseguirão é a
melhoria da oferta de serviços pelo Uber procurando se diferenciar e melhorar
cada vez mais. Além de criar conflitos desnecessários entre taxistas e
usuários, o decreto levará, isto sim, a uma melhoria do serviço concorrente que
só fará abocanhar cada vez mais o escasso filão de mercado dos taxistas.
Caros
legisladores, estudem e aprendam que o que traz sucesso aos empreendimentos não
é a lei (que deveria existir para coibir o roubo), mas sim a lógica de
funcionamento de um serviço. Tem que se gostar do que faz, tem que se ter
habilidade para o que se faz e tem que haver demanda para o que se faz. Do
jeito que estão (e ficarão piores), os taxistas não gostarão de trabalhar do
jeito proposto, não desenvolverão habilidades para tratar melhor o cliente, mas
só tentarão evitar o confronto e, por fim, dificilmente haverá demanda por um
serviço criado de modo forçado para o que já existe, mas feito de bom grado,
com vontade e veracidade. Legisladores aprendam a diferenciar forma de
conteúdo.
Cf. http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/pelas-ruas/noticia/2016/01/novo-projeto-de-lei-proibe-a-bermuda-e-uberiza-taxistas-em-porto-alegre-4945421.html
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