Pessoal, quando der,
assistam a este vídeo:
Muito interessante, a
análise:
1. as manifestações são
antigas no Brasil;
2. houve uma
reconfiguração de 2013 a 2015, com atores 'menores' crescendo;
3. as pautas mudaram
com o tempo (o impeachment que era 'acessório' cresceu, p.ex.);
O que se depreende
disso tudo?
É um processo, longo e
demorado, como são nas democracias mesmo.
O que estamos vendo é
uma disputa para ver qual pauta predomina, entre esquerda e direita.
Quem é a 'esquerda' em
questão? Setores ligados ao PT (nenhuma novidade);
quem é a 'direita'?
Vejam quem ela cita: grupos como MBL, VPR, ROL etc.
Quando começaram estes
movimentos? Como tudo o mais, nos EUA, recentemente, com os protestos em
Seattle, contra a globalização, de esquerda. Ocorre que a linguagem
universalizou e a direita aprendeu com eles.
Em suma: é uma evolução
da democracia.
Ela diz mais... A
esquerda tradicional vê a 'pauta horizontalista' (direitos para todos, ação
direta, anarquismo) como uma grande quimera(sonho), ou seja, eles ainda pensam
em moldes tradicionais (revolução, infiltração, tomada de poder, estado
agigantado etc.); os jovens de esquerda, por sua vez, pensam em outras
estratégias, são de uma índole de ação direta, de defesa (ou o que eles acham
que é) de minorias, mas também querem sugar o estado e este tem que crescer
para atendê-los, não percebendo a contradição com o anarquismo aí (_an_arquia é
oposta ao estado).
Ela termina com uma
indagação procedente "como é possível operar em grande escala numa
sociedade complexa usando este tipo de procedimento?", sobre a ação direta
e as manifestações. Por isso, não nos enganemos, precisamos nos conectar com os
congressistas que não corroboraram com a deturpação das medidas propostas pelo
MPF.
...
Aqui, a continuação:
E na continuação, ela
vai mais longe, justamente por causa deste “caráter acéfalo” das manifestações,
isto é, sem direção unívoca, os políticos mesmo não souberam como lidar. Mesmo um
Temer, p.ex., inicialmente disse que foram manifestações pequenas, mas depois
voltou atrás e disse, justamente, o contrário.
Não foi um crescimento
exclusivo contra o PT, embora a primeira vista parecesse isto. O PT, claro, se
tornou o alvo preferencial, mas é uma movimentação de rua que, por ser
descentralizada, põe em cheque todo um sistema político tradicional. Apostar em
_intervenção militar_ como panaceia é o contrário disso, não passa de apostar
em uma ‘solução’ tradicional *que nunca deu certo em nenhum canto da América
Latina*, não configura um crescimento de nossa sociedade civil, mas só uma
terceirização da política. Nunca cresceremos como povo desse jeito. As grandes nações
que nos servem como inspiração, quando apelaram para isto, sempre foi para
alavancarem o ódio contra seus governantes e trazerem a derrota para si, cedo
ou mais tarde. Não busquemos esse atalho, nunca.
Esse jornal americano
que escreveu *imagine os EUA se transformar no Brasil, paraíso da corrupção* ...
Pois bem, é isso mesmo, é assim que nos veem. E por que? O que nós fizemos
enquanto sociedade? Deixamos na mão de quem? Ou vocês acham que todos os
setores não tem sua cota de responsabilidade? Agora que é a hora de retomarmos
as rédeas do processo histórico. Agora imaginem outra frase escrita no futuro
pelo mesmo jornal americano *imagine os EUA se transformar no Brasil, uma
ditadura militar*. É isso que vocês querem para o país?
Sou um homem livre. E quero
defender uma sociedade em que nenhum de nós tenha que baixar a cabeça, para
ninguém, use ele um uniforme ou não. Que todos nós, militares e civis tenhamos consciência
de nossos deveres, mas sem usurpar o direito do outro. E quem o fizer, que seja
punido, *mas dentro da Lei*. Se esta lei é insuficiente ou imoral, ela pode e
deve ser mudada, *mas dentro da Lei*.
O pior governo de leis é, ainda assim, melhor que o melhor governo de homens.
O pior governo de leis é, ainda assim, melhor que o melhor governo de homens.