segunda-feira, fevereiro 27, 2017
A coisa certa a fazer
"EXAME – Quais seriam essas decisões difíceis?
Ben Ross Schneider – Não quero ser leviano aqui. Há várias reformas necessárias para aumentar a eficiência da educação num país como o Brasil. Mas uma delas certamente é criar um sistema de remuneração dos professores que leve em conta o desempenho e que demita aqueles sem as condições mínimas de dar aula. O problema é que os sindicatos sempre se opõem a essa política. Por definição, eles são contra a demissão de seus associados. E, se os professores ganharem salários diferentes, ficará mais difícil para o sindicato chamar uma greve para um aumento universal de 10%. Os políticos não costumam ter a disposição de enfrentar os sindicatos quando não são pressionados."
E sabem com quem tem que se brigar,
certo? Com os sindicatos. Para enfraquecê-los, o primeiro passo é acabar com o
imposto sindical obrigatório.
sábado, fevereiro 25, 2017
Quando fatos não importam
Ao contrário do que se imagina, é uma tendência rejeitar a ciência. E
diferentemente do que se pode dizer, não são ignorantes e iletrados que
disseminam estas crenças. Se repararem bem são muitos de nossos colegas,
alfabetizados e instruídos, inclusive com formação superior. A questão é que a
vontade de julgar se sobrepõe a de conhecer, é comum que se opte por
determinados fatos e/ou pesquisas, cujas conclusões já reverberem nossas
crenças e predileções. Se 'advogado' soar anti-profissional diga torcedor, que
aqui no caso dá no mesmo.
Alguns anos atrás comentei a matéria
"Silêncio de Ensurdecer" de uma revista escrota, Carta Capital, cuja
súmula dizia basicamente que o Aquecimento Global (Antropogênico) era um fato
porque um lobbysta (da indústria armamentista) no Pentágono tentava vender um
apocalipse aos generais e conselheiros de guerra (digo, Estado Maior)
sugerindo... Sugerindo o catzo! Afirmando que ocorreriam vários conflitos em
função de distúrbios ambientais. Óbvio que ocorreriam se e somente se... Mas
aqui estamos no reino dos condicionantes e não dos fatores determinantes e
tomar uma agente pra lá de interessado no caso como um pesquisador objetivo é
muita ingenuidade ou mau-caratismo.
Óbvio que tive a propensão de
rejeitar e a pretensão de refutar a teoria sobre o aquecimento porque me
envolvi emocionalmente com o assunto, afinal se tratava de provar como o método
de investigação da revista era totalmente burro. Mas no meio deste processo fui
eu quem perdeu o foco e tratei o assunto maior como subsidiário de um assunto
menor, uma picuinha que era a opinião política da revista. Ou seja, se a
revista em questão estava tratando um assunto importante para justificar seus
interesses e corroborar sua agenda política (que era acusar o caráter
intrinsecamente vil e destrutivo do capitalismo através dos EUA), eu apenas
refleti esta opinião como um espelho procurando desautorizar todos os
argumentos da matéria, o que não foi difícil, diga-se de passagem, mas perdi o
foco no problema real, a mudança climática e suas inúmeras e possíveis consequências.
Anos mais tarde me toquei que há, no mínimo, dois níveis de análise, o fato que
deve ser observado e analisado segundo um corpo de métodos de conhecimento e
outra coisa, que é a que sempre me interessou mais, a sociologia que envolve
aquela discussão, a sociologia do conhecimento. Meu erro no caso da mudança
climática foi confundi-la com a sociologia que envolve os agentes que produzem
e discutem o fenômeno. Como percebi meu erro?
Ahá! VENDO O ERRO NOS OUTROS! Quanto
mais me aproximava do liberalismo, enquanto simpatizante da área econômica e
apaixonado por sua filosofia, eu via que outros aficionados como eu não
enfrentavam os problemas em si, sejam eles verdadeiros ou criados como fruto de
imaginação, mas apenas minimizavam seu impacto, quando não simplesmente
rejeitavam sua existência. Que há problemas que não tem a gravidade alegada ou
muitas vezes sequer existiram como problemas reais é verdade, MAS ISTO NÃO SE
PROVOU PREVIAMENTE! Não é antes de se testar todas as possibilidades e normalmente
se rejeita quando se vê, lá na frente que os resultados para sua mitigação ou
anulação foram inócuos. Eu me perguntava "por que os liberais não
enfrentam o problema com soluções liberais ao invés de simplesmente
rejeitá-lo?" E claro, ambientalistas ou cientistas ao ver este movimento
ideológico crescente passaram, como humanos que são a também confundir as
coisas vendo devotos do são liberalismo como outra horda qualquer de fanáticos.
Podem ser, mas a filosofia não é...
A história é longa e não para aqui,
volto depois, mas antes acesse aqui um artigo relacionado:
Cientistas descobriram o que faz as pessoas rejeitarem a ciência, e não é ignorância http://xibolete.uk/rejeitar-a-ciencia/ via @xibolet
Um encontro com a Natureza
Hoje tive uma interação próxima com a
Natureza. Eu consegui senti-la muito perto de mim aguçando meus sentidos. Eu
gostaria que essa fosse uma história bonita, daquelas de marejar os olhos ao
percebermos nossa essência perdida na modernidade do caos urbano. Mas não foi
nada disso...
Uma porra dum marimbondo entrou na
minha orelha esquerda (se fosse mosca saía na mesma hora) e lutei bravamente
berrando feito um doido. O lóbulo esquerdo ficou digno de um Buda e eu não
conseguia levantar a cabeça mais de 270º. Quando estava indo de um canto a
outro na casa procurando analgésico e antiinflamatório, pinça, o escambau, tudo
para aliviar minha dor que ainda existe, diga-se de passagem, o inseto saiu e
não consegui pegá-lo.
Minha orelha ficou latejando por horas
e os remédios aplacaram minha dor com sono. "Isto é Esparta!", bem
que poderia berrar o marimbondo, mas alguns ainda enxergam tudo como um mar de
rosas. Pode até ser, mas com abelhas, vespas e marimbondos entre as flores...
Anselmo Heidrich
sábado, fevereiro 11, 2017
Brasil: total de homicídios comparados
O total dos homicídios de todos os países em AZUL se aproxima do total de homicídios no Brasil, em VERMELHO.
Ah! Sim... Bom dia.
sexta-feira, fevereiro 03, 2017
Kamaradas!
Vou falar sobre uma parte da Esquerda brasileira:
No início dos 80, quando eu me voltei para a política, no plano
meramente teórico eu via gente dizendo coisas como:
1. A Direita domina porque não tem preconceito, eles leem Marx (um dos melhores conhecedores de Marx é Delfim Netto[1]);
2. Havia muita briga interna, muita mesmo. Mais do que entre conservadores e libertários, do que entre ancaps e minarquistas, do que "bolsominions" e liberais que se vê hoje em dia... Era entre trotskystas e stalinistas (Convergência Socialista vs. PCdoB), leninistas pós-Kruchev (PCB) vs. stalinistas (PCdoB), comunistas (Marx) vs. anarquistas (Proudhon, Bakunin etc.) e todos esses ficaram de cara quando gente como Gabeira voltou falando de negros, mulheres e meio ambiente - "ah! mas você quer lutar pelas minorias?!" - refletindo as transformações da esquerda europeia (e americana), a New Left, que é o que domina hoje em dia aqui;
3. Pois bem kamaradas! A esquerda chegou ao poder e ela não teria conseguido sem os sindicatos e o que fez? Aplicou a teoria? NANANINANÃO... Ela SE ADAPTOU!
Agora sabem o que eu vejo? A mesma coisa do outro lado do espectro
político, na chamada "direita" (mesmo que liberais não gostem do
rótulo é assim que eles nos enxergam). E sabe o que vai acontecer quando
tomarmos gradativamente o poder? Teremos que nos ADAPTAR.
AGORA, nós queremos brincar de política, de revolucionário ou
queremos crescer e ser "gente grande"?
Se formos crianças vamos repetir o filme da esquerda só que
defendendo a propriedade privada, talvez a única diferença; se formos adultos
deveremos estudar Teorias do Estado
(ao invés de fazer biquinho e dizer "estado bobo, feio, mal, não gosto do
estado, buáááá") para transformá-lo paulatinamente. Isto leva décadas e
deve começar pelas prefeituras, pois estas estão ao nosso alcance.
Ao invés de tentar mudar a sociedade pense em políticas voltadas ao
seu bairro, ao invés de pensar no meio ambiente amazônico proponha um plano de
saneamento para a cidade, ao invés de só falar no tesouro nacional te informe
sobre as contas públicas do município. Daí, juntando os cacos aqui e ali
teremos informação e experiência para pensar Brasília e outras instâncias.
Se não for isto, tu podes sair cantando Titãs "a gente não
quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte..." para que em 2018
venha um novo Salvador da Pátria. Daí kamaradas
nós teremos muito choro, muita emoção, a bandeira nacional tremulando contra o
azul profundo do céu, abraços, lágrimas, emoção... Mas toda a velha guarda
estará ali, com seu melhor olhar triste treinado de político profissional
pronta, prontinha para o quê? Para se ADAPTAR. E nisto reconheçamos, eles são
muito bons. Fazem há décadas e continuarão fazendo se não mudarmos isto de
baixo pra cima, de fora pra dentro, como qualquer sociedade que evoluiu fez.
[1]
À época visto como um legítimo pensador de ‘direita’, mas não liberal, pois
liberalismo mesmo era coisa entendida como ‘fracassada’. Ser de ‘direita’ era,
simplesmente, ser anti-socialista e isto compreendia tudo, desde o
pró-americano ao defensor de ditaduras militares etc.
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