Sobre:
E:
João e Paulo (por
@diegoquinteiro) http://diegoquinteiro.com/joao-e-paulo/
O conto acima de Diego
Quinteiro pressupõe uma explicação/teoria que parece lógica, mas não é, pois
deixa detalhes importantes de fora. Se a causa da criminalidade fosse assim,
fruto da desigualdade social os principais criminosos, os que dirigem máfias
organizadas viriam das classes mais baixas, assim como teríamos muito mais
criminosos do que temos porque ainda há uma imensa população que pode ser
considerada pobre. O fenômeno da Classe C, uma classe média ascendente é muito
novo e se a desigualdade fosse causa principal do crime teríamos a maioria dos
pobres trilhando este caminho. Note que atribuir, a priori, a criminalidade ao
pobre é, antes de tudo, preconceituoso, pois se esquece de ver que a maioria é
constituída por trabalhadores que ralam para manter sua economia doméstica em
dia. Para quem assiste canais de documentários como o ID – Investigação
Discovery – sabe que há psicopatias que induzem ao crime. E boa parte dos
crimes violentos é causada por doentes mentais, o que não quer dizer que não
mereçam penalidades, só que estas incluem tratamento. Na maioria dos casos,
pelo que sei, não há cura para isto, mas tratamento constante que implica em
manter o interno recluso, apartado da sociedade ou com liberdade condicional porque
ele oferece risco. Por outro lado, ao nos referirmos aos crimes sobre o
patrimônio, furto etc., esses têm mais a ver com educação. Só que esta é muito
mal entendida hoje em dia... Por educação me refiro ao condicionamento social
mesmo. Veja que nós estudamos e trabalhamos porque (a) gostamos, (b) pode nos
trazer benefícios, inclusive financeiros, (c) aumenta nossa auto-estima etc.,
ou seja, há uma série de incentivos pelos quais batalhamos diariamente. Estes
seriam fatores preventivos que evitariam que o indivíduo fosse atraído para o
mundo do crime. São importantes e com o lixo de educação pública (e também
particular) que grassa no Brasil de hoje é verdade que não temos sido eficazes
nesta parte da equação. Mas, mesmo que funcionasse bem ou, ao menos, melhor do
que o caos instaurado hoje em dia, mesmo assim, não bastaria. Veja bem, eu não
disse que “não serviria para nada”, mas que NÃO BASTARIA. Qual a diferença? Que
a outra parte da equação, desde tempos imemoriais é que é necessário PUNIR,
como estratégia de dissuasão para aqueles que a educação/condicionamento social
não basta. E te pergunto, qual a força disto quando se sabe que até atingir a
maioridade penal, alguém não será punido com encarceramento como qualquer outro
assassino ou ainda terá sua punição (medida socioeducativa) sensivelmente
abrandada? Além da impunidade que existe neste caso, o assassino jovem tem aí
um forte incentivo ao crime, sobretudo ao assassinato porque ganha status
perante colegas de quadrilha e gangue.
Quanto ao consumismo ser
fator de desigualdade e crime é um equívoco. Isto é coisa de socialista
redistributivo, para ser redundante, pois socialistas gostam de fazer caridade
com o dinheiro alheio mesmo... Em primeiro lugar, o consumo sustenta e pode
ampliar o comércio gerando empregos, isto é, diminuindo a pobreza. Ainda reduz
o preço dos produtos devido a maior escala da produção permitindo o acesso aos
produtos outrora restritos a uma minoria. Então é o contrário, exatamente o
contrário do que diz o cérebro esquerdista. Agora, se a ostentação do consumo
for causa de inveja, se há gente boçal que não sabe comprar e consumir sem se
exibir, este é um problema de cultura que, definitivamente, não é o caso da
maioria. Basta perceber ao teu redor, teus vizinhos e amigos, a maioria não age
assim. Quando um garoto paga sua academia para praticar boxing, está consumindo
e investindo na saúde, segurança, bem estar e condicionamento físico. A rigor,
não está se exibindo, mas seguramente deve haver muito pitboy em academias que faz para ameaçar e se exibir. É justo pegar
o exemplo negativo para condenar todos os outros? Claro que não. Agora, no dia
das crianças dei brinquedos baratos para meu filho, porque são muito legais,
carrinhos hot wheels para eu brincar
junto com ele (custam menos de 5 reais!) e que na minha época eram muito mais
caros. Ainda são importados, mas estão cada vez mais acessíveis. Também comprei
giz de cera e papel porque ele adora desenhar etc. Estes brinquedos não são
para ostentar, mas para brincar, aproximar pai e filho, aprender com o aspecto
lúdico etc.
Um economista antigo
chamado Frédéric Bastiat disse certa vez que “se os produtos não atravessarem a
fronteira, o soldado o fará”. O que ele dizia é que se não houver comércio
entre as nações há guerra, invasão, possessão. Analogamente, para evitar que
haja uma guerra social, como a que assistimos no Brasil, o comércio (consumo)
tem que ser incentivado e, nosso governo deveria começar reduzindo impostos
sobre o comércio e atividade produtiva, bem como desburocratizando estas
atividades.
Negar esta liberdade é
que é incentivar o crime.