quarta-feira, junho 22, 2016

EUA na Guerra do Vietnã: como relatar uma luta de boxing com um único lutador



 ·        "Voltando ao mundo real" (~1:45)... Quer dizer então, que até agora, tudo que foi mencionado não passou de ficção? Imaginação histórica? Será que uma visão materialista suplanta, elimina a cultura política, a ideologia como fatos que tem consequências?

·        "Os EUA nunca declararam guerra ao Vietnã" (~2:40)... E por que deveriam, se eles não guerrearam contra o país? Uma vez que não só os EUA, mas boa parte da população, do povo vietnamita não aceitava a imposição econômica e política comunista, por que teríamos que assumir que esta facção representava o Vietnã, como um todo? Pode-se criticar o envolvimento americano antes da guerra propriamente dita interferindo na política do país, não há dúvida, mas dizer que a intervenção militar americana foi contra o país, Vietnã é um sofisma. Foi sim contra os vietcongues e o comunismo, o que se explica muito bem em termos geopolíticos.
 
·        Por volta dos 3min de vídeo, tu descreves muito bem os detalhes das operações militares, os bombardeios etc. E tem que descrever mesmo, mas me causa muito espanto que a URSS seja um FANTASMA neste cenário! O que ela fez? O que ela subsidiou? Não há o que pesquisar a este respeito? Tampouco vi citações sobre perseguições impostas pelos vietcongues aos sulistas, atrocidades, minas etc. Tua narrativa é de UM único vilão contra vítimas indefesas que nada tiveram a ver com isto anteriormente.

Filipe, teu vídeo é profissional, muito bem feito, claro, didático, culto etc., mas não é honesto, intelectualmente falando. Embora não exista neutralidade científica, nem por isto devemos nos furtar à OBJETIVIDADE CIENTÍFICA (cf. Weber e Popper). Eu duvido que quando fizeres um vídeo sobre o Afeganistão a partir da invasão soviética (o Afeganistão, como deves saber é tido como "o Vietnã da URSS"), tu não irás mencionar ou minimizar a participação (bem conhecida, aliás) dos EUA no conflito. Duvido.
Tu podes ser de esquerda, o que for, mas não omita fatos importantes. Só isso que peço. Parabéns
pelo vídeo, de qualquer jeito, mas mandei um dislike. Ele pode ser ESTETICAMENTE BEM FEITO, mas foi ETICAMENTE MAL FEITO.
Abraço,
Anselmo Heidrich

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Fas est et ab hoste doceri – Ovídio
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11 comentários:

  1. Anônimo8:48 AM

    O sujeito do vídeo comentou sobre a influência da guerra na cultura americana, falando brevemente sobre os quadrinhos Watchmen, e retomou com "Voltando ao mundo real"... os quadrinhos não passam de ficção, ainda que objetivem (no caso de Watchmen) promover uma discussão sobre o tema. Mas ainda assim, Watchman é constituído em grande parte sobre um fundo de imaginação histórica, indiscutivelmente.
    Tentar fazer com que isso pareça negativo é um dislate de primeira categoria. Seria como dizer que Bastardos Inglórios deve ser tomado como fiel retrato da realidade... paciência!
    E quanto ao segundo e terceiro comentários? "ETICAMENTE
    MAL FEITO[s]."

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    1. Sempre vejo um "anônimo" como um tipo de covarde que se desculpa por sua covardia. Enfim... O que é algo "eticamente mal feito"? Ou é ético, ou não é.

      E tu está errado, o cara menciona os quadrinhos para ser didático, mas só de passagem para falar da Guerra Fria que, com todos reflexos na vida política e econômica foi bem bem real.

      Fala sério, esse cara desonra os nerds, não é nada sério. Apenas mais um esquerdinha se passando por professor, só que com um discurso um pouco melhor (mais palatável) dos que inundam as salas de aula.

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    2. Anônimo9:31 AM

      Viu! Fiz um comentário honesto e não-agressivo. Obrigado por confirmar a impressão que tive ao ler o texto sobre uma possível resposta e atitude crítica não-construtiva.
      Caso não tenhas reparado na pressa em responder com [mais] ataques (desta vez em resposta a um comentário sensato), "eticamente mal feito" foi posto entre aspas PORQUE FOI EXTRAÍDO DO SEU TEXTO! Concordo em absoluto contigo: " Ou é ético, ou não é. " (Nota: as aspas estão aí porque retirei da tua própria resposta tá?!) Daí, deixo para que vc mesmo depreenda se considerei seus 2º e 3º comentários como éticos ou não...rs

      Faça-me uma gentileza: releia o primeiro parágrafo do teu texto e a minha colocação sobre o mesmo. Daí repense novamente em "tu está errado". Grato.

      Nem conhecia aquele canal ou aquele cara... e chequei boa parte das referências dele. Todas as constatações estão fortemente embasadas... assim não acho justo dizer que o cara seja "Apenas mais um esquerdinha se passando por professor". Não é por discordarmos das visões de alguém, ou da dura realidade dos fatos apresentados que precisamos fazer ataques ad hominem completamente gratuitos e depreciativos em tamanho grau. Com o devido respeito, isso é demonstração de ignorância tamanha que não acho caber a alguém douto e letrado como você.

      SDS

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    3. Eu não gosto de quem se apresenta como anônimo.

      Obviamente, tu discordou dos meus 2º e 3º parágrafos, mas não disse porque discordou, o que seria mais importante.

      Já tinha ouvido novamente o áudio durante o período considerado na primeira observação e é isso mesmo, ele trata a percepção dos americanos (e seus temores) como algo irreal. Durante todo o vídeo, ele subentende um erro e já julga o fato, período histórico como algo injustificado, um grande equívoco americano eximindo quase toda participação soviética disto tudo.

      Não é necessário que se seja explícito quanto à opção ideológica para ser um manipulador e, por isso mesmo que o professor em questão é um manipulador, daqueles que acreditam na própria mentira. É fácil construir mentiras com verdades parcialmente alocadas e combinadas de forma equivocada. Mostrar a Guerra Fria sem levar em conta, NO MÍNIMO, as duas superpotências é mais que ignorância, é um acinte à Razão.

      Sim, eu tive pressa em criticar a expressão utilizada - "eticamente mal feito". Errei, neste caso.

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    4. Anônimo10:18 AM

      Agradeço pela admissão do erro. Indica nobreza de caráter.
      Veja bem: uma coisa que não é senão o correto a se fazer, é tida por "ato nobre"... o que é bom ou bem feito, a meu ver, É DIGNO de ser exaltado, ainda que não seja mais do que a obrigação. Assim o é para que incutamos certo senso de superioridade moral ao que "bom" ante o que "mal". Falo isso por conta do tom que majoritariamente impregna o 3º comentário.
      Mas veja bem (novamente!): realmente parte desse 3º comentário é inteiramente procedente! Ficou confuso? Explico: O autor do vídeo DE FATO deixou de fora a URSS ao passar da introdução da exposição sobre a Guerra do Vietnã (qual seja, o panorama histórico). Ao adentrar especificamente nos eventos da guerra e acontecimentos políticos do período, o narrador poderia, sim, ter mencionado de que maneira se deu a participação da URSS nos conflitos, ainda que, indiscutivelmente, tal participação de fato tenha sido pífia e irrisória em contraponto à dos EUA. Isso configura, sim, uma falta patente, mas não desqualifica o trabalho. Não mesmo. Foi muito bem feito. Ademais, o vídeo NÃO é SOBRE a Guerra Fria, é sobre a Guerra do Vietnã, a qual teve por contexto histórico a primeira, que foi devidamente apresentada. (Tivesse ido além, possivelmente fugiria do tema!)

      Sobre o 2º comentário, verdadeiramente este é que é o sofisma. Dizer que os EUA não guerrearam contra o Vietnã - a nação (Em: "E por que deveriam, se eles não guerrearam contra o país?" e assim por diante, neste parágrafo)??? É de um absurdo sem tamanho! Digno de risos, até! (Com o perdão pelo sarcasmo empregado.)

      Foi principalmente pelo tom acusatório, persecutório e argumentos imanentemente ad hominen presentes nesses dois parágrafos - principalmente no segundo - que preferi postar sob anonimato e pelo quê não explicitei o motivo de minha discórdia.
      Pelo anonimato, não me desculpo (ainda que agora perceba que uma conversa civilizada pode de fato ser posta em curso aqui.), mas por criticar sem expor os motivos, por isto admito ter errado. (Toma tempo precioso fazer isto adequadamente, mas somente assim há disseminação de conhecimento.)

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    5. Anônimo10:24 AM

      Ademais, quais são todas essas "mentiras" veiculadas no vídeo? Tudo é de largo conhecimento e, o que não o é está devidamente referenciado e embasado. É errado de sua parte enquanto professor chamar outro colega de "manipulador" e "mentiroso" sem EXCELENTES justificativas. Antiético, também. E muito. (O famoso tiro no pé, pois fala mais sobre o caráter de quem acusa do que o do acusado.)

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    6. Discordo de ti, novamente. Se toma tempo responder adequadamente, faça. É melhor do que disseminar conhecimento de qualquer forma. Quanto ao papel pífio da URSS na Guerra do Vietnã ao financiar o norte, só se tu achar que é igualmente pífio os EUA financiarem o Taleban ou todas as ditaduras do III Mundo durante a Guerra Fria? É válido para eles também ou só quando for a favor da URSS? Decida-se. Mais, quando se fala da Guerra do Vietnã se torna impossível não falar da Guerra Fria, assim como não é formalmente correto dizer que os EUA entraram em guerra contra o Vietnã, se este mesmo Vietnã se achava dividido em dois e uma dessas metades sendo apoiada pelos EUA. Como eu posso representar uma ação contra uma família se represento um dos herdeiros contra outros?

      Na melhor das hipóteses, o professor se encontra tão impregnado do discurso corrente (assim como tu, ó anônimo) que nem sequer percebe sua incoerência. Na pior, não passa de um hipócrita operando critérios com seletividade em benefício de uma causa ou por mera simpatia. Exceto se o interrogasse, eu não tenho como saber as razões que o motiva, mas no teu caso eu posso: onde o anônimo se enquadra?

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    7. *Razões que o motivaM...

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    8. Que "largo conhecimento", Carlos? Não viaja... Acaso agora vou me pautar sobre senso comum? Que idiotice. Em primeiro lugar, não me preocupo com o que tu chama de ética profissional porque, no caso, significa fechar os olhos para este flagrante caso de manipulação. Fiz um questionamento, bastante lógico e tu te mantém imbecil o suficiente para desconsiderá-lo e me acusar de antiético. Ora, se meu comentário te incomoda é porque tem coisa aí. Posso te assegurar uma coisa, se o autor do vídeo for um mero ignorante, tu com certeza está te revelando algo mais do que isto.

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  2. Anônimo10:32 AM

    Sobre as razões pelas quais não houve Declaração de Guerra, recomendo a leitura desta síntese:

    "Since Vietnam, United States military actions have taken place as part of United Nations’ actions, in the context of joint congressional resolutions, or within the confines of the War Powers Resolution (also known as the War Powers Act) that was passed in 1973, over the objections (and veto) of President Richard Nixon.
    For example, when President Obama approved the use of military force in Libya in 2011, it was the 132nd time that a President acted under the conditions of the War Powers Resolution since 1973.
    It also seems unlikely that an official state of war could be declared in the near future, due to the legal differences between a “state of war” and an “authorization to use military force.”
    As the CRS explains, a formal war declaration triggers a large number of domestic statutes, like the ones that took place during World War II.
    “A declaration of war automatically brings into effect a number of statutes that confer special powers on the President and the Executive Branch, especially about measures that have domestic effect,” it says.
    These include granting the President the direct power take over businesses and transportation systems as part of the war effort; the ability to detain foreign nationals; the power to conduct spying without any warrants domestically; and the power to use natural resources on public lands.
    “An authorization for the use of force does not automatically trigger any of these standby statutory authorities. Some of them can come into effect if a state of war in fact comes into being after an authorization for the use of force is enacted; and the great majority of them, including many of the most sweeping ones, can be activated if the President chooses to issue a proclamation of a national emergency,” says the CRS.
    “But an authorization for the use of force, in itself and in contrast to a declaration of war, does not trigger any of these standby authorities.” "
    -Extraído de https://www.fas.org/sgp/crs/natsec/RL31133.pdf e de http://blog.constitutioncenter.org/2015/12/when-congress-once-used-its-powers-to-declare-war/ [Ambos contidos na descrição do vídeo!]

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    1. E daí? Disto aí, o que se infere sobre a insinuação do autor do vídeo, que deu ensejo ao meu comentário? Por que viria a ser uma ação autorizada pela ONU e que dispensaria a ação de forças que necessitariam da declaração de guerra? Este é o ponto. Desenvolva, mas antes tente saber para onde quer ir. Simplesmente, agregar um texto sem ter em conta um objetivo para tua crítica não me diz muito.

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