Este texto peca pelo seu extremo simplismo. Em primeiro lugar, não simpatizo com Donald Trump e rejeito, veementemente, seu discurso protecionista que, ao contrário da cortina de fumaça de escândalos sexuais e a questão da imigração, toca em pontos sensíveis à ordem mundial da globalização. Mas acusar seu eleitor de limitação intelectual ou, eufemisticamente, baixo nível de instrução é puro preconceito. Eu gostaria muito de ver a pesquisa, os dados nos quais se baseou a autora, se é que existem e se é que ela visualizou algo realmente... E podem ter certeza que se existissem, teríamos uma surpresa ao ver que muito dos votos ao candidato derrotado podem não ter sido de parcelas "melhor educadas" da sociedade americana.
A educação é importante, ninguém é louco para negar, mas tecer análises simplistas, unidirecionais, com causa e efeito firmemente detectadas (baixo nível de instrução = voto conservador e/ou posturas pró-repressão) descartam a possibilidade de que o avanço de uma reação à imigração e ao comércio externo tem muito mais a ver com o descontrole das políticas de integração cultural em países que são o principal destino de imigrações e o aumento da criminalidade, bem como o desemprego. Veja que não estou limitando meu comentário aos EUA e o fenômeno Trump, pois se observarmos a Europa como um todo, isto já está acontecendo.
Portanto, seria melhor que a educação fosse vista sim com sua importância fundamental, mas sem egocentrismo. A educação, assim como outras partes do sistema social é peça de uma engrenagem. Se ela travar ou estagnar, assim como OUTRAS PARTES, põe em risco todo o sistema.
Cf. Rota 2014 - Blog do José Tomaz: Claudia Costin: "Trump e os presídios, qual o pape...: Evan Vucci/Associated Press Donald Trump discursa em cerimônia em Washington Folha de São Paulo Tivemos uma semana bastante agitada, que...
Nenhum comentário:
Postar um comentário