quarta-feira, julho 27, 2011

Alma perdida, mídia entretida


Neste artigo, Janer Cristaldo critica o apreço dado à Amy Winehouse pela nossa mídia, inclusive com mais destaque do que o saldo trágico do terrorismo norueguês neste fim de semana. Com exceção da necessária vinculação ao rock para se drogar (que não se trata do estilo musical da Winehouse, diga-se de passagem), o artigo do Janer é irretocável. Ele peca no que ignora, estilos musicais etc., mas sua crítica a este fuxico todo está certa. Falta do que falar ou como falar, nosso jornalismo está extremamente diluído em firulas sem grande significado.
Como fã de grandes grupos como Rush, eu ficaria envergonhado se a morte do baterista/letrista Neil Peart rendesse mais nos nossos jornais do que alguma tragédia terrorista. Veja, eu ficaria com vergonha justamente pela possibilidade de ter algum tipo de relação com um grupo que faz alguma espécie de culto à personalidade, o que evidentemente acho deplorável.
Não vou colocar uma foto da moça aqui, mas sim o vídeo de uma das músicas em que um dos melhores músicos que já passou pela biosfera terrestre desempenha a percussão: Neil Peart e uma de suas letras, que muito a propósito, diz algo a respeito da ideia da perda, perda de si próprio.
...


The dancer slows her frantic pace
In pain and desperation,
Her aching limbs and downcast face
Aglow with perspiration

Stiff as wire, her lungs on fire,
With just the briefest pause ---
The flooding through her memory,
The echoes of old applause.

She limps across the floor
And closes her bedroom door...

The writer stares with glassy eyes ---
Defies the empty page
His beard is white, his face is lined
And streaked with tears of rage.

Thirty years ago, how the words would flow
With passion and precision,
But now his mind is dark and dulled
By sickness and indecision.

And he stares out the kitchen door
Where the sun will rise no more...

Some are born to move the world ---
To live their fantasies
But most of us just dream about
The things we'd like to be

Sadder still to watch it die
Than never to have known it
For you -- the blind who once could see ---
The bell tolls for thee... 

 

 

Words by Neil Peart, Music by Geddy Lee and Alex Lifeson

RUSH - Signals - Losing it


Um comentário:

  1. A minha ingenuidade esperava que pelo menos a Globo News não desse tanto destaque sensacionalista ao assunto. Mas não. O assunto ainda tem rendido atenção em vários programas televisivos. Outro dia li que logo teríamos uma estátua do Cazuza. Basta morrer uma celebridade, que somos engolir esse culto à personalidade. O vitimismo dos drogados não me causa piedade, absolutamente. Mas acho que isso não interessa ser colocado aqui. Voltando à mídia sensacionalista, o que eu esperava, afinal, de uma mídia corrupta e conivente com o poder ? A mídia mais parece um teatro de revistas, manipulada por duas forças dominantes: o povo e o poder. Colabora para com a despolitização e desculturalização, ampliando cada vez mais a ignorância de quem só quer saber de fofoca, big brother etc e tal. Quando aparece alguma canalhice ( incontáveis ) logo é abafada, porque a impunidade mora aqui e até 2014, preparem-se: a mídia - para agradar o povão - só vai querer mesmo saber de futebol.


    - Rush... The best...

    ...

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