quarta-feira, agosto 31, 2011

População do Brasil se interioriza e descentraliza


Cidades médias em crescimento, o que implica numa descentralização da renda. Tudo o que os planificadores do regime militar e seus críticos de esquerda sempre apontavam, agora é alcançado sim, mas graças a força e dinâmica do próprio mercado.

Setores econômicos como o agronegócio e a construção civil são esteios que provam isso, com exceção da extração de petróleo, claro.

Outro dado interessante é que houve redução relativa da população das metrópoles, que já tiveram 30% dos habitantes em apenas nove delas, enquanto que agora quinze detêm apenas 21%.

Cf.:


Entre as cidades, São Paulo continua sendo a mais populosa, com 11,3 milhões de habitantes, seguida pelo Rio (6,4 milhões), Salvador (2,7 milhões), Brasília (2,6 milhões) e Fortaleza (2,5 milhões). Os 15 municípios mais populosos somam 40,5 milhões de habitantes, representando 21% da população.
O conjunto das 27 capitais concentra 23,8% da população, participação semelhante à do ano 2000. Segundo o IBGE, "isso mostra que o dinamismo populacional do Brasil está seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior e se manifestando nos municípios de porte médio, especialmente aqueles com população entre 100 mil e 200 mil habitantes".
Entre esses municípios, destacam-se aqueles cujas economias estão voltadas para o agronegócio, para as atividades petrolíferas e os que demandam mão de obra para a construção civil.
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terça-feira, agosto 30, 2011

Lei ao sabor dos eventos e dos ventos


Independente de qual seja a situação e o objetivo da nova lei da prisão preventiva, o que se segue neste parágrafo é controverso, para não dizer fruto de um rotundo equívoco:

A norma muda e se altera porque precisa adequar-se ao tempo para viger com todo seu vigor. O trabalho do operador do direito é justamente esse: ser um leitor da realidade de seu tempo e conseguir articular o vigor da lei com esse mesmo tempo, até porque é impossível que as leis mudem à mesma velocidade dos eventos sociais. O operador do direito dá vida à norma e a mantém viva com suas manifestações e decisões.

Se as leis têm que mudar em função da mudança dos eventos sociais, isto dispensaria a própria necessidade de uma legislação que fundamentasse a resistência contra alterações negativas dos eventos em questão. Ou seja, não é porque muda sempre que vamos admitir que sempre tem que se mudar.
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A mulher e as religiões


Interessante como as mulheres capitaneiam os processos de mudança mesmo...

O Novo Mapa das Religiões revela que o sexo feminino representa a maioria entre adeptos de 23 das 25 religiões listadas como as mais populares pela pesquisa, como a católica, a evangélica pentecostal, a evangélica tradicional, a espírita kardecista, a luterana e a umbanda. Segundo o documento, enquanto os homens abandonaram crenças, elas mudaram de religião. “O catolicismo, o candomblé e o budismo são religiões masculinas. Todas as outras são basicamente femininas”, acrescentou o coordenador.
Brasil pode deixar de ser o país mais católico do mundo em 20 anos, aponta FGV | brasil.americaeconomia.com
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A caminho do retrocesso?


Excelente artigo. É isso aí, exemplo claro de quando a Lei maior conflita com reminiscências ideológicas paleolíticas que atravancam o desenvolvimento social.

Cf.: A caminho do retrocesso? - opiniao - versaoimpressa - Estadão

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Lula, o "conservador"


Bem... Se por "conservador" significar, conservar o que é a estrutura política brasileira, sim, daí sim, além de conservador, ele é um aprimorador de nossos vícios políticos.

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segunda-feira, agosto 29, 2011

"Sul Maravilha"


Confira aqui indicadores sociais sobre a Região Sul e comparativos sobre seus estados:

* Pessoas com 15 anos ou mais incapazes de interpretar textos e fazer operações matemáticas
** 2010. Quanto mais próximo de 1 o IDH estiver, melhores as condições de vida

 Cf.: Expressão - O Veículo da Comunidade Empresarial do Sul 

Interessante que Florianópolis foi a capital que mais cresceu dentre as três, mas problemas de infra-estrutura como a mobilidade urbana permanecem, tornando-a a pior não só do Brasil, mas do mundo.
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domingo, agosto 28, 2011

A opção de migrar para Miami


É só uma questão de tempo. O que está claro no artigo são as condições propícias ao investimento que há lá. E que o Brasil, obstinada e sistematicamente, rejeita.


Cf.: Miami, o sonho brasileiro - Yahoo! Notícias

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terça-feira, agosto 23, 2011

Segurança pública - 1


Eu vi o PT destruir a segurança pública em P. Alegre. Sei do que são capazes, mas em S. Paulo também?!


PTB se alia ao PT para dar um golpe na segurança pública em São Paulo
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ptb-se-alia-ao-pt-para-dar-um-golpe-na-seguranca-publica-em-sao-paulo via @VEJA

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Enquanto isso, fora da Zona do Euro...



WRS | Swiss exports continue to rise

worldradio.ch

"The Swiss watch industry continues to lead the export industry, showing a bullish growth of 21 percent in the first seven months of 2011, compared to the same year earlier period."


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Além do simplismo de mercado


Dica para aqueles que estão cansados de simplificações a partir da lógica de mercado para entender toda sociedade:
(...)
A segunda razão é que a atenção à diferença pode fazer com que os liberais parem de tentar invocar o autointeresse tanto como “eficiente” quanto “moral” em todas as situações. O liberalismo não requer ação por puro autointeresse em uma família ou em uma empresa, e não há nada iliberal em se comportar altruisticamente e em se preocupar com o todo de uma organização. O comportamento autointeressado em ordens íntimas é rude e frequentemente imaturo, e tentar racionalizá-lo através de uma filosofia política faz com que o indivíduo pareça narcisista e bitolado. A compreensão da distinção hayekiana entre ordens e organizações pode ajudar os liberais a evitarem tanto as más teorias sociais quanto o mau comportamento social.
Nem tudo é um mercado | OrdemLivre.org
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segunda-feira, agosto 22, 2011

Páginas e Teclas



Sobre "o fim do livro":

REQUIESCAT IN PACE

Ainda prefiro um pocket book a um tablet quando vou ao banco, ao supermercado ou ando de ônibus ou a pé no centro da cidade. Dá para dar uma amassada e colocar no bolso do casaco ou da calça. Os tablets ainda tem um inconveniente para mim, a ausência de teclas. Definitivamente não gosto daquelas telas sensíveis que requerem suavidade. Gosto de apertar e digitar como se estivesse dando socos imaginários em soldadinhos de chumbo.

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White House to Scale Back Regulations on Businesses - WSJ.com


Quem diria... Governo Obama vai eliminar regulações, desburocratizar, reduzindo encargos para as empresas:



White House to Scale Back Regulations on Businesses - WSJ.com


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O ideal é inimigo do bom

O debate acerca de qualquer questão ambiental, quando chegado ao grande público conta com defensores fanáticos, que normalmente são indivíduos bem intencionados. Mas, como sabemos a boa intenção não é suficiente.

200 países, 200 anos, 4 minutos


Este vídeo não precisa de comentários, ele fala por si só. Excelente:

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Belo monte de besteiras


Observe:

"(...) além da retirada das populações tradicionais, há a questão dos efeitos que a chegada de milhares de trabalhadores poderá gerar na região."
Manifestantes se reúnem em frente ao Congresso Nacional para protestar contra Belo Monte | Portal EcoDebate

Não é contraditório? Como chegarão "milhares" se os autóctones serão retirados? Só se o historiador em questão estiver se referindo às áreas diferentes, mas daí sua crítica não procede, pois estaríamos falando de fatos relacionados, mas que não correspondem ao mesmo local específico.


"Para ele, o empreendimento 'não é vantajoso' para o país, porque destrói o meio ambiente, elimina recursos naturais, dos quais não se sabe o 'potencial bioquímico' para a fabricação de fármacos, e dizima a cultura 'ancestral' de povos da floresta. Apesar dos riscos, o historiador diz que a sociedade brasileira ainda não tomou conhecimento do impacto que a obra causará. 'É uma luta bem difícil', admite."

http://www.socioambiental.org/esp/bm/hist.asp
Sabe por que é "uma luta difícil"? Porque é totalmente irracional. Em primeiro lugar, os recursos naturais não estariam sendo destruídos com a construção de Belo Monte, eles estariam justamente sendo aproveitados para gerar energia; em segundo, o potencial bioquímico também precisa de geração de energia para seu aproveitamento e, neste caso, nada melhor do que a hidroelétrica em substituição à térmica tradicional, emissora de gases estufa; em terceiro, as culturas ancestrais têm uma escala de aproveitamento bastante limitada em seu aproveitamento deste potencial. É preciso economia de escala para democratizar esses recursos ao povo brasileiro e ao mundo. Daí sim, com projetos integrados é que preservação e desenvolvimento têm potencial de andar juntos.
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sábado, agosto 20, 2011

Dilma, a gerente em busca de um sentido


"As revistas estrangeiras não entendem muito os usos e costumes políticos do Brasil. A revista não percebe que a minha base de sustentação não concorda com malfeitos, e eu não vejo nenhum motivo para isso acontecer, de ter maiores problemas no Congresso", disse Dilma.
Fonte: Dilma diz que base do governo 'não concorda' com corrupção

Porque...

"Dilma chegou ao Palácio com a reputação de uma gerente 'no-nonsense'. Quase oito meses depois do início de seu mandato, ela se viu sugada para dentro do pântano político que é Brasília".
Fonte: 'The Economist' diz que Dilma Rousseff tenta secar o pântano de Brasília[1]


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sexta-feira, agosto 19, 2011

O papa e o economista: mais estado, estado e estado



‎"A economia não pode ser lucro, mas solidariedade." 
Joseph Ratzinger

Acho que o Papa perto de certos economistas não diz tanta besteira... 

É preciso fazer uma forte regulação nos mercados financeiros: não permitir que os bancos façam o jogo de apostas de cassino, forçar os bancos a fazerem investimentos reais. Precisamos de um sistema monetário global totalmente diferente, no qual as moedas não sejam determinadas pelo mercado. Precisamos de uma nova regulamentação global para as commodities, na qual os seus preços não sejam mais determinados pelo mercado financeiro.
Os bancos manipulam preços de commodities e de moedas, como o real, nos mercados financeiros para ganhar dinheiro nos próximos dois, três anos. Não estão interessados em crescimento de longo prazo. Isso precisa ser mudado.  
Folha.com - Mundo - Crise é do mercado financeiro, não de governos, diz economista - 11/08/2011

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quinta-feira, agosto 18, 2011

Síndrome Sensitiva de Auto-Referência

  
http://sv-jornada.blogspot.com/2010/05/arnaldo-jabor.html
Artigo antigo de minha lavra, mas que serve para diagnosticar tipos atuais que se nutrem de invencionices e teorias conspiratórias de fácil aceitação:


Ainda Arnaldo Jabor. Fiquei realmente muito intrigado após meu último comentário sobre o funcionamento dos intricados corredores cerebrais do comentarista, em como estaria a freqüência de suas sinapses, talvez um pouco abaixo da média, não sei... No seu comentário de segunda-feira, dia 24, o “ilustre” estava para brincadeiras: argüiu que o problema com o presidente Bush, talvez seja seu imenso “pé frio”, um verdadeiro “cowboy sem pontaria”, pois desde que assumiu, fatos como os atentados de 11 de setembro, desastres aéreos, incêndios em discotecas, nevascas em Nova York (!) puseram-se a acontecer. Seria isto uma “praga muçulmana”? Ironiza nosso comentarista engraçadinho. Ou uma “maquinação”, “plano maligno” elaborado pela assessoria de Bush para conferir mais poder ao presidente devido à mediocridade de seu mandato? Sugeriu o espirituoso.

The Crystal Caravan Wrecking Ball


Golbery do Couto e Silva


“Homens de todas as latitudes e de todas as raças – a guerra é global –, homens de todas as idades – a guerra é permanente –, homens de todas as profissões e dos credos mais diversos – a guerra é total –, devemos, pois, olhar bem de frente essa Esfinge dos novos tempos para decifrar-lhe o mistério tremendo que em si mesma encerra e fortalecermo-nos na defesa da Liberdade que é exigência essencial e impenhorável da condição humana, para que nem na guerra acabemos por soçobrar, vencidos, nem por ela mesma soçobre, afinal, conosco, a Humanidade inteira.”

SILVA, Golbery do Couto. Geopolítica do Brasil. Rio de Janeiro : Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 10.

Golbery na rampa do Palácio do Planalto (foto: Carlos Namba)
Aqui, o general ainda coloca a necessidade de segurança nacional como aliada da liberdade humana, mas mais adiante no texto ele percebe, corretamente, que ambas apresentam tensão quando o crescimento de uma dessas necessidades ameaça a outra. Mas, também percebe que sem um nível de bem-estar, decorrente da exploração de recursos naturais ou humanos, que está ligado à liberdade de produzir, de trocar informações, de inovar, não se estabelece condições para o exercício da segurança nacional. E esta, por sua vez, necessita crescer para garantir a liberdade que assegura o bem-estar, porém até certo ponto que não as sufoque. Este dilema é resolvido com equilíbrio. Como este é alcançado é que é a questão.

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Há quantas anda a tal da Reforma Agrária, mesmo?



Engraçado como para certos lados políticos, o tema ressurge quando se trata de acusar os "exploradores" por sua própria incompetência produtiva, mas some some ao ter que mostrar algum resultado na produção. 

Bem... Nem tanto. Aqui há algum resultado obtido:

Carta aberta pede dinheiro para ex-chefe do Incra investigado pela PF - politica - Estadao.com.br

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Turquia vs. Curdos - 1


http://www.shalomjerusalem.com/kurdistan/
O apoio à Turquia pelos EUA e U.E. contra o PKK (Partido Trabalhista Curdo), além da condenação a seus métodos terroristas também se dá pela aliança do país a OTAN, fundamental na região do Oriente Médio. O que pode parecer estranho a primeira vista é o apoio iraniano, mas fica fácil se entender na medida em que o país dos aiatolás também comporta uma minoria étnica curda em seu território e que, portanto, pode vir em futuro próximo a pleitear uma seção territorial deste tal como fazem alguns separatistas curdos na Turquia.
Ou seja, centralizar explicações em dilemas étnicos e/ou religiosos para tudo no Oriente Médio não passa de sofisma ou, na melhor das hipóteses, ignorância mesmo.
Uma outra dúvida que surge quando leio matérias sobre o Curdistão, a região que habitam, é quais seriam tais “direitos étnicos” não pleiteados pela minoria curda que não advoga o separatismo, além de ensinar o curdo em suas escolas? Há algo mais aí...
Cf.: Turkey Attacks Kurdish Targets in Northern Iraq After Ambush - NYTimes.com

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Sofismonomics: o que é bom para os EUA também é para o Brasil?




Além de escrever mal, este cara sofisma: "[o]s endinheirados locais adoram os impostômetros eletrônicos que denunciam o peso da carga tributária. Mas escondem que, também por aqui, quem ganha mais paga pouco e sonega muito. Sobra até para comprar ilhas na Bahia." Ora, "endinheirados" que vêem impostômetros são, sobretudo, classe média. Classe média que prefere concursos públicos a abrir empresas porque esta opção é difícil, onerosa e incerta. Incerta não poderia deixar de ser, mas os trâmites necessários, a burocracia que não faz jus ao nome, pois deveria racionalizar o processo e não prejudicá-lo e os riscos envolvidos a atividade empresarial tornam as opções de carreiras públicas ou da sonegação mais viáveis.
Não faço coro aos que acham que o estado para nada serve ou que simplesmente tem que se baixar tributos. É algo similar a liberação das drogas que, se for feita teria que vir acompanhada de uma série de leis mais rígidas para quem cometesse delitos associados a elas. Ou seja, reduzir tributação não poderia vir desacompanhada de um debate, de um programa e da revisão legislativa sobre como funcionam os fundos com recursos para os quais a tributação fora destinada. 


Sobre os promotores desses marcadores de índices de tributação serem associações comerciais ou sindicatos de donos de indústrias, a fonte ou o promotor da fonte, ou o interesse no caso é irrelevante. O que importa é o que se descobre. Suponhamos que haja grupos antiliberais na ONU que descobriram que via AGA pode-se tributar mais. A “solução” proposta é e sempre será questionável, mas isto não desautoriza por si mesmo o resultado ou resultados obtidos com pesquisas em torno do AGA. Ou se alguém pesquisa demografia tendo em vista um controle de natalidade, o que seria uma proposta dele exclusivamente, devo por isso deixar de atentar para o problema da alta fecundidade na África Subsaariana? Tratá-lo como uma “falsa questão” porque ela me sugere uma inevitável submissão aos ditames de certos malthusianos? Claro que não, haja falta de imaginação! No mínimo há mais de um modelo de recuperação ou tratamento ou desenvolvimento para uma questão, ainda mais sujeita a tantas variáveis como é a transição demográfica. Uma coisa não depende necessariamente da outra, pois posso enxergar como melhor solução (ou talvez única?) o aumento do emprego feminino no mercado e consequente redução da taxa de fecundidade. Separar objeto de projeto é fundamental, até mesmo para quem quer um projeto mais sólido e embasado na pedra da verdade.
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There is no ‘paradox of prosperity’ | Daniel Ben-Ami | spiked

There is no ‘paradox of prosperity’ | Daniel Ben-Ami | spiked

Uma canoa a deriva chamada União Européia


[O link abaixo abre somente para cadastrados no UOL ou na Folha de S. Paulo.]




Esta Merkel não é burra. Acho mesmo que ela quer implodir o Euro... Salvando a Alemanha desta canoa a deriva em que se transformou a União Européia e tendo maior autonomia para firmar contratos de interesse nacional sem ter que sustentar "estados-rêmoras". 


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quarta-feira, agosto 17, 2011

Reação inglesa



Abaixo, eu concordo com praticamente tudo que Janer escreveu. Com o essencial, mas gostaria de ter certeza sobre a maioria ser descendente de imigrantes ou imigrante. Empiricamente, posso até achar isso, mas queria ter acesso a algo mais concreto, dados se é que divulgam isto no R.U. No entanto, sendo ou não sendo maioria, com certeza contingente significativo destes grupos integra sim as hostes do lumpen-punk que assola o R.U., particularmente, a Inglaterra desde o final dos anos 70. Aliás, rótulo apropriado mesmo: podre. 
Agora, este Estado de Bem Estar Social que não tem ligações com a produção, tem que acabar mesmo. Dar chance de educação a quem cospe neste prato não tem sentido, dar direito à expressão a quem visa por fim a própria liberdade de expressão é um paradoxo. Cameron tem em mãos a chance de ser lembrado como grande líder no futuro. Goro que tenha sucesso.

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domingo, agosto 14, 2011

Somália e Malthus


"O dobro de pessoas, mas a mesma quantidade de cabeças de gado. Isso é insustentável"
Especialista em agricultura da ONU, comentando aumento populacional no Quênia, vizinho da Somália
BBC Brasil - Notícias - Quem é o responsável pela fome crônica na Somália?



Embora a crise na Somália não se explique só por isto, não deixa de ser interessante a observação do especialista da ONU que nos diz, a bem da verdade, uma baita obviedade! Malthus já alertara para esse descompasso séculos atrás, quando uma realidade social tecnologicamente primitiva como a que vive a Somália, o hiato entre crescimento populacional e produção alimentícia se torna maior. Mesmo que se diga que ele ignorou a sucessão de inovações tecnológicas na agricultura e pecuária, dentro de condições limitadas de produção, a fome campeia mesmo. 

Em suma, fica difícil acreditar que distribuição de alimentos ou transferência de recursos e apaziguamento dos clãs redunde num processo de estabilização no longo prazo. Difícil mesmo.
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CARPE DIEM: Young Americans: Luckiest Generation in History



Aos catastrofistas de plantão: o mundo está melhor e fim de papo.

Cf.: CARPE DIEM: Young Americans: Luckiest Generation in History

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sexta-feira, agosto 12, 2011

Uma nação que esquece de seus jovens


Dica:

CARPE DIEM: The Mark of a Tired Nation: Today's Retirees Pay Less Than 50% of Their Lifetime Medicare Benefits

Excelente. Apenas notem que o autor não está endossando nenhum "esquema de transferência estatal" como parece sugerir o autor dos comentários do post, apenas que, do jeito que está, a aposentadoria nos EUA (assim como em boa parte do mundo) está cada vez mais insustentável, ao mesmo tempo que dificulta o desenvolvimento de uma nova geração de pessoas ao investir mais nas velhas gerações.
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Mapa da miséria e da desigualdade econômica no Brasil


Acesse:


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Paranoia Funcional – 1



Grosso modo, se pode dizer que há três métodos para se entender o mundo:

1.     causalidade, muito usada nas ciências físicas: b por causa de a;
2.     funcionalismo, muito usado nas ciências biológicas: b acontece para um bem maior do 'sistema';
3.     estratégia, que deveria ser usada nas ciências sociais: b quer x, mas faz y por que a pode usar x.

Acontece que quem diz que em um ecossistema também não há estratégia e que esta só valeria para um sociossistema?
As chamadas ciências humanas procuram caminhos fáceis – herdados ciências biológicas do séc. XIX – onde os acontecimentos fazem parte de um processo que caminha para um determinado fim. É o caso da história para Marx, p.ex., onde o objetivo aponta um bem maior, o comunismo.
Para não sermos reféns de nenhum pensamento sistemático desses se faz necessário indagar qual dessas metodologias são utilizadas em uma análise. Por mais fraca ou imaginativa que sejam, muitas teses se baseiam em pressupostos fáceis de desconstruir.
Como fazemos para descobrir os pressupostos de certas análises, então? Testando sua extensão, i.e., trazendo mais fatos à tona para ver se são sustentados pelas explicações. 
Agora tentem encaixar o excerto abaixo em uma dessas metodologias:

(...)



quinta-feira, agosto 11, 2011

Quando a moral não importa



Ontem assisti a uma entrevista no programa “Entre Aspas” da GloboNews onde um dos entrevistados era o professor de História Contemporânea da USP, Osvaldo L. A. Coggiola insistir na tese de que a causa dos distúrbios no Reino Unido “são conseqüência do desemprego e do modelo neoliberal adotado nesses países”. Obviamente ele desconsiderou o modelo de welfare state que tem o país que socializou a perda moral. Obviamente que o fez muito bem, sem distinção religiosa, de raça ou sexo. Há meliantes para todos os gostos ali e que, diferentemente, da França com uma cisão mais clara entre migrantes árabes e seus descendentes com o resto do país, no Reino Unido, o sistema de bem estar social conseguiu abarcar diferentes grupos. E isso é o que estranha, que os causadores de tumultos estejam ligados a esse sistema... Ou seja, o que deveria amenizar ou até eliminar essa possibilidade é algo que está relacionado e, possivelmente, seja uma causa a mais.
Mulheres com mais de um filho que reproduziram com doadores de esperma só para receberem ajuda do seguro social, professores que devem temperar suas críticas sociais com ódio e revanchismo, membros de gangues e torcidas organizadas, imbecis sustentados pelo erário público, esta é uma amostra dos baderneiros encontrados pelas ruas britânicas. Parece simplista tributar as causas desses distúrbios urbanos a um elemento apenas, o estado de bem estar social, mas aí é que reside a questão, o estado não é um elemento a mais, ele é sim o resultado de interações que ao constituírem e se relacionarem novamente com o mesmo são retroalimentadas. Como isso se processa em detalhes é que é interessante de se averiguar. Em HACER Latin American News | World: The Sun Never Sets On The British Welfare System – by Ann Coulter, também atribui o pequeno uso de armas de fogo pela polícia como uma das causas. Pode ser, mas enfatizar isto em demasia não faz sentido (...)

Dr. Johnson


He who makes a beast of himself gets rid of the pain of being a man
.
Dr. Johnson

Quem odeia, educa


A matéria sobre os distúrbios em Londres English Riots, Moral Relativism, Gun Control, and the Welfare State acerta no alvo. Não se trata de culpar os imigrantes ou seus descendentes, mas a não exposição dos insurgentes em mídia brasileira e apenas comentários com a expressão "bairros multirraciais" indica que há presença daquele elemento. Por causa da raça ocorreram os distúrbios? Da cultura? Evidente que não, se não eu não teria colocado uma matéria que dá um rumo diferente para as explicações. Acontece que a perda moral recai, sobretudo, nessas camadas populacionais porque elas são mais expostas, justamente, ao amparo (e desestímulo) estatal. Na medida em que não lutam por si e, portanto, não adquirem o estofo moral de quem vive por conta própria se tornam o alvo de si próprios. A matéria, feliz em minha opinião, ainda mostra outros imigrantes ou de ascendência estrangeira (coreanos em L.A. e turcos em Londres) que, ao contrário de qualquer insurgente vândalo estão justamente lutando por defender seu patrimônio. Então, tu perguntaria (imagino) por que a insistência em mostrar o rosto dos baderneiros? Ora! Por que não? Em minha opinião, mostrar quem são, se filhos de imigrantes, árabes, muçulmanos da África Setentrional ou brancos não serve para estigmatizar tais grupos (embora eu reconheça que muitas pessoas assim o farão), mas serve para mostrar o fim, ou produto adquirido com as políticas sociais que ao invés de integrar o indivíduo acabam tendo efeito contrário.


Não me surpreendeu nem um pouco que um professor estivesse entre eles.




E um menor de 11 anos que a mãe deve mimar a vontade.

Aqui seguem trechos que escrevi para alguém que acusava a segregação como a responsável pelos distúrbios em Londres...

terça-feira, agosto 09, 2011

Uma definição de inferno


Uma boa definição de inferno é um feriado perpétuo, já dizia Bernard Shaw. O mapa abaixo, do excelente Strange Maps, blog recomendadíssimo, mostra o que seria um fim de semana ou feriado trash em uma área cercada de agruras e tormentos em torno de uma sombria cabana. De cobras, abelhas, areia movediça à caipiras querendo confusão, ogros, assassinos a la Jason ou algo do tipo "Massacre da Serra Elétrica", soldados japoneses que não sabem que a guerra terminou etc. É para rir, enquanto não se uiva de tristeza...


O indizível, mas está cada vez mais na cara de todos


Assim como Paris, anos atrás, agora é a vez de Londres. Acompanhem os artigos de J. Cristaldo, os melhores neste sentido:

(...)
As capitais européias estão cercadas por cinturões de ódio e ressentimento, alimentados por imigrantes e filhos de imigrantes. Em Paris, por exemplo, no 31 de dezembro de 2005, 425 carros foram queimados na periferia. Segundo o Le Monde, "apesar dos temores, a noite do réveillon ocorreu sem maiores incidentes". Quando o mais importante jornal francês considera que 425 carros queimados em uma noite não constitui maior incidente, está na hora de partir antes que a França vire um Iraque. 
O vandalismo está virando rotina em Paris e tem data marcada, o réveillon. Os imigrantes daquela ilha vizinha à Europa parecem ter gostado da idéia. É evidente que tais incêndios, saques e depredações vão se repetir nos próximos anos. Não só na Inglaterra, como também na Suécia, Alemanha, Holanda e Itália, onde estes conflitos se acirram. 
É só esperar para ver.
Mais em Janer Cristaldo
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Deus, surf e o humor


Se ter uma concepção benevolente de deus implica em uma melhor saúde pública, então não se trata de doença ou transtorno, mas de uma postura em relação a vida. Agora, em que medida isto influencia a cura ou recuperação de tratamentos parece sim uma questão digna de estudo. Mas daí, a bem da verdade, a questão não seria necessariamente deus, mas sim qualquer estado de satisfação e bem estar que viesse a influenciar o enfermo. 

Talvez, o surf, assim como deus viesse ajudar os pacientes...


Civilidade pela metade


Ciclista folgado, pensa que a rua é dele

O texto abaixo tem características de sofisma. Trata do 1º dia de multa em São Paulo para veículos que não respeitam o pedestre, na faixa de pedestres. A análise a seguir diz que "pedestres e ciclistas [têm de estar] no mapa mental dos motoristas", que temos a visão condicionada segundo o que valorizamos (daí vem um exemplo baseado em jogo de cores em uma partida de basquete). Sim, tudo isso é verdade, mas incompleta. A pesquisa, segundo a matéria abaixo, se limitou a cidades do "Primeiro Mundo" onde, supostamente, se respeita mais a pedestres e ciclistas. Só que lá, embora haja mais uso da bicicleta, não há necessariamente mais pedestres. Aqui tem de sobra, mas o que falta? Falta reciprocidade justiça. Por acaso, numa Holanda é comum pedestres avançarem nas pistas fora das faixas de pedestres? Aposto que não. Então, meus caros, se for para punir os motoristas, eu assino embaixo se também houver regras para pedestres e ciclistas. Tenho andado muito pela Avenida Paulista e, de carro tenho de desviar de bicicletas a 10km/h, nas calçadas de skates fazendo tolinhas "manobras radicais" dignas de pivetes e mais e mais bicicletas. Quanto aos ciclistas, deixe-me dizer, eu posso estar numa velocidade baixa, digamos 40km/h, para protegê-los em uma pista que permite que se ande a 60. Daí paro no semáforo amarelo e o cara não tem que parar não?!?! Peraí! Só um momentinho... O sujeito, com capacete e shortinho enterrado se faz de cidadão cheio de direitos, mas na hora de proceder como condutor de um veículo que se acha igual, não tem que cumprir com nenhuma obrigação?

Palhaçada.

segunda-feira, agosto 08, 2011

Obama expiatório


The White House blames the George W. Bush administration for every economic woe, but the numbers speak for themselves. In 2008, the federal budget deficit was around 3 percent of gross domestic product. In 2011, it’s around 11 percent. Total federal debt was $10.7 trillion at the end of 2008 and is currently $14.6 trillion. Debt as a percentage of GDP was a painful 69 percent at the end of the Bush years, but Mr. Obama is pushing it over 100 percent, another disgraceful historic milestone. A record 45.8 million are on food stamps, and the percentage of working-aged Americans who have jobs is the lowest in three decades. According to Gallup’s daily tracking poll, in late January, 44 percent of Americans felt the economy was getting better, and 52 percent thought it was worsening. Now only 17 percent have a positive view; 77 percent understand our economy is nosediving.
EDITORIAL: Obama’s downgraded America - Washington Times
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Só um detalhe, não sou bom em matemática, mas se a dívida cresceu tanto assim de 2010 para 2011, dentre as situações comparadas não foi pelo ocorrido em 2011, mas sim pelo que se fez e se gastou no ano anterior. Ou eu não entendi ou esse editorial está nos tratando como ignorantes.

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Pentágono: sem cortes adicionais



Se há algo que os EUA não vão nem cogitar em cortar mais é a defesa nacional:


The top two Pentagon officials warned Thursday that the spending cuts imposed by the congressional debt-ceiling deal are as deep as the military can stand.
Further reductions beyond the $350 million to $400 million already agreed by Congress and President Obama this week would be "completely unacceptable," said Defense Secretary Leon E. Panetta, in his first news conference since being sworn in to the post.
(...) 
Mr. Panetta also argued that the Pentagon should not have to absorb any cuts that might be recommended by a special congressional committee charged with finding more than $1 trillion in further savings.
"We're already taking our share of the discretionary cuts as part of this debt-ceiling agreement, and those are going to be tough enough," he said. "I think anything beyond that would damage our national defense."
(...) 





Para quem gasta mais de 500 bilhões de dólares com defesa anualmente, 400 milhões talvez façam cócegas.






Abaixo, um panorama mundial de gastos militares: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Military_expenditure_by_country_map2.png
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036, de Juan Fernando Andrés Parrilla y Esteban Roel García Vázquez


Me senti vingado por anos e anos dessas repartições!


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Até que a morte os una






A visão geopolítica comum é de uma guerra entre estados, ameaças e supremacia constantes, hegemonia e declínio. Embora isto ocorra, poucas vezes, diga-se de passagem, se faz jus à complexidade com que alguns elementos se combinam. É o caso da relação econômica (para não falar da política) entre China e EUA. O artigo que se segue mostra muito bem a contradição que vive o gigante asiático que, com suas maiores reservas em dólar, vive ameaçado pela desvalorização dessa moeda (que prejudica enormemente suas exportações). E, embora afastada a possibilidade de um calote pelos EUA, a China que é o maior credor dos bancos americanos sabe que perderá com a desvalorização do dólar, pois isto significa a desvalorização de títulos da dívida americana. Então, tem que morrer com isto agora. E, de mais a mais, quem se arriscaria a comprá-los? 
Claro, sei que os EUA sairão dessa, mas não pode ser nos mesmos moldes do que já vinha sendo feito. O caso da elevação do teto da dívida significa colocar o problema mais a frente. Ou se propõe um retorno ao padrão ouro ou se propõe uma nova moeda de referência que não seja o dólar, que vejo como mais difícil ainda. A base física para inovar e se superar, os EUA têm, como tiveram em momentos mais difíceis de sua história (isto hoje ainda é pouco perto do que passaram nos anos 30). 
Sem pressa, esta história ainda nos guarda capítulos muito interessantes...

domingo, agosto 07, 2011

Mountain - Nantucket Sleighride

China para todos

Em Don't Panic About China - Magazine - The Atlantic, Robert D. Kaplan nos acalma sobre o cenário geopolítico futuro a partir da China. Não se trata de um país com interesses frontais contrários ao Ocidente, mas é claro que aos trancos e barrancos, a construção de sua frota naval tem um objetivo. Pode se vislumbrar um Oceano Pacífico e, em maior medida, o Índico sob influência chinesa ou, o  que também não pode ser descartado, patrulhas de vários países com interesses comuns garantindo a segurança da marinha mercante nesses mares, o que é bem mais provável que aconteça. 

Dívidas e dívidas: a hipocrisia de Vladimir Putin




“Os Estados Unidos vivem endividados. Não vivem de acordo com seus meios e transferem parte da carga de seus problemas a toda a economia mundial.”

Vladmir Putin, primeiro-ministro russo
“Os Estados Unidos vivem endividados”, afirma Vladmir Putin