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segunda-feira, janeiro 15, 2018

Entrevista com Eduardo Villas Bôas, Comandante-Geral do Exército Brasileiro


Quanto a entrevista com o Comandante-Geral do Exército, Eduardo Villas Bôas (abaixo) digo o seguinte: me surpreende (positivamente), ele ver no chamado fenômeno do "politicamente correto", uma causa da falta de visão dos problemas pelos quais passamos e o seu corolário, que é o relativismo moral que se segue contaminando toda a sociedade. Perfeito. E ele está certo em se impressionar com a falta de indignação/repulsa da população pela situação de caos e insegurança que vivemos, com nossas 60.000 mortes anuais. Eu mesmo já me surpreendi com colegas próximos, de uma certa agremiação política na qual fui advertido que minhas propostas ou até simples considerações sobre o crime eram muito 'agressivas' e creia-me, não eram mais do que quaisquer coisas que falamos entre nós. Ocorre que assim como os ditos de Esquerda são compassivos com o crime tratando-o como mero efeito de "problemas sociais", o mundo dos liberais é uma projeção do ideal de "equilíbrio perfeito" do mercado aplicado às regras sociais, como se tudo estivesse disponível nas prateleiras de um supermercado teórico: faltou segurança? Compre um kit de segurança privado e por aí vai... Coisa de libertário, mas esta é a versão infantilizada de liberalismo que predomina hoje em dia. Por isso que estes não entendem fenômenos como Bolsonaro e serão (aliás, JÁ FORAM) atropelados por ele. 

Acho, no entanto, que o Comandante-Geral adotou uma postura (correta) de não dar nomes aos bois, pois a Brigada, as polícias militares não funcionam bem só por falta de comando dos governos estaduais? Ora, estes governos ouvem a consultoria dessas corporações toda hora. Se não funcionam, não é só porque "não querem lá em cima", mas por algum outro conjunto de ações, dentre as quais está a legislação, mas não posso crer que seja a única razão. 

Outra coisa que me assusta é o medo/receio do Comandante-Geral com a contaminação das Forças Armadas pelo Crime Organizado. Ora! Se isto é verídico, então se assume que as corporações policiais militares estão muito sujeitas a isto e não têm como escapar. Se o próprio Exército admite sua vulnerabilidade, o que diremos então das polícias militares?! Este é um sério problema que escapou na fala do Comandante. O que fazer então? Render-se?

Anselmo Heidrich
2018-01-15
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