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sábado, dezembro 20, 2014

Meritocracia - 01

O erro da charge do topo do tópico é analisar um conceito oriundo da administração - meritocracia - para a sociedade como um todo. É como comparar quem bate mais pesado, um peso pena ou um peso pesado ou, adversamente, quem é o mais ágil. Claro que o ideal seria que concorressem de igual para igual, mas este pressuposto 'igual' significa que tenham pontos de partida similares. Para que se reduza a vantagem da largada nesta corrida, não temos que aproximar todos os corredores em um determinado ponto fictício na linha de tempo, mas permitir a criação de vários, inúmeros traçados com atalhos, ruas asfaltadas, avenidas, metrôs, caminhos de terra, trilhas para que cada um encontre o seu método, único ou inter-modal, não importa. Um "sistema liberal" não é e nunca vai ser um sistema tecnocrático com todas as chances distribuídas de modo equânime, mas um sistema em que o critério de justiça se paute também na possibilidade de criar meios de superar as aparentes injustiças que se formam na sociedade. O que não se pode admitir é que em nome da "justiça social" todos que tenham chance de se desenvolver sejam obrigados a se igualar na mediocridade. Se há um grande potencial mal aproveitado no ensino público, então ao invés de investir mais a fundo perdido no ensino público tem é que se permitir meios de desenvolvimento em outras modalidades mais eficazes, seja no ensino privado, seja em casa, seja em cursos livres etc., com o pressuposto da flexibilização das avaliações para obtenção de qualificação para trabalho e ainda, pensando de modo mais abrangente, até eliminar a necessidade burocrática de certas qualificações em nome da demanda e jugo do mercado, que é no fundo, a verdadeira avaliação.

domingo, dezembro 07, 2014

Mérito, fomento e dependência


Se o incentivo não apropriado cria dependentes, como na 2ª figura, a régua inapropriada perpetua injustiças, como na 1ª, já na forma ideal, cada um de acordo com suas capacidades, aptidões e, sobretudo, vontade consegue meios de se desenvolver. 

Em Meritocracia - sim ou não?, o autor questiona a ideia de meritocracia e, em alguns pontos ele tem mesmo razão, não dá para aplicá-la em tudo na vida como querem alguns liberais radicais, como, por exemplo, entre crianças que não tiveram sequer oportunidade de ensino mínima com quem nasceu em berço de ouro e contou desde cedo com ensino de boa qualidade. Mas, o que eu discordo do texto, se bem me lembro é que a meritocracia enquanto conceito aplicado se refere sobretudo ao mundo empresarial. É aí que ela se faz efetiva, para não acomodar o setor produtivo buscando sempre melhores resultados e inovações. Para este Brasil que se acostumou com "bolsa-isso", "bolsa-aquilo" e não é só o Bolsa-Família, mas o "Bolsa-Empresário" que é o que faz o BNDES... A tão desejada competição no mercado livre não ocorre. Não vejo, p.ex., meritocracia para valer nas empresas de telefonia que além de serem poucas trabalham com mercados fechados para elas. Idem para nossas ridículas montadoras automobilísticas e assim vai. Agora, em teoria eu acho o seguinte... Vamos comparar com um time de futebol ou qualquer outra coisa, o valor individual do jogador permanece válido e desejado, quem não quer ter no seu time um puta artilheiro, um verdadeiro matador? Claro! Mas todos nós sabemos que sozinho em campo ou sem parceria ele não vale merda nenhuma. Então, temos que ter time, mas time com garra comum, um coletivo com harmonia e estratégia de um líder. Aí então não é só a meritocracia que torna o time um caso de sucesso, mas a cooperação e a liderança. Se me entendeu bem, o que penso que deveria ser estruturado no poder político e setor público (porque já existe no mundo empresarial) são:

1. Liderança

2. Cooperação

3. Mérito individual

Trabalhando em conjunto. Ou seja, não é só o mérito individual do liberal, nem só a cooperação do socialista, nem só a liderança do pensamento autoritário, mas uma sincronia dos três para a máquina funcionar, no nosso caso, para a sociedade funcionar.

Penso mais ou menos assim. Ao contrário de muitos colegas, eu desejo um estado forte, mas isto não quer dizer um estado inchado. 

sexta-feira, abril 05, 2013

Simplificações na crítica educacional

Dizem: o problema é que as universidades públicas estavam sendo ocupadas pelos alunos mais ricos vindos do ensino médio privado. Falso. O problema não está nas boas escolas privadas, está na má qualidade das públicas. Melhorar estas seria a verdadeira política de igualdade.
» Pela desigualdade

O texto está 90-95% correto, o problema também está na má qualidade das escolas privadas que, na sua grande maioria, não são muito melhores em termos educacionais do que as escolas públicas. Não podemos nos basear nas excelentes, como também há nas públicas (vide os Institutos Federais) e tapar os olhos para as escolas que também, muito antes de qualquer medida legal, não obrigavam alunos a repetirem de ano com medo de perdê-los para seu concorrente. A macro-análise é, sem dúvida, importante, mas falta o conhecimento cotidiano de quem realmente conhece sala de aula para fazer o contraponto do cenário micro. O problema é que os professores que deveriam fazê-lo, como mostrou Sardenberg são refratários a qualquer tipo de avaliação.