segunda-feira, setembro 28, 2015

A teoria dos "ódios de classe" e a massificação dos intelectuais brasileiros


A teoria dos "ódios de classe" e a massificação dos intelectuais brasileiros

Utilizando como fio condutor uma entrevista do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira tecemos breves considerações sobre as origens, os desdobramentos e a influência exercida pelo que chamamos "Teoria dos Ódios de Classe". Inicialmente formulada por intelectuais como a filósofa Marilena Chauí (USP) tal ideologia permeou a mídia e o cotidiano, bem como a academia e os negócios

José Roberto, 2 de março de 2015 
A semana que se iniciou, assim como a anterior, assim o fez sob efeito de mais uma manifestação de intelectuais acadêmicos com respeito aos rumos da política nacional, o aprofundamento dos prospectos de crise econômica e recessão e de expectativas pessimistas de deperecimento institucional do país.
Desta vez, ao invés de se verificar que o protagonista dos eventos era um petista histórico o que se tem é justamente a mensagem de um ex-ministro do governo tucano que precedeu o do Partido dos Trabalhadores. A saber o economista Luiz Carlos Bresser Pereira.

16 de Agosto


Notícias do Dia, Florianópolis, 12 mar 2015.

"Neoliberalismo" não existe... ou de longe nem todo mundo é igual.


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"Neoliberalismo" não existe... ou de longe nem todo mundo é igual.
Por José Roberto Bonifácio*
Os anos se vão e algumas polemicas sempre permanecem. Mesmo que o foco da atenção
sobre elas oscile de tempos em tempos, ora encobrindo-as, ora explicitando-as.
Quando se tratam de ideias político-econômicas isto não deixa de ser verdade. Assim o é, por
exemplo, com o “Neoliberalismo”, que, não bastasse o prefixo “neo” e o sufixo “ismo”
agregados ao substantivo “liberal” (para alguns é adjetivo altamente pejorativo), já suscita as
mais intensas e duradouras controvérsias.


sexta-feira, setembro 25, 2015

"Não Existe Direita", "Não Existe Oposição no Brasil". Sobre lugares comuns, falácias argumentativas e o que elas ocultam.



São muito correntes no discurso hodierno, da imprensa, formadores de opinião, redes sociais, blogosfera e tais quais aqueles argumentos ou teses de que "não existem partidos direita no Brasil" ou ainda de que  "não existem partidos de oposição no Brasil".
As duas assertivas quase sempre se sobrepõem e, quando combinadas lógicamente, engendram o corolário de que a democracia brasileira se acha ameaçada ou sob risco de extinção por métodos autoritários .“Ditadura comunista” ou “ditadura bolivariana” são termos que completam ou acompanham frequentemente este tipo de diagnostico.

quarta-feira, setembro 23, 2015

Adeus aos pobres...


A euforia de vender para a “baixa renda” acabou. A partir de agora, a empresa que quiser sobreviver precisará se preparar para servir não à alta, mais a “altíssima renda”, porque até a “alta renda” está adiando o consumo para ver no que vai dar esse imbróglio todo da economia brasileira da atualidade.
A euforia da “baixa renda” surgiu como resultado de uma complexa e ampla rede de causas tecnológicas e condições propícias. A liberação da Internet para uso público em 1995 e sua extraordinária expansão nos anos 2000 aliada à popularização da telefonia móvel e da banda larga permitiu às economias industrializadas terem um aumento extraordinário da produtividade, o que gerou um crescimento econômico global sem precedentes.

Os bárbaros vão à praia


 
Retratar 'arrastões' como conflito de classes ou o que é pior, de raças, realmente não capta toda diversidade da situação e por diversidade se entende fatos e dados que fogem ao enquadramento de teorias tradicionais de corte marxista ou racial (Imagem: blackwomenofbrazil.co).


Com relação aos recentes ataques, os chamados “arrastões”, aos banhistas no Rio de Janeiro é correto dizer que "os pobres vão à praia"? Sinceramente, a questão aí não é renda, não mesmo, mas modo (ou moda), que não se refere exclusivamente à vestimenta. Lembram-se dos rolezinhos? Pois é, o que aconteceu? Agora, alguém acha que o pobre deixou de ir ao shopping paulistano? Não, não mesmo, eles ainda estão lá, anônimos, mas com seus tênis de marca ou imitando marcas famosas e desejadas. A questão não é a renda do sujeito, mas o comportamento de grupo, ameaçador, exatamente isto. Não é classe contra classe, mas gangue contra indivíduo e a 'elite', tida como tal que se veste um pouco melhor, entendendo isto como algo mais caro simplesmente, reagirá da mesma forma, criando ou organizando gangues.[1] Ação e reação, análogo aquela que hoje vemos na nossa cultura política, na qual um partido que sempre se manifestou com ódio através de sua militância ensejou a criação de um sem número de movimentos e organização e páginas de internet que lhe devotam o mesmo ódio com juros. Aí no Rio de Janeiro, esta cizânia parece ter nítidas cores raciais quando se leva em conta o fator geográfico, “a favela contra o asfalto”, mas aqui em Santa Catarina, não... Em primeiro lugar porque aqui os pobres, na sua imensa maioria, também são brancos; em segundo porque não há uma causalidade exata pobreza/crime. Faz alguns dias, minha mulher acompanhada de nossos dois filhos entrou no drive thru de uma lanchonete fast food e atrás de seu carro, um outro veículo entrou em uma vaga apertada, mas o motorista estacionou mal e atrás dele outro, mais impaciente buzinou para entrar ao lado. Logo, o motorista do primeiro carro pediu tempo porque precisava tirar uma criança de uns 5 anos de dentro e, para qualquer um que seja pai, sabe como é difícil desamarrar crianças de cadeiras próprias, ainda mais quando um dos outros passageiros é um senhor de idade que também tem lá suas dificuldades. O motorista do carro que estava fora da vaga buzinou insistentemente e começou uma discussão, que logo partiu para as vias de fato. A mulher que acompanhava o 2º motorista saiu e começou a filmar a cena com seu celular, ao passo que o senhor de idade que parecia avô da criança do 1º carro dirigiu-se à mulher e a chutou para depois sair correndo com a criança pelo braço visivelmente nervosa balançando o outro bracinho. Minha mulher já tinha ligado para a polícia e não conseguia sair de perto da confusão, pois estava presa na fila e apavorada porque a garota com o 2º lutador lhe disse para não ir ao porta-malas "não, não no porta malas não"... Pelo visto deveria haver algum tipo de arma ali. Beleza. Bairro nobre...
Outro dia, ela foi ao centro evitando obras do norte da ilha (de Santa Catarina), no que arriscou ir pela Lagoa, no que tem que passar por uma estrada pouco utilizada, i.e., um campo perfeito para assaltos. Nisto, um carro lhe tirou um fininho e freava constantemente para fazê-la parar. Ela conseguiu sair dessa situação ao deixar outro carro lhe ultrapassar e ver o veículo ameaçador quase derrubar uma moto quando perdia o controle da direção. Detalhe: eles realmente escolheram-na para ameaçar, pois não perseguiam outros carros, mas reduziam para continuar o jogo de freada constante, quando ela se aproximou tentando ultrapassá-los novamente. Eles só fugiram quando a viram os filmando para pouco depois aparecerem duas viaturas correndo. Provavelmente já eram procurados por esta 'diversão'. Eu soube disto ontem, o que foi suficiente para estragar meu dia e me deixar mais paranoico com relação à segurança.
Vez que outra percebo homens da minha idade de cerca de 50 anos ou próximo disto comentando sobre lutinhas ou brigas de moleques, eles com suas barrigas de chopp, como se o prêmio por sua existência mofada fosse sentar no sofá fedorento assistindo UFC e bebendo sua cerveja aguada no fim do dia. Nada contra defesa pessoal, muito pelo contrário, mas o comportamento de quem põe um adesivo de jiu jitsu no vidro do carro é semelhante ao de quem fala que "comeu não sei quantas mulheres", mas se limita à várias masturbações diárias em sua solitude.
Às vezes penso em fazer campanha para o Bolsonaro, mas a saída nunca é de cima para baixo. Cada vez mais acredito que a guerra é cultural, de falar, falar e falar, expor com técnicas inteligentes na rede o ridículo da situação. Evidenciando quão patético tudo isto é, talvez em 10 anos tenhamos gente de melhor estirpe habitando nossas urbes. Sabe... Não que isto seja uma causa, mas a ausência de calçadas e praças são sintomas de falta de zelo e respeito de nós para nós mesmos. Assim como vagas apertadas não provocam brigas tolas de apressados no fast food, mas são consequência de quem não percebeu como cativar o cliente como consumidor fiel, apenas alguém que passe, leve o lanche sem se afeiçoar ao local. Cativar o cliente depende de gentileza, assim como querer andar nas ruas também. Qual a vontade de ir a um estádio de futebol se é um risco para sua família? Vivemos por acaso em um estado de topor e idiotia para não percebermos com isto nos afeta econômica e socialmente?[2] Para usar uma imagem conhecida, porém perfeita, o que estamos criando é uma multidão solitária.




[1] Após onda de arrastão, moradores prometem vingança nas redes - EXAME.com http://exame.abril.com.br//brasil/noticias/apos-onda-de-arrastao-moradores-prometem-vinganca-nas-redes via @exame_com. Acesso em 24 set. 15.
[2] O fator hostilidade - Sulconnection http://www.sulconnection.com.br/blog/gaucho-no-texas/91/o-fator-hostilidade via @sulconnection. Acesso em 24 set. 15.

FM - Live at Nightmusic Concert - TVOntario - 1976 (Remastered)




sábado, setembro 19, 2015

Não Culpe o Capitalismo: uma crítica à geografia marxista



Assista aqui a apresentação de nosso livro, 

NÃO CULPE O CAPITALISMO
em Curitiba, 11 de setembro de 2015. 

(Apresentação de lançamento do livro no SINDAFEP - Sindicato dos Auditores Fiscais do Paraná, em Curitiba.)















NÃO CULPE O CAPITALISMO -- http://naoculpeocapitalismo.blogspot.com.br/
Blog do Livro homônimo que reúne informações sobre o lançamento,os autores e o conteúdo. Mantido pelos autores: Anselmo Heidrich, Luis Lopes Diniz Filho e Fernando Raphael Ferro de Lima

"Dedicamos a todos os intelectuais que passaram vinte anos apoiando o discurso oposicionista do PT e mais de uma década apoiando os governos desse partido, apesar de tais governos terem jogado as propostas dos tempos de oposição na lata do lixo. Esses intelectuais são a prova viva de que, tal como mostramos neste livro, esse pensamento que se diz crítico não tem autocrítica e nem pensamento é."

Para adquirir seu livro acesse aqui:

http://naoculpeocapitalismo.blogspot.com.br/2015/09/links-para-adquirir-seu-livro-aqui.html

Imagem: quickmeme.com

sexta-feira, setembro 18, 2015

O risco moral da classe política e a circunstância moralmente arbitrária da classe empresarial


O risco moral da classe política e a circunstância moralmente arbitrária da classe empresarial

O risco moral da classe política e a circunstância moralmente arbitrária da classe empresarial:
alguns apontamentos sobre escolhasinstitucionais e desigualdades na (contra) reforma política em curso

Havia prometido a mim mesmo que não opinaria mais sobre o tema, tendo em vista a inércia dos partidos, a dubiedade do Executivo, o enviesamento das propostas correntemente esposadas pela opinião publica e vocalizadas na sociedade civil e a aversão ao risco de nossos parlamentares.

quarta-feira, setembro 09, 2015

Algumas perguntas que não querem calar: o Lulismo, a demonização de Eduardo Cunha e a arqueologia politica da bancada "BBB"



Algumas perguntas que não querem calar: o Lulismo, a demonização de Eduardo Cunha e a arqueologia politica da bancada "BBB"


Por toda a parte que olhamos vemos pessoas deplorando a atual composição do plenario do Poder Legislativo Federal ("o pior Congresso Nacional em mais de meio século") e do presidente de sua Camara Baixa, deputado Eduardo Cunha (PMDB).

Tecem-se muitos comentarios pessoais com pretensões ora de reclamo, ora de protesto e tambem de analise. Quase todos invariavelmente tem por corolario a demonização da Camara dos Deputados e de seu presidente.

Associam Cunha ora a personagens ficcionais (a alegoria da Camara brasileira como a "House of Cunha" sugerida por jornalistas estrangeiros se tornou muito popular como descrição da presente legislatura) ora a personagens reais. E dentre estes sobressaem seus alegados financiadores de campanha eleitoral (no caso as empresas de planos de saude) e seus anonimos (ainda que bastante vocais e audiveis) eleitores evangelicos.

TODO BRASILEIRO PRECISA VER ESTE VÍDEO!

sábado, setembro 05, 2015

Bobagens sobre o capitalismo e a social-democracia

Para uma visão limitada e fundamentalista, a NASA não poderia ser eficiente, pois seus recursos são advindos de impostos que o estado não aloca de modo correto (imagem: theguardian.com).

“Boa parte dos brasileiros tem uma visão bastante negativa do capitalismo. O Brasil tem diversas mazelas sociais: pobreza, violência, desigualdade, entre outras. A causa de todos esses problemas costuma ser atribuída ao capitalismo. Esse raciocínio está logicamente equivocado. Na verdade, o capitalismo é a única alternativa conhecida de tornar as nações mais ricas. “Isso é algo muito fácil de observar. Durante quase toda sua história, a humanidade viveu em situação de extrema pobreza. Somente a partir do final do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo, esse quadro começou a mudar. Pessoas comuns passaram a usufruir de bens que antes eram destinados somente a pessoas muito ricas. Por exemplo, no Brasil colonial, objetos simples como talheres ou copos de vidro eram considerados bens de luxo. No Brasil dos anos 1960-70, somente pessoas com alto poder aquisitivo podiam ter automóvel, telefone ou viajar para o exterior. O capitalismo tem um grande poder de baratear as mercadorias. A história nos mostra isso claramente. Com o passar do tempo, os produtos vão ficando melhores e mais baratos. Produtos antes de luxo se tornam acessíveis às pessoas de mais baixa renda. Mas não foi somente o consumo que se expandiu, a saúde também melhorou. No começo do século XX, a expectativa de vida no Brasil era de pouco mais de 30 anos, atualmente é de 75. (...) “Outros citam as experiências social-democratas como exemplo de sucesso. Ledo engano. A social-democracia não torna os países mais ricos. Ela simplesmente redistribui de maneira mais igualitária uma riqueza já existente. O que torna um país mais rico é o livre mercado.”
 Cf. O que muitos brasileiros não conseguem entender sobre o capitalismohttp://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/filosofia-politica/o-que-muitos-brasileiros-nao-conseguem-entender-sobre-o-capitalismo/ via @veja  

Chamar "desigualdade" de grave problema social que impede o brasileiro de entender o capitalismo não é acertado, em termos liberais. Porque se o capitalismo é a única alternativa para tornar as nações ricas, mesmo rico, a desigualdade não deixará de existir, apenas a base desta estratificação ficará muito melhor, o que para mim já é suficiente. Dizer que a desigualdade é uma “mazela social” subentende que a igualdade pode (e deve) ser alcançada pelo capitalismo. Na verdade, sociedades que se estruturam sob o capitalismo são profundamente desiguais, mas isto nunca foi um problema se há grande mobilidade social nessa mesma sociedade. Se uma nação recebe milhões de imigrantes todos os anos, provavelmente estes se situarão nos patamares inferiores de sua escala social, mas se dentro de alguns anos, sua situação já pode ser sensivelmente alterada em comparação com o que viviam, então senhores e senhoras, este sistema é altamente includente.

Agora, as mentiras, ele diz que a social-democracia não torna nações mais ricas esquecendo de observar que social-democracia não é o oposto de capitalismo, mas uma variante dele. Dizer que "só redistribui uma riqueza já existente" é uma contradição com o que ele já havia dito ao afirmar que o capitalismo enriqueceu os países ao longo do tempo... Ora, a social-democracia existe há décadas. Décadas... Na Nova Zelândia, quem primeiro começou com isto, a partir do século XIX foi no último ano deste século. Vai redistribuir o quê? O que havia antes de riqueza? O que uma Nova Zelândia apresentava de riqueza a ser distribuída do século XIX, ou Alemanha e Inglaterra no início do século XX? Sinceramente, não há consistência nenhuma em dizer que a social-democracia só distribui a riqueza, se ela foi parte constituinte do desenvolvimento da sociedade que gerou a própria riqueza. Por outro lado pode se questionar se sem esta organização política não haveria maior índice de riqueza; se formos conjecturar que a social-democriacia não é tão dinâmica, que terá ou já tem dificuldades devido à transição demográfica etc. Aí tudo bem, estas seriam questões relevantes, mas dizer que "só redistribui a riqueza já existente" é desonesto ou muita desinformação.

Apoiar o estado mínimo é o óbvio para qualquer liberal, no entanto dizer que o estado não costuma gastar, alocar os recursos de impostos de modo eficiente é um equívoco, pois esquece de comparar casos que é o que nos dá uma base para análise. Como funciona a educação finlandesa? Como funciona a pesquisa espacial americana ou o sistema de transporte público europeu? Todos estes setores têm forte participação estatal, mas numa análise rasa, não são recursos bem alocados porque o fundamentalismo antiestatista me impede de reconhecer variantes que desautorizem meus dogmas. Paradoxalmente, o estado é tratado como uma igreja e defendê-lo para desenvolver o capitalismo e sua sociedade aberta é pregação. Assim, quem se mostra um pregador barato e sem profundidade é quem acusa ao não se deter em detalhes. Buscar seletivamente apenas informações que corroborem meus princípios de fé não é uma postura investigativa digna de um analista social.

O problema quando se lê um artigo assim é que deixamos de observar os detalhes nem tão precisos porque nos fixamos nas banalidades das quais concordamos. Isto precisa mudar na nossa cultura, a tosca mania de procurarmos nos agrupar com quem concordamos no geral porque temos que formar mais uma “igrejinha de pensamento”.


sexta-feira, setembro 04, 2015

Escolas Charter - 02


"Se o desempenho da instituição (leia-se, dos alunos) é critério para vantagens, os mecanismos forjados pelas escolas para selecionar os estudantes previamente ou minimizar sua participação nos indicadores não são desprezíveis"

"Eu particularmente acho mais não-desprezível a questão do sindicalismo. Também confio mais no governo e na sociedade para fiscalizar esse tipo de coisa do que para tocar tudo, uma vez que ele também terá interesse em maquiar as aparências para benefício próprio, ao mesmo tempo em que é mais imune a críticas, e mais engessado para mudanças. E, como a coisa não é monopolizada, então as escolas acabam também tendo um interesse em cobrar por fiscalização ou denunciar esquemas de corrupção com as concorrentes. Se é tudo do governo, a coisa praticamente se resume a chavões populistas como se gabar de ter "investido" mais, e questões de eficiência são geralmente deixadas de lado. De modo geral, o estado faz melhor em apenas fiscalizar aquilo que não tenha necessidade absoluta de gerir."

Cara 'seriedade', me alegro em ver um comentário lúcido em meio a tantas declarações ignorantes e preconceituosas feitas por 'educadores' que se limitam a repetir chavões e clichés à guisa de argumentos. Concordo em gênero, número e grau com sua visão, de que ao governo caberia muito melhor a atividade fiscalizadora e, sobretudo, à sociedade que se mostrando apática (não participando de reuniões de pais e mestres etc.), obviamente peca por deixar este processo nas mãos de políticos distantes dos problemas locais e funcionários carreiristas que inundam o setor público.

Vejamos aqui um parágrafo que é sintomático desta coletânea de erros de julgamento:

"Para Pilar, o Brasil ainda tem a avançar na cultura da escola pública, que passou da noção de uma escola para elites, exclusivista, para uma escola para pobres, negada pelas classes ricas. 'Como na França ou na Alemanha, precisamos ter uma escola pública para todos. Não é uma questão ideológica, mas um símbolo da vida democrática', diz."
[http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/167/artigo234913-1.asp]

quarta-feira, setembro 02, 2015

O milagre grego é existir uma sociedade assim


Meio esquecida de nossa imprensa devido aos subsequentes escândalos de nosso governo, a Grécia é uma daquelas sociedades que aponta o que temos de pior em termos de organização. Irônico... Realmente, a história tem suas ironias, especialmente quando pensamos que lá se deu o início de nossa civilização ocidental...

terça-feira, setembro 01, 2015

Luís Nassif não olha para o próprio rabo... Ou seria bolso?


A oposição, liderada pelo PSDB de Aécio Neves, está gerando no país um clima de violência política, até mesmo de guerra civil. É preciso distinguir claramente a crítica democrática aos erros políticos e econômicos do PT e do governo e as exigências de que as investigações sobre atos de corrupção sejam feitas e os responsáveis punidos, da critica que incita a violência, o sectarismo, o ódio, a exclusão e a perseguição política que alguns líderes da oposição pregam e que ativistas a praticam nas ruas e em outros ambientes. Se a fanfarronice irresponsável do presidente da CUT merece o repúdio, maiores repúdios merecem declarações irresponsáveis de líderes políticos da oposição quando usam uma linguagem de ódio e de exclusão política do PT e os atos de crescente violência sofridos por petistas em diferentes ambientes sociais. Tal como no passado o PT foi cobrado pela violência de setores dos movimentos sociais, agora o PSDB e outros partidos de oposição precisam ser cobrados pela violência política crescente de oposicionistas.
A oposição quer a violência política, por Aldo Fornazieri | GGN http://jornalggn.com.br/noticia/a-oposicao-quer-a-violencia-politica-por-aldo-fornazieri#.VeXWZg0YSxh.twitter

No 1º parágrafo há um erro lapidar, o que Luís Nassif entende por "oposição" não é o que nós entendemos. O PSDB e Aécio Neves foram meros oportunistas nesta onda toda. O próprio FHC, inicialmente, claramente rejeitou o impeachment tendo subido o tom de sua crítica só recentemente. E cá entre nós, Aécio é fraquíssimo... Ronaldo Caiado ou Jair Bolsonaro são muito superiores para capitanear este movimento, caso o fosse... É um movimento autônomo, com grupos mais liberais (Movimento Brasil Livre - MBL), pró-PSDB, embora não assumidos, como o Vem Pra Rua Brasil e outros personalistas como o Revoltados ON LINE. E há dezenas de outros movimentos esparramados pelo país que não têm vinculação direta com os mais famosos e são (isto é importante) descentralizados.

Quanto aos xingamentos que ministros e políticos vêm recebendo nas ruas, o que me espanta é a desfaçatez dos mesmos aparecer em locais públicos acreditando que não sofrerão nenhum tipo de ataque verbal-moral. Isto é uma mudança, no sentido de que a indignação moral está compondo o comportamento cultural e político de nossa sociedade. A imagem do homem público deveria ser ilibada e não o é. Talvez o que estas manifestações e crise tenham gerado seja um ponto de inflexão no padrão de comportamento de nossos homens públicos. É um wishful thinking declarado, eu assumo, mas me espanta a tranquilidade com que um Guido Mantega, não necessariamente arrolado nos casos de corrupção (até onde eu sei) vai tranquilamente almoçar em um restaurante de luxo no Itaim-bibi em São Paulo acreditando que ninguém proteste contra sua presença, o principal responsável pelo caos econômico atual. Eu, se fosse ele estaria recluso em um bunker ou foragido no Caribe próximo ou em um paraíso fiscal, que talvez já seja próximo de algo de interesse também... Mas como não sou, estou aqui, digitando no meu meio tempo enquanto me preparo para o trabalho em meu 3º mês atual cujos rendimentos eu adquiro, pois os cinco primeiros foram utilizados só para pagar o fisco do estado brasileiro.

Eu poderia me alongar falando de detalhes econômicos, mas acho desnecessário, uma vez que a afronta petista à nossa Constituição, que bem ou mal é a nossa Constituição me parece bem pior. E, muito embora não se deva acusar o mensageiro, mas atacar a mensagem, eu me pergunto qual o mérito de um papagaio pago pelo PT, cuja consciência deve estar à leilão no mercadão de frutas da próxima estação política?


Ambientalismo Pragmático - 01


A quantidade de lixo no oceano tem colocado em risco as aves marinhas do mundo. Um estudo conduzido por pesquisadores do Imperial College London e da Organização para a Pesquisa Industrial e Científica da Comunidade da Austrália (CSIRO) concluiu que cerca de 90% das aves marinhas têm plástico em seu organismo atualmente.
Cerca de 90% das aves marinhas têm plástico no organismo, diz estudo #G1
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/08/cerca-de-90-das-aves-marinhas-tem-plastico-no-organismo-diz-estudo.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

Há três caminhos que devem ser seguidos, em conjunto (do contrário, provavelmente, não seremos bem sucedidos): a) desenvolvimento tecnológico para substituição das sacolas e demais embalagens por outras biodegradáveis; b) incentivo econômico, que não significa "mais recursos para", mas simplesmente isenções ou reduções tributárias para quem utilizar produtos com maior capacidade de reciclagem e biodegradação; c) e, por fim, com menos poder de eficácia que os itens anteriores, mas igualmente importante, penalização módica (pois a severa tendemos a relevar quando o infrator não é rico) para quem infringir regras de deposição para rejeitos. Lembrando que a mera formulação de leis não passa de um tolo universo jurídico similar ao mundo de Poliana.... Leis funcionam com forte valorização moral, mas também senso utilitário combinado e isto não se dá sem desenvolvimento tecnológico e economia de grande escala. Do contrário pode se fazer a militância que for, não sairemos do chove-não-molha da reclamação e ladainha ambientalistas de sempre.

Abs,
Anselmo Heidrich
aheidrich@gmail.com