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domingo, março 22, 2020

A China é a culpada pela pandemia?


Isso isso… Eu sou um criminoso chamado “China”, ok? E a principal vítima depois da minha amiga chamada “Itália” foi eu mesmo, o “China”… ÔPS! Como eu posso ser o autor e a vítima do crime? Questão de linguagem, mas não a realidade dos fatos, pois quem comete é alguém e um país não é alguém, mas um conjunto. Conjunto ou coletivo de pessoas que pensam e AGEM diferentemente. Jornalistas e médicos presos por divulgar e denunciar o que aconteceu foram chineses, eles foram culpados também? Então, não seja idiota ao culpar um país inteiro, dê nome aos bois e troque este título ridículo demonstrando um mínimo de respeito pelas vítimas.

Imagem: “China Grunge Flag” (fonte): https://www.flickr.com/photos/80497449@N04/7378023376

segunda-feira, novembro 16, 2015

É o indivíduo, estúpido! - 02


Por que o indivíduo? Permita-me explicar, individualismo é uma palavra que tem muitos significados, podemos estar falando do sentido normativo de individualismo, de que o indivíduo tem que ser valorizado, seus direitos, deveres sobre os direitos coletivos, p.ex. ou, analiticamente, seu peso e papel na história etc. ou ainda podemos estar falando em termos éticos, o individualismo ético, uma ética anti-coletiva, de que só o senso individual e a constelação de valores criada pelos indivíduos é que tem valor e que a vida em sociedade não passa de um amontoado de crenças sem sentido, pois o que vigora mesmo é a “lei da selva”, um salve-se quem puder ou como já disse alguém “a guerra de todos contra todos”. Por outro lado, como mencionamos há a perspectiva metodológica e é esta que nos interessa: mesmo obras ou instituições sociais só tem valor quando reverenciadas ou odiadas por indivíduos. São eles que em ultima análise tornam relações sociais válidas, seja a relação íntima entre um casal, um pleito democrático, a ascensão profissional de uma mulher, o questionamento de uma dada forma de discriminação sexual, racial, religiosa etc. ou mesmo o sentido de pertencimento à pátria ou uma classe específica, como o proletariado. Tudo isto só faz sentido se compreendido (mesmo que muito mal compreendido) pelos indivíduos e aceito por eles.
Portanto, quando ocidentais como eu dizem e repetem que o “islã é propenso à violência” há uma grande dose de coletivismo metodológico, de apego e uso de categorias coletivas como dotadas de consciência e poder de ação nesta afirmação, pois eu duvido que a grande maioria dos que afirmam isto, taxativamente, tenha se debruçado sobre textos sagrados ao ponto de afirmar, QUANTITATIVAMENTE, que o Corão é mais violento do que a Bíblia, eu duvido. “Mas a cultura e a sociedade deles são...” Bem, digamos que sim, que na conjuntura mundial atual, tenha sido realmente assim, mas daí voltamos ao ponto inicial, como estes indivíduos passaram a agir assim? Isto é algo que transcende as escrituras, não faz parte de uma essência e compõe um arranjo que por mais duradouro que seja, nem sempre foi assim...