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sábado, outubro 13, 2018

Drogas e Armas


Não há meios de se diminuir a criminalidade apenas com prevenção. Seria análogo a achar que se combate uma grave enfermidade apenas com boa alimentação, mas especificamente em relação ao artigo Inútil Repressão de Luisa F. Schwartzman, assim como a simples legalização não quer dizer que qualquer um poderia vender drogas (no que concordo com a autora), a simples expansão da permissão da posse de armas (uma vez que ela já existe, mas é dificultada) não significa que qualquer um possa ter porte autorizado (que é o que defende Jair Messias Bolsonaro). Não há só dois mundos, um com armas proibidas e outro permitidas, na verdade nós temos diferentes legislações para sua posse e uso com diferentes resultados em diversos países (e estados dentro dos EUA, p.ex.). Apenas como exemplo ilustrativo, Israel é um país com mais armas em proporção do que os EUA e não há casos que caracterizam uma epidemia de massacres como neste. Claro que muitos objetarão que são realidades muito distintas, a começar por sua extensão territorial e tamanho populacional, o que não procede a meu ver, pois se trata de uma comparação evidentemente proporcional. Pode-se sim objetar que há muitos outros fatores que entram nesta contabilidade, como a diversidade populacional, especificamente, em relação ao seu grau de instrução, p.ex., mas isto não contradiz meu ponto, pelo contrário, o reforça. O reforça na medida em que há mais variáveis que funcionam como fatores de aumento ou redução da criminalidade.
Não aprecio simplismos e me parece, daí sim eu concordaria… Que soluções mágicas como “armas para todos” debelem a criminalidade, mas sinceramente, a segurança pública brasileira está tão desestruturada (em boa parte pela legislação penal vigente) que acho, sinceramente, que o direito de posse de armas é poder participar da loteria e lutar pela própria vida. E esta questão moral não é irrelevante.
Anselmo Heidrich
13 out. 18

quinta-feira, junho 11, 2015

Clichês sobre a guerra às drogas


Precisamos é de uma guerra aos clichês sobre a guerra às drogas, isto sim.

Sobre: Se esses 4 motivos não te convencerem quão estúpida é a guerra às drogas, nada mais irá - http://spotniks.com/guerra-as-drogas/

Vamos aos detalhes, que são eles que importam:


"1) A GUERRA ÀS DROGAS É A PRINCIPAL RESPONSÁVEL POR CRIAR AS SUBSTÂNCIAS MAIS PERIGOSAS DE NOSSO TEMPO."
-- A proibição piora a qualidade do produto ofertado porque ele não é fiscalizado? Tem lógica, realmente, mas a legalização sem fiscalização, i.e., sem nova intervenção estatal também pode levar à oferta de produtos perigosos, uma vez que basta reduzir custos para aumentar lucros de qualquer maneira. Portanto, a mera liberalização também é danosa.
Agora, se viessem me falar em LIBERALIZAÇÃO CONDICIONAL ou PROIBIÇÃO CONDICIONAL, daí sim a conversa muda e amadurecemos.
Esta parte de que o tráfico ilegal eleva salários de capangas e traficantes é viagem de quem conhece o assunto via TV... No Freaknomics há uma interessante análise mostrando como a maioria dos traficantes ganha pouco e ainda "mora com a mãe".
O único ponto que concordo com esta seção do artigo é que a ilegalidade se associal com a violência. Realmente, sem a interferência estatal e seu "monopólio do exercício da violência", a agressão se democratiza, i.e., está ao alcance de todo cidadão.


"2) OLHE AO SEU REDOR, QUEM VOCÊ ACHA QUE PAGA A CONTA MAIS CARA POR ISSO TUDO?"
-- Se a violência atinge sobretudo as camadas mais pobres da população, não significa que o tráfico esteja concentrado nas áreas ocupadas por estas camadas. É uma péssima sociologia deduzir que o tráfico seja "coisa de pobre". Sei que vocês disseram ao final desta seção "E dizer isso tudo não é afirmar que apenas os pobres comercializam drogas ou que não há vida possível longe desse cenário.", mas sinto muito, esta frase não aliviou o argumento central de que a violência atinge e é resultado da repressão que existe sobre o tráfico em periferias devido à pobreza gerada pelo estado (sua burocracia e regulamentações). Se fosse assim tão simples, porque então o traficante que é bem sucedido não está nas favelas? Por que a maior parte dos recursos envolvidos não se concentra nas favelas? E eu não acredito se me disserem que fica lá. O que "fica lá" é, e nem tenho tanta certeza disto, a ponta da distribuição.
Definindo o que é o quê... Que a violência diminuiria com a legalização, eu concordo, ponto. Que "quem paga a conta" são os mais pobres porque eles são mais atraídos pelo tráfico é um estigma criado para eximir os consumidores mais endinheirados que, suspeito serem eventuais em sua maioria e não habitués.
Se vocês se baseiam nos incentivos para justificar o apelo do tráfico às classes mais pobres deveriam concluir, igualmente, que os mais ricos também se sentissem atraídos para investir neste mercado; "Ah! Mas tem o desincentivo da violência..." Ué?! Se há desincentivo aos mais ricos, os mais pobres que, têm mais a perder.... Também sofreriam os desincentivos da violência se concentrando em setores ilegais mais pacíficos, como roupas, brinquedos etc. Ou seja, a lógica econômica bruta utilizada por vocês é de uma péssima sociologia.


"3) AINDA NÃO INVENTAMOS UMA MÁQUINA QUE FAÇA NASCER UM POLICIAL DO CHÃO A CADA VEZ QUE UM CRIME É COMETIDO."
-- Então como não dá para "brotar policiais" não se combate o crime, certo? Colega, "guerra às drogas" não se faz só com uma arma em punho. Talvez este fosse um dos recursos mais remotos para acabar com esta hydra. "Hummm...." Sim, já ouviram falar de serviços de inteligência? Pois bem, nisto é que não tem se investido como deveria. Outro ponto curioso é vocês separarem, arbitrariamente, quase como sofisma, o combate às drogas do combate aos homicídios que via de regra estão associados. Quê? Sim, esqueceram que parágrafos acima (quem paga a conta?) vocês mesmos alegaram que o combate ao tráfico gera mortes? Então, se elimina este combate para acabar com homicídios desnecessários e se concentra em homicídios de outras causalidades ou se elimina os centros de distribuição e acesso para se evitar a distribuição e a guerra que também leva a mais homicídios. Há várias formas e, sinceramente, não testamos todas para termos certeza de que uma ou outra nada resolvem. Vocês apostam? Eu também sei apostar.
Também há hipóteses interessantes a considerar (e veja que eu humildemente falo em 'hipóteses'...), como a chamada Tolerância Zero, conhecida estratégia adotada por Rudolf Giuliani no final dos anos 90 em NYC ao combater duramente os crimes de menor periculosidade e com isto evitar os piores. Quem sabe incluirmos o consumo e tráfico de "aviõezinhos", os meninos que avisam a chegada de drogas aos morros como nesta categoria? Sensato e lógico. Eficaz? Só testando. E aí, vamos encarar? Só que a maioridade penal tem que ser menor ainda...


"4) TRAFICANTES NÃO SÃO DIVINDADES COM PODERES SUPERNATURAIS QUE OS PROTEGEM DAS CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS."
-- Este é um argumento forte, eu reconheço. A diluição da produção e distribuição legalizadas tiram o poder concentrado nas mãos de quem faz uso opressor dele. Concordo com o final, PORÉM (sempre tem um porém...), nada funciona de modo justo sem assumirmos que existem externalidades negativas. Se o uso legalizado não tiver CONDICIONANTES, i.e., local, modo e regulamentação de uso, injustiças associadas a ele surgirão aqui e ali. "Tipo?" Tipo aumentar o número de acidentes no trânsito pela ingestão de uso de narcóticos (como já ocorre com o uso indiscriminado de álcool), tipo aumentar o número de internações para dependentes químicos no SUS etc. Além disto há mais, a partir de qual idade está liberado o consumo? Em porta de escola na saída da 4ª série também pode? Por que não? Por que discriminar após a descriminalização? Ah, tem que ser maior de idade... Pois bem, perfeito. Quem vai fiscalizar? O policial que faremos "brotar do chão"?? Eh eh...


Coleguinhas, deixe-me dizer uma coisa pra vocês, apesar de não parecer, sou sim um liberal de pensamento anarquista, embora eu abomine a proposta anarquista de sociedade porque é ingênua como qualquer utopia idiota. Enfim, desconfiem de quaisquer filosofias políticas que supõem a lógica basta. Na vida, o que mais existem são dilemas e toda solução enseja um novo problema e, de certo modo é bom que assim seja... Mas, quanto à questão inicial, sim, SOU FAVORÁVEL À LIBERAÇÃO DAS DROGAS, P O R É M (LEIA ISTO), tudo é condicional: como já aventei, em quais condições e, eu não aceito pagar a conta de quem não soube utilizar um produto nocivo. Que o faça, após liberação total, após uma reforma constitucional que acabe com o SUS. No mínimo isto. E claro, um esforço maior pela execução de criminosos no trânsito. Com esta vontade declarada de punir, de executar quem lesou a liberdade alheia, quem fez uso da liberdade de oprimir outrem, só daí é que ficarei tranquilo quanto ao uso livre das drogas porque sou favorável a que decida fazer o que quiser com sua vida. Que se mate coleguinha, mas não me faça pagar pelo teu cadáver.


Atenciosamente,
Anselmo Heidrich


quarta-feira, maio 15, 2013

Revoltas na USP e questões adjacentes



Apesar de tudo que disse o Pirulla, objetivamente falando ele demonstrou que uma facção dos estudantes se comportou de modo destrutivo. Independente da atuação da polícia, que ele retrata como tendo seu papel necessário, haveria chance de diálogo que foi posto na lata do lixo pelos estudantes indignados com a presença da polícia no campus. A questão adjacente, mas original do conflito que foi a posse de maconha tem que ser discutida e eu sinceramente acho que quem quer se drogar que se mate que não me faz falta, mas isto não serve de salvo conduto para desmandos com relação ao espaço público. Da mesma forma que há lei proibindo o consumo de cigarro em determinado espaço, uma vez liberada a droga como a maconha, ela também deverá ser submetida à mesma normatização legal que já existe. A ideia dos estudantes é não se submeter à nenhuma lei e eu me pergunto por que então não fumar em um espaço privado? Hoje em dia não se usa determinado narcótico para usufruir do mesmo ou para virar uma pretensa celebridade underground com síndrome de carência de atenção criada com toddynho, videogame, academia, mas sem relação com os pais. Sim, minha psicologia é de bolso, mas é suficiente para colocar estes caras onde merecem.

sábado, abril 07, 2012

A cruzada dos alcoólatras russos / The crusade of Russian alcoholics

Não é uma 51, mas é uma boa ideia, como diria Kadhafi depois de morto... / This is not a 51​​but it's a good idea, what would you say Gaddafi after his death ...*
Dessacralize e desencante que teu inimigo abstrato perderá a força. Se o Islã estiver no alvo dos alcoólatras russos, o fundamentalismo será atacado de forma mais virulenta e mortal que se a OTAN inteira gastasse todos seus cartuchos...
Kazakhstan Imams 'Outraged' Over New Allah-Brand Vodka - The Atlantic

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Notícia truncada de Portugal: drogas

O abuso de drogas caiu em Portugal após sua total liberação:
Ten Years After Decriminalization, Drug Abuse Down by Half in Portugal - Forbes
Parece ótimo, não? Mas...
“Após descriminalização das drogas, Portugal é recordista em crimes e Aids”blogs.jovempan.uol.com.brA descriminalização das drogas em Portugal aumentou em 40% a criminalidade e tor...Ver mais
Caiu porque o crime e a aids aumentaram, o que, provavelmente, eliminou boa parte dos usuários. 

domingo, fevereiro 12, 2012

Dependências


Perfeitamente... A cantora faleceu devido à dependência química dos barbitúricos, assim como a sociedade grega se destrói devido à dependência na alquimia do estado gerador de renda. O ponto em comum é que ambos apostaram na felicidade através de uma lenda.