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segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Bolsonaro no Japão


Jair M. Bolsonaro deveria ir para a China também. Já que a estratégia declarada de sua recente visita ao Japão é uma tour para aprender sobre a importância da tecnologia a ser ensinada no Brasil através de convênios com a potência oriental, assim como com Taiwan e Coreia do Sul, por que diabos também não com a China? Por que lá há um partido comunista no poder? Sinceramente, a economia que importa no mundo tem e terá relações com a China. Mesmo um discurso de palanque eleitoral como o de Trump viu que a realidade não é como soam palavras irresponsáveis. A China é a 2ª maior economia do mundo e só um ignorante para desprezá-la. Agora, não acredito que seja ignorância no caso de Bolsonaro. Ele é um político e estrategista, assessorado por estrategistas, aconselhado por estrategistas que podem estar errados, como eu acredito que estão, mas definitivamente não é questão de ignorar os fatos e sim acreditar numa falha estratégia eleitoral com uma base teórica equivocada. Isto é o que os têm orientado. Vamos aos fatos:
  1. Não é combatendo comerciantes, importadores e exportadores na relação Brasil-China que vai se derrubar o Partido Comunista Chinês (PCCh) e sim, caso tal isolamento fosse compartilhado por vários países no mundo, o controle político centralizado é que se voltará para uma economia centralizada, i.e., socialista. Lembre-se que estas ideologias coletivistas se nutrem da pobreza;
  1. A compra de terras brasileiras pelos chineses que Bolsonaro alega ser “uma perda de nossa segurança alimentar” reside num equívoco: (a) chineses não ficarão gastando para não produzir, esperando valorização de terras em regiões ermas; (b) produzindo, o aumento dos itens disponíveis tenderá a reduzir seus preços; (c) caso a maior parte seja exportada, empregos gerados na cadeia produtiva aumentarão a renda local e novos itens serão importados; (d) gerando demanda e produção voltada para o mercado interno; (e) cujo aumento da produtividade necessitará do aumento de insumos que criará novos empregos e assim e assim e assim e assim por diante.
É simplesmente um contrassenso querer se opor ao socialismo e o comunismo e defender uma política protecionista chamada eufemisticamente de “nacionalista”. Não há nada de nacionalista em prejudicar o comércio e liberdade do cidadão brasileiro. Isso é o que faz uma CUT ao defender o monopólio (real) da Petrobras, o que faz um PT da vida e outros partidos dirigidos por insanos que são contra a diversidade e competição entre empresas. Lembre-se, “o capital não tem pátria”, então que venha o Capital! Desde que, é claro, ele se submeta a nossa legislação, muito embora este é o ponto: nossa legislação comercial e tributária tenha que ser, urgentemente, revista. Se não, ninguém vai querer investir aqui, nem Japão, nem Coreia, nem China. Aliás, empresários destes grupos são constantemente sondados por vários governos e candidatos e refugam devido a nossa insegurança jurídica, histórico, tributação e infraestrutura vergonhosas. Chega de discurso! Business is business! Alguém da equipe do Bolsonaro, pelamordedeus! Eu quero votar no cara, mas ajudem-no, pois desse jeito, votos pragmáticos como o meu serão perdidos e no fim dessa toada restarão os fanáticos de Esquerda acusando os “bolsominions” e estes vice-versa. É preciso uma pitada de racionalidade nisto tudo. Já fiz uma análise contemporizando os erros e acertos de Bolsonaro (leia aqui) avaliando bem sua visão de bom senso sobre segurança e educação e confesso que ele melhorou na visão econômica, com a possível indicação de Paulo Guedes para Ministro da Fazenda, mas este cacoete paranoico em relação à China não tem sentido.
E não pensem que adular os japoneses falando mal da China, país com quem tiveram vários conflitos ao longo da História vai render muitos votos da comunidade japonesa no Brasil, a maior do mundo fora do Japão. Um ambiente de estabilidade e segurança para todos os povos é o mais importante. Incentivos à migração de mão de obra qualificada e trabalhadora sem chance de conflitos culturais sérios e seus capitais só contribuirão ao nosso desenvolvimento. E acordem! Digam-me qual é a diferença de demonizar a China do que faz o déspota venezuelano, Nicolás Maduro em relação aos EUA? Percebem que se trata do mesmo equívoco?
Anselmo Heidrich

quinta-feira, outubro 15, 2015

¿El fin de las humanidades?


O fim das humanidades? O ministro da educação do Japão afirmou que cursos de humanas devem ser eliminados e a Austrália já substituiu aulas de geografia por programação em computadores. Agora, a Colômbia discute o financiamento de cursos de pós-graduação na área. 

Eu, particularmente, sou favorável a um enxugamento de disciplinas reforçando um núcleo básico como português e matemática, deixando disciplinas como geografia (a minha disciplina) como opcionais. Enfim, o debate está aberto e sei que não haverá breve consenso.

quinta-feira, novembro 28, 2013

Manual do perfeito idiota antiamericano - 01

Aí Moniz, eu curti tua entrevista, velho! Vejo tudo daqui do além, meu...
CC: Fala-se muito a respeito da emergência da China como potência. As intrínsecas relações econômicas entre as duas partes podem servir para moderar a rivalidade entre Pequim e Washington?

MB: Sim, as relações econômicas moderam a rivalidade, mas não a eliminam. Grandes corporações americanas entre as quais Boeing, Caterpillar, General Motors, 3M, United Technologies, DuPont, Apple, Qualcomm, Intel Corp e IBM estão a depender do crescimento do mercado na China. E a economia dos EUA, como um todo, depende fortemente do influxo de capitais de outros países, como a China. O Banco Central chinês, em setembro de 2013, possuia reservas da ordem de 3,6 trilhões de dólares. Um calote dos EUA, cuja possibilidade não se pode descartar, abalaria profundamente a China. O governo de Beijing passou a acelerar a estratégia para destituir o dólar do status de moeda de reserva mundial, impulsionando a globalização do yuan. Enquanto o dólar for moeda internacional de reserva, os EUA manterão a supremacia mundial. A economia de “free markets” no estilo que os Estados Unidos querem manter engata os países a um sistema de força, compelindo-os a aceitar dólares sem limites. E há no mínimo cerca de 20 trilhões de dólares, valor muito superior ao PIB americano, em circulação no mundo. A China e demais países têm de comprar esses dólares sem lastro (US Treasury Bond) apresentados como os investimentos mais seguros, porque não há alternativas, e assim eles voltam aos Estados Unidos, para financiar o consumo do povo americano, o déficit orçamentário e suas guerras. E a China quer libertar-se desse sistema, assim como a Rússia, Brasil e outros países.
Existem também fatores geopolíticos que aguçam a rivalidade. Através da rota marítima, ao sul da China, circula cerca de um terço do comércio mundial e a região possui reservas inexploradas de gás e petróleo. A essa região do Pacífico o presidente Barack Obama deu "máxima prioridade" na política externa dos Estados Unidos e lá aumentou sua presença militar, inclusive com o envio de 2,2 mil soldados para o norte da Austrália, o que provocou forte reação da China. Os Estados Unidos temem o rápido crescimento e militarização da China. Porém, nada podem fazer para impedi-lo. Com o desenvolvimento tecnológico e a globalização da economia, a possibilidade de guerras entre grandes Estados virtualmente desvaneceu. E os Estados Unidos, com todo o seu potencial bélico, dificilmente prevaleceriam sobre um país cuja população é cinco vezes maior do que o tamanho da população americana.

CC: O senhor acha que os EUA podem sofrer do mal classificado por Paul Kennedy como “excessiva extensão imperial” e eventualmente perderem seu status de única potência?

MB: Os Estados Unidos intoxicaram-se com a vitória na Segunda Guerra Mundial e julgaram, após o fim do regime soviético, que seu império ainda poderia durar 300 anos. Porém, o militarismo sempre constituiu o meio pelo qual todos os impérios se suicidaram. Em agosto de 2007, David M. Walker, chefe do Government Accountability Office (GAO), órgão do Congresso americano encarregado da auditoria dos gastos do governo, advertiu que o país estava sobre uma “plataforma abrasante” de políticas e práticas insustentáveis, escassez crônica de recursos para a saúde, problemas de imigração e compromissos militares externos, que ameaçavam eclodir se medidas não fossem em breve adotadas. Sem um estado de guerra permanente a economia dos Estados Unidos deixa de funcionar. O mesmo aconteceu com o Império Romano. Mas não será nenhuma outra potência que derrotará o Império Americano. Ele há de desmoronar, ao longo de algumas décadas, sob o peso de suas contradições econômicas. Os Estados Unidos não podem aumentar, indefinidamente, a dívida pública, que já se tornou impagável, emitir dólares sem lastros para comprar petróleo e outras as mercadorias – commodities e manufaturas – e importar capitais de outros países, mediante a venda de bônus do Tesouro, para financiar o déficit orçamentário, o consumo, que excede a produção, e as guerras que empreende a fim de sustentar a indústria bélica e sua cadeia produtiva, da qual sua economia tanto depende.


É impressionante como a realidade muda e o discurso surrado se adapta, como um camaleão no ambiente diverso. Há poucos anos, este mesmo tipo de análise permaneceria igual sem, no entanto, se mencionar a expressão "dívida pública" porque ela sequer tinha sido divulgada como problema, ao contrário, nem era vista como sendo um problema, tal como era a dívida externa. Alguém aí se lembra de ouvir dizerem que "a dívida externa americana era a maior do mundo"? E aí, ela deixou de ser ou apenas se mudou o foco? Agora, que os EUA enquanto formação social pode se alterar, chegando mesmo a se fragmentar, bem, nada é impossível e o que parecia totalmente inviável até bem pouco tempo atrás se revelou plenamente viável. Agora, não é interessante esta relação dramática, este quadro lúgubre pintado por Moniz Bandeira no qual há uma vítima e um estuprador? Por que a economia internacional "ao estilo free market" é uma imposição e o litígio no Mar da China Meridional do qual os tubarões de Pequim querem extrair até a última gota e molécula de hidrocarbonetos é um direito? Onde estão as Filipinas, Indonésia e Malásia aí, totalmente ignoradas? Quem é que age e é o verdadeiro imperialista, cara pálida? Internamente, pode se dizer o mesmo do tratamento dispensado por Pequim aos tibetanos e uigures do que faz Washington com sua oposição? Mas é muita cara de pau mesmo... Escrita quilométrica combinada com argumentos fossilizados não mudará o fato de que a atração de imigrantes eleva sim os gastos com saúde, mas enquanto um sistema público não for imposto, os estados se sustentam nos EUA. E a questão da segurança também tem que ser vista sob as frias lentes da estatística e não pelo clamor e prato (plenamente justificados) de quem perdeu seus entes amados em um tiroteio, sinto muito. Choca, sem dúvida, mas tome o índice de homicídios mensal de Curitiba e compare com o anual de Los Angeles para ver como se aproximam e terá uma pequena ideia do que digo. Há muito por melhorar? Claro que sim, mas faço minhas as palavras sobre este assunto, que B. Lomborg utilizou para a questão ambiental mundial, "apesar de estarmos muito longe do que seria uma situação ideal, não estamos tal mal como se diz e acredita". Em se tratando de violência, o mundo melhorou (cf. o vídeo da palestra de S. Pinker divulgado aqui na lista), assim como os EUA que saíram de crises muito piores. Lembrem-se que nos anos 50 e 60, o 'clima' nos EUA era tão ou mais atordoante: ataque nuclear, expansão do comunismo, reflexos da II Guerra Mundial, teor de outra crise de 29, rápida urbanização e mudanças de padrões comportamentais, "explosão demográfica" das metrópoles, seus guetos e crime em geral, drogas, paranoia ambiental etc. Isto para não falar nos ETs apreendidos pelo governo (mundial) no Novo México ou outra bobagem similar que ainda conquista tolinhos mundo afora. Por que será que o mundo não acabou e os EUA seguiram firmes? Não é porque não houve crises, mas a visão delas impede de se ver transformações de longo prazo, a maioria associada à demografia. Agora, antiamericanistas ingênuos, qual é o país que apresenta significativo decréscimo populacional mundial? RÚSSIA. Qual é o país que apresenta significativo desequilíbrio entre os sexos, com mais homens que mulheres? CHINA. Qual é o país que a população idosa aumenta vertiginosamente em relação aos jovens? JAPÃO. E Moniz Bandeira vem me dizer que os EUA estão perto de seu fim?!

quarta-feira, setembro 07, 2011

O extremo oriente é o extremo ocidente


O extremo oriente é o extremo ocidente quando observamos que ambos os hemisférios se tocam na Linha Internacional de Mudança de Data, no extremo oposto ao Meridiano de Greenwich. Em outras palavras, não vejo diferença entre regiões tão díspares quando o assunto é dinheiro. Quando se elege o oriente como tendo uma “cultura diferente” se encobre muitas semelhanças ou mesmas características, como a que faz a economia funcionar, a sede pelo lucro. Vejamos este spam que tem circulado pela rede: