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quarta-feira, novembro 07, 2018

Mais autoafirmação ideológica na prova do ENEM


Professores em foto nas suas páginas pessoais na foto acima.

Mais afirmação ideológica no ENEM… A questão abaixo, ainda na prova de inglês comenta uma poesia de uma autora indiana sobre o seu inglês, um inglês misturado com sua língua materna, possivelmente o hindi (já que há várias línguas na Índia) e que isto revela sua identidade.
É verdade, nada a contestar, afinal a cultura que inclui a língua é algo extremamente dinâmico em uma perspectiva histórica e as migrações, influências da mídia, ainda mais hoje em dia tornam as mudanças inevitáveis. A questão subjacente é que isto posto em uma prova quer dizer o quê? Assim como a valorização de um “dialeto LGBT”, a prova em si não deveria apontar para uma fragmentação da comunicação como norte. Não se trata de negar a riqueza das particularidades subculturais, mas que neste momento a norma culta tem que ser valorizada, pois ela sim é fundamental para integração de vários povos em uma linguagem comum e não me refiro aqui, especificamente, ao inglês. Fazer o contrário seria como usarmos um sistema de pesos e medidas diverso do nosso porque há imigrantes anglofónos entre nós. E se tu achas a comparação muito forçada é porque nunca passou na cabeça que este grupo também é outro que deve ter sua identidade assegurada.
Reitero, em um momento e lugar, uma prova nacional de seleção para entrada na universidade em que se presume que um conteúdo seja uniforme a todos garantindo assim isonomia nas condições de avaliação é justo ressaltar (e cobrar) as diferenças?
A questão de inglês acima não cobra, exatamente, o domínio do léxico misto entre inglês e alguma língua indiana, mas ela colabora com um tijolo neste edifício ideológico que foi a prova do Enem 2018.


ENEM 2018-PROVA AMARELA-Q.04-PARTE 01-especiais.g1.globo.com-2018.11.07-09-16-42
ENEM 2018-PROVA AMARELA-Q.04-PARTE 02-especiais.g1.globo.com-2018.11.07-09-20-56

Anselmo Heidrich
7 nov. 18

segunda-feira, novembro 05, 2018

ENEM vem com essa droga de manipulação de novo!


Vá direto ao comentário (em português). A questão estabelece uma crítica à Khan Academy. Sabe o que é a KHAN ACADEMY? Um projeto que deu muito certo de um professor que dispondo de apenas $100,00 para investir em um negócio resolveu criar um site (no YouTube) para ensinar matemática (no que foi muito bem sucedido). O segundo texto é uma crítica a esta forma de ensinar, dizendo que “verdadeiros professores progressistas” … PARA TUDO! “VERDADEIROS”?! “PROGRESSISTAS”?! Quem o diz, senão os próprios que se arvoram “verdadeiros” e comprometidos com o progresso humano, ao passo que presumem que quem não o faz (não segue o discurso ideológico deles, claro) é, por oposição, falso e retrógrado.
Isto é DOUTRINAÇÃO FINA, o tipo de coisa que projetos de lei como o “Escola Sem Partido” não captam, não detectam e não processam. Por essas e outras é que esta discussão da ideologização do ensino não deve se encerrar no referido projeto de lei e ir além, muito além…
Cara, a KHAN ACADEMY é um projeto super bem sucedido que só PROVA que ensinar não depende de pretensos intelectuais acadêmicos pedagogos arrogantes, mas de gente que faz, de gente empreendedora. Sabe… Esse jogo podre de usar uma prova para passar valores de bostas fracassados aos alunos me dá ASCO. É este tipo de gente intelectualmente moribunda que abunda nas universidades brasileiras. Tenho NOJO disso. Acessem a Khan Academy e vejam com seus próprios olhos, ouvidos e mentes como esse professor sozinho criou um negócio lucrativo e que trouxe o aprendizado de matemática à milhões de pessoas.
Enquanto o espírito livre passa, os zumbis ladram. Só que eles ladram nas universidades e o Enem é um passaporte para ser doutrinado. Lixo.
Anselmo Heidrich
05 nov. 2018

quarta-feira, dezembro 21, 2016

Como nos autoenganamos cotidianamente: leituras sociais e políticas


Ótima matéria:
Seu cérebro prefere as notícias que lhe dão razão. Não gostou? Há provas http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/14/ciencia/1481728914_575054.html?id_externo_rsoc=TW_CC via @elpais_brasil

A típica visão de esquerda da doutrinação
tem a religião como fator fundamental.
Só assim fica fácil entender fenômenos de quem defende uma “luta contra os poderosos”, mas fecha os olhos ao PT e, principalmente, ao “fenômeno Lula”, um criminoso e detentor de uma injustificável fortuna bilionária que ainda é visto como o “pai dos pobres”. Ou, mais longinquamente, enquanto soviéticos atacavam as democracias, nossos militantes de esquerda atuais ainda insistem em dizer que “o comunismo nunca existiu” e propõem um projeto de “socialismo democrático”. Mesmo admitindo que para se executar o socialismo tenha que se concentrar mais o poder discricionário na economia nas mãos deste organismo, o estado. Em suma, para que defendamos o ideal comunista, grau máximo da liberdade social (para o comunista, claro), tem que se concentrar (contraditoriamente) o poder nas mãos de uma elite tecnocrata durante um estágio intermediário, o socialismo.

AGORA pense no outro lado, que não significa, exatamente, “no contrário”. No Brasil atual, se admitirmos que alguém, autointitulado “de direita” significa, entre outras coisas defender a propriedade privada, a democracia representativa e o estado de direito teríamos então, uma grande gama de direitistas nacionais. Claro que há muito mais variações nesta categorização e não há unanimidade em certos pontos, especialmente no que se refere à democracia quando se trata de libertários. Mas, admitamos então que haja algo que possa ser definido como Direita, o que faz com que vote em alguém que desafia, frontalmente, alguns de seus pontos basilares:

... O que não é, essencialmente, diferente da 
visão de direita sobre o processo de doutrinação 
ocorrido nas escolas. 
Não é que ambos estejam errados, 
mas que estão todos 
corretos em suas acusações. 
No entanto, o singular é que nenhum 
nem outro pólo percebe que 
o outro também aponta e acusa 
acertadamente. 
Enquanto esquerda e direita acusam 
a doutrinação alheia, 
não percebem a sua.
1.      Que defenda um protecionismo de mercado nacional;
2.      Que se alie a governos claramente autoritários e estados plutocráticos;
3.      Que se utilize de uma retórica trabalhista constante (workers, workers...) e lance mão de artifícios populistas, como se vestir de garçom junto aos seus empregados etc.
4.      E, o pior, que eventualmente substitua o discurso de combate ao crime e, especialmente, ao terrorismo por uma valorização do que seja o “verdadeiro cidadão nacional” etc.

Agora ponha como adendo ao ponto 1, americano; no 2, Putin; no 3, Trump na cozinha de seu restaurante; no 4, em um dos vários discursos de Donald Trump. E me diga se há alguma lógica em alguém que defende o liberalismo econômico e uma sociedade aberta apoiar a candidatura de Donald Trump? Antes que me digam que defendo Hillary Clinton respondo que não e um não definitivo, pois a geopolítica sobre sua batuta, especialmente no Oriente Médio, como uma adaptação da desastrosa campanha de George W. Bush no Iraque foi uma amplificação exponencial de suas mazelas. Cada um desses, em ações específicas carrega sua chaga política. Em defesa de Trump podemos dizer que não podemos julgá-lo pelo que ainda não fez, mas podemos julgar sim quem tapa os olhos para apenas achar um paladino, uma espécie de cruzado que com sua capa desafie o que ele enxerga como exemplo da esquerda americana, o que também é outra ilusão. Este tipo de patetice também pode ser observada quando, por exemplo, se defende os Confederados durante a Guerra de Secessão Americana simplesmente porque eles eram contra a União e a União representava um estado centralizador (federal). Ora, mas e a liberdade individual dos escravos que poderia advir com a vitória dos yankees (nortistas)? Isto não parece interessante ao paranoico, pois como estamos dizendo desde o início, se seleciona a informação mais conveniente.

Como escreveu um interlocutor:

"Eu li a matéria Anselmo.. me lembra muito a estratégia de esquerda de repetir várias vzs uma mentira, ao ponto de se tornar uma verdade... A matéria é interessante tb me deixou uma dúvida. Por exemplo: ali no contexto mostra que nosso cérebro preferem notícias que nos dê razão, msm sendo uma mentira. Porém naquela matéria acima: o porte de armas.
Muita gente apóia. E se trata de uma notícia que dá razão a pessoas que se simpatizam com o porte de armas liberado pro cidadão civil.
Porém a própria pesquisa, feita pela faculdade revela que a violência reduz em sociedades em que o porte é liberado.
Essa última tese, a dá mentira, é genérica? Serve pra qualquer contexto? Pergunto pq sei tb que há pessoas que não apóiam o porte de armas a cidadão civil. Pois muitos alegam que não adianta ter o porte, sem ter informações e treinamento para portar."


Muito boas tuas questões, M.

Eu te diria que a vacina contra a manipulação ou tendenciosidade inconsciente, pois muitos de nós podemos ser tendenciosos (e somos) sem o saber é ler de tudo confrontando assim visões. A pesquisa de Harvard, no caso, não é uma conclusão sobre o tema, pois não há nada que se conclua sobre nada. E daí como ficamos? Não ficamos, se trata de um eterno caminho em busca da verdade. Veja isto, a Verdade, como um luz no horizonte para a qual tu sempre tem que caminhar, mas sabendo que durante o percurso encontrará várias falsas luzes.

Vejo da seguinte forma: durante o início do estabelecimento do pensamento científico que conhecemos hoje, o positivismo era senso comum que as teses tinham que ser validadas (diferentemente da metafísica) e, portanto, provadas. Mas, como sabemos, nem toda boa ideia é passível de ser provada. Trocando em miúdos, não temos prova sobre tudo, nem mesmo sobre aquilo que embasa muitas de nossas ações. Então, como fazemos?

Popper, que é um de meus filósofos preferidos foi quem mais defendeu a ideia de que não se trata de provar, mas de refutar. Como assim? Tu tem uma ideia... Chamemos de hipótese, que é uma ideia que pode ser testada sobre algum tema ou questão. Então, tu tem uma ideia/hipótese sobre algo e mantém tua crença, firmemente, nesta explicação (a ideia, a hipótese) e ela será válida até que... Outra se apresente e se mostre melhor, isto é, superior. Então, no pensamento científico atual, as ideias se mantém verdadeiras até que outra, em competição se mostre mais adequada. Veja bem: não se trata de acreditarmos em "mentiras aceitas temporariamente", pois não houve intenção de enganar ninguém, mas sim em visões que são aceitas como parte do processo de constituição e busca da Verdade. Por isto... E ESTE É O PONTO QUE DIREITISTAS E ESQUERDISTAS DEVERIAM PRESTAR ATENÇÃO:

Mesmo que tu acredite firmemente em algo, leia o oposto, confronte com o contrário e veja as razões dele, mesmo que tu já esteja firmemente decidido a rejeitá-lo, faça, mas faça se atendo ao argumento central.

Agora eu pergunto, quantos de nós faz isto com firmeza?

Quantos dos políticos favoritos de muitos conservadores aqui faz isto ao invés de dizer que seu opositor é um "viado" só porque o cara é ex-BBB?

Quantos dos filósofos tidos como referência para muitos aqui faz isto ao invés de dizer que "combustíveis fósseis não existem" só porque sua existência contradiz a visão bíblica de formação do planeta?

E por aí vai...

Sim, o pensamento de esquerda mente desbaratadamente. Mas eu pergunto nós também não estamos criando uma mentira coletiva ao nos juntarmos só com aquilo que nos confirma o que já acreditamos?

Muitos veem a esquerda como algo demoníaco. Não, não é. É apenas o resultado de um processo social que surgiu em reação a alguma coisa tida como um problema. Ah! Mas foi uma resposta ERRADA! Sim e sabe por quê? Porque seus defensores (de esquerda) não se prestaram a ler os seus opositores.

E agora vamos fazer o mesmo jogo e migrar pro outro precipício só porque está a direita?

Recentemente li de um blog que Trump mandou um recado aos terroristas de Berlim enquanto que Obama foi jogar golfe. Muito bem, isto quer dizer que Trump é melhor do que Obama ou que soube aproveitar, politicamente, o momento? Vocês acham que estou sendo severo demais com Trump ou só estou sendo cauteloso para esperar pelo que, realmente, ele irá fazer? E para isto, só o tempo poderá dizer. Também li no site do Spotniks que o governo Obama deportou mais imigrantes ilegais no primeiro mandato que todo o governo Bush em 8 anos. Então...

Por que não temos um monte de conservadores de direita anti-imigrantes ilegais comemorando isto e elogiando Obama???

Mas...

Temos um Rodrigo Constantino apontando só a hipocrisia da esquerda em não admiti-lo??? (cf. http://rodrigoconstantino.com/artigos/obama-o-terror-dos-imigrantes-ilegais-ou-eterna-hipocrisia-da-esquerda/)

Sabe por quê?

Como diz a matéria original, nós escolhemos a matéria com víés que confirma o que JÁ pensamos sobre o assunto.

Meu conselho: SE POLICIE. Vire o investigador profissional cujo principal suspeito é você mesmo. Assim, tu terá um salto de qualidade em tua vida intelectual.

Alguém disse e me esqueci o nome... Crenças baseadas na paixão prestam mau serviço à própria paixão.



...


quarta-feira, dezembro 14, 2016

A Doutrinação em 3% e Avatar


Diferente de Avatar, a arte de Roger Dean na qual foi inspirada, não te doutrina, mas te permite imaginar outros mundos por si próprio.

Recentemente, um amigo comentou que seus colegas de esquerda se animaram a criticar a desigualdade imposta pelo capitalismo conforme a veiculação da série brasileira 3% no Netflix ganhava audiência. Eu assisti um pedaço do primeiro episódio e não resisti ir até o fim de tão ruim, fake que era. Claro que qualquer filme de ficção científica apresenta um cenário e contextos falsos, mas não a atuação dos personagens que, no sentido diametralmente oposto precisa ser convincente de tão realista para nos trazer um mundo de fantasia como algo crível. A trama toda se passa em uma sociedade distópica, cujos membros tem que passar por um processo seletivo que exclui a imensa maioria dos participantes (97%) permitindo que pouquíssimos possam migrar e viver em uma ilha com boa qualidade de vida, distante do ar favelado de seu continente. E quem lembrou de nossa paisagem urbana ou da famosa foto do prédio com piscina na sacada ao lado de uma favela no bairro do Morumbi, bairro rico da capital paulista acertou em cheio. Foi este o recado que os criadores da série quiseram dar, o Brasil não passa de uma sociedade injusta, tremendamente desigual, na qual dificilmente seus membros tem alguma chance de ascender socialmente de modo que se fosse contado como uma ficção no futuro distante soaria mais realista do que realmente é. Só tem um detalhe... E tomo esta crítica justamente de meu colega, cujo olhar incisivo matou a charada logo de cara: não é o capitalismo que porta tais características e sim uma sociedade onde a principal e mais desejada forma de ascensão social se pauta em concursos públicos. Note que se trata de um processo de seleção imutável determinado por uma banca que, no caso da história ficcional é uma elite, mas na realidade brasileira é uma elite nababesca que determina, quando se trata do poder judiciário, os próprios ganhos! Diferentemente, no capitalismo, esse processo de seleção se dá pela dinâmica e diversidade constantemente produzidas e reinventadas pelo mercado onde quem, em última instância “redige as questões da prova” é uma massa anônima e ávida por novidades que lhe sejam úteis. Massa essa que de forma mais democrática possível se organiza para demandar o que quer, seja um bem material ou imaterial, fruto de suas necessidades prementes ou simples desejo fugaz, não importa. A tal organização chamamos por mercado.

Bem, já faz alguns anos, uma produção de orçamento elevado fez muito sucesso e continha, implicitamente, uma crítica similar, se chamava Avatar. Neste filme, um planeta pleno em vida selvagem, cujo equilíbrio nem por isso deixa de ser delicado é vilipendiado por um exército inimigo da Terra. Sim, nós... E para entender os motivos e métodos de um movimento rebelde, um soldado com paralisia é escalado para se infiltrar em meio a eles através de sua incorporação no corpo de um desses nativos. A produção é fantástica e, claramente, inspirada na obra e estilo de Roger Dean, o criador das fantásticas capas de álbuns da banda Yes (a quem não é dado o devido crédito, diga-se de passagem). Entre outras referências à clássicos (uma delas é Alien – o 8º passageiro), Avatar é um belo filme, mas de mensagem para lá de enviesada. Praticamente todos que saíram das salas de cinema onde o filme foi exibido devem ter tido a sensação de puro desconforto, uma náusea civilizacional pelo que “fizemos à outros povos”, pois é disso que trata a história, da exploração colonial. Mas, ora! O capitalismo não evoluiu por causa disso. Para qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento de história colonial (que não tenha sido distorcida pelos seus doutrinadores marxistas e leninistas), o colonialismo foi um péssimo negócio e, tão logo as nações imperialistas se desfizessem dos territórios ocupados puderam avançar economicamente, como foi o caso da Inglaterra e Holanda. Então, por que mantinham tais territórios sob pesada ocupação e domínio? Porque acreditavam em uma teoria econômica equivocada, o metalismo, tal e qual hoje se sofre com crises desnecessárias porque também se acredita em outra teoria econômica equivocada, o keynesianismo. Só mesmo marxistas não creem que ideias determinam ações e são a causa última de nossos erros. Só mesmo doutrinados pelo marxismo ainda acreditam que somos reflexos de uma mola econômica inconsciente que age por si só como um deus ex machina.

Há detalhes saborosos de doutrinação em Avatar... Lembram-se dos nativos em torno de uma árvore-mãe, todos ligados a ela por uma espécie de sensor-cordão umbilical? Recordo vagamente de algo assim. Alguém ainda quer melhor referência à perda da vontade individual e conexão com uma massa homogênea do que melhor alusão a um “comunismo primitivo” ou se preferirem a reedição do “bom selvagem” rousseauniano? Vejam... Não é que seus autores tenham, maquiavelicamente, nos pregado essa peça. Ninguém planeja um erro colossal na cosmovisão de nossa época, apenas reflete um pensamento corrente que se tornou forte moda de 1968 até nossos dias, cada vez mais presente em visões de mundo que sobrepõem a massa, o coletivo ao indivíduo. E quando teu professor de geografia te explica algo como se fossem autômatos reféns de uma globalização insana pode saber que lá em seu subconsciente existe esta visão estereotipada de nossa civilização e quando teu professor de direito repete automaticamente como se fosse a voz da razão universal que direitos coletivos devem se sobrepor aos individuais, podes saber que ele também foi uma peça de doutrinação que reproduz o que decorou, assim como um fiel que se ajoelha em direção à Meca faz todos os dias colocando sua individualidade abaixo do solo onde se ajoelha perante o todo poderoso deus, seja Alá para ele ou Jesus para os outros ou uma árvore para os nativos da ficção em Avatar.

Mas quem cria e muda o mundo é um indivíduo sempre, que marcha contra as forças da natureza e intempéries produzidas pelos agregados humanos de raças, classes ou religiões. É ele, o que tem a vontade como meta e a liberdade como combustível que mantém nossa chama e nossa esperança nesse nau chamada Terra.



quinta-feira, novembro 03, 2016

Como encher a linguiça do currículo com mais doutrinação marxista

  
Quando se alerta para a visão ideologizada dos professores e nos respondem que todos nós temos ideologia, mesmo que inconfessa e de que a neutralidade é simplesmente impossível não se entende a crítica contundente deste artigo, os professores de filosofia e sociologia não são incompetentes, o problema real é que eles são competentes de acordo com a educação superior que tiveram que, esta sim, é deficiente. A maioria desses cursos no país tem currículos e pior, interpretações desatualizadas, como o caso da vulgarização marxista. Consequentemente, os professores aí formados não se põem a criticar os seus fundamentos. O tal "pensamento crítico" como exposto nos comentários não passa de uma crítica ao capitalismo, de modo simplista e sem autocrítica, é uma crítica totalmente unidirecional. Sinceramente, faz mais de meia década que este artigo foi escrito e o resultado da introdução destas disciplinas no currículo escolar só fez piorar o que já tínhamos com geografia e história: a formação de uma massa de manobra estudantil a serviço de partidos e organizações com interesses escusos como ora se vê com as nefandas, autoritárias e verdadeiramente fascistas ocupações de escolas no país afora.


Cf. Ideologia na Escola - Educar para Crescer http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/ideologia-cartilha-547333.shtml



Uma de nossas chagas sociais, infelizmente, ainda muito pouco levada a sério.

Anselmo Heidrich

quinta-feira, outubro 20, 2016

A Revolução Cultural da Ocupação de Escolas


A manipulação de jovens é prática corrente em regimes autoritários que passam a implantar estratégias de controle social e solapamento de instituições. Se inicia por romper a ligação entre pais e filhos tornando estes "filhos" de "um pai protetor", a saber, a figura do ídolo, como foi com Mao Tsé-Tung na China comunista (imagem: brasil247.com).
  
Durante a Revolução Cultural na China, em meados da década de 60, MAO TSÉ-TUNG aplica um golpe dentro do próprio partido comunista, o PCCh para concentrar mais ainda o poder e afastar seus rivais de partido acusando-os de manter vícios e condutas capitalistas! Isto dentro do Partido Comunista Chinês! Pode isso Arnaldo?! Para fanáticos comunistas ao cubo pode... A foto abaixo é ilustrativa porque só se concebe e consegue tamanho poder e estupidez de uma forma na humanidade: MANIPULANDO JOVENS. E são estes jovens, mundo afora que são os que tomam medidas exasperadas sem nem medir suas consequências e pensar sobre suas justificativas.

Alguma semelhança com outro país???

Para quem quiser saber mais:

"A 16 de maio é criado um Grupo da Revolução Cultural no gabinete político do PCC, cujos alvos passam a ser 'os detentores do poder no seio do Partido que seguem uma via capitalista'. A 25 de maio, na Universidade de Pequim, surgem cartazes criticando o reitor. Nasce um movimento de crítica aos responsáveis escolares em escala nacional por parte dos alunos que passam a ser conhecidos como Guardas Vermelhos, encorajados por Mao. Vítimas de maus-tratos físicos ou psicológicos, dezenas de milhares de intelectuais morrem ou cometem suicídio. Dezenas de milhares de professores e dirigentes são vítimas de perseguições. A 5 de agosto, Mao publica o texto 'Fogo sobre o Quartel-General' que visa atingir o Presidente da República Liu Shao Shi, logo substituído por Lin Piao. Com o paroxismo do culto da personalidade, as rivalidades internas e o faccionismo grassam entre os Guardas Vermelhos."
Por: Cau Xishun, QQ (TENCENT), de Shenzen, China apud  brasil247.com 

Como se evita que cheguemos a este absurdo?

Com DEMOCRACIA DE VERDADE e essa só é plena com diálogo e LIBERDADE DE EXPRESSÃO, inclusive daqueles de quem discordamos. Portanto, quando alguém quer calar a voz do opositor, seja ele simpático ou não, de teu grupo ou instituição OU NÃO, fique alerta, pois aí reside um germe TOTALITÁRIO.

Um bom dia, pois às expensas de gente assim, ainda vivemos em uma SOCIEDADE ABERTA! E, caso alguém não saiba, é isso que é PLURALISMO.


domingo, outubro 16, 2016

O destino da Ilha de Páscoa - duas visões


Quando comecei a assistir, logo torci o nariz, mas reconheci o valor depois que o editor mostrou uma visão alternativa ao caso. Ele não narra como autômato, ele não se autocensura, mas ele age com uma ética profissional, caso fosse um professor ao expor mais de uma visão sobre um mesmo fato. Isto é pedir demais? Se um youtuber consegue fazer isto em pouco mais de 4min, por que um professor não faria em 40?




quinta-feira, setembro 22, 2016

O Estelionato Pedagógico da BNCC – 02




Tem algumas mentiras brabas aqui nesta matéria:
Polêmicas do novo currículo de história serão temas de seminários #G1
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/01/polemicas-do-novo-curriculo-de-historia-serao-temas-de-seminarios.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar
Em primeiro lugar, não há nenhuma dedução lógica de que as desigualdades sociais diminuirão porque o país adotará um currículo comum em todo o território nacional. Até pelo contrário, se tais desigualdades existem e devem ser tratadas por políticas públicas, estas devem se diferenciar com o intuito de igualar os desiguais. Uma coisa é uma igualdade jurídica, outra bem diferente é querer que os diferentes estratos econômicos e sociais tenham o mesmo tratamento ao ponto de ignorar suas particularidades regionais e socioculturais.

Em segundo, pelo que sei os currículos são múltiplos e variados, sobretudo em países com grande diversidade regional. O que existe no sentido de homogeneização é uma postura de alguns grupos que querem impor uma visão de mundo sobre os diversos municípios, cidades, estados etc., no sentido de restringir as opções de ensino. Se certo ou errado em seus conteúdos é outra questão, mas o que não se pode é achar que alguém detém a solução mágica para o currículo perfeito como se tirasse o coelho da cartola.

O que me impressiona é a sucessão de fatos sem nexo, se o ex-ministro da educação, Renato Janine Ribeiro apresenta um documento e depois, já desempossado admite falhas sem sequer fazer uma defesa do mesmo, o que me passa a nítida impressão de que ele não leu e nada mais fez que terceirizar sua confecção.

Assim como a desculpa esfarrapada do MEC, de que se limitou ao papel de “condutor do processo” e não de autor do documento. Ora! Quem foi que autorizou sua impressão? Não tem o selo do ministério ali, como uma assinatura? O selo do MEC vale a mesma coisa que nada? Se autorizou, consentiu, se consentiu, dá no mesmo que ser autor ou coautor, que seja. E depois dizer que não há viés ideológico ao tratar de minorias é palhaçada. Claro está que se eu opto por um grupo étnico ou região do globo em detrimento de outros e outras, eu estou fazendo uma opção deliberada por um ponto de vista, pela percepção e enfoque neste grupo. Eu fico me perguntando o que esse povo entende pelo termo ideologia... Denis Mizne, da Fundação Lemann diz que há “uma visão de mundo por trás do currículo de história em qualquer lugar”, mas que “a necessidade de um currículo é uma coisa que não é uma questão ideológica”. Espere aí! Por trás do currículo atual existe uma visão de mundo, o que os filósofos alemães chamavam de weltanschauung, mas quando se pensa em mudar isto do ponto de vista formal, sob orientação governamental não é outra senão apenas “avançar em educação”. Por que temem a sinceridade? Basta assumir que tem um projeto calcado em uma visão de mundo. Mas a hipocrisia é forte... Ao mesmo tempo que Mizne diz que “não é a visão do governo”, mas “um documento que está em debate, que vem da sociedade”, ele quer que ignoremos que esta “sociedade” são grupos com esta visão ligados ao governo federal. Só que assumir isto implicaria em assumir uma mudança de narrativa, ora vejam só... Ideológica? Não é impossível encontrar um currículo de história mais objetivo e equilibrado se realmente quisermos... para ser mais justo e deveríamos começar por uma repartição equânime dos continentes com acontecimentos para a história humana (o que não incluiria a Antártida com o mesmo espaço, p.ex.).

Que houve domínio e subjugação de povos ninguém nega, agora simplificar relações entre grupos e nações, como se uma fosse o protagonista e outra o antagonista, uma vítima histórica e uma variante do grande satã é o que se depreende desta base nacional curricular comum que, felizmente, foi abortada. Se quisermos mesmo dar mais ênfase à história da América e África temos que mostrar como aqui indígenas e mestiços caçaram índios não aculturados, como do outro lado do Atlântico, africanos comercializaram seres humanos com europeus para suas lavouras no novo mundo etc. Isto também está em evidência ou só os ataques de colonizadores/conquistadores europeus contra povos belicamente menos aparelhados?

Não tem que se adotar uma perspectiva eurocêntrica, nem tampouco "afroamericocêntrica". A questão é que os proponentes da BNCC, simplesmente, abortaram qualquer contribuição europeia, qualquer uma. Eles recortaram de tal modo a selecionar apenas o que lhes convinha. Quando digo que lhes convinha é porque desta forma fica crível caricaturar a história mundial como uma peça do bem contra o mal, com a prevalência deste e de como nós, os bons, mas dominados temos que reagir. A forma de reação é óbvia, caberá a um estado regulador e provedor que deve tributar mais e mais o mercado a título de efetivar sua “compensação histórica”. Não há perspectiva em torno da mobilidade social pautada no esforço e mérito próprios, mas na socialização de recursos através de um mediador, o estado que, só não irá fazer isto através de um profundo desequilíbrio de poder para aqueles que são facilmente manipuláveis, ou seja, que querem se enganar.

Alguém deve estar se perguntando se as disciplinas não devem ser reestruturadas de tempos em tempos? Um exemplo recorrente é o que se fez em minha área de atuação, a Geografia em relação ao seu “eixo fundamental” definido pela categoria espaço, ao que já dediquei um artigo específico. Mas, espaço, território, região são categorias de análise tão essenciais a esta disciplina, como é o tempo para a História e nem por isto todos tem um consenso sobre o que de mais relevante ou determinante ocorreu através dele. Analogamente, nem sempre há consenso sobre a ordem de grandeza dos fenômenos físicos e sociais que devem ser espacializados na análise geográfica. O que existe de, tecnicamente objetivo na geografia é a grandeza escalar, o que é territorialmente maior ou menor e na história, a sucessão cronológica, o que veio antes ou depois. Se nossos professores e proponentes curriculares se ativessem a isto, boa parte do lixo doutrinário seria depurado.

Não se enganem, os proponentes desta malfadada BNCC querem nos fazer uma “venda casada”, pois não explicam em detalhes o que deve e porque deve ser suprimido e qual a justificativa filosófica, i.e., ideológica de sua hierarquia conceitual, pois se o fizessem, estariam se revelando.

Enfim, por ora, com o afastamento do PT no governo federal ganhamos uma e barramos a aplicação deste lixo ideológico que era a BNCC em todo o território nacional, mas seria um erro, enorme e imenso erro acharmos que eles desistiram ou não irão tentar novamente. Como é um conhecido clichê, o preço da liberdade é a eterna vigilância.

Anselmo Heidrich
22 set. 16

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segunda-feira, agosto 29, 2016

O problema do “Escola Sem Partido”


É exatamente neste ponto, a prova, que o Escola Sem Partido deveria atuar, acusando os professores que forçam os alunos a pensarem igual e de forma ideologicamente enviesada (imagem: vejasp.abril.com.br).

O grande problema do Projeto de Lei do “Escola Sem Partido” é a sua prova. Que tipo de prova teríamos que ter e isto não está especificado no projeto, apenas a denúncia. Do jeito que está ali, se um dia um aluno evangélico, adventista etc. se sentir ofendido em suas convicções durante uma aula de biologia que aborde a evolução. O modo como seus pais o ensinaram sobre o mundo, p.ex., a partir de uma perspectiva criacionista, em confronto com a teoria da evolução será mais do que suficiente para mover uma ação contra o professor. Minha mulher, quando foi intercambista morou numa cidadezinha interiorana do Canadá na Terra Nova e durante uma aula de biologia ela perguntou ao professor se ele não ensinaria a teoria da evolução, ao que o mesmo respondeu não, porque não acreditava naquilo. Veja... Um professor de biologia! Mas, por outro lado, a cultura local ou, empiricamente falando, o comportamento do professor foi exemplar: respondeu que se ela quisesse poderia apresentar um seminário sobre o assunto, o que ela fez e ficou tudo bem, ninguém foi repreendido, ninguém foi punido, ninguém foi perseguido. Já aqui mesmo em Florianópolis, alguns meses atrás, uma menina que vinha às manifestações a favor do impeachment desta que nos atormenta agora na TV Senado... Só de contestar seu professor de história em sala de aula foi retirada da mesma e levada à direção. Este tipo de abuso tem que terminar. A questão é que do mesmo modo que poderemos usar uma lei dessas para o justo, alguém poderá usar para perseguição ou preconceito a um conteúdo. E aí, como fazemos? Por isso que eu acho que a questão da prova, de sua qualidade e como a obtermos é que é fundamental e, ela passa pelo livro ser o menos imbecil possível e aí sim, a fiscalização de se o professor da disciplina está ensinando de acordo com o conteúdo.

Por *prova* me refiro, obviamente, a como provar que o professor está doutrinando. E além disso temos as avaliações, nelas é que também veremos se um professor está pendendo para uma visão política.

sexta-feira, agosto 26, 2016

Made in MEC 01


“É fato que a conformação dos estilos de consumo varia drasticamente entre os países desenvolvidos e os menos desenvolvidos, sendo muito graves também as diferenças verificadas entre os perfis de consumo nos centros urbanos e no meio rural. No entanto, os apelos de mercado têm ampliado as fronteiras de atuação, generalizando, assim, um ideal crescente de consumo, impedido por restrições econômicas regionais e pelo estágio tecnológico vivido”[1]


Não são "estilos de consumo" que variam de país a país, mas seu valor, na melhor das hipóteses. O estilo é algo que varia internamente a cada país, região, cidade, enfim... E "meio rural" presumido como área pobre, só mesmo em um livro do MEC mais próximo de você. Quem acha que áreas rurais no Brasil são necessariamente pobres deveria dar uma olhada nos PIBs internos do Brasil por setor produtivo e conferir o que se obtém em áreas especializadas na agricultura comercial. A raiz dessa divisão entre um bloco de desenvolvidos e outro subdesenvolvido é leninismo barato e da zona rural como retrógrada, pobre e famélica é marxismo do século XIX. Ainda, o ideal de consumo não é impedido, pode não ser alcançado, mas enquanto ideia permanece livre, pois isto ninguém consegue reprimir em outrem.



[1] Oliveira, Gilvan Sampaio de. Mudanças climáticas : ensino fundamental e médio / Gilvan Sampaio de Oliveira, Neilton Fidelis da Silva, Rachel Henriques. – Brasília : MEC, SEB ; MCT ; AEB, 2009. 348 p. -- : il. – (Coleção Explorando o ensino ; v. 13). Disponível aqui, p. 128. Acesso em 26 ago. 16.

quinta-feira, agosto 18, 2016

Debate sobre o Escola Sem Partido


7 exemplos de como Lula é retratado como herói nos livros didáticos brasileiros
http://spotniks.com/7-exemplos-de-como-lula-e-retratado-como-heroi-nos-livros-didaticos-brasileiros/ via @spotniks
Aí pessoal, um bom artigo expondo a hipocrisia do professorado que diz não haver doutrinação nas escolas. E lembro que dia 23, terça às 20h estarei debatendo o assunto no auditório do CCJ-UFSC. Apareçam lá, espero que "pegue fogo". No sentido metafórico, claro...
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http://inter-ceptor.blogspot.com/
Fas est et ab hoste doceri – Ovídio
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