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domingo, novembro 08, 2015

As lágrimas do elefante e o sorriso de Suzane




Esta matéria diz que um elefante, um filhote de elefante chorou cinco horas seguidas após sua mãe tentar matá-lo assim que nasceu. Os tratadores o salvaram e após duas horas, sua mãe tentou atacá-lo novamente.


Pois bem, agora leiam a conclusão da matéria:

"A mãe pode ter tentando matar seu filhote porque a vida em cativeiro muda o comportamento tradicional das famílias e isso interfere nos instintos protetores dos animais em relações aos bebês."

Eu não acredito nisto. Há muitos e muitos animais, creio que a imensa maioria que não adota este tipo de comportamento. Não há evidência que o cativeiro (e eu não estou defendendo o cativeiro, aliás, eu o abomino) leve a isto. Acho que o instinto maternal é forte demais para sucumbir à pressão do cativeiro sobre o comportamento. A etologia não é determinada única e exclusivamente pelo condicionamento ambiental, nem este condicionamento tem como objetivo levar mães ao assassínio de seus filhotes.  Outra situação recorrente é a depressão pós-parto, que não existe por causa do cativeiro.

O que houve então? Isto eu não sei dizer, mas sei dizer que há algo que carregamos geneticamente ou, como diziam os antigos "que nasce com a gente", que dá no mesmo, a diferença é que a primeira forma de dizer dá um ar 'científico'. Dito de outra forma, alguém se torna psicopata ou nasce psicopata? Ora, alguns de nós simplesmente o é, não se torna algo. Comprovações? Evidências? Não as tenho, não estudo o assunto, mas sei dizer que na minha geração se acreditava muito mais que "o meio transforma o
homem" e isto é cada vez mais questionável. Lembro-me claramente de como desdenhávamos dos mais velhos, dizendo que eram 'retrógrados', 'reacionários' por estigmatizarem quem era diferente, não pensando que "não tiveram a
mesma chance que nós". Nada a ver! Tem gente que, simplesmente, teve todas as chances, economicamente falando, mas trilhou outro rumo, da indiferença, completa ausência de empatia por outros seres para atingir seus objetivos. E se for assim conosco, por que não com outras espécies? 
 
Suzane Richthofen, quem coordenou o assassinato de seus pais poderia nos dar uma pista...


terça-feira, outubro 18, 2011

O Homem e o Mundo Natural



Artigo que escrevi inspirado em um dos melhores livros que já tive o privilégio de ler, O Homem e o Mundo Natural de Keith Thomas:


Quando era garoto, na periferia de Porto Alegre onde me criei, havia uma espécie de limbo entre o meio urbano e o rural. De meu edifício de quatro andares, eu avistava um campo onde os bois e vacas pastavam. Não havia uma transição gradual como na maioria de nossas cidades atuais, era abrupta. Acostumei-me tanto a esta paisagem sui generis que ao avistar as paisagens citadinas de hoje, sinto um estranhamento pelo que, na realidade, é “normal”. Como dizia, hoje nosso espaço é marcado por uma espécie de continuum urbano, que vai dos sobrados do centro histórico aos edifícios espelhados do centro expandido, passando por áreas decadentes, chegando nos bairros que contrastam miséria arquitetônica e infra-estrutural com um luxo cercado por uma moderna e quase medieval barreira que, behavioristicamente, simplesmente nos esquecemos de nossa “natureza”. Mas, aí acabo de tocar numa palavrinha que gera um verdadeiro “rebu” na filosofia... O que, afinal de contas, é a “natureza humana”?