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quinta-feira, novembro 15, 2018

Mercado, Racismo, Ignorância e Manipulação no Enem

Você acha que que os habitantes de áreas pobres estão lá por serem vítimas do racismo ou pela dificuldade de se inserirem no mercado?

1. O mercado é formado por um conjunto de relações interindividuais, óbvio ululante;
2. O que é produzido e vendido depende, essencialmente, do que é procurado, das demandas que surgem por influências diversas, não importa. O fato é que é assim que funciona.
Entonces, se alguém vende mais bonecas brancas ou se as promoções para vendas utilizam mais modelos brancos não é porque “o mercado”, enquanto uma entidade abstrata prefere isto ou aquilo. Não é “a coisa”, mas as pessoas que têm recursos para gastar. Se você não gosta desta relação assim como está constituída, com os objetos a venda e a forma como se apresentam para venda É UM DIREITO SEU, mas também É IGNORÂNCIA SUA tentar mudar isto na marra sem procurar entender PORQUE ISTO CHEGOU A ESTE ESTADO DE COISAS.
Se você é do tipo que acha que uma canetada, uma “lei de cotas para o marketing” ou algo assim seja suficiente para alterar a situação etnicamente desigual no mercado, sinto dizer, vc não passa de mais um iludido. Então, o que se faz? Comece perguntando o que pode ser feito para facilitar a entrada das pessoas de diversas origens raciais, composições fenotípicas, culturas, religiões etc. para entrar no mercado. Ou seja, sabe aquela balela de “o capitalismo exclui isso e aquilo”? Está, fundamentalmente, errada, pois estas pessoas QUEREM entrar no mercado, ou seja, não se trata de serem excluídas, elas é que não conseguiram ser incluídas devido aos obstáculos. Obstáculos…
Quais seriam? Além da óbvia instrução (educação para o trabalho e não esta merdaiada ideológica que temos hoje na escola pública), a desburocratização e simplificação jurídica permitiriam a geração e desenvolvimento de um movimento de empreendedores de pequeno porte que dispondo de mais capital iriam gradativamente investir em si próprios, ou seja, consumindo, bens e serviços, como é o caso da educação também. Se há dificuldades elas estão na burocracia e impedimentos para se abrir empresas e contratar funcionários e nosso país é reconhecidamente um dos mais difíceis de se trabalhar e produzir. Outros fatores como a insegurança jurídica gerados por leis restritivas à circulação do Capital, como é o caso daquelas que preveem a “função social da propriedade” têm sua cota de responsabilidade neste processo.
Como as áreas urbanas mais afetadas são as de menor estoque de capital, as populações pardas e negras são as menos guarnecidas e contempladas por investimentos. Esta espiral descensional de pobreza dificulta o processo de capitalização, justamente, de quem mais necessita dele, mas não por causa do mercado e sim pelo estado, seu peso em tributos, sua dificuldade em regulamentações e condução que impede a agilidade e dinâmica dos negócios. Quando se consegue a licença, quando é exequível devido ao seu custo, muitas oportunidades já passaram e acabaram sendo atendidas pelo mercado informal, isto é, pelo contrabando e ilegalidade.
Isto explica a desigualdade de renda entre grupos raciais e não o racismo, enquanto sentimento de desprezo por outro grupo étnico. Não é o ódio ou o nojo, mas o olhar complacente e arrogante de um burocrata estatista que se vê como “bom gestor” que gera a miséria.
E é aqui que o Enem perde mais uma vez a chance de não imbecilizar a massa de estudantes que toma suas asneiras como sintoma da realidade. A irrealidade gerada por suas questões são prova da visão de mundo distorcida de nossos inúteis acadêmicos.
Antes de analisarem a questão com seus próprios olhos cabe a pergunta:
#UniversidadePúblicaParaQuê ?


Agora atente para o fato de que a questão trata do Racismo, mas não pergunta sobre o Racismo, o que significa que o Racismo na propaganda é intencional, planejado, de acordo com o estudo feito e retratado através do texto. Ou seja, o conteúdo passa batido, como se fosse consensual, como se todos concordassem com isto, pois, afinal de contas, a questão é outra, sobre a forma de apresentação do texto e não sobre seu conteúdo. Entendeu como a coisa funciona? Você tem que concordar, pois eu te empurro uma interpretação e o que você pensa não é importante. Claro que se não fosse por esta conclusão, de que há racismo na publicidade e suponhamos, pelo contrário, que a conclusão fosse oposta de que não há racismo, a interpretação também estaria sendo empurrada tua goela abaixo. Mas daí é que vem a questão a que me proponho desde o início: por que este tipo de interpretação que sempre prima por vítimas de um sistema é a que predomina? Pense.
Anselmo Heidrich
15 nov. 18

domingo, dezembro 07, 2014

Mérito, fomento e dependência


Se o incentivo não apropriado cria dependentes, como na 2ª figura, a régua inapropriada perpetua injustiças, como na 1ª, já na forma ideal, cada um de acordo com suas capacidades, aptidões e, sobretudo, vontade consegue meios de se desenvolver. 

Em Meritocracia - sim ou não?, o autor questiona a ideia de meritocracia e, em alguns pontos ele tem mesmo razão, não dá para aplicá-la em tudo na vida como querem alguns liberais radicais, como, por exemplo, entre crianças que não tiveram sequer oportunidade de ensino mínima com quem nasceu em berço de ouro e contou desde cedo com ensino de boa qualidade. Mas, o que eu discordo do texto, se bem me lembro é que a meritocracia enquanto conceito aplicado se refere sobretudo ao mundo empresarial. É aí que ela se faz efetiva, para não acomodar o setor produtivo buscando sempre melhores resultados e inovações. Para este Brasil que se acostumou com "bolsa-isso", "bolsa-aquilo" e não é só o Bolsa-Família, mas o "Bolsa-Empresário" que é o que faz o BNDES... A tão desejada competição no mercado livre não ocorre. Não vejo, p.ex., meritocracia para valer nas empresas de telefonia que além de serem poucas trabalham com mercados fechados para elas. Idem para nossas ridículas montadoras automobilísticas e assim vai. Agora, em teoria eu acho o seguinte... Vamos comparar com um time de futebol ou qualquer outra coisa, o valor individual do jogador permanece válido e desejado, quem não quer ter no seu time um puta artilheiro, um verdadeiro matador? Claro! Mas todos nós sabemos que sozinho em campo ou sem parceria ele não vale merda nenhuma. Então, temos que ter time, mas time com garra comum, um coletivo com harmonia e estratégia de um líder. Aí então não é só a meritocracia que torna o time um caso de sucesso, mas a cooperação e a liderança. Se me entendeu bem, o que penso que deveria ser estruturado no poder político e setor público (porque já existe no mundo empresarial) são:

1. Liderança

2. Cooperação

3. Mérito individual

Trabalhando em conjunto. Ou seja, não é só o mérito individual do liberal, nem só a cooperação do socialista, nem só a liderança do pensamento autoritário, mas uma sincronia dos três para a máquina funcionar, no nosso caso, para a sociedade funcionar.

Penso mais ou menos assim. Ao contrário de muitos colegas, eu desejo um estado forte, mas isto não quer dizer um estado inchado. 

sexta-feira, abril 04, 2014

Teoria do valor em Marx - 01


A teoria do valor de Marx não serve para nada em termos práticos. Ou discutimos casos reais, a partir de mercados concretos ou elaboramos megateorias pretensamente científicas que pretendam explicar qualquer situação de mercado no mundo sem levar em conta fatores subjetivos na formação do preço. Como se poderia formular este segundo modelo? Simples, isolando uma única variável que, no caso de Marx, foi o tempo, medido em horas. Lembremos que a pretensão de Marx era uma teoria geral do capitalismo, como parte de algo mais grandioso ainda, uma teoria dos modos de produção (sistemas econômicos) que fazia parte de algo ainda mais megalomaníaco, uma teoria da história. Marx não estava preocupado com uma teoria de funcionamento de um mercado conhecido, bem delimitado no tempo e no espaço. Ele acreditava que elaborando um corpo teórico unificado, que explicasse a exploração, a alienação, a mudança (e a revolução), também seria capaz de explicar o valor atribuído aos bens (mercadorias) no mercado. Lembremos também que a própria ideia de “mercado”, como algo que pressupõe liberdade dos agentes econômicos é totalmente alienígena ao pensamento marxista. Pensem em determinação que estarão se aproximando mais do pensamento de Marx.

Vejamos como o erro se processa... Suponhamos que eu leve 2 horas para encher um colchão de palha e um pescador qualquer 1 hora para pescar um peixe. Na visão marxista, na qual o valor é determinado pela quantidade de tempo, eu não devo aceitar menos que 2 peixes pelo meu colchão. Simples e atraente este modo de pensar, se o único fator determinante para a criação de valor fosse o tempo... Agora, quem disse que eu acho justo encher colchões enquanto que o mané passa os dias ao Sol, sentindo o vento e apreciando a paisagem para pescar enquanto beberica um traguinho? Para mim, isto é flagrantemente injusto e vou exigir muito mais do que dois míseros peixes pela minha estafante tarefa em um quarto lúgubre cheirando a mofo mexendo na palha. O fator de aptidão e apreço pelo trabalho não entra de nenhuma maneira no cômputo marxista. Simplesmente não há espaço para a subjetividade e, consequentemente, a intersubjetividade que geraria um preço de mercado. Para Marx, o preço é formulado às expensas dos indivíduos. Vamos complicar mais ainda... E se o custo da palha, da matéria prima em geral estiver em alta, o que não afetará o tempo que levo para encher o colchão, mas sim o preço final do meu produto? Ou, do outro lado, se os cardumes escassearem devido a uma sobrepesca (tragédia dos bens comunais) ou por fatores totalmente alheios à causas humanas, como alterações cíclicas na temperatura da água? Para Marx, nada disto deveria influenciar na formulação do preço, pois o que importa é o tempo necessário para produzir e ser explorado. E os tributos correspondentes à diferentes tipos de produtos, ou serviços, ou de acordo como localidades específicas? Pensem em n variáveis que mudem a composição de preços e vejam quão inoperante, inútil e anticientífica pode ser uma formulação geral abstrata como a de Marx. Explicar a formação dos preços implica em entender o funcionamento de mercados reais, mas se Marx tivesse feito isto não teria feito marxismo!

Os preços não obedecem a uma lógica dada pelo valor trabalho de acordo com as horas dispensadas para produção. Esta teoria ignora, em primeiro lugar, as diferenças inatas de talento. Eleger um critério, como o tempo dispensado é algo tão absurdo quanto escolher qualquer outro critério para efetuar uma transação como, p.ex., o peso de um saco de batatas e outro de arroz, trocando um kg de batata por um kg de arroz, como se o mesmo peso significasse mesmo valor. Para Marx, a força de trabalho é mais uma mercadoria como qualquer outra e a forma de lhe atribuir um preço se dá pela quantidade de trabalho invertida na produção e essa quantidade se dá pelo tempo que foi gasto medido em horas. Mas, como diferenciar o valor do trabalho qualificado, mais caro, com maior valor agregado do trabalho não qualificado? E como comparar, através do método marxista, o trabalho artesanal que voltou a receber maior valorização recente frente aos produtos uniformizados em escala industrial? O que diferencia seus preços não é a quantidade de tempo dispensada em cada atividade e sim uma conjunção de fatores que é variável dentro de uma mesma sociedade, quanto mais de sociedade para sociedade em diferentes momentos históricos.

O principal erro de Marx nesta teoria do valor é o de procurar uma explicação independente das intenções e predileções individuais que afetam a formação do preço, através da apreciação individual do trabalho. Como analisar todos os indivíduos? Não dá, por isto mesmo é que se analisa o resultado de suas interações, que são os preços de mercado.

Que muitos não queiram perder tempo lendo Marx, eu entendo perfeitamente. Mas, procurar uma tábua de salvação em um nome como o dele sem conhecê-lo, não passa de “argumento de autoridade”. Qualquer caixa de banco saberá nos ajudar muito mais para entender preços (e valores) do que toda filosofia hermética, ultrapassada e anacrônica de Karl Marx.

(...)

sábado, julho 06, 2013

Quem dera um Pinochet?

Sobre: Wall Street Journal says Egypt needs a Pinochet – can it get away with that? | Martin Pengelly | Comment is free | guardian.co.uk
O cara está certo, além do que ninguém garante que o sucesso chileno se repita com uma mesma fórmula no Egito. As respostas a um pacote de medidas, por mais amplo que seja, podem ser diversas se considerarmos o meio em que ocorrem. Sou partidário das reformas que levaram o Chile ao desenvolvimento, mas não posso crer que uma ditadura seja moralmente admissível. Embora, um regime que tente corromper a constituição e solapar a justiça, como o fazia Allende deva ser interrompido, mas institucionalmente, através de dispositivos criados para este fim.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

O problema com a privatização » Opinião e Notícia

O texto é muito inteligente, sobretudo ao inverter a conceituação de 'privado' e 'público' ao final provando quão privadas são, na verdade, empresas públicas ou agências estatais sem transparência. Mas, desculpe-me a ignorância, esta acusação sobre como o liberal clássico vê a questão da privatização eu achava que era menos importante do que o papel do bem público e do bem privado numa sociedade. Tanto é assim que Adam Smith se insurgiu contra o mercantilismo, ou seja, o intervencionismo e favoritismo do estado para um grupo de empresas. Bem, seja como for, o texto é realmente muito bom. Parabéns!
Cf.: O problema com a privatização » Opinião e Notícia

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Libertarianismo, o falso liberalismo

Um imbecil 'libertário' me disse:
Se oferta criasse demanda, qualquer um poderia ser empreendedor. Bastava ofertar qualquer coisa que magicamente apareceria alguém pra comprar. Se usarmos a lógica até o fim, dá pra provar que se a oferta cria demanda, então o empreendedor explora o empregado. 

É justamente o contrário, o empreendedor é importante porque ele tem que DESCOBRIR qual é a demanda, apostar nisso e ainda organizar a produção da maneira mais eficiente possivel. Por isso nao é qualquer um que consegue ser empreendedor.

Bens imateriais, como idéias ou sentimentos, são sempre inexauríveis. Ar ou agua salgada um dia ainda podem se tornar exauríveis. Todo bem físico é exaurível, portanto pode-se tornar propriedade privada se virar umitem escasso.
A verdade é que qualquer um pode ser empreendedor. Poder pode, mas se alcançar, são outros 500. O que diferencia as pessoas não é o direito, mas a vontade e teimosia. O preconceito básico de que a demanda cria oferta tão somente é o que nos impediria de apresentar novidades e pensar assim, logicamente, nos faz crer que o único modo de colocar novidades na prateleira é através de um planejamento central, seguro o suficiente para nos garantir o retorno. Ora, mercado é risco e este risco compõe a premissa que leva a mudanças tecnológicas. "Descobrir qual é a demanda" é tão obtuso porque parte do preconceito implícito de que os seres humanos têm um escopo limitado de necessidades. Vejamos a culinária, para que tanto se, de acordo com a obtusa ideia de que a demanda, tão somente cria a oferta bastaria a nós para manutenção de nosso metabolismo uma dieta balanceada de uma ração similar a dos chimpanzés da NASA, absolutamente saudável, mas sem a magia que faz com que pratos novos sejam criados? 

Agora, burrice tem limite, ar e água não são exauríveis. Este pessoal não tem a mínima vergonha de dizer estultícies como estas?! Pode-se sim arguir que a limpeza deles tem um custo, mas o que não é o mesmo que alertar seu esgotamento ou extinção. E de acordo com este exemplo, tosco, o alerta de grupos ambientalistas-melancia* faz todo o sentido. Não, eles estão errados, o problema não é a quantidade, mas a qualidade do que nos interessa e queremos. O que sustenta o meio ambiente em equilíbrio (dinâmico, não nos esqueçamos) é o salto tecnológico. Não tem a menor chance de  se obter uma fundamentação teórica legítima de acordo com o libertarianismo a ideia de que só bens exauríveis possam se tornar propriedade privada. Do jeito que falam, o libertarianismo é tão anarquista que chega ao ponto de se lixar para a propriedade privada, pedra fundamental de nossa sociedade.

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*Verdes por fora, vermelhos por dentro, isto é, falsos ambientalistas que são, no fundo, velhos ideais socialistas com nova roupagem, pretensamente ecológica.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Falsa dicotomia - 1

Eu acredito que a estatização/liberalização da economia não são necessariamente cíclicos, pois para isto eu teria que acreditar em ciclos, mas acho sim que são momentos neste percurso em que o apoio estatal, feliz ou infelizmente, é adotado em detrimento da geração espontânea. A propósito, há momentos em que uma economia competitiva, como foi o caso de nosso agribusiness não pode prescindir de um fomento estatal. Acho também que esta dicotomia teórica (estatal vs. privado) é muito mal colocada, pois por "estatização" podemos tanto entender o aumento de tarifas alfandegárias pura e simplesmente, o que considero maléfico no longo prazo, quanto o apoio a pesquisa e desenvolvimento científico como feitos no ITA ou na EMBRAPA dos quais sou um entusiasta. Aliás, muito a propósito, conferir: 

http://www.economist.com/printedition/2012-01-21

domingo, outubro 16, 2011

Doações de animais



Quem já não recebeu um e-mail procurando novos donos desesperadamente para adoção de cães ou gatos? Pois é... Isto é mais comum do que se imagina e o caminho para a solução também é bastante óbvio.