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quinta-feira, novembro 28, 2013

Manual do perfeito idiota antiamericano - 01

Aí Moniz, eu curti tua entrevista, velho! Vejo tudo daqui do além, meu...
CC: Fala-se muito a respeito da emergência da China como potência. As intrínsecas relações econômicas entre as duas partes podem servir para moderar a rivalidade entre Pequim e Washington?

MB: Sim, as relações econômicas moderam a rivalidade, mas não a eliminam. Grandes corporações americanas entre as quais Boeing, Caterpillar, General Motors, 3M, United Technologies, DuPont, Apple, Qualcomm, Intel Corp e IBM estão a depender do crescimento do mercado na China. E a economia dos EUA, como um todo, depende fortemente do influxo de capitais de outros países, como a China. O Banco Central chinês, em setembro de 2013, possuia reservas da ordem de 3,6 trilhões de dólares. Um calote dos EUA, cuja possibilidade não se pode descartar, abalaria profundamente a China. O governo de Beijing passou a acelerar a estratégia para destituir o dólar do status de moeda de reserva mundial, impulsionando a globalização do yuan. Enquanto o dólar for moeda internacional de reserva, os EUA manterão a supremacia mundial. A economia de “free markets” no estilo que os Estados Unidos querem manter engata os países a um sistema de força, compelindo-os a aceitar dólares sem limites. E há no mínimo cerca de 20 trilhões de dólares, valor muito superior ao PIB americano, em circulação no mundo. A China e demais países têm de comprar esses dólares sem lastro (US Treasury Bond) apresentados como os investimentos mais seguros, porque não há alternativas, e assim eles voltam aos Estados Unidos, para financiar o consumo do povo americano, o déficit orçamentário e suas guerras. E a China quer libertar-se desse sistema, assim como a Rússia, Brasil e outros países.
Existem também fatores geopolíticos que aguçam a rivalidade. Através da rota marítima, ao sul da China, circula cerca de um terço do comércio mundial e a região possui reservas inexploradas de gás e petróleo. A essa região do Pacífico o presidente Barack Obama deu "máxima prioridade" na política externa dos Estados Unidos e lá aumentou sua presença militar, inclusive com o envio de 2,2 mil soldados para o norte da Austrália, o que provocou forte reação da China. Os Estados Unidos temem o rápido crescimento e militarização da China. Porém, nada podem fazer para impedi-lo. Com o desenvolvimento tecnológico e a globalização da economia, a possibilidade de guerras entre grandes Estados virtualmente desvaneceu. E os Estados Unidos, com todo o seu potencial bélico, dificilmente prevaleceriam sobre um país cuja população é cinco vezes maior do que o tamanho da população americana.

CC: O senhor acha que os EUA podem sofrer do mal classificado por Paul Kennedy como “excessiva extensão imperial” e eventualmente perderem seu status de única potência?

MB: Os Estados Unidos intoxicaram-se com a vitória na Segunda Guerra Mundial e julgaram, após o fim do regime soviético, que seu império ainda poderia durar 300 anos. Porém, o militarismo sempre constituiu o meio pelo qual todos os impérios se suicidaram. Em agosto de 2007, David M. Walker, chefe do Government Accountability Office (GAO), órgão do Congresso americano encarregado da auditoria dos gastos do governo, advertiu que o país estava sobre uma “plataforma abrasante” de políticas e práticas insustentáveis, escassez crônica de recursos para a saúde, problemas de imigração e compromissos militares externos, que ameaçavam eclodir se medidas não fossem em breve adotadas. Sem um estado de guerra permanente a economia dos Estados Unidos deixa de funcionar. O mesmo aconteceu com o Império Romano. Mas não será nenhuma outra potência que derrotará o Império Americano. Ele há de desmoronar, ao longo de algumas décadas, sob o peso de suas contradições econômicas. Os Estados Unidos não podem aumentar, indefinidamente, a dívida pública, que já se tornou impagável, emitir dólares sem lastros para comprar petróleo e outras as mercadorias – commodities e manufaturas – e importar capitais de outros países, mediante a venda de bônus do Tesouro, para financiar o déficit orçamentário, o consumo, que excede a produção, e as guerras que empreende a fim de sustentar a indústria bélica e sua cadeia produtiva, da qual sua economia tanto depende.


É impressionante como a realidade muda e o discurso surrado se adapta, como um camaleão no ambiente diverso. Há poucos anos, este mesmo tipo de análise permaneceria igual sem, no entanto, se mencionar a expressão "dívida pública" porque ela sequer tinha sido divulgada como problema, ao contrário, nem era vista como sendo um problema, tal como era a dívida externa. Alguém aí se lembra de ouvir dizerem que "a dívida externa americana era a maior do mundo"? E aí, ela deixou de ser ou apenas se mudou o foco? Agora, que os EUA enquanto formação social pode se alterar, chegando mesmo a se fragmentar, bem, nada é impossível e o que parecia totalmente inviável até bem pouco tempo atrás se revelou plenamente viável. Agora, não é interessante esta relação dramática, este quadro lúgubre pintado por Moniz Bandeira no qual há uma vítima e um estuprador? Por que a economia internacional "ao estilo free market" é uma imposição e o litígio no Mar da China Meridional do qual os tubarões de Pequim querem extrair até a última gota e molécula de hidrocarbonetos é um direito? Onde estão as Filipinas, Indonésia e Malásia aí, totalmente ignoradas? Quem é que age e é o verdadeiro imperialista, cara pálida? Internamente, pode se dizer o mesmo do tratamento dispensado por Pequim aos tibetanos e uigures do que faz Washington com sua oposição? Mas é muita cara de pau mesmo... Escrita quilométrica combinada com argumentos fossilizados não mudará o fato de que a atração de imigrantes eleva sim os gastos com saúde, mas enquanto um sistema público não for imposto, os estados se sustentam nos EUA. E a questão da segurança também tem que ser vista sob as frias lentes da estatística e não pelo clamor e prato (plenamente justificados) de quem perdeu seus entes amados em um tiroteio, sinto muito. Choca, sem dúvida, mas tome o índice de homicídios mensal de Curitiba e compare com o anual de Los Angeles para ver como se aproximam e terá uma pequena ideia do que digo. Há muito por melhorar? Claro que sim, mas faço minhas as palavras sobre este assunto, que B. Lomborg utilizou para a questão ambiental mundial, "apesar de estarmos muito longe do que seria uma situação ideal, não estamos tal mal como se diz e acredita". Em se tratando de violência, o mundo melhorou (cf. o vídeo da palestra de S. Pinker divulgado aqui na lista), assim como os EUA que saíram de crises muito piores. Lembrem-se que nos anos 50 e 60, o 'clima' nos EUA era tão ou mais atordoante: ataque nuclear, expansão do comunismo, reflexos da II Guerra Mundial, teor de outra crise de 29, rápida urbanização e mudanças de padrões comportamentais, "explosão demográfica" das metrópoles, seus guetos e crime em geral, drogas, paranoia ambiental etc. Isto para não falar nos ETs apreendidos pelo governo (mundial) no Novo México ou outra bobagem similar que ainda conquista tolinhos mundo afora. Por que será que o mundo não acabou e os EUA seguiram firmes? Não é porque não houve crises, mas a visão delas impede de se ver transformações de longo prazo, a maioria associada à demografia. Agora, antiamericanistas ingênuos, qual é o país que apresenta significativo decréscimo populacional mundial? RÚSSIA. Qual é o país que apresenta significativo desequilíbrio entre os sexos, com mais homens que mulheres? CHINA. Qual é o país que a população idosa aumenta vertiginosamente em relação aos jovens? JAPÃO. E Moniz Bandeira vem me dizer que os EUA estão perto de seu fim?!

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

FUVEST: Geografia para idiotas

A partir de 2004 iniciei uma série de artigos comentando provas de seleção, seja de vestibulares de grande procura e concorrência no estado de SP onde vivi e trabalhei quase duas décadas ou no famigerado ENEM. Aqui, o primeiro deles:


A prova de Geografia 

da FUVEST 2004


por Anselmo Heidrich em 16 de janeiro de 2004 
Resumo: Em artigo para o MSM, o professor Anselmo Heidrich mostra como a última coisa que existiu no vestibular de Geografia da FUVEST - 2004 foi... a própria Geografia! 
© 2004 MidiaSemMascara.org



Agora que o maior vestibular do país terminou neste ano, e muitos candidatos foram postos à prova segundo conteúdo ministrado por milhares de professores no estado de São Paulo e no Brasil em geral, cabe fazermos alguns comentários. Só que um pouco diferentes do que os feitos pelos cursos pré-vestibulares.
Na primeira fase foram doze questões, quatro extremamente problemáticas com relação a orientação que os formuladores do vestibular lhes deram. E na segunda foram dez questões, e simplesmente cinco delas são tendenciosas.
A seguir, as questões e seus respectivos gabaritos comentados.

terça-feira, janeiro 31, 2012

Intelectuais totalitários definem o que é o "bom gosto"

80% de brasileiro q vai aos EUA fica na Flórida pra visitar Disney e comprar barato em Mall "deslumbrante". Desses, 1/3 dá esticada até NY e desses 1/10 vai ao Metropolitan ou ao Guggenheim. Resumo da ópera: 97% da brasileirada atual q vai aos EUA não sabe q negócio é esse. Duvido q visitante culto passe o dia todo na Chicago Art Gallery e encontre por lá um só turista brasileiro. No máximo estarão em Las Vegas!
Visita a Disney é um passatempo sem igual. Eles são os melhores neste tipo de diversão e reclamação de intelectual neste campo chega a ser patética. Por acaso o que é pagar caríssimo para ficar sentado ou em pé fingindo que sabe sambar vendo os grupos desfilarem no Carnaval? Há algo mais kitsch do que isto? E dizer que 1/3 vai em outro endereço mais sofisticado é chover no molhado. Obviamente que uma minoria daqueles gringos que vem para o Rio é que busca algo mais diferenciado dentro de sua própria turba. Não dá é para sentar numa torre de marfim e dizer que a massa deveria se comportar como uma trupe formada por críticos de arte, assim como fazem em relação a cinema e tudo o mais. E o que dizer daqueles que vão para o Beto Carrero? Quer dizer então que não se pode fazer turismo com crianças por que é “coisa de alienado”? O que me envergonha são outras coisas: 




É isto que é “ser feliz”? Reafirmar nossa latinidade é fazer papel de palhaço?

domingo, dezembro 25, 2011

Brasil VS China - 1

Vejam só:
China age para vetar o Brasil no Conselho de Segurança da ONU | Forças Terrestres - ForTe - Estratégia, Tecnologia Militar e Segurança
-- China querer vetar o Brasil no CS? Não pode! O inimigo sempre são os EUA, têm que ser eles...
-- Mas os EUA são espertos, já sabem que não temos a menor chance, deixa outro queimar o filme.

Não trato nenhum organismo do porte de um estado-nação como uma entidade sujeita a humores e hormônios, exceto quando centralizada na figura de um "grande líder", geralmente um déspota, mas sim como dotada de objetividade segundo seus interesses e este parece, claramente, o caso chinês. Não faz o menor sentido para membros de um grupo seleto que, por isso mesmo detém maior poder popularizar suas cadeiras. Mesmo que o candidato seja o Brasil, pois amanhã pode ser o México, uma Turquia etc. e daí, como ficarão os membros deste grupo, com cotas menores de influência política e econômica mundial? Claro que isto não lhes interessa e o Brasil provavelmente faria o mesmo, caso detivesse uma posição semelhante... Então, em boa parte de minhas intervenções adoto um Q de ironia para meus missivistas que acham e tratam o EUA como um verdadeiro "império do mal", como se tudo que de lá proviesse posse constituído de glacê com recheio de veneno. E, pior que muitos ainda se vêem como "cientistas"... That's all! Ôps! Me desculpe por usar o idioma inimigo, tenho que adotar o tupi-guarani e me comunicar só com os da mesma linhagem...


sábado, novembro 26, 2011

Globalização e Culturas


A group of American tourists arrived in Italy not long ago. “Amazing!” one said to their tour guide, a friend of mine: “You have pizza here too.” A group of Japanese Boy Scouts landed in Chicago. “Amazing!” they told their troop leader. “They have McDonald’s here too.”
NationalGeographic.com 


Como os antiamericanistas enxergam
a globalização frente às culturas...

Os suplementos culturais dos jornais, geralmente são relegados ao segundo plano. O caso do Valor Econômico, por exemplo, é bastante sintomático, já que o jornal trata de economia e da política quando estreitamente relacionada à própria economia. Mas depois da dança das cotações das ações da bolsa, da crítica aos subsídios externos e ao clamor dos mais sensatos por juros e carga tributária menores, o que resta? A análise da política passa de modo rasteiro. Muitas vezes, sem dar nome aos bois ou revelar interesses, lobbies etc. E o que pode se chamar de “análise cultural”, praticamente nunca é tratada de modo sério, ou seja, revelando mais de uma visão sobre um tema tão amplo e vago.