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quinta-feira, julho 18, 2019

É bobagem dizer que Hitler era esquerdista

Hitler em Munique (1931) na saída da sede do Partido Nazista.

“Mas a opinião de Hitler vale alguma coisa?” Depende, tudo depende. Assim… Vamos dizer que tu queiras combater o racismo, certo? Quem foi o maior expoente do racismo, que propôs a extinção de seus inimigos raciais e não só teorizou sobre isto como IMPLEMENTOU isto? Sim, ele mesmo, o pintor austríaco frustrado que tinha avó judia e perdeu a namorada para um judeu e também foi rejeitado como pintor, ADOLF HITLER. Então, mesmo assim tu ainda acha que a opinião dele não deve ser analisada? Pois quando dizemos “valer alguma coisa” não significa concordar com a mesma, mas levá-la em conta ao ponto de analisar seu impacto.
Assim, não ignore seu inimigo. Estude-o para melhor conhecer suas falhas, combatê-lo e vencê-lo. É tão básico isso que o simples fato de eu ter que explicar já explica muito sobre a incapacidade das pessoas em entender o óbvio se desvinculando de suas paixões.
Quanto ao artigo abaixo, quando Hitler fala que os nazistas não tinham nada a ver com comunistas, o posicionamento não é sobre a pauta econômica. Dizer que eram sim farinha do mesmo saco é totalmente anacrônico. Vamos por partes:
1. Naquele momento histórico e naquela sociedade, praticamente todos grupos políticos, a maioria defendia o intervencionismo estatal. Achar que então todos eram “esquerdistas” seria o mesmo que eu dizer agora que os governos militares também eram de esquerda na medida que avançaram a estatização da economia;
2. O erro aí está em não enxergar a dualidade Direita/Esquerda como o que é, RELATIVISTA, pois o termo “direita” e o termo “esquerda” não encerram em si mesmo nenhuma essência, eles dependem do contexto histórico no qual são utilizados. Tanto é assim, como é bem sabido, que esta dualidade surgiu em um momento histórico, pós-revolução francesa onde a esquerda era liberal e formada por comerciantes e a direita adepta da oligarquia, que seria no máximo defensora de um capitalismo de estado, algo que a direita atual, americana e brasileira dizem combater.
3. Ambos os regimes criados por Hitler e por Lenin foram genocidas, o nazismo tendo matado mais em menos tempo e o comunismo tendo matado mais em um prazo maior. Isto seria então suficiente para pô-los do mesmo lado político-ideológico? Não, pois se vermos assim, governos conhecidos pela sua posição à direita são os mesmos que mataram milhares de pessoas, como o de Pinochet no Chile só para citar um exemplo mais conhecido. Alguém poderia objetar que um governo que mata milhares ainda assim é melhor do que um mata dezenas de milhões… Sim, do ponto de vista meramente quantitativo, mas em termos de princípios, não. Daí, a diferença esvanece por completo. Notem que essas pessoas que acham que o número dá uma legitimidade moral são as mesmas que eximem Daltan Dallagnol de qualquer culpa por desvios de função para ganhar mais dinheiro, mas acusam os petistas de corrupção pelo desfalque de bilhões. Sem dúvida que para a economia, o último foi o pior, de longe, mas em termos de moral nenhum pode arrotar superioridade.
A diferença é que direitistas assim são melhores em grau, mas não em princípio. Ambos são corruptos, pois anulam os procedimentos que garantem a defesa dos direitos do indivíduo. Ser direitista não te torna, necessariamente, um defensor das liberdades individuais. Esses direitistas, aliás, valem tanto quanto os esquerdistas que conhecemos: porra nenhuma.
Popper, em livrinho ótimo chamado A Miséria do Historicismo (que parodia criticamente A Miséria da Filosofia de Karl Marx) faz a distinção entre o que ele chama de ESSENCIALISMO e NOMINALISMO. A primeira vertente filosófica é a que procura “essências verdadeiras” em fenômenos que só são explicados pela sua conjuntura histórica, tipo quem diz “o verdadeiro comunismo de Marx não é isso aí etc.” Ora, isto não explica nada, no máximo que a teoria de Marx não era tão acurada, pois não previu a realidade. O comunismo de fato é o que foi feito. Sendo assim, o mesmo vale para o capitalismo. Não adianta tu vir com a balela de que “o verdadeiro capitalismo seria…” se nunca o vemos. O que podemos, na melhor das hipóteses, é COMPARAR modelos de capitalismo REALMENTE EXISTENTES e dizer como poderíamos melhor um ou outro. Portanto, não existem essências que tornam uma Direita Ideal modelo a ser seguido, nem uma Esquerda Ideal outro modelo a ser seguido, o que existem são os CASOS de governos de Direita e de Esquerda para serem estudados, porventura seguidos ou adaptados e, na maioria dos casos, REJEITADOS.
Agora, quando assumimos uma postura mais científica na filosofia, o que chamamos de NOMINALISMO encaramos cada caso como único e que o que o une a outro sob o mesmo nome é isso apenas, SEU NOME. Isto quer dizer que o comunismo chinês tem de ser estudado pelo que ele é, um fenômeno chinês e não porque é um sistema derivado do modelo teórico de Marx. Chineses antes do comunismo já matavam em massa, apenas se setiram legitimados depois, russos idem (estudem o czarismo) e assim vai. O desenvolvimento social e moral é um fenômeno anômalo, esta é a triste verdade e para segui-lo requer um esforço descomunal a passo de tartaruga na história. Portanto, TODO MOVIMENTO QUE DIZ TER FEITO UMA REVOLUÇÃO, SOBRETUDO NA ÁREA DOS COSTUMES ME CHEIRA A FALSIDADE.
Se eu já detestava petistas, esse nojo agora me vem quando vejo gente arrogante e que se acha imune às críticas fazendo movimentos e passeatas por um governo patético como o de Bolsonaro. Se Guedes acertar em algo (e torço por isso) serei analítico e ponderarei, mas NUNCA baixarei minha cabeça para uma personalidade fazendo culto a ela, NUNCA. Esta bobagem deixo para seres sub-humanos que precisam de ídolos e mitos.
Outra coisa que não sabem sobre o nazismo que coloca este movimento a direita do que havia na Alemanha é que, ao contrário do comunismo ele era religioso, cristão. Muitos dirão que falsamente cristão, mas este é o ponto, toda nova seita não é bem vista pela ortodoxia, tanto que aqueles que se auto-denominam “ortodoxos” vêem os outros como falsos, corrompidos. Ou vocês acham que a mistura de cristianismo com paganismo de Hitler é muito mais heterodoxa do que os mórmons primitivos que defendiam a poligamia? Além do mais, para todo cristão do oriente, o que se expandiu para o ocidente séculos depois no Império Romano deveria ser algo estranho e alienígena que pouco tinha a ver com o culto original porque, basicamente, tudo se adapta à realidade local. Fenômeno conhecido como SINCRETISMO e que tem no Brasil um exemplo notório.
Bem, se pouco importa que comunismo e nazismo tenham sido direita ou esquerda, exceto pelas suas posições políticas relativas em um dado momento histórico e na sociedade em que se desenvolveram, o que os une? Sim, eles têm algo em comum que é o que realmente importa, o TOTALITARISMO, um sistema autoritário nas regras, além das pessoas, que persegue dissidentes e tenta controlar a comunicação e reage às críticas taxando as pessoas de “esquerdistas” ou “direitistas” e sequer querendo debater civilizadamente. Eu vi este lixo ontem no PT, hoje eu vejo no Governo Bolsonaro. Eu tenho asco dessa gente. Eu tenho asco de um babaca grande e careca que vi segurando uma bandeira do Ustra, quando fui a uma manifestação contra o PT. A última que fui, pois o movimento pró-impeachment, democrático e civilizado tinha se degringolado completamente. De legítimo passou a ser meramente OPORTUNISTA.
Eu não me arrependo do que fiz, de lutar pelo impeachment, era necessário, mas é triste ver que um movimento social que se separava dos intervencionistas se tornou um movimento, desidratado, que deu voz a esta minoria autoritária que só quer legitimar o governo que está no poder e tenta calar a força os que discordam. Se quer governar, tem que aguentar as críticas, mas insuflar manifestações é uma maneira de não responder com conteúdo.
Espero que isto tudo termine um dia, mas temo que o pior ainda aconteça para que a maioria perceba seu erro. Para ficar claro, o povo acertou em derrubar um governo corrupto e ineficaz do PT, mas erra em apoiar um governo eximindo-o de seus erros (e não são poucos). De um movimento crítico se passou a um gado chapa-branca.
Portanto, minion, quando tentar colocar Hitler como “esquerdista” para preservar tua Direita, tu só estás tapando o Sol com uma peneira. Pois nazismo e comunismo são totalitários, simplesmente, contrários à liberdade individual, assim como o sentimento de gado é contrário à liberdade de expressão individual.
Anselmo Heidrich
17 jul. 19
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Imagem: “Hitler saindo da sede do Partido Nazista em Munique, 1931” (Fonte): https://www.flickr.com/photos/recuerdosdepandora/7106028925

segunda-feira, maio 20, 2019

Exposição Vítimas do Comunismo


Vamos lá, o que vocês ouvem quando acusam “o comunismo de estar por trás disso” em relação às mazelas latino-americanas e mais especificamente, brasileiras tem pouco a ver com comunismo, rigorosamente falando.
Comunismo é uma ideologia criada e herdada do século XIX. Sua criação não foi obra exclusiva de Karl Marx, embora este autor tenha se tornado mais famoso. Havia, o que se chamou no século XX de “socialistas utópicos” que acreditavam que poderia haver um sistema de base comunal, baseado em “bens comuns” que poderia servir a todos na sociedade. E como tantas vezes a História nos provou, esse modelo de repartição de bens, de repartição e distribuição da produção leva ao fracasso. Os indivíduos trabalham, como qualquer animal, sob o impulso dos incentivos, sejam eles materiais ou imateriais, não importa, isto depende do que cada um vê ou sente como incentivo. Eu posso trabalhar a mais por dinheiro simplesmente ou porque um trabalho é gratificante em termos de status, reconhecimento ou porque me “sinto realizado”. De uma forma ou de outra são incentivos que estão por trás do aumento de produtividade. Já, quando somos submetidos a produzir para uma entidade que nos é externa, como o estado, o partido, a igreja, ou o que quer que seja, a produção tende a estagnar ou diminuir, exceto se somos forçados a mante-la crescendo, o que é difícil de realizar, pois teremos que incentivar novamente alguém a obrigar os demais a produzir. Em termos institucionais, o aparato de repressão tem que se sofisticar para obrigar o próprio povo a produzir para uma dessas entidades, o estado, o partido etc., em termos ideológicos, a premissa de que “nós somos o estado e o estado é o povo” se torna fundamental para manter a roda desta engrenagem sistêmica.
Quando Karl Marx criou uma série de teorias para justificar seu método revolucionário de alternância do poder, ele partiu de uma falsa premissa… Quando jovem, Marx se indignou com a prisão de uma camponesa que colhia lenha no bosque na periferia de uma cidade na Alemanha porque o mesmo havia sido vendido (privatizado). Não fazia sentido para ele que antes o que não era crime de repente passasse a ser. Só por causa da assinatura em um pedaço de papel… Realmente, parece injusto. Mas se observarmos de modo mais abrangente, tentando enxergar a floresta e não só a árvore ou, no caso, o sistema e não só o seu efeito, quanto de capitalismo livre mesmo havia naquela sociedade? Pensem… Quantos parques públicos não haviam e que explorados por quem estava nas proximidades não deixando nada para os cidadãos residentes em outros bairros? Isto também não parece nada justo e é o que chamamos de “vantagem locacional”. Então, a melhor forma de equilibrar o acesso à lenha, necessária para calefação nas sociedades europeias do século XIX era ter amplo acesso a um produto — lenha — barato. E para isto se concretizar, o estado teria que diminuir seu controle sobre tais parques, os parques e bosques públicos. Tendo-os privatizado, a competição pela venda de madeira e lenha tornaria o produto mais barato e, portanto, mais acessível. Sei, sei que é muito teórico, mas teoria é uma explicação melhor fundamentada. Se não tivermos outros detalhes e ficarmos restritos a uma situação que, detalhe importante: não se generaliza para todos os lugares e épocas não conseguimos ver o que é fundamental. Vamos viajar no tempo agora…
Imagine uma sociedade que a maioria de seus membros padeça de fome, que não tenha uma alimentação adequada. Vimos isto tantas e tantas vezes na História que parece ser o padrão, não é mesmo? Mas está errado, isto é cada vez mais raro. Exceto por casos recentes em que se optou por um sistema totalmente centralizado de produção e distribuição de bens, como na Venezuela que, não faz muitos anos foi o caso — único no mundo — de redução do peso da população (segundo a ONU), e claro, países em sangrentas guerras civis, a fome em massa não é mais uma realidade. Pode se questionar a qualidade da alimentação, mas esta não é uma questão que dependa do acesso à propriedade privada e sim da cultura do consumidor que optando por este ou aquele padrão de alimentação será rapidamente atendido pelo mercado. Mas falávamos do Comunismo, certo? Para Marx, este seria o sistema final, resultante de todos os conflitos de classes sociais (fundamentais, a burguesia e o proletariado) que após um processo revolucionário (sangrento, necessariamente) de tomada do poder seria instaurada uma “ditadura do proletariado” que Marx definiu como sendo o “socialismo”. Neste estágio da revolução, o estado revolucionário formado por uma cúpula do partido — único, diga-se de passagem — controlaria toda a economia. Por que “partido único”?
Simples de entender, na cabeça de um marxista, na cabeça de Marx cessando o conflito de classes não haverá mais nenhum conflito importante na humanidade, portanto, não há necessidade de partidos que representem interesses diferentes, quanto mais divergentes.
A teoria marxista é como um ciclo de palavras que se fecham onde uma ideia é justificada pela outra. Para justificar a revolução existe a exploração e esta pela história que por sua vez muda para a revolução e assim e assim por diante. Nós sabemos que este nunca foi o caminho verdadeiro para o progresso humano, mas como desmontamos a teoria e suas subteorias (exploração, revolução, alienação, história etc.)? Com FATOS HISTÓRICOS. E estes fatos são detalhes que desautorizam a versão narrada pelo marxismo. Portanto, há dois caminhos que nós, democratas liberais temos que adotar para combater:
1. Provando como o mercado livre e o estado mínimo se complementam e são necessários;
2. Provando como a história de sociedades passadas não foi piorando até serem salvas pelo socialismo e a revolução, mas sim pelas mudanças introduzidas pelo capitalismo.
Mas antes de continuar a falar mal da Esquerda e sua péssima visão de mundo quero fazer um alerta:
Há um tipo de Direita, de mentalidade revolucionária e centralizadora que faz tanto mal quanto esta Esquerda e é só uma questão de tempo para que seus fracassos venham a tona causando tragédias. Porque o que lhes é comum não é a diferença de objetivos, mas a similaridade de seus métodos e por mais que se diga que se quer algo diferente e até oposto de seu inimigo, quando os métodos são os mesmos, para a História dos Fatos e não para a História das Mentalidades, os extremos se tocam sendo a mesma coisa.
Este é um excerto do que foi minha palestra.
Att,
20 mai. 19

quinta-feira, outubro 11, 2012

Erro Hobsbawn

Artigo imperdível sobre o farsante chamado Eric Hobsbawn: 
(...)
A experiência comunista – trata‑se de uma opinião já amplamente aceita – é responsável por cem milhões de mortes, e impôs ao século XX o estigma de uma das épocas mais assassinas da história. Já se descobriu que o marxismo‑leninismo é, na melhor das hipóteses, um devaneio acadêmico e um eufemismo para engenharia social; na pior, uma máquina infalível de guerra, conflitos e genocídios. Os condenados a aturar o comunismo livraram‑se agradecidamente dele assim que tiveram chance. Antigos fiéis da primeira hora – de Andrei Sakharov e Leszek Kolakowski a François Furet – viriam a explicar detalhadamente como pessoas inteligentes como eles próprios puderam estar tão enganados. Humanidade, liberdade, a simples compaixão pelo próximo: nada disso preocupa Hobsbawm. Para ele, a União Soviética caiu porque, infelizmente, não aplicou os métodos adequados para o verdadeiro comunismo. 

quinta-feira, agosto 30, 2012

Marxistas, os idiotas úteis / Marxists, useful idiots

Perfeito. Aqui, o ex-agente da KGB e dissidente soviético Yuri Alexandrovich Bezmenov fala sobre a perseguição interna dentro das agremiações marxistas. Tão interessante quanto adentrar nos meandros desta lógica do poder é poder entender o sentimento que afeta (e nubla o foco) daqueles que lutam por um ideal e se tornam simples reféns das paixões e vaidades humanas. Vale a pena assistir.