Nosso governo conseguiu, por pura incompetência e falta de comunicação entre seus ministérios, jogar fora o que seria um acordo histórico para o desenvolvimento econômico brasileiro.
Muito se especulou sobre as consequências para a União Europeia após a saída do Reino Unido, o chamado Brexit[1], mas seus reflexos vão além desse Bloco econômico, em especial para países vizinhos como a Ucrânia. Além disso, o distanciamento do Reino Unido tem uma dimensão que não é meramente econômica, afetando a Segurança e a Defesa do continente.
A combinação de crise com o crescente euroceticismo[2], e a necessidade de maior rigor na proteção às fronteiras devido aos fluxos de pessoas e mercadorias, reacende e fortalece movimentos nacionalistas com uma base xenofóbica na Europa. Nesse contexto, países da chamada “periferia europeia”, o que inclui economias menos prósperas do Mediterrâneo, além da Europa Oriental, e fatores de stress geopolítico – como a guerra na Síria – obrigam Bruxelas a identificar prioridades para manter a integridade da União Europeia.
Em termos globais, as disputas comerciais entre Estados Unidos e China, as crises de pandemias por conta de novas doenças que surgem, como o atual Covid-19, e conflitos nas bordas do continente europeu, tornam a situação muito complexa para sugerir quaisquer previsões futuras. Para a Ucrânia, a necessidade de tecer acordos com novos parceiros globais, como o Reino Unido, agora separado do bloco europeu, é urgente. Com a considerada ameaça russa no leste do país, aliada às instabilidades da União Europeia, dividida entre se expandir criando um ambiente de integração e harmonia vs. sua necessidade de segurança e protecionismo, não é criada uma visão segura para a política externa ucraniana. Embora o Brexit seja um afastamento radical de uma organização de longa data e história, a União Europeia, os políticos ucranianos podem usá-lo a seu favor para desenvolver ainda mais as relações britânico-ucranianas, sobretudo para atração de mais investimentos ao país.
COMÉRCIO
O comprometimento como aliado do Reino Unido com a Ucrânia existe desde sua independência em 1991 e, provavelmente, será preservado. As regras comerciais, por sua vez, serão mantidas durante o ano de 2020, sofrendo alterações somente em 2021. Juntamente com Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Egito, Rússia e China, o Reino Unido é um dos mais importantes consumidores de alimentos mundiais, comprando mais da metade do que consome. Com sua saída da União Europeia, o Reino Unido poderá obter mais alimentos, particularmente, aves, milho, trigo, malte, sucos e mel da Ucrânia, sem os custos que eram impostos aos exportadores.
Como a União Europeia é um Bloco exportador de alimentos, com restrições à importação de produtos de fora, sua prioridade é proteger agricultores alemães e franceses. Dessa forma, o Brexit é uma grande oportunidade para que um país como a Ucrânia, exportador de itens agropecuários, possa ganhar mercado dentre os consumidores britânicos.
O Reino Unido absorve 42% das exportações metalúrgicas da Ucrânia, 18% dos derivados animais, 13% dos produtos agrícolas e 7,5% dos alimentos. A importação desses itens vai além do consumo humano, pois a criação de bois, cordeiros, porcos e a produção de laticínios, cerca de 2/3 do setor primário[3], dependem dos grãos ucranianos para fabricação de ração. Para manter os benefícios e ampliar o volume de trocas, ambos os países têm que agilizar seus acordos. Os ganhos de produtividade para os britânicos na produção de ração e laticínios apresentam grande potencial a ser explorado, sobretudo agora que as taxas aos produtos importados para proteção dos equivalentes alemães e franceses não irão mais existir.
As exportações da Ucrânia para o Reino Unido totalizaram US $ 580,4 milhões[4] até novembro de 2019 e as importações US $ 638,5 milhões[5]. Dentre os produtos importados pelo Reino Unido destacam-se minérios, como o ferro e derivados, caso do aço, além de milho, óleo e gorduras. Estima-se que o potencial total para negociar chegou a US $ 918 milhões[6], segundo dados de 2017, sendo que, no mesmo período, US $ 500 milhões[7] foram exportados, ou seja, há muito espaço para crescer. Segundo um estudo feito em 2017, o impacto econômico no comércio entre Ucrânia e Reino Unido com a assinatura de um Acordo para a construção de uma Área de Livre Comércio, com base em dados de 2013-2016, levaria a um aumento de cerca de US $ 0,5 milhão[8] em reduções e US $ 335 milhões[9] em cotas tarifárias.
Por outro lado, como a Ucrânia já está negociando com o Bloco europeu, a forma como se estabelecerá o comércio entre ela e o Reino Unido pode ser um obstáculo. As oportunidades criadas vão depender do formato final do acordo entre as partes. Se ainda não houver nenhum consenso entre Reino Unido e União Europeia, as relações comerciais entre ambos serão reguladas pela Organização Mundial do Comércio, com mais regulamentações e tarifas. E por mais estratégico que seja o mercado britânico, é importante que a Ucrânia não perca de vista o potencial de importação e consumo da União Europeia, que abarca mais de 440 milhões de habitantes.
MIGRAÇÃO
Um dos pontos chaves é a questão da migração. As novas regras para migrar ao Reino Unido devem ser efetivadas em 1º de janeiro de 2021. Dentre as mudanças mais drásticas está a atribuição de pontos para selecionar imigrantes que desejam trabalhar no seu território, o que pretende beneficiar a mão de obra especializada em áreas de maior demanda.
O antigo programa de isenção de vistos entre a Ucrânia e o Reino Unido se dava através das regulamentações da União Europeia e, necessariamente, sofrerá revisão. Como Kiev já tomou a iniciativa de liberar vistos para os cidadãos britânicos até 2021, agora espera por reciprocidade do Reino Unido.
UNIÃO EUROPEIA
Os britânicos foram aliados particularmente importantes no apoio à entrada da Ucrânia na União Europeia, que, agora, terá de procurar novos parceiros para atingir o objetivo de ingressar no Bloco. Independentemente da presença ou não do Reino Unido, o que dificulta o ingresso da Ucrânia se deve mais às crises geradas pelos casos recorrentes de corrupção e a guerra no leste.
Putin, Macron, Merkel e Zelensky, 2019
O combate à corrupção é um dos pontos nevrálgicos para participação na União. Em 2018, os parlamentares europeus adotaram uma emenda ao Projeto de Lei sobre Sanções e Lavagem de Dinheiro da Lei Magnitsky, que prevê o congelamento de bens e sanções para violadores dos direitos humanos. A formulação de políticas para os negócios e esforços no combate à corrupção são, praticamente, pré-condições para atração de investimentos britânicos ao país.
Embora o Reino Unido nunca tenha participado ativamente do grupo de discussões para a paz na Ucrânia, o chamado Formato da Normandia[12], sempre foi um aliado próximo, sobretudo após a anexação da Crimeia pela Rússia. No passado, Londres apoiou reformas promovidas por Kiev na modernização do Estado, agora Kiev vai precisar desenvolver a cooperação com outros países, demonstrando a capacidade de seu Ministério das Relações Exteriores.
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Notas:
[1]Brexit é um acrônimo para “British exit”, que significa, em uma tradução literal para o português, “saída Britânica”. A expressão se refere ao processo de saída do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte da União Europeia, após 47 anos como membro.
[2]Euroceticismo, diz-se do sentimento de ceticismo em relação aos propósitos, premissas e desempenho da União Europeia. Há neste movimento desde visões econômicas mais liberais contra as ordens e regulamentações do establishment burocrático europeu, até movimentos díspares, antiliberais, e nacionalistas saudosos de uma ordem política anterior e de matizes protecionistas e isolacionistas na política externa.
[3]Setor Primário da Economia corresponde ao setor mais antigo, extrativismo (mineral, animal, vegetal), agricultura e pecuária.
[4]3,021 bilhões de reais, no câmbio de 31 de março de 2020.
[5]3,323 bilhões de reais, no câmbio de 31 de março de 2020.
[6]4,778 bilhões de reais, no câmbio de 31 de março de 2020.
[7]2,602 bilhões de reais, no câmbio de 31 de março de 2020.
[8]2,6 milhões de reais, no câmbio de 31 de março de 2020.
[9]1,743 bilhões de reais, no câmbio de 31 de março de 2020.
[10]A Ucrânia se situa entre dois principais atores do cenário geopolítico e geoestratégico, a União Europeia/Otan e a Federação Russa, está muito mais próxima, não só geograficamente falando. Como um de seus principais aliados não se encontra mais na União Europeia, resta a Kiev costurar uma nova política externa que busque sustentação e crescimento econômicos. Uma parte disto se encaminha com os acordos feitos fora do continente europeu, seja com a Turquia, seja com Omã e, agora, com o Reino Unido. Se Kiev conseguir fazer o mesmo com Bruxelas, poderá ser um dos sócios preferenciais do bloco econômico, mas, nesse jogo, o difícil será não sofrer nenhuma influência contrária e indireta de Moscou, já que a Alemanha de Merkel e a França de Macron parecem cansar do cabo de guerra com o gigante do leste. Não se trata de uma opção fácil, pois a Europa também necessita muito do gás russo. Kiev tem pressa e a diplomacia ucraniana vai ter que ser ágil o suficiente para compensar qualquer possível perda com os europeus. A Ucrânia é um país com muito potencial econômico, dado por sua demografia, localização estratégica, recursos, solos etc. O que ela necessita é um poder de articulação para criar interdependências entre outros Estados dentro e fora da Europa. Sua autonomia, segurança e paz estão cada vez mais ligadas ao conceito de globalização.
[11] Nord Stream 2 é uma nova linha de transporte de gás da Rússia, através do Mar Báltico, diretamente para seus consumidores europeus. O projeto, implementado pela estatal russa, Gazprom, deverá ser concluído ainda este ano, 2020.
[12]Formato Normandiafoi um encontro diplomático entre os quatro representantes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, para apaziguar a crescente guerra no Donbass. Levou esse nome por ocorrer em 6 de junho de 2014, paralelamente às comemorações do desembarque na Normandia.
HELSINKI(Reuters) – A Finlândia deixará a União Européia e se posicionará como a Suíça do Norte para proteger sua independência se Laura Huhtasaari, candidata presidencial do Partido Finlandês Euróceptico, tenha seu caminho.
Novo código de conduta da União Europeia recomenda aos jornalistas não publicarem crimes cometidos por imigrantes muçulmanos e não associarem o islã ao terrorismo. Big Brother de 1984 (G.Orwell) em plena ação… União Europeia pede aos jornalistas para não publicarem crimes cometidos por imigrantes muçulmanos | Renova Mídia https://shar.es/1MRbaj
Países europeus, sobretudo os da Europa Central, com menos recursos e economias menos dinâmicas, mas mais expostos à onda imigratória procuram se proteger das levas de refugiados e migração ilegal: Eslováquia, Hungria, Polônia e República Checa investem milhões para proteção das fronteiras da UE | Renova Mídia https://shar.es/1MRbGQ
Enquanto isso, a U.E. dirigida principalmente por economias mais poderosas como Alemanha e França querem enviar milhares de imigrantes para países pacatos como a Finlândia… Países da União Europeia querem enviar milhares de imigrantes ilegais para Finlândia | Renova Mídia https://shar.es/1MRbwX
Candidatos a presidência, como a finlandesa que defende a retirada do país da União Europeia não crescem a toa no continente. No centro do debate, a questão migratória (foto acima).
Pela histeria da mídia internacional,
parece que a Rainha Elizabeth declarou guerra contra o resto da Europa e a RAF
bombardeou Paris. Vamos, então, esclarecer algumas coisas:1 – O artigo 50 do Tratado de Lisboa,
assinado em 2007, concede a qualquer país o direito de sair da União Europeia.
Diante disso, pergunto: Qual o absurdo na decisão da população do Reino Unido?Respondo: Não há
absurdo. Há, apenas, o inconformismo da grande imprensa e daintelligentsiainternacional que tenta, a todo custo,
formar um arquétipo social, econômico e político. O velhíssimo cacoete
comunista de controlar tudo e todos.2 – Através de um processo democrático,
foi eleito um prefeito muçulmano em Londres. A esquerda comemorou.Através de um processo democrático, foi
decidida a saída do Reino Unido da União Europeia. A esquerda se descabelou.
Quer anular o plebiscito.Isso demonstra que para a esquerda a
democracia é uma conveniência, não um princípio. Festejam quando a maioria
apoia suas ideias. Desqualificam quando a maioria as rejeita.Ao menosprezar que o voto pelo Brexit foi
uma decisão majoritariamente dos cidadãos mais pobres de cidades pequenas,
torna-se evidente que os ideais “progressistas” são ideais elitistas. São os
mais ricos que desejam permanecer na União Europeia.3 – Sim, o movimento pela saída da UE foi
promovido por grupos xenófobos, mas isso não desqualifica o resultado, tampouco
seu benefício.Há uma grande distância entre a saída da
UE e a imposição de políticas xenófobas no Reino Unido. Cabe a sociedade
regular as ações do governo.Apesar do perfil xenófobo da liderança do
movimento Brexit, a população que votou em seu favor não é necessariamente
xenófoba no sentido que a grande imprensa sistematicamente tenta nos fazer
crer. Os eleitores do Brexit apenas se sentem coagidos por serem obrigados a
sustentar uma política de imigração praticamente sem controle e que despeja nas
pequenas cidades dezenas de milhares de pessoas que, apenas por estarem ali,
passam a receber todo tipo de ajuda do governo sem estarem sujeitos a quaisquer
responsabilidades, sequer ao compromisso de respeitar a cultura e a religião
local.Será mesmo tão difícil se colocar no
lugar de um cidadão comum, que vive numa mesma região desde quando nasceu, que
trabalha duro todos os dias e que de repente começa a ver pessoas de outra
cultura e religião se instalando ao seu redor à custa dos impostos que ele paga
porque assim foi decidido por burocratas em Bruxelas?O fato não explorado pela grande mídia: A
maioria dos imigrantes muçulmanos opta por países como Alemanha e Reino Unido
apenas visando seus programas sociais; e neles se instalam sem o interesse em
se integrar à sociedade e à cultura local; não raro, cobrando que o governo
adote políticas de acordo com a religião deles. Isso é justo?Quem, que defende isso, aceitaria em sua
casa um visitante que impusesse a todos seus próprios hábitos?4 – Além da questão da imigração, há
também a insatisfação dos pequenos empresários com as regulações da UE, que
beneficiam principalmente a grande indústria. O mesmo acordo que aboliu
alfândegas e impostos também criou uma série de normas e burocracias.Com toda certeza, os burocratas que
assinam essas medidas não tem noção de como elas encarecem e desgastam a vida
de um pequeno empresário.5 – O termo União Europeia se transformou
em eufemismo de distribuição de lucros e prejuízos entre os países, punindo
governos austeros e premiando governos irresponsáveis.A Grécia cometeu graves erros de
administração, ocultou seus dados por alguns anos e quando a bomba estourou,
mandou a conta para a União Europeia, que a repassou para todos os países do
bloco. Isso é justo?6 – Os custos com o acolhimento de
imigrantes também são distribuídos entre todos os países, a despeito da opinião
da população residente.Para os burocratas sediados em Bruxelas e
para os anjinhos socialistas de todo o mundo que amam os imigrantes com os
quais não convivem, é muito fácil arbitrar que esse ou aquele país tem que
receber imigrantes e ponto final. Difícil é a situação do cidadão comum que não
é apenas obrigado a sustentar isso, mas também a tolerar aqueles que sequer
respeitam sua cultura e religião.7 – Para manter o livre trânsito de pessoas
e mercadorias não é necessária uma caríssima (mais de 140 bilhões de Euros em
2015) estrutura política-burocrática como a União Europeia. Bastam assinaturas.
Acordos podem ser firmados a partir de simples reuniões.8 – A ideia de que os países europeus
precisam da UE para se evitar conflitos não passa de um capricho socialista,
pelas razões descritas na primeira consideração.A humanidade amadureceu na medida em que
o capitalismo se desenvolveu. O mundo civilizado aprendeu que é muito mais
vantajoso estreitar relações comerciais do que invadir o vizinho para se
apossar de suas riquezas. A Europa de hoje não é mais a Europa de um século
atrás.9 – O mundo não vai acabar por causa
disso. Pouco ou nada mudará com a saída do Reino Unido da União Europeia. Acordos
comerciais e políticos serão feitos caso a caso. O país continuará recebendo
imigrantes, porém, a partir de seus próprios critérios, o que é um direito
deles – assim como o é a cada indivíduo, que seleciona suas amizades a partir
de afeições e interesses.10 – A imigração não é um problema em si.
O problema é a concessão de benefícios aos imigrantes. Primeiro, porque não é
justo que cidadãos locais sejam obrigados a arcar com os custos de
recém-chegados com os quais não têm qualquer relação ou afinidade. Segundo,
porque quando um país se oferece para recebê-los, cria-se automaticamente uma
demanda e o interesse político.11 – Quem não está satisfeito com a
situação de seu país tem todo o direito de buscar outro, porém, sem lhe cobrar
nada além de liberdade para trabalhar.12 – Pessoas que se sensibilizam com o
drama dos imigrantes, que acham que eles merecem ajuda, devem se organizar para
esse fim, dispor de seus próprios recursos para socorrê-los. O que não pode ser
feito é cobrar que os governos obriguem todos a viabilizar isso.Pessoas é que devem ajudar pessoas.
Voluntariamente.
--------------------------- Entre outros absurdos se encontra o fato dessas economias mais desenvolvidas europeias tenham que sustentar outras, claramente perdulárias, como a da Grécia por questões geopolíticas. De crise em crise se formou uma consciência de quem viu (isto é importante), o bloco decair. Agora querem imputar a pecha de "ultraconservadores" e "xenófobos" ao eleitor idoso que, no passado, foi justamente aquele que referendou através de seus representantes eleitos que se atrelassem à União. Ora! Ele deve ser observado, justamente pela sua decepção, por reconsiderar sua opinião no passado. Será que nossos críticos politicamente corretos não deveriam, no mínimo, prestar atenção nas razões do eleitor que, democraticamente, votou pelo fim da incorporação à União Europeia? Mas, não... Arrogantemente, eles acham que sabem de tudo, que são especialistas e que o eleitor médio não passa de um pobre ignorante. Erraram! Salve o Reino Unido! Sigam seus rumos livremente...
A posição estratégica da Grécia no continente europeu lhe confere um tratamento especial ao estado deteriorado de sua economia. Ou seja, sua importância à U.E. não é econômica, mas geopolítica.
Escrevi
isto algumas semanas atrás e editei neste post
de dezembro de 2012:
Saca
só... Se um país como a Grécia é um estorvo para qualquer parceiro ou conjunto
de parceiros devido a sua organização interna (aqui penso na U.E.), qual ou
quais seriam as razões para uma Angela Merkel (ALE) mantê-la ou desejar isto na
união e não a expurgá-la de uma vez? Porque ela é uma importante 'porta' de
entrada ao continente que deve ser vigiada. Deixá-la à deriva, sem apoio
significaria expô-la aos perigos de uma migração massiva ou até coisa pior,
infiltração, ataque, secessão e anexação. Veja aqui a situação e sua
intermediação para o ocidente (cristão) e o oriente médio, particularmente
Turquia, outro país fundamental para o equilíbrio regional (...)
Não é
a toa que a Grécia, economicamente combalida e estruturalmente
desajustada, tem uma importância fundamental para os países da União
Europeia e para a Alemanha, em particular: ela é a principal porta de entrada
dos imigrantes-refugiados. Por isto, em toda divisão e contenda
com a Turquia, a Grécia tem um apoio em sua segurança nacional.
O número de manifestações contra as instituições que compõem a troika cresce
cada dia mais, ganhando força com seus movimentos – nem sempre pacíficos – nas
principais capitais europeias afetadas pela crise, principalmente em países
como Espanha, Portugal e Grécia, consequentemente os que mais sofreram com
adoção das medidas de austeridade. Um dos mais afetados na questão do
desemprego foi à Espanha, onde a taxa de desemprego alcançou o nível recorde de
27,2% da população, sendo que aproximadamente cerca de 40% é maioria jovem.
O que resta saber
é se essas medidas estão verdadeiramente obtendo bons frutos nas economias
afetadas pela crise, ao que tudo indica o desemprego cresce cada dia mais, e o
desenvolvimento dos países está em ritmo de desaceleração. O atual presidente
da França, François Hollande, indica que as medidas de austeridade trazem um
caráter de autodestruição para os países que as adotam, pois as mesmas causam
uma grande redução da demanda interna por produtos e serviços, devido à
preocupação do consumidor com a restrita oferta de empregos e redução dos
salários.
Qual seria a alternativa para reestruturar estados quebrados sem
cortar gastos? Cobrar mais impostos de uma população já exaurida? Agora, o que
cortar é que deveria ser o foco... Evidentemente que cortar gastos em saúde e
educação não é nada prudente, mas e quanto às aposentadorias especiais, plano
de previdência obrigatório do setor público, planos de carreiras, cargos de
confiança, manutenção de exércitos e soldos dos oficiais e soldados em tempos
de paz e dentro de uma comunidade econômica? Eu, sinceramente, gostaria de
saber quais são as alternativas?
Tais protestos e greves visam a manutenção dos privilégios de castas de funcionários que recebem mais às custas daqueles que não são contemplados com o mesmo favoritismo. E também é uma questão da confederação européia que precisa ser resolvida, afinal, por que a Alemanha sozinha tem que ter a casa em ordem e sustentar estas classes em países, cujas economias apresentam-se em desordem?
A Comissão
Europeia retirou do ar um vídeo de sua mais recente campanha para promover o
crescimento da União Europeia (UE) após acusações de racismo na internet.O vídeo
mostra três lutadores de artes marciais se preparando para enfrentar uma mulher
branca com um visual parecido com o da atriz Uma Thurman nos filmes "Kill
Bill". Primeiro,
um especialista em Kung Fu
do leste asiático pula em frente à lutadora. Em seguida, o mestre da arte
indiana Kalaripayattu aponta uma espada contra a mulher. Por último, um
capoeirista negro derruba uma porta e invade o galpão.Quando ela
se multiplica para formar um círculo ao redor dos rivais, estes imediatamente
largam suas armas e as 12 projeções da mulher formam as estrelas da bandeira da
União Europeia.
(...)UE
retira comercial contra Brasil, Índia e China - TV iG
Palhaçada. Agora tudo vira sinônimo de ‘racismo’. O comercial
é excelente e mostra, exatamente, o que os nacionalistas mais extremados do
Brasil, China e Índia pensam sobre os europeus: alvos a serem abatidos.
Mas, eu discordo desta verve integradora do texto. Acho que uma associação como o NAFTA ou a APEC já seria de bom tamanho para a Europa, coisa que já tiveram aliás. Mais do que isto necessitaria de "ajustes históricos" que implicariam na supressão de nacionalidades. Não tem como equiparar com os EUA que são uma federação ou com uma Alemanha, que era foi um país dividido, mas um país. Imagine... Desde quando dinamarqueses irão tolerar as touradas espanholas? Agora mesmo os escoceses não estão querendo (novamente) se separar do Reino Unido? Então sigo o velho o ditado "o ótimo é inimigo do bom" ou como meu irmão, engenheiro, portanto mais preciso e prático diz "o ideal é inimigo do bom". Não dá para tentar levar ao pé da letra a palavra integração, que daí não rola nada mesmo. Quanto ao desequilíbrio etário e a vadiagem européia, eu estou de pleno acordo.
Enfim, não dá é para imaginar remédios irreais para uma situação que urge soluções práticas.
How Germany Gamed the Euro and Worsened the Crisis - James Angelos - International - The Atlantic, agradará tanto liberais quanto socialistas. A crise do Euro é explicada a partir da situação hegemônica alemã, como agravada justamente por ela, na medida em que ocorre um descompasso entre as economias. Os liberais enxergarão uma Alemanha arranjada, ao passo que tem que levar quase todo continente nas suas costas, os socialistas verão as economias mais atrasadas como objeto de sacrifícios permanentes que traz mais e mais desigualdade. Mas, para mim, o que impressiona é como a economia alemã, para não dizer a própria sociedade... Funciona como um motor. Tecnologia, câmbio, salário, consumo, tudo corrobora para uma alta produtividade deste ¼ de PIB da zona do euro. Então resta a dúvida, procedente, aliás, o que têm os outros europeus para vender para a Alemanha? O que uma Grécia, Portugal, Espanha, França, países com elevados custos de produção podem fazer para competir em um restrito mercado interno? Restrito justamente porque nem os próprios produtores alemães conseguem espichar a demanda de seus conterrâneos. Entre outras razões, os salários alemães não crescem na média dos outros salários da zona do euro. Mas, observando bem, o articulista foi esperto, demais até para livrar a cara de nações com orçamentos comprometidos, com suas contas atrasadas e governos cronicamente perdulários ao inverter o ônus das responsabilidades. De repente, lá pelo meio do artigo se percebe que de salvadores da União Européia, os alemães se tornaram seus algozes devido a sua elevada produtividade!? “Culpados pelo próprio sucesso!” Exceção feita ao baixo consumo alemão, que é um problema de fato há algo muito errado no raciocínio do artigo quando os méritos da economia se tornam um problema. A desaceleração da locomotiva pode iludir os vagões que querem velocidade, mas que nem sequer seguem bem atrelados.
"The Swiss watch industry continues to lead the export industry, showing a bullish growth of 21 percent in the first seven months of 2011, compared to the same year earlier period."
O apoio à Turquia pelos EUA e U.E. contra o PKK (Partido Trabalhista Curdo), além da condenação a seus métodos terroristas também se dá pela aliança do país a OTAN, fundamental na região do Oriente Médio. O que pode parecer estranho a primeira vista é o apoio iraniano, mas fica fácil se entender na medida em que o país dos aiatolás também comporta uma minoria étnica curda em seu território e que, portanto, pode vir em futuro próximo a pleitear uma seção territorial deste tal como fazem alguns separatistas curdos na Turquia.
Ou seja, centralizar explicações em dilemas étnicos e/ou religiosos para tudo no Oriente Médio não passa de sofisma ou, na melhor das hipóteses, ignorância mesmo.
Uma outra dúvida que surge quando leio matérias sobre o Curdistão, a região que habitam, é quais seriam tais “direitos étnicos” não pleiteados pela minoria curda que não advoga o separatismo, além de ensinar o curdo em suas escolas? Há algo mais aí...