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segunda-feira, maio 20, 2019

Quando um paranoico lidera


Alguns irão à manifestação porque são contra os que querem derrubar o governo, mas eu pergunto quem age mais contra o governo senão o próprio?
É tal o grau de divisão que se eu publico uma imagem de uma ministra da agricultura louvando acordo com Vietnã me acusam de não valorizar o todo e isso ser opinião “da Globo”.
Só mesmo em um país insano para atribuir todas nossas principais mazelas a uma emissora de TV que vende o que a maioria de nós paga para ver.
Outro dia discutia com um bolsominion e ao dizer que a preservação de nossas relações com a China dependerá do Vice-Presidente, fui acusado de gostar da China. Como se eu gostasse de uma ditadura comunista, como se eu gostasse de ditaduras, como a militar que eles, fanáticos bolsominions dizem admirar.
É tanta dispersão de atenção que só posso entender isso como movimento de massa, de fanáticos mesmo. Imaginem um paranoico, que se irrita quando um de seus interlocutores questiona uma de suas ideias e é visto como um forte opositor, do tipo que endossa todos os delírios do paranoico. Por isso ele faz tantos inimigos, porque o mundo de um paranoico é feito “deles contra nós” e no limite, “deles contra eu”.
Como qualquer político, pastor, líder carismático, qualquer pessoa que fale com grande convicção para uma massa de ouvintes semi-alfabetizados e ávidos por guias espirituais, esse sujeito tem um séquito e não discípulos. E ele curte isso. Não vê pessoas, mas um gado e quando uma dessas ovelhinhas se desgarra, o foi por ação diversionista de algum lobo esperto ou porque era uma ovelhinha negra.
Agora, imaginem um doido desses que parte para uma festa de palavras, uma folie à deux em que vários de seus seguidores cada vez piores em intelectualidade e mais fanáticos passa a enxergar conspirações em qualquer ato político que, na sua essência é do jogo do poder mesmo. Não demora muito estarão escrevendo uma carta ridícula dizendo que “o país acabou”.
Mas calma que não ficamos nisto, imagine que este doido receba uma medalha com a mais alta honraria deste país por serviços prestados enquanto que o mais homenageado e respeitado dos militares, guerreiros que colocam seus ombros como escudos para nós o acusa de “desserviço ao país”. E por isso é chamado de “doente em uma cadeira de rodas”.
E quem autoriza a entrega da medalha para o doente mental em outro país, que sequer se dignou a vir busca-la foi o Presidente da República.
Todos já devem ter ouvido histórias de homens pusilânimes que são manipulados por mulheres megeras e inteligentes. Pois é, ao paranoico auto-exilado só faltou a vagina, pois é histriônico e vingativo.
Vingança feminina é a pior.
Vejamos os outros do outro lado, garotos que estudam e resolvem por a política em prática. Eles criam um movimento e, entre erros e acertos chegam à representação na Câmara. São os soldados do principal objetivo prático do governo, uma reforma da Previdência Social, responsável pelo nosso maior déficit público.
Eles passam sob as lentes dogmáticas dos eleitores do auto-proclamado “mito” a serem vistos como “traidores” porque focam no que interessa e sabem que as novas manifestações são menos pelas reformas e mais para encobrir os desmandos presidenciais e de seus filhos que adoram o doente mental auto-exilado.
Outras pessoas que por razões justas ou acasos ficaram para trás no rolo compressor liberal que surgiu pegam carona na onda conservadora e se intitulam “anti-liberais”, porque estes “não preservam as tradições”, sem perceber que no Brasil, o grande problema está em nosso conjunto de tradições que perverte a política – o clientelismo, o nepotismo, o assistencialismo, o coronelismo etc.
A confusão política é precedida por uma confusão conceitual, de nomenclatura mesmo. A importação anacrônica de uma teoria que divide os espectros políticos oriunda da Europa e dos EUA para cá, sem as devidas adaptações fez com que essa massa de fanáticos empunhasse uma bandeira que não existe aqui, a do Conservadorismo.
Por conta disso, dessa adaptação feita nas cochas se defende as maiores atrocidades, como o assassinato de centenas de pessoas por serem “esquerdistas”.
Obviamente, que assaltantes de banco e bandidos têm que ser contidos com força letal, se necessário, mas não por acreditarem em mitos de esquerda e sim, simplesmente, por empunharem armas ameaçando cidadãos. A questão é que esses não chegaram a 500. Se matou mais do que seria justo e por razões injustas.
Mas vai argumentar isso para quem busca uma panaceia política baseada no Catolicismo e vê a diversidade religiosa como um mal em si. Daí os militares passam de “defensores da República”, “os únicos que não se contaminaram com o gramscismo” para traidores porque não deram fim nos esquerdistas, porque são “positivistas”, maçons etc. e tal.
Se voltássemos no tempo e disséssemos a um leitor da Revista Planeta que aquele articulista que tentava explicar as transformações do Leste Europeu pelas posições dos planetas no nosso Sistema Solar afetaria tanto assim a política nacional, o mais devoto dos ocultistas daria um sorrisinho de canto de boca me achando pirado.
Só que entre um episódio e outro, “paranoico escrevendo em revista de misticismo” para “paranoico recebendo medalha da Ordem do Rio Branco” existiu um fenômeno, o da comunicação descentralizada de massa, a Internet.
Nela, os youtubers que recebem “likes” quanto mais visualizações têm e para atingi-las se pode conseguir da forma difícil com (a) conteúdo sério ou da forma mais fácil, com (b) intrigas – “tretas” como são chamadas.
O próprio paranoico é um desses que vive disso e promove seus cursos on line com mais visualizações de seu canal em que abusa da linguagem de sarjeta misturada com o estilo de um Ratinho e Márcia Peltier.
Mas como uma ejaculação precoce, a influência do paranoico fez água e agora, de modo esperto, os incompetentes que querem desviar o foco dão uma cartada como sempre fez a esquerda: criar um mito e uma história de “perseguição”.
Todo governo incompetente faz isso: busca inimigos para se justificar.
Apenas lembrem-se que a ofensa feita ao Clube Militar não deve ter passado em brancas nuvens. E se amanhã ou depois, dependendo do andar da carruagem, essa trupe for defenestrada do Palácio do Planalto não vai adiantar ficar de mi-mi-mi: eles tiveram a sua chance.
Por mais que você tente dissuadi-los, meu conselho é, use-os, use-os como escadas para subir e falar aos que não caíram na conversa fiada persecutória. Paranoicos são como cogumelos, sempre prontos a surgir após uma chuvinha qualquer e chuva de imbecilidades, charlatanismo e messias é o que não falta.
Doentes.
Anselmo Heidrich
19 mai. 19
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Imagem “Amazing Field of Miniature Mushroomshttps://www.flickr.com/photos/pictoscribe/30748125366

terça-feira, abril 09, 2019

Yulia Tymoshenko pode ser uma das aliadas de Vladimir Zelenski no segundo turno das eleições ucranianas


Apesar do feito de Vladimir Zelenski em obter 30% dos votos à Presidência da Ucrânia, no segundo turno, a ser realizado em 21 de abril, as dificuldades apontam para a necessidade da criação de alianças, e o mais provável é que ele busque obter apoio de Yulia Tymoshenko, ex-Primeira-Ministra, que obteve apenas 14% dos votos.
O que há de comum entre ambos é a retórica anti-establishment junto a seu rival, Anatoliy Hrytsenko, ex-Ministro da Defesa. Parece simples, mas parte da força da campanha de Zelenski se baseava na ideia de ser “contra todos” e não seria o mesmo se em determinado momento se aliasse com políticos como Tymoshenko, quem já foi acusada de encomendar o assassinato de Yefhen Shcherban, um dos membros do Parlamento e um dos homens mais ricos da Ucrânia, e também de sua esposa, no aeroporto de Donetsk, em 1996. Ou ainda acusações de tentativa de suborno à Suprema Corte do país, em 2004, entre outros crimes.
Isto não exclui os méritos e estratégia de Zelenski. O comediante e político conseguiu se conectar com os ucranianos falantes de idioma russo do Sudeste, que também não são favoráveis à secessão, como querem os separatistas de Lugansk e Donetsk. Por outro lado, ele contou com uma vantagem, que foi a cisão dentro do Bloco de Oposição, pró-russo, que lançou dois candidatos à Presidência em janeiro de 2019: Yuriy Boyko,pela “Plataforma de Oposição — Para a Vida”; e Oleksandr Vikul,pelo “Bloco de Oposição — Partido da Paz e Desenvolvimento” (renomeado como “Partido Industrial da Ucrânia”).
No entanto, se os pró-russos estão divididos, os pró-ocidente (União Europeia e Otan), na figura de Petro Poroshenko, o atual Presidente, não conseguiram articular uma boa campanha e agora recorrem ao discurso nacionalista que descarta as diferentes culturas baseadas nos idiomas falados no país.
O cansaço do eleitor se explica pelo falido programa de reformas de Poroshenko, considerado muito ambicioso, mas desacreditado por acusações de corrupção. Há pouco mais de cinco anos, em 2014, o Euromaidan, a série de protestos que sacudiu o país e pôs em fuga o ex-presidente Yanukovych, que era pró-Rússia e está com paradeiro desconhecido, levou a um processo de euforia e posterior desilusão.
Acredita-se que com a ocupação da Crimeia pela Rússia e a irrupção de violência separatista no Leste, o voto em Zelenski se mostrou uma tentativa de buscar alternativa para evitar a divisão que assola o país: entre Leste e Oeste, entre diferentes idiomas, e entre Rússia e Ocidente.
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Fontes das Imagens:
Imagem 2 Mapa Etnolinguístico da Ucrânia” (Fonte): https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ethnolingusitic_map_of_ukraine.png

Originally published at ceiri.news on April 9, 2019.

Educação de verdade é o contrário do que dizem os especialistas


Matéria da @bbcbrasil intitutlada “5 questões urgentes da educação brasileira que o novo ministro Abraham Weintraub vai enfrentar” de Paula Adamo Idoeta — @paulaidoeta — é mais uma daquelas provas de que quando falam ou discutem sobre “educação”, geralmente, não tocam em nada urgente, fundamental ou difícil. Vou, ponto por ponto…
A primeira delas, segundo a BBC:
1. Modelo de financiamento está prestes a expirar
O fundo federal de 150 bilhões por ano tem prazo para acabar, em 2020 e é responsável pelo sustento de mais de 180 milhões de matrículas.
Sinceramente, alguém acha que isto não vai ser extendido ou ampliado? Agora, a questão que não é contemplada, este é o melhor modelo que conseguimos obter? Ficar refém dos humores do Congresso e a aprovação de projetos e emendas, cujo teor sequer deveria ser questionado é ridículo. Já, o método de execução e implementação dos recursos sim, mas isto, ao que eu saiba, não é cogitado.
Outra questão não menos importante é discutir a reforma tributária incluindo estes repasses, pois ao invés de tributar e recolher recursos dos estados e municípios para ir para Brasília para depois retornar através de fundos como o FUNDEB — Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica -, o melhor seria que nem saíssem de onde foram gerados. Este é o ponto, a descentralização tem que ser em todos os sentidos, inclusive administrativa e fiscal.
Agora, as questões propriamente pedagógicas…
2. Colocar em prática a Base Curricular
Em primeiro lugar dizer que isto foi “imposto pela gestão Temer” é para eximir a responsabilidade das gestões petistas, uma vez que este monstrengo foi criado no período de ministério de Renato Janine, ainda no Governo Dilma.
Para quem não sabe do que se trata, a BNCC — Base Nacional Curricular Comum -, sim, esse nome horroroso é, basicamente, um currículo comum a ser aplicado nacionalmente. Vejam, das duas uma, ou tu assumes o princípio de que o país é o quinto maior do mundo em extensão e população e tem um quadro social e cultural extremamente diverso, não sendo recomendado homogeneizar o ensino ou parte do princípio de que se quer formar um currículo comum assumindo que seja fundamental a todos. Para mim é óbvio que português e matemática seriam isto e já estaria de bom tamanho, sem que seja necessário reformular o ensino de história, geografia e ciências. E lendo em detalhe as propostas já enviadas no período do governo Dilma fica claro porque o apreço por este lixo teórico: ideologização pura e simples, na qual o ensino de história perde os assuntos relativos à Europa para dar primazia ao pouco que se sabe da África e inventar história, isto mesmo, baseada na mitologia ameríndia. Feito isto durante 25 anos tu já tens um exército de indivíduos amestrados prontos para venezuelizar o Brasil varonil. Isto sem falar no estelionato pedagógico da ideologia de gênero igualmente contemplada.
Agora algo que valeria muito a pena:
3. Dar rumo à reforma do ensino médio
Esta foi uma excelente proposta, essa sim do Gov. Temer, de criar especialidades, Humanas, Exatas e Biológicas no Ensino Médio, para as quais se concentrariam os estudantes. Mas, não foi basicamente por falta de recursos como está nos comentários de “especialistas”, mas sim por falta de pessoal (professores) qualificados. Tanto que o projeto procurava regularizar algo que já existe, a legalização/regulamentação de professores que não possuem o título formal dessa especialidade.
Outro dado não contemplado nos comentários da matéria é que boa parte da rejeição veio da militância petista, psicopata claro, que rejeitou o projeto por não ser de origem petista, uma vez que Dilma já havia sido impichada. E também por aquela massa acéfala de professores que acham que tudo em termos de educação se resume à maiores salários e flexibilização no ensino de modo que a aula fique mais criativa, de acordo com suas predileções políticas e menos rigorosa em termos científicos.
Eu acho o próximo tema importantíssimo, mas é geralmente o de pior análise e tratamento:
4. Formação de professores
Em primeiro lugar, não existe esta cisão entre “teoria” e “prática”, mas teoria errada, que não explica a realidade ou não parte da realidade. Os professores brasileiros sequer tem disciplinas de “resolução de conflitos”, coisa que qualquer RH leva em conta, mas não quem acha que ensinar, educar uma massa de crianças e jovens não sofra com isso. A questão disciplinar é SUMAMENTE IGNORADA.
Deixe-me fazer uma pergunta: se triplicarmos o salário de policiais corruptos, eles deixarão de ser corruptos? Não, né? Então por que, diabos, uma melhor formação não deve levar em conta pessoal novo para reciclar o pessoal que dificilmente vá deixar seus vícios de trabalho?
Assim como o Mais Médicos dificilmente leva pessoal à cidades sem infraestrutura só pelo salário, não bastam melhores salários sem condições adequadas e qualquer um que saiba o que é uma escola, principalmente pública, mas não somente, as privadas também sabe que sem DISCIPLINA, esquece. Ponha a pedagogia que for, o método que for, tudo, grana, tudo, nada funcionará.
Se atribui muita importância ao Enem e ele é um problema em si, não uma solução:
5. Enem, prova de alfabetização e demais avaliações a perigo
Assim como a BNCC, as avaliações não deveriam ser centralizadas. Vestibulares isolados, como eram no passado, tinham excelente qualidade e eram muitíssimos mais rigorosos exigindo que o mérito fosse individual e não por questões étnicas, sexuais ou outras quaisquer que só subsistem rebaixando o nível de ensino e sua exigência.
Compartilhem.
Anselmo Heidrich
9 abr. 19
Em tempo: @bbcbrasil vejamos isto aqui “Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, diz que o Brasil tem a tradição de ‘nomear ministros homens acadêmicos que não entendem de Pedagogia ou de políticas para a educação básica’”
E… DESDE quando pedagogia não é preocupação sumamente acadêmica? Quais teorias pedagógicas se aplicam, OU MELHOR, são úteis e eficazes no ambiente escolar?
Eu, com mais de 25 anos de sala de aula, tendo ministrado aulas no ensino fundamental, médio, superior, pré-vestibular vos afirmo: praticamente NENHUMA.

sexta-feira, agosto 10, 2012

Política externa auto-implosiva / Foreign policy self-implosive

Dag Vulpi: EUA treinam militares paraguaios e presença brasil...: Soldados paraguaios participam desde o início desta semana dos exercícios militares dirigidos pelo Comando Sul dos Estados Unidos, em m...
O Paraguai, tal qual um país báltico entre dois outros estados ameaçadores saberá qual será seu "porto seguro" e não será deste continente. 

quinta-feira, abril 05, 2012

A falta de correlação entre concentração fundiária e violência / The lack of correlation between land concentration and violence

Este post é para dar nó na cabeça do “estudante-militante que gosta de aula de professor engajado”. O que esses militantes não conseguem é produzir explicações com o mínimo senso lógico. Mas, e se o fizessem como conseguiriam incentivos para sua causa? Ora, assassinatos, violência independem de predomínio de determinado padrão de extensão fundiário, sobretudo em um país com tantas terras devolutas. O que é sim um fator contribuinte à violência é a ausência da segurança do marco legal, conseqüência da ampliação do número de posseiros, muitas vezes com motivação claramente política.