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segunda-feira, julho 14, 2014

Geopolítica dos acordos climáticos globais

Caros, aqui temos um assunto polêmico, cujo mainstream nos diz que "países ricos" têm que subsidiar a manutenção ambiental dos "em desenvolvimento" através da compra de "cotas para poluir", o chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e agora, com a revisão do Protocolo de Kyoto que lhe deu origem, se questiona a posição de alguns países na categoria de "em desenvolvimento". Há países, claramente ricos e evoluídos economicamente como a Coreia do Sul que, pasmem, não querem deixar a cômoda posição nominalmente inferior para não ter que assumir compromissos em relação aos cortes nas emissões (que quando inviáveis, se compra as aludidas 'cotas'). É, realmente, um malabarismo administrativo-financeiro fadado a não funcionar. E, claro, que rivais geopolíticos como a Rússia e que dependem enormemente da exploração de suas reservas de hidrocarbonetos não poderiam deixar de questionar o andamento desta trôpega carruagem das Nações Unidas (quem sedia e organiza as convenções climáticas globais).


Rússia defende novo acordo sobre o clima
clima, aquecimento, acordo, protocolo de kyoto 
A Rússia defende a mais rápida elaboração de um novo acordo sobre o clima.
Segundo declarou Serguei Ivanov, chefe da administração presidencial da Rússia, num Fórum Internacional da Civilização Ecológica na cidade chinesa de Guiyang, “a humanidade necessita de um novo modelo de desenvolvimento que, por um lado, garanta o bem-estar da sociedade e, por outro, permita evitar o excesso de pressão na natureza”.
A convenção-quadro da ONU sobre a mudança do clima, assinada por mais de 180 países, entrou em vigor há 20 anos atrás, mas a situação ecológica no planeta não melhorou. Hoje, o Protocolo de Kyoto está irreversivelmente ultrapassado.
Nele é feita a exigência da redução de gases de efeito de estufa para os países desenvolvidos, cuja indústria provocou um enorme prejuízo ao meio ambiente. Mas, hoje, a principal fonte de poluição da atmosfera são não tanto os países desenvolvidos, quanto os países em desenvolvimento.
Torna-se evidente a necessidade de rever as limitações ecológicas existentes, tornar o tratado mais justo e abrangente. O respetivo trabalho está sendo realizado há vários anos. As coisas avançam com dificuldade, mas já se pode dizer que irá ser elaborado e aprovado por todos um acordo, declara Alexei Kokorin, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF):
"Foi possível chegar a acordo de que será um acordo universal. Se olharmos para o Protocolo de Kyoto, vemos que só os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir o lançamento de gases. Aqui, todos terão compromissos, chamados “contributos”. De fato, já foi decidido que o sistema desses contributos será o seguinte: o país elabora os seus compromissos, acorda-os com os outros. Depois, esses compromissos serão assumidos e periodicamente revistos. Existirá também uma monitorização obrigatória do cumprimento a nível internacional".
Assinalamos que os compromissos não são apenas o volume de emissão de gás de estufa durante um certo prazo. Eles dizem também respeito à concessão de ajuda financeira aos países mais vulneráveis perante as mudanças de clima. Por enquanto, continua sendo a pedra toque saber quanto e a quem pagar para a adaptação à mudança do clima, sublinha Alexei Kokorin, representante do WWF na Rússia:
"Há muitos países na ONU que, na realidade, são há muito desenvolvidos, mas, formalmente, na ONU e na Convenção da ONU sobre o clima, são considerados em vias de desenvolvimento. Por exemplo, trata-se de Singapura, Arábia Saudita, Kuwait, Coreia do Sul, etc. E quase todos, à exceção da Coreia do Sul, querem continuar com esse estatuto e ter compromissos semivoluntários. Mas isso é absurdo. Os compromissos da Arábia Saudita não podem ser os mesmos que os do Bangladesh ou Burkina Faso. Por isso é necessário superar a resistência de uma série de países".
Os países têm ainda mais ano e meio para resolver essas divergências. O calendário das conversações é bastante intenso. Em setembro de 2014 irá realizar-se em Nova York a cúpula do clima do secretário-geral da ONU. Os trabalhos continuarão em outubro em Bona (Alemanha) e, depois, na conferência de partes da convenção-quadro da ONU sobre a alteração do clima em Lima (Peru) em dezembro de 2014.
Na Rússia, que observa rigorosamente os seus compromissos ecológicos, nomeadamente em conformidade com o Protocolo de Kyoto, esperam que o acordo universal sobre o clima, que deverá substituir o Protocolo de Kyoto e traçar a responsabilidade climatérica de todos os países, seja assinado na Conferência de Paris, em finais de 2015.
Protocolo de Kyoto, clima, aquecimento global, Rússia, Internacional
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quinta-feira, março 29, 2012

A dependência mental do atraso econômico

O Complexo Industrial do Superporto do Açu é o maior empreendimento porto-indústria da América Latina e deverá movimentar, pelo menos, 350 milhões de toneladas por ano, entre exportações e importações, posicionando-se como um dos três maiores complexos portuários do mundo.
O Complexo Industrial do Superporto do Açu possui área de 90 km² e receberá siderúrgicas, pólo metalmecânico, unidade de armazenamento e tratamento de petróleo, estaleiro, indústrias offshore, plantas de pelotização, cimenteiras,  termoelétrica e indústrias de tecnologia da informação.
O Complexo Industrial do Superporto do Açu prevê atração de investimentos de US$ 40 bilhões e geração de 50 mil empregos.
Localizado no norte do estado do Rio de Janeiro e em construção desde outubro de 2007, o Superporto do Açu é composto por dois conjuntos de terminais que juntos totalizam 17 quilômetros de cais: TX1, correspondente aos terminais offshore, e TX2, terminal onshore desenvolvido no entorno do canal interno de navegação, com 6,5 km  de extensão,  13 mil metros de cais, 300 metros de largura e até 18 metros de profundidade.
A previsão é que a operação do Superporto do Açu seja iniciada em 2013.
LLX
Mas há quem veja aí um perigo:
Pouca gente sabe, mas está sendo construído no Rio de Janeiro o terceiro maior porto do mundo, o Porto de Açu, um projeto gerido pelo Eike Batista. Sua movimentação principal será a exportação do minério de ferro de Minas Gerais e a importação de automóveis da China. É a teoria da dependência gerando desenvolvimento, mas qual a qualidade desse desenvolvimento?????
Bem, o que dizer sobre esta besteira?
Eu aprendi (NA FACULDADE!) que as plataformas de exportação asiáticas, os NICs desenvolviam a produção só ao mercado externo e sua população não tinha acesso aos bens de consumo!!!! Esta é uma maneira tosca de tentar enfiar uma realidade complexa dentro de um pobre molde teórico marxista. No início, quando em poupança, a produção até pode encontrar pequeno mercado interno, mas uma ou duas décadas e isto muda completamente. Só cegos ideológicos veriam numa Coréia do Sul ou Taiwan um padrão de vida inferior ao da Argentina ou Venezuela.
E lembremos que o Japão nos anos 50 tinha a mesma fama que a China ainda que em declínio ostenta, a de produtor de baixa qualidade. E deu no que deu... Lembro-me nos anos 80 que "carro coreano" era símbolo de baixa qualidade e hoje vejam se não é a Hyundai que ameaça gigantes como a Toyota? Quanto ao valor hora, lembro-me também nos anos 80 que era de 0,34 centavos. Se nem por 0,50 trabalham mais é porque realmente muda rápido. Essa Teoria da Dependência é uma falácia, veja a Argentina, p.ex., que aprofundou este modelo falido desde o início. Quando "nacionalistas" falam, sobretudo no âmbito econômico, uma coisa é certa se suas ideias belluzzianas e da Unicamp forem adotadas, alguns benefícios no curto prazo, para declínio no médio, e gerações perdidas no longo prazo. Com intelectuais nacionais assim, a América Latina nunca precisará de interferência externa inimiga.