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sexta-feira, fevereiro 02, 2018

Por que eu não acredito no que chamam de "Marxismo Cultural"


Eu entendo o termo ‘cultura’ a partir do marxismo como reflexo do que Marx entendia pela ‘estrutura da sociedade’, i.e., a contradição entre relações de produção e forças produtivas. Nesta perspectiva marxista, original, não há espaço para uma ‘autonomia’ da cultura em relação a este par dialético. Religiões, ideologias, doutrinas etc, tudo do campo das ideias se tronam mero ‘reflexo’ do que ‘vem antes’. Já, quando se revitaliza o marxismo no século XX, mas mesclando-o com outras filosofias, como o existencialismo ou a psicanálise advém o fenômeno do ‘marxismo heterodoxo’ que, a partir dos anos 60 contribuiu para o fenômeno da chamada ‘contracultura’. O que temos aí então é menos marxismo e mais ‘voluntarismo’ seguindo a tradição de movimentos anarquistas criticados por Marx por não saberem detectar as ‘condições propícias’ ao advento revolucionário e quererem fazer sua revolução a partir da mera vontade. Por isso que marxistas antigos chamavam sua filosofia de ‘ciência’ crendo, erroneamente, que haveria uma ‘lógica histórica’ que prediria quando, como e onde a revolução poderia ocorrer. O que temos hoje em dia por nossas esquerdas é uma agenda política que parte de uma filosofia do ativismo, aqui e agora que não tem nada a ver com a filosofia original marxista, exceto por seu ódio e incompreensão da história e do capitalismo.
Em tempo, eu sou anti-marxista, mas prefiro focalizar bem o inimigo para saber onde ‘estou atirando’. Considero o termo ‘marxismo cultural’ uma conveniência política, mas não uma congruência teórica.

Anselmo Heidrich
2018-02-02

domingo, janeiro 01, 2017

Feliz 2017, com cacofonia e tudo!


FOTOS DE BEBIDAS me passam a sensação de hospitalidade, como se eu quisesse estar com amigos em minha varanda bebendo e rindo. É como gosto de expressar meus desejos, embora alguém possa achar que não passa de um teatro, como se eu criasse uma projeção de alguém ou algum momento que eu quisesse passar. Pode ser, mas posso dizer que é terapêutico mesmo... De ontem para hoje, alem do sertanojo e funk-punk ao fundo, ruas acima (antigamente era pior, ao lado de casa), meu vizinho antipático, um comerciante de S.José adora tocar violão e, como se não bastasse o faz com uma caixinha de som para se achar mais ‘profissa’. São músicas de acampamento, Legião, Cazuza e alguma coisa que força minha azia. Daí, conforme ingressa o álcool naquele organismo sujo, o sujeito se empolga na voz com notas e mais notas e mais notas fora de tom. Pelo menos o volume se mantém igual... Mas, em minha outra divisa, cuja residência é alugada por um simpático casal de engenheiros florestais, um deles trabalha no IBAMA e se meteu a tocar um tipo de percussão pobre de alguma tribo aborígine. Deve ter levado a sério os princípios ideológicos da turma, pois em plena noite de ano novo executou um recital tonitruante com seu bumbo acompanhado de uma flauta com duas ou três notas. Desnecessário dizer que aquela cacofonia acordou meu filho, mas antes disso com muita bebida ficava divertido ouvir aquela mixórdia de sons e gente se iludindo. Se eu tivesse saco gravava tudo e mandava pro Marcio Guerra Canto[1] fazer um de seus divertidos vídeos debochados no quadro Desafinação Bizarra. De qualquer forma, a turma aqui já acordou faz horas e brincamos de “luta de cavalinho” na piscina. Se os vizinhos foram alertados em seus leitos com nossos gritos de guerra não foi nossa intenção, mas uma “reação comunitária”, digamos assim. Antigamente chamávamos de desrespeito, mas isto está tão embrenhado em nossa cultura brasileira que prefiro caracterizar como condicionamento mesmo. Como dizia minha avó VAI RACHANDO! FELIZ 2017!



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terça-feira, maio 24, 2016

Estelionato Cultural


Este é o DNA petista. Quando se acusa o PT de aparelhar politicamente o estado brasileiro, se contra-argumenta que isto não procede. Como não? É só o que fizeram, transformar o estado brasileiro na extensão de seu partido. Aqui, matéria exemplificando claramente isto, o que é um claro desvio de finalidade dos recursos públicos. E a solução, além da esfera judicial também é se vacinar contra isto, de modo muito simples: reduzindo sua capacidade de influência, reduzindo o tamanho e alcance do poder de estado. No caso, cortando todo tipo de verba para "atividades culturais" que são, recorrentemente, utilizadas com fins político-partidários.

Quer que assistam teus shows? Trabalhe e se empenhe para que paguem por ele. Não seja um PARASITA achando que tem algum direito sobre os fins para os quais eu sou OBRIGADO a pagar IMPOSTOS.

Cf. PMDB pede apuração de vídeos com ‘Fora Temer’ na Virada - São Paulo - Estadão
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,pmdb-pede-apuracao-de-videos-com-fora-temer-na-virada-cultural,10000053037  via @estadao 

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http://inter-ceptor.blogspot.com/
Fas est et ab hoste doceri – Ovídio
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segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Uber, classe média e indisciplina


No Brasil, o Uber atrai profissionais qualificados e isto atende um segmento mais exigente do mercado. Parece uma lei... Quando o serviço amplia sua oferta, a qualidade piora. Não sou marxista (muito pelo contrário), mas parece que existe uma "cultura de classe" na qual as baixas camadas de renda da população se caracterizam por indisciplina e falta de educação. Por isso, não consigo ver solução sem uma sociedade rumar para a maioria na classe média. O que não significa, bem entendido, que devamos nos contentar com o atual padrão nacional do que vem a ser classe média, que basta para tanto auferir mais do que 292 reais mensais.

Cf. Motorista do Uber detido por tiroteio que deixou seis mortos no Michigan - ISTOÉ DINHEIRO

sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Síndrome de "vira-lata" VS. Argumento Vira-Lata


Ok, não é por que o complexo de vira-latas é sintoma de uma visão deturpada que nos inferioriza enquanto sociedade, que eu vou forçar o sorriso e fingir que nada precisa ser melhorado... (imagem: zueros.com).

É imprescindível que leia este artigo:

Blogueiro britânico escreve sobre o Brasil e afirma que os brasileiros sofrem síndrome de “vira-lata” perante os EUA


Bem... Nem tão ao céu, nem tão ao inferno. O fato de que os nacionais idealizam o nirvana a partir do aeroporto não quer dizer que devamos nos eximir de CRITICAR OS ERROS CRÔNICOS DE NOSSA SOCIEDADE E POLÍTICA, BEM COMO CULTURA e também de propor novos arranjos a partir de experiências bem sucedidas, na medida que possam ser incorporadas e se tornar exequíveis. Quanto à imitação de cenários americanos, particularmente do meio-oeste e oeste americano, assim como o senso de distinção pela posse de um celular ou carro ou bolsa atribuir isto aos EUA e sua cultura é um cacoete esquerdista preconceituoso, pois este tipo de comportamento existe no mundo inteiro por quem não tem conteúdo nem nada para dizer que traga interesse pela sua própria pessoa, tendo então que recorrer à recursos frívolos. Ou alguém aí acha que em uma França ou Itália também não existe quem se baseie totalmente na criação de uma imagem para acalentar sua alma fake?

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terça-feira, agosto 25, 2015

O preconceito e o subdesenvolvimento


Luta ideológica contra capitalismo alimenta subdesenvolvimento http://t.co/lL6YfjigSx Aqui, um livro similar: http://t.co/95yBe9lABa

Uma das mais absurdas situações que vivemos é de sermos cidadãos de um país em que, formalmente, é garantida a propriedade privada, MAS ela é limitada por vários expedientes, inclusive de leis menores e outras que, na prática, a prejudicam enormemente, como as que formam nossa base tributária. Mas há mais do que isto, aqui a burocracia é enorme, sendo necessários meses para abrir uma empresa e tempo maior ainda para fechá-la de modo que, indiretamente, se incentiva a contravenção, pois é muito mais fácil sonegar e contrabandear para se lucrar. O estado brasileiro realmente age sob um princípio equivocado, de que "se permite" a atividade empreendedora enquanto que em sociedades capitalisticamente mais avançadas é o justo oposto, o livre mercado sustenta a formação de um edifício jurídico a que chamamos estado. 


domingo, janeiro 18, 2015

São Paulo: The Most Underrated City in the World



Belo documentário, se há uma cidade que espressa energia, vida é essa. Muita saudade daquela confusão urbana... São Paulo: The Most Underrated City in the World: http://youtu.be/YVfSQY_GUiE

sábado, julho 12, 2014

Willian Lee, Artista de Rua Brasileiro no Centro de SP emociona todos ao...



O que é "cultura popular"?

Pois bem, "cultura popular" para mim não é aquilo que elites (pretensamente) culturais e intelectuais definem como sendo, mas aquilo que o povo definitivamente faz. Nos anos 60 para os 70, os nacionalistas brasileiros, através de seus festivais de Música Popular Brasileira (MPB) tomaram a iniciativa de definir o que seria a nossa cultura musical e tiveram sucesso relativo nisto. Daí, quando as massas que não tiveram música como disciplina na grade curricular de nosso ensino público começaram a fazer música que acreditavam, uma turba desses intelectuais saiu categorizando a mesma como "subcultura". Ora, primeiro dizem que a cultura tem que ser "nacional", i.e., sem influência estrangeira ou sem reproduzi-la, depois dizem que o que o povo faz "não é a verdadeira música brasileira". Só que acontece que a própria bossa-nova foi fortemente influenciada pelo jazz e a tropicália pela contracultura e o rock. Um rock fraco, na minha opinião, mas foi. Agora, algumas dessas celebridades tentam pegar carona para não perder o apoio de milhares de fãs e saem fazendo 'funk' e outros estilos híbridos para atrair público e condenam outro eixo que se forma no interior (Centro-Oeste, especialmente) com a música 'sertaneja', que é uma adaptação do country americano. Nos EUA, a música mais comercial não perde laços com a música de raiz e, não raro, músicos em cena chamam velhas 'autoridades musicais' a dividirem o palco, o que trouxe velhos bluesmen de volta a cena, como B.B. King, entre outros. Por que aqui, os sertanejos, mais pop não poderiam fazer o mesmo com o "antigo country" brasileiro que é a música caipira? O problema da cultura não se encontra na cultura, mas na pretensa crítica especializada que se arroga o direito de definir o que é a cultura e como esta deve proceder. Estes críticos, sempre foram na minha opinião, uma cambada de parasitas inúteis. 

terça-feira, agosto 06, 2013

Fronteira Viva - 1

Hotel Kakslauttanen. Fonte: businessmagazin.ro
Sobre Finlândia-Noruega: Lapónia: "affaire" junto à fronteira | Presseurop.eu: atualidade europeia, ilustrações e revistas de imprensa
Este tipo de matéria me atrai porque trata de lugares 'esquecidos', enquanto que na verdade estão sob intensa transformação. As cidades da Lapônia estão na área onde a economia pode prosperar (petróleo e gás no Ártico):
 "Quando as coisas começarem a mexer no Ártico, Utsjoki estará bem no coração dos acontecimentos, a pouca distância, mas ao lado da Finlândia. Para que a Finlândia possa tirar proveito da proximidade do Ártico gostaria de encorajar as empresas a investirem aqui".
E, por enquanto, as diferenças de câmbio atraem trabalhadores finlandeses (e de várias outras nacionalidades) para a Noruega e noruegueses para o comércio finlandês. 
Uma questão adjacente (mas não menos importante) é qual o papel, ou melhor, importância do estado-nação nisto tudo? Sem ele, estes fluxos seriam mais intensos, produtivos, conciliatórios e ricos em termos culturais. Aí vai minha carga declarada de wishful thinking: isto é o futuro, cidades que formem redes urbanas integradas tecnológica e comercialmente, de modo que as divisões políticas do passado sirvam para confusas e herméticas aulas de história. 

segunda-feira, junho 03, 2013

Qual casa de cultura deve ser criada?

Sobre: Tomatadas: Se existir uma "cultura negra", ela é homofóbica: Fonte: TURRER, R [com PEROSA, T.], 2012. Estou entre aqueles que rejeitam a ideia de que existam identidades nacionais ou continentais....
Tem que ler o texto... Pronto, se já leram, uma das críticas a ele é que o conceito de cultura não foi definido, mas a expressão "cultura negra", entre aspas já observa que não se trata de uma cultura para os negros. Logo, no início do texto, o próprio autor deixa bem claro que discorda dessa simplificação para países e continentes. No entanto, como Diniz observa, a questão tem fundo estatístico, sobretudo se nos basearmos na edição de leis. Dizer que há desfoque no conceito de cultura esquece que "normas" e "valores" e "crenças" que se reforçam mutuamente e estas fazem parte de uma definição de cultura. A edição de leis claramente homofóbicas será mero acaso? Não; Isto depõe contra o negro? Não; Isto depõe contra a África inteira? Não; Mas, isto depõe contra os governos africanos, cuja cultura de seus representantes (quando eleitos e apoiados) por cidadãos africanos? Sim; Isto depõe contra o fundamentalismo islâmico na África Setentrional? Sim; Isto depõe contra o governo sul-africano, que deveria ter evoluído mais socialmente a partir de Mandela? Sim. Agora, se há muito homossexualismo (supondo que o consumo de drogas injetáveis seja baixo) como força indutora da disseminação do HIV, a solução está na repressão ao homossexualismo OU na admissão deste e educação para o sexo seguro? Ora, está claro que os governos africanos em questão (de brancos e negros) optam pela primeira alternativa. Quanto ao texto, Diniz ataca os entusiastas da criação de uma "casa de cultura", que eles mesmos chamam de "negra" e, portanto, a generalização é deles, como seletiva e arbitrária. A questão é como compatibilizar isto com a defesa do homossexualismo? Para não ficarem com mais esta ambivalência, não deveriam criar uma "casa da causa da diversidade", que contemplasse aspectos positivos das culturas e manifestações? Isto me parece óbvio, mas algum manifestante ou militante contra as discriminações fará uma mínima observação sobre isto? Duvido.

sexta-feira, janeiro 25, 2013

Algumas razões para relativizar São Paulo

"Há 40 anos, o trânsito de São Paulo já era assim. A foto foi tirada próximo ao cruzamento da avenidas Consolação e São Luís. Para comemorar o aniversário de SP, o Estadão lança um guia de informações históricas. Agora, no iPhone ou no Android, basta dois toques para saber mais sobre lugares emblemáticos, como Praça da Sé e Masp. E ver fotos. Veja mais em http://migre.me/cY7Ae" 
Neste texto Folha de S.Paulo - Especial - 10 razões para odiar São Paulo - 25/01/2013, Bárbara Gancia aponta razões para criticar São Paulo. Acho que em alguns casos lhe faltou um senso de relativização...

ÔPS!

segunda-feira, novembro 19, 2012

Ela é uma inútil


Neste texto: Socialista Morena » A volta do filho (de papai) pródigo ou a parábola do roqueiro burguês, uma comentarista, cujo blog se chama “Socialista Morena” critica o “endireitamento” de “roqueiros brasileiros”, como Lobão, Roger (do Ultraje à Rigor) e Leo Jaime. Como é comum neste tipo de análise, sempre se tenta enveredar para uma análise pretensamente científica do caso. Sabe... 

quarta-feira, outubro 24, 2012

O problema não está só no analfabetismo

Sobre: Ciencia, Politica e Religião: A inteligência da elite social brasileira: Por Henrique Abel em 07/08/2012 na edição 706 Um dos preconceitos mais firmemente bem estabelecidos no Brasil é aquele que afirma que a culp...
Esta crítica abaixo é, parcialmente, correta. Em seu favor, o autor está certo sobre o papel decisivo na condução de um país por suas elites, de modo que realmente não procede atribuir o insucesso pelo desenvolvimento econômico e social de uma nação, exclusivamente, ao grau de incultura e analfabetismo de seu povo. M A S, só tem um detalhe: a formação de elites em qualquer sociedade com relativa mobilidade social depende sim de condições de aproveitamento do sistema educacional em vigor, como é o caso da Dinamarca onde já se registrou 100% das meninas frequentam até o ensino médio. Outras sociedades, caricaturadas como "burras", como é o caso dos EUA têm que ser definidas em que ou quais tópicos são deficitárias. Como é bem sabido este país peca pelo conhecimento de geografia e história do resto do mundo, mas a questão é em que medida isto contribuiria para a melhor eficácia do seu sistema econômico? Nós no Brasil, em contrapartida, temos o ensino obrigatório de geografia e história nas escolas públicas, MAS de que forma? Altamente ideologizados, com um ingrediente de ressentimento e auto-vitimização que parecem ser obrigatórios em nossos currículos. Então, sinceramente, se for desta forma, me pergunto como podemos tirar alguma vantagem disto? 

No entanto, o caso brasileiro é um pouco mais complexo, como suponho seja a maioria das sociedades que não devem ser explicadas apenas pelo seu sistema educacional. Perpassa nas relações de poder político brasileiras, seja no Império, na República, no Estado Novo, na Ditadura Militar, na Nova República etc., a base clientelista. O clássico Coronelismo, Enxada e Voto de Victor Nunes Leal teria que ser estendido para outras regiões brasileiras e não se limitar à Região Nordeste. É comum conversarmos com pessoas que dizem, claramente, não votar em candidato X "porque ele não nos dá nada". Ora! O que temos que ganhar? O certo seria exigir que ele executasse ou defendesse propostas A, B ou C divulgadas em sua campanha e programas. Portanto, atribuir o problema de uma sociedade, como a brasileira, ou criticar esta visão limítrofe de que tudo reside no analfabetismo ou analfabetismo funcional é deixar de ver o problema de um modo mais abrangente, o que deveria necessariamente envolver a cultura política vigente em uma dada sociedade, no caso, a nossa.

Mas, como disse, o artigo não é de todo equivocado. Concordo em parte com o mesmo.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

A abulia européia e o remédio inócuo

O especialista em estratégia diz, em ótima entrevista: “A Europa está abúlica, perdeu o ímpeto de empreender e de exercer o poder político” | Ricardo Setti - VEJA.com
Mas, eu discordo desta verve integradora do texto. Acho que uma associação como o NAFTA ou a APEC já seria de bom tamanho para a Europa, coisa que já tiveram aliás. Mais do que isto necessitaria de "ajustes históricos" que implicariam na supressão de nacionalidades. Não tem como equiparar com os EUA que são uma federação ou com uma Alemanha, que era foi um país dividido, mas um país. Imagine... Desde quando dinamarqueses irão tolerar as touradas espanholas? Agora mesmo os escoceses não estão querendo (novamente) se separar do Reino Unido? Então sigo o velho o ditado "o ótimo é inimigo do bom" ou como meu irmão, engenheiro, portanto mais preciso e prático diz "o ideal é inimigo do bom". Não dá para tentar levar ao pé da letra a palavra integração, que daí não rola nada mesmo. Quanto ao desequilíbrio etário e a vadiagem européia, eu estou de pleno acordo.
Enfim, não dá é para imaginar remédios irreais para uma situação que urge soluções práticas.

sábado, novembro 26, 2011

Globalização e Culturas


A group of American tourists arrived in Italy not long ago. “Amazing!” one said to their tour guide, a friend of mine: “You have pizza here too.” A group of Japanese Boy Scouts landed in Chicago. “Amazing!” they told their troop leader. “They have McDonald’s here too.”
NationalGeographic.com 


Como os antiamericanistas enxergam
a globalização frente às culturas...

Os suplementos culturais dos jornais, geralmente são relegados ao segundo plano. O caso do Valor Econômico, por exemplo, é bastante sintomático, já que o jornal trata de economia e da política quando estreitamente relacionada à própria economia. Mas depois da dança das cotações das ações da bolsa, da crítica aos subsídios externos e ao clamor dos mais sensatos por juros e carga tributária menores, o que resta? A análise da política passa de modo rasteiro. Muitas vezes, sem dar nome aos bois ou revelar interesses, lobbies etc. E o que pode se chamar de “análise cultural”, praticamente nunca é tratada de modo sério, ou seja, revelando mais de uma visão sobre um tema tão amplo e vago. 

domingo, novembro 06, 2011

A moral dos dentes do tubarão



Quem nunca se deparou com uma resposta pronta “não se pode julgar uma cultura pelos olhos de outra”, quando criticou uma dada idiossincrasia comportamental induzida ou procedimento costumeiro de outro povo? Obviamente, que o relativismo cultural é útil para entendermos porque uma sociedade ou parte menor dela, uma comunidade ou tribo isolada adota certa valoração e padrão de ação social. Mas, daí a tomar como “certo” ou igualmente válido porque tem sua origem em outro contexto distinto do qual se vive vai uma enorme, abissal distância.

quarta-feira, outubro 05, 2011

O alto custo da ausência moral




Nós, enquanto brasileiros, de diferentes estratos sociais, endossamos o roubo, a dilapidação bárbara da cidade, o jeitinho, a malandragem e o “dane-se tudo por que não é meu”.
Recentemente, Janer Cristaldo nos brindou com um texto mostrando o maniqueísmo de filmagens acerca da vida dos pingüins. Se existe, por um lado, a tentativa de antropomorfização de animais em ‘documentários’, a animalização de seres humanos ao serem tratados como gado, já é um projeto bem sucedido. E, ainda diria que de forma muito primitiva, pois há um bom tempo existem disciplinas nos cursos de zootecnia prevendo bom tratamento aos animais, uma vez que “rendem mais” engordando e aumentando a produtividade. Portanto, diferentemente do ideal de pingüins nas lentes do cineasta francês, pessoas são animalizadas nos meios de transporte e passeios públicos de São Paulo.

Intolerância contra intolerantes


Sobre Julgamento, tolerância e liberalismo | OrdemLivre.org, talvez eu tenha que reler o artigo, mas me pareceu um pouco confuso. Se exemplos fossem utilizados ao longo do texto, talvez ficasse mais claro.
Vamos lá... A tolerância é viável quando culturas -- chamemos de subculturas se elas participarem de uma mesma sociedade que porte outras subculturas -- ou comportamentos individuais também forem tolerantes uns com os outros. Isso é o mínimo que se pode exigir. P.ex., eu não aprecio o islamismo, mas o tolero se e somente se os religiosos em questão também tolerarem culturas que não apreciam na sociedade em que participarem. Isto é particularmente importante quando pensamos na questão da imigração e na formação de quistos culturais nas metrópoles ocidentais. Os imigrantes ou seus descendentes, que por acaso mantenham as culturas que os precederam ou apenas aqueles convertidos a um credo X também têm que se adequar a norma geral que porte uma base cultural e, se mantêm oficializada por um código civil. O que não dá para tolerar é que uma subcultura de origem externa ou mesmo interna possa se arvorar especial e, ainda por cima exigir que outros indivíduos a aceitem e, pior, se submetam a mesma.
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sábado, agosto 06, 2011

Um povo sem heróis, mas com impunidade

         Nesta entrevista com Marco Antonio Villa ao Instituto Millenium, o historiador revela sua indignação com a respectiva falta de indignação da população aos sucessivos escândalos de corrupção no país. A ineficácia (quando não, completa ausência) da averiguação de tais casos desmotivaria por completo o surgimento do interesse em mudanças, particularmente pelos mais jovens.
Apesar de concordar com seus sentimentos e com os efeitos do que avalia na política nacional, há detalhes na sua fala que se não mantenho total discordância, eu tenho sim minhas dúvidas. Vamos a alguns trechos:

terça-feira, julho 05, 2011

Argumentando picado


Lei e Religião. Ainda sobre a oposição Direita/Esquerda no contexto americano, eu também votaria na esquerda americana em certos casos. Mas, quanto a Lei derivar da Religião, em certos casos não só acho compreensível, como também acho correto. Uma Lei não funciona quando não existe o Costume já estabelecido. Bem... Pode até 'funcionar', mas daquele jeito que bem conhecemos, intermitentemente ou na porrada. Veja nosso caso, o do aborto, onde já ocorrem, se não me engano, 2 milhões por ano no país. Adianta dizer não? Não, mas também não acho que o estado tenha que financiar aborto a torto e direito sem cobrar nada ou regular a promiscuidade.
Aborto e Regulação. Certas ações estatais não são para impedir o movimento em direção a algo, mas para restringi-lo, diminuir seus efeitos maléficos. Aborto então existe sim e ponto, mas vamos limitá-lo de algum modo para que não se crie um incentivo que retroalimente essa pouca vergonha. Neste sentido, embora eu seja mal visto pelos religiosos, acho que têm que ser ouvidos também. Algo como ajustar o equalizador, não os deixando no mudo total. 
Guerra e Razão. Acho também que investir em armamento para usar em guerrinhas se torna pouco eficiente para o próprio domínio, mas os gastos com tecnologia de defesa, aeronáutica, bombas, monitoramento, anfíbios etc. se faz necessário sim. Se não for assim, Pequim já teria esmagado Taiwan; Pyongyang já teria queimado parte do Japão; e, Moscou já teria fechado Ormuz. Acho que se vivêssemos num mundo onde todos parassem ao mesmo tempo, em convenção, tudo bem. Mas, como um quer terminar a peça solando, não dá. Por contraposição, para não entrar de sola então, tem que mostrar as ferraduras brilhando pros caras. Vem que te dou nos cornos... Daí eles passam a respeitar. O erro (e aí acho que muitos concordam comigo) é quando o bagual já sai dando coice, o que alguns, de modo mais elegante, chamam de "guerra preventiva".

É isto, boa noite.
a.h
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